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CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA DO ESTADO - ARA0192

Semana Aula: 04
Semana 04:  FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO
Tema
Semana 2: Tema  1. A FORMAÇÃO DO ESTADO NAÇÃO

Objetivos

Identificar as diversas revoluções sociais que, na modernidade, confrontaram a estrutura do


Estado nação

Comparar as diversas revoluções sociais que, na modernidade, confrontaram a estrutura do


Estado nação

Tópicos

1.3 REVOLUÇÕES SOCIAIS QUE CONFRONTARAM A ESTRUTURA DO ESTADO-


NAÇÃO

Procedimentos de Ensino-Aprendizagem

Em todos os planos de aula da disciplina de Ciência Política e Teoria do Estado e


seus Temas estaremos conectados com o conteúdo digital que servirá de base essencial de
nossos estudos.

No plano de aula 04 estaremos conectados com os módulo 3 As diversas revoluções


sociais que, na modernidade, confrontaram a estrutura do Estadonação do Tema 1 A
Formação do Estadonação.

Vamos navegar no conteúdo digital da disciplina, antes, durante e depois das aulas.
Também utilize o conteúdo digital para a resolução das situações problema, das atividades
verificadores de aprendizagem, dos estudos de caso e das questões das Atividades
Autônomas Aura.

O professor deve iniciar a aula apresentando uma análise das ideias centrais
contidas na literatura específica, seguido da apresentação da situação problema e da
pergunta geradora da aula. Depois, por meio da metodologia sugerida vamos desenvolver
atividades sobre a temática. Concluímos com a realização da atividade verificadora de
aprendizagem e com o Estudo de Caso. Depois da aula não deixe de realizar a Atividade
Autônoma Aura, disponível no tópico: Aprenda +.
Situaçãoproblema:

Revolução é sinônimo de ruptura social e política drástica, que transforma para melhor as
sociedades, que acelera a marcha da história rumo ao futuro. Com base nisso, indagase:
como as revoluções inglesa, francesa e a independência norteamericana contribuíram para a
formação dos Estados Nacionais?

Metodologia:

Atividade verificadora da aprendizagem: Sugerese que o docente divida a turma em grupos


e peça para que cada grupo elabore um quadro comparativo entre as revoluções inglesa,
francesa e a independência dos Estados Unidos, apontando semelhanças e diferenças entre
elas. Retome o questionamento da situação problema. Peça aos alunos para eleger um
representante para apresentar o quadro elaborado. Verifique se os objetivos da aula foram
alcançados. Pergunte à turma se eles conseguem compreender a formação dos estados
nacionais e as transformações sofridas pelos estados nacionais ao longo da Idade Moderna
e na passagem para a Idade Contemporânea por meio da análise do módulo 3 do Tema 1 A
Formação do Estadonação.

Estudo de Caso:

Elabore um texto sobre a mudança sofrida no sentido do conceito de Revolução na


passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea por meio de um texto de 20
linhas no mínimo. O texto deve obedecer aos critérios de autenticidade e originalidade.
Utilize o conteúdo digital do módulo 3 do tema 1 para elaborar sua resposta

.
Recursos Didáticos

Sala de aula equipada com quadro branco, projetor multimídia, caixa de som, acervo
bibliográfico no ambiente virtual.

Leitura Específica

Leia o Capítulo 2 O Estado como forma específica de sociedade política em RANIERI,


Nina. Teoria do Estado: do Estado de Direito ao Estado Democrático de Direito. 2.ed.
Barueri: Manole, 2019. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520455791/cfi/0!/4/2@100:0.00

Navegue no Conteúdo Digital de Ciência Política e Teoria do Estado. Tema 1: A Formação


do Estadonação: Módulo 2: A formação dos Estados Nacionais e do nacionalismo como
ideologia política, fenômenos típicos da experiência histórica que chamamos de
modernidade; Módulo 3: As diversas revoluções sociais que, na modernidade,
confrontaram a estrutura do Estadonação.
Aprenda +

Assista a: Revolução Americana. Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?


v=HfpIDTDinGY

Assista a: Revolução Francesa. Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?


v=_46qYt8cETc

Assista a: Revoluções Inglesas. Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?


v=T9ISDaRR2KQ

Leia: SEGATTO, José Antonio. Revolução e História. Disponível


emhttps://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/107832/ISSN1982471819983535-
45.pdf?sequence=1.

Atividade Autônoma Aura (AAA)

1)(UFRGS) O Bill of Rights (Declaração de Direitos) resultou de um processo histórico


que apresentou importantes desdobramentos políticos na Inglaterra do século XVII e que se
caracterizou:

a) pelo conflito políticomilitar que opôs a burguesia manufatureira à nobreza de


cercamentos

b) pela consolidação de uma república social que estendeu aos ?niveladores? e ?cavadores?
os privilégios da aristocracia proprietária.

c) pelo confronto entre o absolutismo da dinastia Stuart e as ideias do Parlamento,


concluído com a execução de Henrique VIII.

d) pela aproximação econômica entre a burguesia comercialmanufatureira e a nobreza dos


cercamentos configurada na Revolução Gloriosa.

e) pelo avanço dos setores católicos na economia industrial, emdetrimento dos puritanos,
mantenedores da ordem feudal.
2) (PUCRJ) Estendendose entre 1789 e 1799, a Revolução Francesa foi um período de
intensa experimentação política e social que transformou de maneira irreversível as ideias e
práticas anteriores, estabelecendo, assim, um marco de ruptura na história do mundo
ocidental. Sobre esse período, considere as afirmativas abaixo:

I. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão proclamou a liberdade e igualdade


naturais dos homens.

II. A Assembleia Nacional Constituinte aboliu o sistema feudal, eliminando antigos


privilégios da nobreza.

III. A sanção da Constituição Civil do Clero subordinou a igreja e seus sacerdotes ao


Estado.

IV. Durante a Convenção, a escravidão foi abolida nas colônias francesas.

ASSINALE:

a) Se todas as afirmativas estiverem corretas.


b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) Se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
d) Se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
e) Se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
Aula 04 – REVOLUÇÕES SOCIAIS QUE CONFRONTARAM A ESTRUTURA DO
ESTADONAÇÃO

1 - ESTADO NACIONAL: REAFIRMAÇÃO E REVOLUÇÕES

O período compreendido entre os séculos XVII e XIX foi, ao mesmo tempo, o


momento de consolidação e crise dos Estados Nacionais.

Foi nessa época que o modelo de Estado centralizado, originado na Europa


Ocidental no século XIV, se espalhou pelo mundo, mas foi também quando a sociedade
civil questionou e confrontou a autoridade centralizada.

Estudaremos aqui o ciclo de rebeliões sociais e políticas que aconteceu na


Europa e nas Américas nesse período. Foram experiências tão transformadoras que
chegaram a modificar o vocabulário político, como demonstra a filósofa alemã Hannah
Arendt (1998), que identificou aquela que teria sido a principal transformação político-
semântica trazida pela modernidade: a mudança no sentido do conceito “revolução”.

Se antes “revolução” era uma palavra associada ao movimento circular dos


corpos celestes, agora passa a ser um sinônimo de ruptura social e política drástica, que
transforma para melhor as sociedades, que acelera a marcha da história rumo ao futuro.

2 - INGLATERRA

Ainda no século XVII, a Inglaterra foi desestabilizada por um conjunto de revoltas


sociais que acabaram por instituir aquele que se tornaria um dos valores mais sagrados das
democracias liberais modernas: o Constitucionalismo, que, está fundado na premissa de
que o poder do Estado deve ser limitado pela lei.

A Revolução Inglesa (1640-1688) foi um processo plural, cheio de idas e vindas e


atravessado por diversas guerras civis.

Desde o século XVI, a burguesia inglesa (famílias ricas, mas sem signos aristocráticos de
distinção) era um grupo influente devido ao processo de cercamento dos campos, que
pioneiramente passou a subordinar o espaço rural às demandas comerciais e industriais
urbanas.

O campo inglês especializou-se em criar ovelhas para servirem como fonte de matéria-
prima para a incipiente indústria têxtil.

Essa burguesia ascendente estava sub-representada na estrutura da monarquia


aristocrata inglesa. Podemos dizer que essa situação de sub-representação foi um dos
principais focos de tensão que implodiram o sistema político inglês.
No processo, o rei Carlos I foi morto, em janeiro de 1649, no primeiro regicídio, ou seja,
assassinato do rei, moderno da história.

No caso da morte de Carlos I, o regicídio não foi conspiratório, mas sim realizado em
execução pública, em nome da “autoridade do povo”.

O povo, então, empoderou-se a ponto de condenar o rei à morte, o mesmo monarca que
até então era visto como o portador de um direito divino.

Depois da execução de Carlos I, a Inglaterra viu, ainda, a formação de uma ditadura


comandada por um líder militar chamado Oliver Cromwell (1599-1658).

A monarquia foi restaurada com a dinastia dos Stuart, e uma nova guerra civil, a
Revolução Gloriosa, em 1688, instituiu a primeira monarquia constitucional da história.
(Bill of Rigths e Parlamentarismo)

Agora, a verdadeira soberania não pertencia ao rei, mas sim à lei, entendida como a
manifestação da vontade do “povo”.

É a máxima que diz que “o rei reina, mas não governa”.

3 – ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (EUA)

Foi a independência das treze colônias inglesas, ou a Revolução Americana, que


trouxe ao mundo a novidade de um país independente na América.

A Revolução Americana não questionou a monarquia ou a autoridade do rei,


mas sim o parlamento, acusado de violar direitos coloniais adquiridos.

Até o fim do processo, as elites coloniais insurgentes pediram a proteção do rei


contra a espoliação feita pelo parlamento britânico.

E como os conflitos começaram?

 Os conflitos entre as colônias e o parlamento começaram na década de 1760, logo


após o fim da Guerra dos Sete Anos (1756-1763).

 Tendo saído da guerra com as contas desequilibradas, o parlamento britânico, que,


como sabemos, governava o Império desde a Revolução Gloriosa (1688), apertou o
rigor em suas relações mercantis com as colônias.
 Entre 1764 e 1774, o parlamento criou dura legislação que pressionou os
interesses econômicos coloniais.

 Em 1774, as lideranças coloniais organizaram o I Congresso da Filadélfia, quando


redigiram um manifesto pedindo proteção e apresentando suas reclamações ao rei
George III.

 Diante da recusa do parlamento inglês em atender às reivindicações das


colônias, os representantes coloniais reuniram-se novamente em 1776,
quando Thomas Jefferson (1743-1826) redigiu a Declaração de Independência
dos EUA. Começou, então, um ciclo de conflitos que se arrastaria até 1783,
mostrando ao mundo o caso inédito de colônias que confrontaram a autoridade de
sua metrópole e venceram.

3 – FRANÇA

Nos diversos momentos dos conflitos, em alguns de forma mais aguda, em outros
de maneira mais pálida, a “tirania” do Estado monárquico foi questionada pela
sociedade.

O historiador francês Albert Soboul (1914-1982) divide o processo


revolucionário em três momentos, cada qual apresentando níveis diferentes de
radicalismo disruptivo e projetos distintos para a organização político-institucional do
Império francês.

3.1 – Primeira Fase

Período Gerundino

Entre 1789 e 1791, o projeto vitorioso foi o girondino, marcado pelo objetivo de
transformar a monarquia absolutista comandada pelos Bourbons em uma monarquia
constitucional, à moda inglesa. A propriedade privada foi defendida e a desigualdade social
não foi pautada como problema estrutural da sociedade francesa.

Foi um momento de compromisso entre a burguesia e os setores mais


progressistas da aristocracia e da igreja.

O objetivo do pacto era abolir a feudalidade, ampliar o acesso aos direitos


políticos, numa revolução pacífica que não almejava questionar a propriedade privada
e a ampliação de direitos sociais.
3.2 – Segunda Fase

Período Jacobino

A partir de 1792 até 1795, começaria o momento de maior radicalidade do


conflito, quando a própria estrutura da sociedade francesa foi posta em questão pelo projeto
jacobino, comandado pela aliança entre operariados urbanos e a pequena burguesia
liderada por Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794).

Esses grupos situavam-se mais à esquerda do espectro político francês e


demandavam mais do que apenas o fim da monarquia absolutista e o fim da
feudalidade. Desejavam questionar a estrutura fundiária, a divisão de terras, a miséria
dos trabalhadores urbanos.

Mas, politicamente, quem eram os jacobinos?

Politicamente, os jacobinos eram republicanos e não estavam dispostos a negociar com


a estrutura monárquica.

O resultado foi o acirramento dos conflitos sociais e a militarização efetiva da


crise francesa, dando início àquilo que já na época ficou conhecido como “terror”,
quando o tribunal revolucionário executou milhares de pessoas, incluindo o rei Luís
XVI e o próprio Robespierre.

Os efeitos da guerra revolucionária atravessaram o oceano Atlântico, chegando


à ilha de Santo Domingo, colônia francesa na América. Santo Domingo era uma sociedade
escravocrata, em que a minoria branca comandava uma economia agroexportadora, movida
pelo trabalho escravo da maioria negra.

Com a radicalização jacobina, a escravidão foi abolida em todo o império


colonial francês. Em 1º de janeiro de 1804 foi proclamada a independência da
República do Haiti, que se tornou o segundo país independente das Américas, logo depois
dos EUA

3.3 – Terceira Fase

Diretório

O termo “revolucionário” provocou a formação de um amplo arco de forças, que


passou a ter o objetivo de derrotar a agenda social e republicana dos jacobinos.

Nobreza, clero, potências internacionais e alta burguesia juntaram-se para atacar


a Revolução Jacobina e retroceder o processo ao estágio do capitalismo monárquico
liberal, tal como era o objetivo na fase jacobina do processo.
O Diretório substituiu a Convenção em 1795 durante um período em que a
revolução esteve nas mãos dos girondinos e da alta burguesia francesa.

As medidas mais radicais tomadas pelos jacobinos foram revogadas,


inclusive retorno do voto censitário. Nesse momento, os girondinos usaram
frequentemente da força para conter o povo e resistiram a inúmeras tentativas de golpes.

A situação da França permaneceu instável e isso fez com que a alta burguesia
francesa visse no autoritarismo uma esperança para resolver a situação da França. A
população estava insatisfeita, a economia estava ruim, e a guerra continuava a ameaçar o
país, então a ditadura foi vista como solução.

A imagem de uma figura forte e autoritária surgiu como possibilidade de


resolução dos problemas franceses e disso nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte,
general do exército francês que liderava as tropas francesas contra as coalizões
internacionais. Com isso, Napoleão organizou um golpe e tomou o poder em um evento
conhecido como Golpe do 18 de Brumário, que aconteceu em 1799.

A monarquia foi restaurada, a propriedade privada respeitada e as demandas


jacobinas por direitos sociais sufocadas. Napoleão Bonaparte (1769-1821) tornou-se a
principal liderança política do Império francês.

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