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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

ESCOLA Nº 9007

TRABALHO DE HISTÓRIA

TEMA: HISTÓRIA E AS REVOLUÇÕES

Escola: 9007
Classe: 8ª
Turma: B
Sala: 08

Docente:
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Maio, 2023
LISTA DE INTEGRANTES

1. André Sebastião
2. Anselmo de Rosário Miguel Mateus
3. António
4. Arlindo Sonje
5. Catarino Muenho Gonçalves
6. Dilma
7. Elizandra
8. Jenilson Isaac Paulino Saculchili
9. Lassalet
10. Mário Paulo Nganga Gonga
11. Rosimere
12. Salvador Jamba
1. INTRODUÇÂO

Neste trabalho abordaremos acerca das histórias e as revoluções, tendo entendido,


comumente, como uma transformação radical de determinada estrutura política, social,
econômica, cultural ou tecnológica, isto é, tudo o que diz respeito à vida humana. Tal
conceito é fundamental para se entender os períodos históricos moderno e
contemporâneo.

Acontecimentos como Revolução Inglesa, Revolução Industrial, Revolução


Francesa, Revolução Russa, Revolução Chinesa, etc., dão prova da importância desse
conceito.

Cabe ressaltar, entretanto, que nem sempre a palavra revolução foi utilizada para
designar fenômenos de transformação radical da esfera humana, isto é, da relação entre
os homens. Ao contrário, originalmente, revolução nada mais significava que translação
fazia parte, portanto, da linguagem astronômica.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Abordagem teórica

A palavra revolução deriva do latim revolutio/revolvere, que significa “dar voltas”,


“completar voltas”. A utilização do termo propagou-se no âmbito da astronomia com a
publicação do De revolutionibus orbium coelestium, de Copérnico, em 1543, que descrevia a
volta que os planetas completavam em torno do Sol. Revolução, portanto, era o termo técnico
correspondente ao que, usualmente, hoje se denomina “translação”.

Até a segunda metade do século XVII, o conceito de revolução ainda estava restrito
ao âmbito celeste. Com a reviravolta provocada pela Reforma Protestante e as guerras civis
religiosas dela derivadas, houve a sequência de grandes transformações na estrutura
socioeconômica e política de algumas nações, em especial, a Inglaterra. De 1640 a 1688, a
Inglaterra passou por acontecimentos bastante turbulentos.

De monarquia absoluta passou para guerra civil, de guerra civil para ditadura
republicana, desta para, novamente, monarquia – mas com o modelo parlamentarista. Esses
acontecimentos passaram a ser denominados como Revolução Inglesa.

<No caso da Revolução Inglesa, ainda há uma semelhança com a revolução astronômica dos
planetas, pois, tal como estes voltam ao seu ponto de partida, os ingleses também restauraram
a monarquia, ainda que transformada.

Ainda havia no fim do século XVII o uso do termo revolução política como metáfora,
como analogia à revolução dos astros.

O conceito de revolução só começou a ser identificado como sinônimo de ruptura, de


continuidade de transformações, com a Revolução Francesa.

A Revolução Francesa implodiu as bases do Antigo Regime europeu e lançou as


bases políticas para o protagonismo da burguesia.

O problema é que essas bases, que estavam calcadas nas ideias iluministas de
igualdade, liberdade, direto à propriedade, etc., também pressupunham uma evolução
contínua.

Revolucionários mais radicais, como os jacobinos, vislumbravam um “destino” a ser


cumprido pela Humanidade como um todo.
2.2 Revoluções liberais

Conjunto de mutações políticas e sociais ocorridas na sequência do legado ideológico


da Revolução Francesa e já prenunciadas na Revolução Americana.

Representaram o fim das estruturas do Antigo Regime, no que concerne à classe


dominante (que passa a ser a burguesia), às instituições (surgem as monarquias
constitucionais), à ordem internacional (dá-se a independência de uma série de territórios).

O liberalismo, no século XVIII, preconizava a ideia de progresso baseado na


liberdade do indivíduo ou da comunidade contra a autoridade absoluta do poder real ou
eclesiástico. Significava a existência de um conjunto de liberdades e garantias sob o primado
da Razão contra o da Tradição, alicerçadas no Direito Natural contra os privilégios de classe.

A liberdade política, defendida por homens como Montesquieu e Rousseau, tinha


paralelo também na economia, visível na máxima Laissez faire, laissez passer, le monde va
de lui même.

Todos estes conceitos foram primeiramente idealizados e aplicados de forma gradual


e parcial na Inglaterra, onde a "aliança" entre setores da burguesia e da nobreza resultou,
como exemplo mais notório, na transformação, no século XVII, das Cortes em Parlamento,
dele saindo em 1680 a primeira Declaração de Direitos baseados em princípios liberais. Esta
conciliação de interesses servirá de base política para as revoluções Agrícola e Industrial
inglesas do século XVIII.

A época das Luzes, tempo de gestação de ideais e princípios liberais, para além de um
conjunto notável de teorizadores e filósofos (Voltaire, Rousseau...) e dos avanços políticos
ingleses, precipitará a eminente queda do Antigo Regime, absoluto e despótico.

A declaração de independência dos Estados Unidos da América assinala, em 1776, o primeiro


grande momento de implantação desses princípios de igualdade dos direitos políticos e da
liberdade do indivíduo, adotando uma Constituição a partir de uma Declaração de Direitos. A
França, berço de ideais liberais e revolucionários, observando a sua aplicabilidade na
América, aventura-se na sua própria Revolução em 1789, abrindo na Europa a era do
liberalismo político e do fim dos regimes absolutos. A Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão de 4 de agosto do mesmo ano assinala o triunfo das reivindicações e anseios
igualitários dos ideólogos por leis fundamentais e direitos de voto e cidadania.

Rapidamente o ideário liberal triunfador em França se propaga pela Europa e América


Latina, muitas vezes com fins nacionalistas.

Algumas colónias espanholas da América antecipar-se-ão mesmo a muitos países


europeus, com a independência dos seus territórios (Paraguai, 1811 - América Central
espanhola, 1839).

O Velho Continente, dilacerado pelas guerras napoleónicas e pelo braço de ferro


anglo-francês, assistirá ao germinar de focos revolucionários em alguns dos seus países:
independências da Bélgica (1830, com a separação dos Países Baixos) e da Grécia (1822-
1830), para além de outros estados balcânicos. Mais tarde, dar-se-á a unificação da Itália
(1859-1870).

Ainda que o Congresso de Viena (1814-1815) tenha tentado o retorno ao absolutismo


de forma a impedir o avanço das ideias liberais muitas vezes semeadas pelos soldados
franceses ou até por poetas românticos, como Byron, adeptos das nacionalidades, os povos
cada vez mais se revoltavam exigindo reformas liberais.

Apenas a Rússia, a Áustria-Hungria e a Prússia, principais signatárias de Viena,


mantinham monarquias absolutistas. A Espanha, dominada por Napoleão até 1813, jura uma
Constituição liberal (Cádis, 1820), interrompida, porém pela reação absolutista de 1823 que
desencadeia uma guerra civil até 1839.

Chefiando de forma totalitária o governo na ausência do rei, mantiveram-se fiéis aos


antigos métodos absolutistas, perseguindo os liberais, o que aprofunda sentimentos de
descontentamento geral (também devido à ausência do rei) e pobreza, para além de um
ambiente tenso, de rebelião.

Nesta submissão nacional aos ingleses, os ideais liberais da Revolução Francesa


ganham cada vez mais adeptos, muitas vezes clandestinamente, como é o caso da Maçonaria.
A 24 de agosto de 1820, estala uma revolta liberal com a sublevação de militares no Porto.
Regressa D. João VI no ano seguinte, depois das eleições para as Cortes.

Em 1822, jura-se a Constituição, ensombrada, entretanto pela independência


brasileira de 22 de setembro do mesmo ano, iluminada por ideais liberais e pelos exemplos
vizinhos. Porém, dá-se em 1823 a Vila-Francada, primeira reação absolutista levada a efeito
por militares encabeçados por D. Miguel, que suspende a Constituição de 1822 e encerra as
Cortes.

Nova reação (Abrilada) de D. Miguel surge em 1824, desta feita para destituir D. João
VI do trono. Foi, porém, em vão, obrigando o príncipe a exilar-se em Viena, de onde regressa
em 1828, após a morte de seu pai.

Perante este acontecimento, também D. Pedro renuncia ao trono imperial brasileiro,


regressando a Portugal, onde decreta a Carta Constitucional (nova lei fundamental a substituir
a Constituição de 1822) e abdica do trono português a favor de sua filha, D. Maria da Glória,
ainda menor. D. Miguel, em Viena, jura a Carta e, sendo nomeado Regente, regressa a
Portugal. Todavia, aproveitando o clima de rebelião de unidades militares, proclama-se rei
absoluto, dissolvendo as Cortes e perseguindo os liberais, mais tarde liderados por D. Pedro,
que se lhes junta na Ilha Terceira, em 1831, onde forma um contingente militar.

Desembarcam em 1832, em Pampelido, essas tropas liberais, com algum apoio inglês.
São, contudo, em menor número que as absolutistas. Estala a Guerra Civil, cujo fim,
favorável à causa liberal, culmina na Convenção de Évora-Monte em 1834, com a
capitulação de D. Miguel e a vigência da Carta Constitucional. Instaura-se o liberalismo em
Portugal, com dificuldades, conflitos e polémicas, por exemplo, acerca da lei fundamental do
País: a Carta de 1826 ou a Constituição de 1822? D. Pedro morre em 1834, subindo ao trono
sua filha, agora D. Maria II. O Antigo Regime declinava, com as instituições e privilégios,
opressões e clivagens sociais que o caracterizavam, e um novo Portugal começava, ainda que
dividido e palco de tensões políticas e interpretações divergentes dos princípios liberais.

As Revoluções Liberais alterarão profundamente o xadrez político no mundo


ocidental, para além dos seus mapas.

O século XIX, de facto, coroou de êxito uma série de revoluções liberais em muitos
territórios europeus e latino-americanos, quer na perspectiva das nacionalidades quer na
adoção em monarquias tradicionais de constituições liberais baseadas no princípio universal
de Liberté, Egalité, Fraternité promovido pela Revolução Francesa, imperfeita no seu
desenrolar, palco de exageros e semente de imperialismos inconsequentes, mas marcante no
aspeto mental, cultural, económico e político.
A tolerância religiosa foi uma das suas novas matizes, abrindo caminho à laicização crescente
das sociedades liberais e à liberdade de culto, originando, em contrapartida, uma crise
profunda no clero e nas instituições eclesiásticas europeias, antigos sustentáculos das
monarquias absolutas agora desprovidas de poder, isenções e prestígio, para além do seu
campo de ação estar limitado.

Também a nobreza latifundiária sofreu duros reveses a nível político, económico e


social, em detrimento da burguesia industrial e mercantil, que consolida, após as Revoluções
Liberais, vários séculos de luta pela sua afirmação e igualitarização relativamente às classes
anteriores, possuindo agora as rédeas do poder por que tanto lutara.

O antigo Terceiro Estado, o povo, conhece algumas melhorias a nível de participação


política e de outros direitos, embora economicamente se mantenha subjugado e em más
condições de sobrevivência.

2.3 Revolução Francesa

A Revolução Francesa, que ocorreu no ano de 1789, foi o evento que, segundo alguns
autores, inaugurou a chamada Idade Contemporânea. Os historiadores do século XIX, que
fizeram a linha divisória da História, imputaram a esse acontecimento o caráter de marco
divisor entre a Idade Moderna e a Contemporânea, por conta da radicalização política que o
caracterizou.

Para se entender a Revolução Francesa é necessário conhecer um pouco da situação


econômica e social da França do século XVIII.

2.3.1 Antecedentes históricos da Revolução Francesa

Até o século XVIII, a França era um estado em que vigia o modelo do absolutismo
monárquico. O então rei francês, Luís XVI, personificava o Estado, reunindo em sua pessoa
os poderes legislativo, executivo e judiciário. Os franceses então não eram cidadãos de um
Estado Democrático Constitucional, como hoje é comum em todo o mundo ocidental, mas
eram súditos do rei.

Dentro da estrutura do Estado Absolutista, havia três diferentes estados nos quais a
população se enquadrava:

o Primeiro Estado: era representado pelos bispos do Alto Clero;

o Segundo Estado: tinha como representantes a nobreza, ou a aristocracia francesa –


que desempenhava funções militares (nobreza de espada) ou funções jurídicas
(nobreza de toga);

o Terceiro Estado: por sua vez, era representado pela burguesia, que se dividia entre
membros do Baixo Clero, comerciantes, banqueiros, empresários, os sans-cullotes
(“sem calções”), trabalhadores urbanos e os camponeses, totalizando cerca de 97% da
população.

Ao longo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras,


como a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos Estados
Unidos na Guerra de Independência (1776). Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa,
que possuía um alto custo de vida, era financiada pelo Estado, que, por sua vez, já gastava
seu orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento.

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Soma-se a essa atmosfera duas crises que a França teria que enfrentar:

1) uma crise no campo, em razão das péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que
gerou uma inflação 62%; e

2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo pela falta de
modernização econômica – principalmente a falta de investimento no setor industrial.

Os membros do Terceiro Estado (muitos deles influenciados pelo pensamento


iluminista e pelos panfletos que propagavam as ideias de liberdade e igualdade, disseminados
entre a população) passaram a ser os mais afetados pela crise.

2.3.2 Causas da Revolução Francesa

No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses


começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem como
passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura política
francesa.

Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais, isto é, uma reunião para
deliberação sobre assuntos relacionados à situação política da França. Nessa convocação, o
conflito entre os interesses do Terceiro Estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam
o rei, se acirraram.

O rei então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com
o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por representação
de Estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja: Primeiro e
Segundo Estados contra o Terceiro. Fato que despertou a indignação de burgueses e
trabalhadores.

A burguesia, que liderava o Terceiro Estado, propôs em 10 de junho uma Assembleia


Nacional, isto é, uma assembleia para se formular uma nova Constituição para a França. Essa
proposta não obteve resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero. Em 17 de junho,
burgueses, trabalhadores e demais membros do Terceiro Estado se declararam em reunião
para formulação de uma Constituição, mesmo sem a resposta do Primeiro e do Segundo
Estados. Ao mesmo tempo, começava um levante popular em Paris e outro entre os
camponeses. A Revolução se iniciou.

2.3.3 Fases da Revolução Francesa

Em 14 de julho de 1789, a massa de populares tomou a Bastilha, a prisão que era


símbolo do Antigo Regime e, em 4 de agosto, a Assembleia Nacional instituiu uma série de
decretos que, dentre outras coisas, cortava os privilégios da nobreza, como a isenção de
impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis.

A Assembleia instituiu a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reivindicava a


condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei. Em setembro de 1791, foi
promulgada a nova Constituição francesa, assegurando a cidadania para todos e pressionando
o monarca Luís XVI a aceitar os seus critérios. Essa Constituição previa ainda:
a igualdade de todos perante a lei,

o voto censitário,

a confiscação das terras eclesiásticas,

o fim do dízimo,

a constituição civil do clero, dentre outros pontos.

A partir desse momento, a França revolucionária esboçou o seu primeiro tipo de novo
governo, a Monarquia Constitucional, que durou de 1791 a 1792.

2.3.4 Convenção

A ala mais radical da Revolução, os jacobinos (que haviam participado da Assembleia


Constituinte, sentando-se à esquerda do plenário e opondo-se aos girondinos que se
posicionavam à direita), defendia uma ampliação da perspectiva revolucionária, cuja proposta
era não se submeter às decisões da alta burguesia, que se articulava com a nobreza e o
monarca. Os jacobinos queriam radicalizar a pressão contra os nobres e o clero, e instituir
uma República Revolucionária, sem nenhum resquício da Monarquia.

Prevendo a ameaça que vinha dos rumos que a Revolução tomava, o rei Luís XVI
articulou um levante contrarrevolucionário com o apoio das monarquias austríaca e prussiana.
Em 1792, a Áustria invadiu a França e esta declarou guerra àquela. A população parisiense,
após saber dos planos do rei, invadiu o palácio real de Tulleries e prendeu o rei e sua família.
O rei e sua esposa, Maria Antonieta, tiveram suas cabeças decepadas pela guilhotina em
1793, e a Monarquia Constitucional chegou ao seu fim no mesmo ano.

Com o fim da Monarquia Constitucional, houve também a dissolução da Assembleia


Constituinte e a Convenção Nacional de um novo parlamento. O Período da Convenção se
caracterizou pela forte presença do radicalismo jacobino comandando a Revolução, momento
que se tornou conhecido como a Fase do Terror (sobretudo por conta do uso indiscriminado
da guilhotina como máquina da morte).

Nomes como Robespierre, Saint-Just e Danton figuram entre os principais líderes


jacobinos. Foi nesse período também que a Áustria e Prússia prosseguiram sua guerra contra
a França, temendo que a Revolução se espalhasse por seus territórios.

No processo de confronto contra essas duas monarquias, nasceu o Exército Nacional


Francês, isto é, um exército que, pela primeira vez, não era composto de mercenários e
aristocratas, mas do povo que se via como nação.

2.3.5 Diretório

Em 1795, a burguesia conseguiu retomar o poder e, através de uma nova Constituição,


instituir uma nova fase à Revolução, chamada o Diretório, órgão composto por cinco
membros indicados pelos deputados. Mas a partir desse mesmo ano a crise social se tornou
muito ampla na França, o que exigiu um contorno político mais eficaz, sob pena da volta da
radicalização jacobina.

Napoleão Bonaparte, um dos mais jovens e destacados generais da Revolução, era o


nome esperado pela burguesia para dar ordem à situação política francesa. Em 1799, ao
regressar do Egito à França, Napoleão encontrou um cenário conspiratório contra o governo
do Diretório.

Foi nesse cenário que ele passou a figurar como ditador, inicialmente, dando o Golpe de 18
de Brumário (segundo o calendário revolucionário), e depois como imperador da França. O
Período Napoleônico durou de 1800 a 1815 e mudou o cenário político do continente
europeu, ao passo que expandiu o ideal nacionalista para várias regiões do mundo.

2.4 Revoluções leitoras

Movimento de ampla base popular, teve como principal motor a burguesia colonial e levou à
independência dos Estados Unidos da América (proclamada em 4 de julho de 1776), o
primeiro país a dotar-se de uma constituição política escrita. A Guerra dos Sete Anos,
terminada pela vitória da Inglaterra sobre a França (Tratado de Paris, 1763), deixou a nação
vencedora na posse de ricos territórios no continente americano, já colonizados, sendo
reconhecido o seu direito de expandir o seu domínio em direção ao interior do continente.
Esta possibilidade agradou aos colonos, que prontamente se prepararam para explorar e
aproveitar novas terras, mas, para sua grande surpresa, o governo de Londres, por recear o
desencadear de guerras com as nações índias, determinou que nenhuma nova exploração ou
colonização de territórios pudesse ser feita sem a assinatura de tratados com os índios. Foi
esta a primeira fonte de conflito entre os colonos e a Coroa inglesa. Mas, pouco depois,
outros se lhe juntavam, como a obrigação de albergar e sustentar tropas inglesas em solo
americano (prática que pesava gravosamente sobre as finanças coloniais) e o lançamento de
impostos pesados sobre importações vitais para a economia e a subsistência das colónias
(açúcar, café, têxteis, etc.), a que se acrescentou o imposto de selo sobre jornais, documentos
legais e outros.
As reações dos colonos foram, de início, exaltadas mas pacíficas: exigiram o direito de eleger
representantes para o Parlamento de Londres (para poderem discutir e votar as leis que lhes
diziam respeito), passando depois a atos de boicote às mercadorias inglesas. Esta guerra
económica desencadearia motins e forçou o governo inglês a alguns recuos, que contudo não
satisfizeram os colonos. O conflito agravou-se com a presença de tropas enviadas para conter
os protestos. Como resposta, em 1774 os representantes das colónias reuniram-se em
Filadélfia, num primeiro Congresso Continental que, a partir daí, embora com divergências
no seu seio, foi a voz política dos colonos. O extremar das posições levou à criação de
milícias, à constituição de depósitos de munições e a um aumento contínuo de tensão que iria
degenerar em guerra.
No decorrer do conflito, o segundo Congresso (1775) procede à constituição de um exército,
cujo comando confia ao general George Washington, e dá um passo irreversível ao proclamar
a independência, em 4 de julho de 1776. A guerra iria ainda prolongar-se até à derrota final
das tropas inglesas em 1781 e a independência do novo país (constituído pelas treze colónias
da costa atlântica) só viria a ser reconhecida pelo tratado de Paris de 1783.
Pela primeira vez na História da expansão europeia, uma colónia tornava-se independente por
meio de um ato revolucionário. E fazia-o não só proclamando ao mundo, no documento
histórico aprovado no 4 de julho, o direito à independência e à livre escolha de cada povo e
de cada pessoa ("o direito à vida, à liberdade e à procura da felicidade" é definido como
inalienável e de origem divina), mas ainda construindo uma federação de estados dotados de
uma grande autonomia e aprovando uma constituição política (a primeira da História
mundial) onde se consignavam os direitos individuais dos cidadãos, se definiam os limites
dos poderes dos diversos estados e do governo federal, e se estabelecia um sistema de
equilíbrio entre os poderes legislativo, judicial e executivo de modo a impedir a supremacia
de qualquer deles, além de outras disposições inovadoras.
2.6 Revolução Industrial

" Revolução Industrial foi o período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início
na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou pelo mundo,
causando grandes transformações. Ela garantiu o surgimento da indústria e consolidou o
processo de formação do capitalismo.

Essa revolução foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a partir da segunda metade do
século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo a essa nação pelo fato de que foi lá que surgiu a
primeira máquina a vapor, em 1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por
James Watt, em 1765. O historiador Eric Hobsbawm, inclusive, acredita que a Revolução
Industrial só foi iniciada de fato na década de 1780.

A Inglaterra foi a nação pioneira no desenvolvimento industrial e tecnológico no mundo.

Por meio da Revolução Industrial, o capitalismo consolidou-se como sistema econômico


vigente. O desenvolvimento da máquina a vapor é considerado como o ponto de partida da
Revolução Industrial.

Causou profundas transformações no modo de produção e também nas relações entre patrão e
trabalhador. Durante o auge da Revolução Industrial, os trabalhadores ingleses recebiam
salários baixíssimos e eram obrigados a suportar uma longa jornada de trabalho.

A intensa exploração do trabalho do proletário fez com que os trabalhadores se organizassem


em sindicatos. Dois movimentos de trabalhadores foram muito importantes no século XIX: o
ludismo e o cartismo. A Revolução Industrial aconteceu de maneira pioneira na Inglaterra por
uma junção de fatores, que englobam as grandes reservas de carvão do país, os cercamentos,
o excedente de capital existente no país etc.

As transformações econômicas, sociais e tecnológicas proporcionadas pela Revolução


Industrial dividem-se em fases, segundo os avanços produtivos, no campo científico e em
diversas outras áreas do setor econômico e industrial.

"A Revolução Gloriosa aconteceu em 1688 e consolidou o fim da monarquia absolutista na


Inglaterra (que já vinha enfraquecida desde a Revolução Puritana, na década de 1640). Com
isso, a Inglaterra transformou-se em uma monarquia constitucional parlamentarista, na qual o
poder do rei não estava acima do Parlamento nem da Constituição — no caso da Inglaterra,
da Declaração de Direitos (Bill of Rights).

Assim, a burguesia conseguiu consolidar-se enquanto classe e governar de maneira a atender


aos seus interesses econômicos. Um acontecimento fundamental para o desenvolvimento do
comércio inglês ocorreu entre as duas revoluções do século XVII citadas acima. Em 1651,
Oliver Cromwell decretou os Atos de Navegação, lei que determinava que mercadorias
compradas ou vendidas pela Inglaterra somente seriam transportadas por embarcações
inglesas.

Essa lei foi fundamental, pois protegeu o comércio, enfraqueceu a concorrência dos ingleses
e garantiu que os navios ingleses controlassem as rotas comerciais marítimas. Isso enriqueceu
a burguesia inglesa e permitiu-lhes acumular capital. Esse capital foi utilizado no
desenvolvimento de máquinas e na instalação das indústrias.

Mas não bastava somente excedente de capital para garantir o desenvolvimento industrial.
Eram necessários trabalhadores, e a Inglaterra do século XVIII tinha mão de obra excedente.
Isso está relacionado com os cercamentos que aconteciam na Inglaterra e que se
intensificaram a partir do século XVII.

Os cercamentos aconteciam por força da Lei dos Cercamentos (Enclosure Acts), lei inglesa
que permitia que as terras comuns fossem cercadas e transformadas em pasto. As terras
comuns eram parte do sistema feudal, que estipulava determinadas áreas para serem ocupadas
e cultivadas pelos camponeses.

Com os cercamentos, os camponeses que habitavam essas terras foram expulsos, e as terras
foram transformadas em pasto para a criação de ovelhas. A criação de ovelhas era o que
fornecia a lã utilizada em larga escala na produção têxtil do país. Os camponeses expulsos de
suas terras e sem ter para onde ir mudaram-se para as grandes cidades.

Sem nenhum tipo de qualificação, esses camponeses se viram obrigados a trabalhar nos
únicos locais que forneciam empregos — as indústrias. Assim, as indústrias que se
desenvolviam na Inglaterra tinham mão de obra excedente. Isso garantia aos patrões poder de
barganha, pois poderiam forçar os trabalhadores a aceitarem salários de fome por uma
jornada diária exaustiva.

A adesão dos trabalhadores às indústrias ocorreu de maneira massiva também por uma lei
inglesa que proibia às pessoas a “vadiagem”. Assim, pessoas que fossem pegas vagando pelas
ruas sem emprego poderiam ser punidas com castigos físicos e até mesmo com a morte, caso
fossem reincidentes.

Por último, destaca-se que o acaso e o fortuito também contribuíram para que a Inglaterra
despontasse pioneiramente. O desenvolvimento das máquinas e das indústrias apenas ocorreu
porque a Inglaterra tinha grandes reservas dos dois materiais essenciais para isso: o carvão e
o ferro. Com reservas de carvão e ferro abundantes, a Inglaterra pôde desenvolver sua
indústria desenfreadamente.

2.6.1 Fases da Revolução Industrial

A Revolução Industrial corresponde às modificações econômicas e tecnológicas que


consolidaram o sistema capitalista e permitiram o surgimento de novas formas de
organização da sociedade. As transformações tecnológicas, econômicas e sociais vividas na
Europa Ocidental, inicialmente limitadas à Inglaterra, em meados do século XVIII, tiveram
diversos desdobramentos, os quais podemos chamar de fases. Essas fases correspondem ao
processo evolutivo das tecnologias desenvolvidas e as consequentes mudanças
socioeconômicas. São elas:

o Primeira Revolução Industrial;

o Segunda Revolução Industrial;

o Terceira Revolução Industrial.

Primeira Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial refere-se ao processo de evolução tecnológica vivido


a partir do século XVIII na Europa Ocidental, entre 1760 e 1850, estabelecendo uma nova
relação entre a sociedade e o meio e possibilitando a existência de novas formas de produção
que transformaram o setor industrial, dando início a um novo padrão de consumo. Essa fase é
marcada especialmente pela:
o substituição da energia produzida pelo homem por energias como a vapor, eólica e
hidráulica;

o substituição da produção artesanal (manufatura) pela indústria (maquinofatura);

o existência de novas relações de trabalho.

o As principais invenções dessa fase que modificaram todo o cenário vivido na época
foram:

o utilização do carvão como fonte de energia;

o consequente desenvolvimento da máquina a vapor e da locomotiva;

o desenvolvimento do telégrafo, um dos primeiros meios de comunicação quase


instantânea.

"Segunda Revolução Industrial

O petróleo passou a ser utilizado na Segunda Revolução Industrial como fonte de energia
para o motor à combustão.
A Segunda Revolução Industrial refere-se ao período entre a segunda metade do século XIX
e meados do século XX, tendo seu fim durante a Segunda Guerra Mundial. A industrialização
avançou os limites geográficos da Europa Ocidental, espalhando-se por países como Estados
Unidos, Japão e demais países da Europa.

Compreende a fase de avanços tecnológicos ainda maiores que os vivenciados na primeira


fase, bem como o aperfeiçoamento de tecnologias já existentes. O mundo pôde vivenciar
diversas novas criações, que aumentaram ainda mais a produtividade e, consequentemente, os
lucros das indústrias. Houve nesse período, também, grande incentivo às pesquisas,
especialmente no campo da medicina.

As principais invenções dessa fase estão associadas ao uso do petróleo como fonte de
energia, utilizado na nova invenção: o motor à combustão. A eletricidade, que antes era
utilizada apenas para desenvolvimento de pesquisas em laboratórios, nesse período começou
a ser usada para o funcionamento de motores, com destaque para os motores elétricos e à
explosão. O ferro, que antes era largamente utilizado, passou a ser substituído pelo aço. Para
saber mais sobre a Segunda Revolução Industrial, clique aqui.

Terceira Revolução Industrial

A Terceira Revolução Industrial ficou conhecida como Revolução Tecnocientífica,


especialmente pelo desenvolvimento da robótica.
A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Tecnocientífica,
iniciou-se na metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Essa fase representa
uma revolução não só no setor industrial, visto que passou a relacionar o desenvolvimento
tecnológico voltado ao processo produtivo também ao avanço científico, deixando de limitar-
se apenas a alguns países e espalhando-se por todo o mundo.

As transformações possibilitadas pelos avanços tecnocientíficos são vivenciadas até os dias


atuais, e cada nova descoberta representa um novo patamar alcançado dentro dessa fase da
revolução, consolidando o que ficou conhecido como capitalismo financeiro. A introdução da
biotecnologia, robótica, avanços na área da genética, telecomunicações, eletrônica,
transporte, entre outras áreas, transformaram não só a produção, como também as relações
sociais, o modo de vida da sociedade e o espaço geográfico.

Todo esse desenvolvimento proporcionado pelos avanços obtidos nas diversas áreas
científicas se relaciona ao que chamamos de globalização: tudo converge para a diminuição
do tempo e das distâncias, ligando pessoas, lugares, transmitindo informações
instantaneamente, superando, então, os desafios e obstáculos que permeiam a localização
geográfica, as diferenças culturais, físicas e sociais. Para saber mais sobre a Terceira
Revolução Industrial, clique aqui.

2.6.2 O trabalhador na Revolução Industrial


A Revolução Industrial também gerou grandes transformações no modo de produção de
mercadorias. Antes do surgimento da indústria, a produção acontecia pelo modo de produção
manufatureiro, isto é, um modo de produção manual que utilizava a capacidade artesanal
daquele que produzia. Assim, a manufatura foi substituída pela maquinofatura.

Com a maquino fatura, não era mais necessária a utilização de vários trabalhadores
especializados para produzir uma mercadoria, pois uma pessoa manuseando as máquinas
conseguiria fazer todo o processo sozinha. Com isso, o salário do trabalhador despencou, uma
vez que não eram mais necessários funcionários com habilidades manuais.

Isso é evidenciado pela estatística trazida por Eric Hobsbawm que mostra como o salário do
trabalhador inglês caiu com o surgimento da indústria. O exemplo levantado foi Bolton,
cidade no oeste da Inglaterra. Lá, em 1795, um artesão ganhava 33 xelins, mas em 1815, o
valor pago havia caído para 14 xelins, e entre 1829 e 1834, esse salário havia despencado
para quase seis xelins.| Percebemos aqui uma queda brusca no salário, e esse se processo deu
em toda a Inglaterra.

Além do baixo salário, os trabalhadores eram obrigados a lidar com uma carga de trabalho
extenuante. Nas indústrias inglesas do período da Revolução Industrial, a jornada diária de
trabalho costumava ser de até 16 horas com apenas 30 minutos de pausa para o almoço. Os
trabalhadores que não aguentassem a jornada eram sumariamente substituídos por outros.

Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores, e constantemente acidentes


aconteciam. O acidente mais comum era quando os trabalhadores tinham seus dedos presos
nas máquinas, e muitos os perdiam. Os trabalhadores que se afastavam por problemas de
saúde poderiam ser demitidos e não receberiam seu salário. Só eram pagos os funcionários
que trabalhavam efetivamente.

Essa situação degradante fez com que os trabalhadores se mobilizassem pouco a pouco contra
seus patrões. Isso levou à criação das organizações de trabalhadores (mais conhecidas no
Brasil como sindicatos), chamadas na Inglaterra de trade unions. Os trabalhadores exigiam
melhorias salariais e redução na jornada de trabalho.

Representação de uma revolta de trabalhadores do século XIX, no contexto da Revolução


Industrial.
Cartismo e ludismo
Dois grandes movimentos de trabalhadores que surgiram dessas organizações foram o
ludismo e o cartismo.

O ludismo teve atuação destacada no período entre 1811 e 1816, e sua estratégia consistia em
invadir as fábricas e destruir as máquinas. Isso acontecia porque os adeptos do ludismo
afirmavam que as máquinas estavam roubando os empregos dos homens e, portanto,
deveriam ser destruídas.

O movimento cartista, por sua vez, surgiu na década de 1830 e lutava por direitos trabalhistas
e políticos para a classe de trabalhadores da Inglaterra. Uma das principais exigências dos
cartistas era o sufrágio universal masculino, isto é, o direito de que todos os homens
pudessem votar. Os cartistas também exigiam que sua classe tivesse representatividade no
Parlamento inglês.

A mobilização de trabalhadores resultou em algumas melhorias ao longo do século XIX. A


pressão exercida pelos trabalhadores dava-se, principalmente, por meio de greve. Uma das
melhorias mais sensíveis conquistadas pelos trabalhadores foi a redução da jornada de
trabalho para dez horas diárias.

A mobilização de trabalhadores enquanto classe, ou seja, pobres (proletários), não foi um


fenômeno que surgiu especificamente por causa da Revolução Industrial. Nas palavras de
Eric Hobsbawm, o enfrentamento dos patrões pelos trabalhadores aconteceu porque a
Revolução Francesa deu-lhes confiança para isso, enquanto “a Revolução Industrial trouxe a
necessidade de mobilização permanente.

2.6.3 Consequências da Revolução Industrial

A Revolução Industrial transformou não só o setor econômico e industrial, como também as


relações sociais, as relações entre o homem e a natureza, provocando alterações no modo de
vida das pessoas, nos padrões de consumo e no meio ambiente. Cada fase da revolução
representou diferentes transformações e consequências mediante os avanços obtidos em cada
período.

A Primeira Revolução Industrial representou uma nova organização no modo capitalista.


Nesse período houve um aumento significativo de indústrias, bem como o aumento da
produtividade (produção em menor tempo). O homem, ao ser substituído pela máquina, saiu
da zona rural para ir para as cidades em busca de novas oportunidades, dando início ao
processo de urbanização.

Esse processo culminou no crescimento desenfreado das cidades, na marginalização de boa


parte da população, bem como em problemas de ordem social, como miséria, violência, fome.
Nessa fase, também, a sociedade organizou-se em dois polos: de um lado, a burguesia, e do
outro, o proletariado.

A Segunda Revolução Industrial teve como principais consequências, mediante o maior


avanço tecnológico, o aumento da produção em massa em bem menos tempo,
consequentemente o aumento do comércio e modificação nos padrões de consumo. Muitos
países passaram a se industrializar, especialmente os mais ricos, dominando
economicamente, então, diversos outros (expansão territorial e exploração de matéria-prima).

O avanço nos transportes possibilitou maior e melhor escoamento de mercadorias e trânsito


de pessoas. Surgiram as grandes cidades e, com elas, também problemas como
superpopulação, aumento das doenças, desemprego, aumento da mão de obra barata e novas
relações de trabalho.

A Terceira Revolução Industrial e a nova integração entre ciência, tecnologia e produção


possibilitaram avanços na medicina; a invenção de robôs capazes de fazer um trabalho
extremamente minucioso e preciso; avanços na área da genética, trazendo novas técnicas que
melhoraram a qualidade de vida das pessoas; diminuição das distâncias entre os povos e a
maior difusão de notícias e informações por meio de novos meios de comunicação;
consolidação do capitalismo financeiro; e aumento do número de empresas multinacionais."

2.7 Revolução do Porto

A Revolução Liberal do Porto foi um movimento militar iniciado em 1820 e ocorrido


na cidade portuguesa de Porto.

Ela defendia a formação de uma monarquia constitucional, exigindo o retorno


imediato de Dom João VI, que estava no Brasil desde 1808. Além disso, os revolucionários
queriam a manutenção do Brasil como colônia de Portugal,

A Revolução Liberal do Porto foi um levante militar ocorrido em Portugal que exigiu
a formação de uma monarquia constitucional, a volta de Dom João VI e a recolonizarão do
Brasil.

A crise econômica em Portugal, logo após a expulsão das tropas francesas, provocou a
revolução que pretendia manter a colonização do Brasil e sua exploração.

As consequências da revolução foram a elaboração de uma Constituição, a volta de Dom


João VI para assiná-la e as pressões sobre o Brasil pela sua independência.

2.8 Revolução americana

A Revolução Americana, ou Revolução Americana de 1776, foi uma revolução político-


ideológica que ocorreu na América Britânica entre 1765 e 1791.[1] Teve suas raízes na
assinatura do Tratado de Paris, que, em 1763, finalizou a Guerra dos Sete Anos. Ao final do
conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Grã-Bretanha. Neste contexto, as treze
colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Hampshire,
Nova Jersey, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte,
Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a metrópole
britânica, pois, devido aos enormes gastos com a guerra, a metrópole aumentou a exploração
sobre essas áreas. Constituiu-se em batalhas desfechadas contra o domínio britânico.
Movimento de ampla base popular teve como principal motor a burguesia colonial e levou à
proclamação, no dia 4 de julho de 1776, da independência das Treze Colônias — os Estados
Unidos, primeiro país dotado de uma constituição política escrita codificada e ainda em uso.

2.8.1 Thomas Jefferson

As ações militares entre ingleses e os colonos americanos começam em março de


1775. No decorrer do conflito (Lexington, Concord e batalha de Bunker Hill), os
representantes das colônias reuniram-se no segundo Congresso de Filadélfia (1775) e Thomas
Jefferson, democrata de ideias avançadas, redigiu a Declaração da Independência dos Estados
Unidos, promulgada em 4 de julho de 1776, dando um passo irreversível. Procede-se também
à constituição de um exército, cujo comando é confiado ao fazendeiro George Washington.

Os britânicos, lutando a 5 500 km de casa, enfrentaram problemas de carência de


provisões, comando desunido, comunicação lenta, população hostil e falta de experiência em
combater táticas de guerrilha. A Aliança Francesa (1778) mudou a natureza da guerra, apesar
de ter dado uma ajuda apenas modesta; a Inglaterra, a partir de então, passou a se concentrar
nas disputas por territórios na Europa e nas Índias Ocidentais e Orientais.[2]
Os colonos tinham força de vontade, mas interesses divergentes e falta de
organização. Das colônias do sul, só a Virgínia agia com decisão. Os britânicos do Canadá
permaneceram fiéis ao Reino da Grã-Bretanha. Os voluntários do exército, alistados por um
ano, volta e meia abandonavam a luta para cuidar de seus afazeres. Os oficiais, geralmente
estrangeiros, não estavam envolvidos no conflito.

O curso da guerra pode ser dividido em duas fases a partir de 1778. A primeira fase, ao norte,
assistiu à captura de Nova York pelos ingleses (1776), além da campanha no vale do rio
Hudson para isolar a Nova Inglaterra, que culminou na derrota em Saratoga (1777), e a
captura de Filadélfia (1777), depois da vitória na batalha de Brandywine.

A segunda fase desviou as atenções britânicas para o sul, onde grande número de legalistas
podia ser recrutados. Filadélfia foi abandonada (1778) e Washington acampou em West Point
a fim de ameaçar os quartéis-generais britânicos em Nova York. Após a captura de
Charleston (1780) por Clinton, Cornwallis perseguiu em vão o exército do sul, sob a
liderança do general Greene, antes de seu próprio exército, exaurido, render-se em Yorktown,
Virgínia (outubro de 1781), terminando efetivamente com as hostilidades. A paz e a
independência do novo país (constituído pelas treze colónias da costa atlântica) foi
reconhecida pelo Tratado de Paris de 1783.

Apesar das frequentes vitórias, os britânicos não destruíram os exércitos de Washington ou de


Green e não conseguiram quebrar a resistência norte-americana.

Mais tarde, em 1812 e 1815, ocorreu uma nova guerra entre os Estados Unidos e o Reino
Unido. Essa guerra consolidou a independência norte-americana.
3.CONCLUSÃO

Concluímos que as revoluções, foram acontecimentos extremamente importantes para


a humanidade, pois mudou o processo produtivo, ou seja, os produtos deixaram de ser
manufaturados e passaram a ser maquino faturados, o permitiu uma produção em massa,
permitindo assim colocar mais e mais produtos no mercado e a preços muito mais atrativos.

A revolução é entendida, comumente, como uma transformação radical de


determinada estrutura política, social, econômica, cultural ou tecnológica, isto é, tudo o que
diz respeito à vida humana. Tal conceito é fundamental para se entender os períodos
históricos moderno e contemporâneo
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

o livro de história da 8ª classe;


o https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/revolucao-francesa.htm;
o https://www.infoescola.com/historia/movimento-das-nacionalidades/;
o https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Americana

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