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2.

5 Consequências da sociedade indústria

Essa revolução causa mudanças de espécies diversas. De um lado, o trabalho


humano, a relação do homem com seu trabalho foi profundamente afetados.

Nem sempre, como uma versão idealizada faz 146 História Contemporânea I
pensar, há um alívio no sofrimento dos homens. Num primeiro tempo, no século XIX, o
trabalho industrial é mais penoso que antes.

A revolução industrial modifica também as relações dos homens entre si. As


máquinas, com efeito, introduzem nas estruturas tradicionais a transformação do mapa da
indústria, que agora se reagrupa, ou se desenvolve – em torno das fontes de energia ou
das matérias-primas, perto das cidades, porque necessita de uma mão-de-obra numerosa.

A concentração geográfica e humana precipita a conjunção entre o fenômeno


urbano e a atividade propriamente industrial.

Essa mão-de-obra, em geral, vem dos campos. Aqui se juntam dois fenômenos,
que muitas vezes são estudados em separado: o crescimento da indústria, com a
concentração da mão-de-obra em torno das manufaturas, das fábricas, das minas, e o
êxodo rural que, progressivamente, esvazia os campos das populações que os
congestionavam.

Esses operários de origem rural, que vão formar os batalhões da nova indústria,
que enchem as manufaturas, as oficinas, não são, contudo, os herdeiros diretos dos
compagnons medievais ou dos artesãos das corporações: eles constituem uma classe
inteiramente nova, uma realidade social original, mesmo se nem todos os seus
contemporâneos tiveram consciência exata do fenômeno.

Ao mesmo tempo em que surge uma nova classe, as relações entre os grupos se
modificam pouco a pouco e, como por círculos concêntricos, os efeitos, diretos ou
induzidos, da industrialização vão se ampliando.

Como o crescimento das unidades industriais supõe a aplicação de capitais, vemos


também surgir uma categoria relativamente nova, a dos chefes de indústria, a dos
empresários, que dispõem de capitais ou fazem empréstimos.

Mas, enquanto entre o padrão do Antigo Regime e seus artífices a separação não
era intransponível, entre os novos patrões e os novos operários, o abismo que os separa
cada vez se aprofunda mais.

A disparidade dos gêneros de vida, a desigualdade dos recursos, acabam por criar
como que duas humanidades diferentes: de um lado, o capitalismo industrial, financeiro,
bancário, favorecido por dispositivos de lei, como na França a lei de 1867 sobre as
sociedades anônimas e, do outro lado, uma massa assalariada que não tem por si nada
mais além de sua capacidade de trabalho físico, que não tem nem reservas nem recursos,
mão-de-obra não qualificada, vinda em linha direta do campo à busca de trabalho,
obrigada a se acomodar ao primeiro serviço que encontra.

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A dissociação entre esses dois grupos de acentua e ganha todos os aspectos da vida social,
porque não é apenas dentro da fábrica que eles se diferenciam, mas ainda pelo acesso à
instrução, pela participação na vida política, pelo habitat.

No século XIX, surge uma forma de segregação sociológica desconhecida pelas


antigas cidades, que juntavam num mesmo espaço pessoas de todas as condições, às vezes
até nas mesmas casas.

Com o crescimento das cidades, os bairros elegantes diferenciam-se dos bairros


operários, dos subúrbios,

O Movimento Operário Aula 9 dos arrabaldes, em todas as grandes aglomerações


da Europa Ocidental ou Central. Existem, portanto, agora, duas populações que não se
encontram senão por ocasião do trabalho e não têm outra relação que as de mando e de
subordinação.

Elas poderiam ignorar-se, mas logo passam da dissociação para o antagonismo.


Seus interesses são contrários e o liberalismo concorre para contrapô-las.

O interesse dos patrões, evidentemente, é diminuir os salários; o dos trabalhadores


é defendê-los já que era impossível conseguir aumentos, pois a concorrência, que opõe
os empresários entre si, age em detrimento dos assalariados. A concorrência opõe os
assalariados entre si pela inexistência de acordos ou de convenções e a falta de empregos,
que coloca à disposição dos patrões um exército de reserva, no qual podem conseguir a
substituição dos eventuais grevistas, agrava ainda mais a dependência dos trabalhadores.
Eis o encadeamento de causas e de consequências que leva do uso do carvão e da
introdução da maquinaria à constituição de duas categorias antagônicas. Do técnico ao
sociológico, passando pelo econômico, através de planos sucessivos, pode-se reconstituir
uma das principais transformações da sociedade moderna. A princípio ela não afeta senão
regiões limitadas, tais como os grandes centros industriais britânicos dos fi ns do século
XVIII a França, sob a monarquia constitucional, e, na segunda metade do século, outras
partes da Europa, e ainda assim esporadicamente, porque temos de tomar cuidado para
não antecipar o que diz respeito à industrialização.

As condições de trabalho são as mais duras possíveis, pois não existe qualquer
limitação de tempo. Trabalha-se enquanto a claridade ou a luz do dia o permitir, ou seja,
até quinze ou dezesseis horas por dia.

Nunca se descansa, nem mesmo aos domingos; a supressão da maioria das festas
religiosas, dias santificados sob o Antigo Regime, reduzia ainda mais as possibilidades
de repouso dos trabalhadores.

No plano religioso, a continuidade do trabalho, colocando os operários na


impossibilidade de praticar e de observar os mandamentos, contribui para a
descristianização.

Não existe também limite de idade. As crianças são obrigadas a trabalhar desde
os mais tenros anos e os mais velhos não gozam de aposentadoria. Isso está de acordo
com as máximas do liberalismo, que quer que a liberdade da oferta e da procura não seja
entravada por nenhuma regra obrigatória. O que, aliás, não impede a existência, nas

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manufaturas, de regulamentos disciplinares de oficinas que sancionam a infração às
regras com descontos, multas, agravando ainda mais a situação material, já precária, se
se considerar a insalubridade dos locais, a insegurança do trabalho. Essas condições de
trabalho são agravadas pelas condições de habitat.

Os trabalhadores são obrigados a se contentar com os locais que a população lhes


abandona, cujo equivalente atual seria as favelas. Assim, há uma centena de anos, os
camponeses que chegavam do campo encontravam-se numa situação semelhante à dos
africanos do norte ou dos portugueses na Europa industrial de hoje. 148 História
Contemporânea I Enfim, os salários são igualmente baixos, visto não haver nenhuma
regulamentação, nenhuma fixação de salário, existindo à porta das fábricas uma multidão
de pessoas sem trabalho, pronta a aceitar não importa que condições.

De fato, no século XIX, a condição dos operários foi agravada por dois fatos
independentes da Revolução Industrial, do egoísmo dos proprietários e da falta de
organização dos explorados, e que são, de um lado, uma fase de depressão econômica e,
de outro lado, o impulso demográfico.

O encontro desses dois fenômenos com a Revolução Industrial fez da condição


operária no século XIX algo de espantoso. Com efeito, depois das guerras do Império, a
Europa entra numa dessas fases de depressão econômica que se repetem periodicamente
e que durará até 1851, ou seja, por mais de um terço do século.

A procura diminui justamente quando a capacidade de produção aumenta. As


empresas disputam entre si um mercado em vias de redução, tentam conter os preços de
venda e, portanto, fazem tudo para reduzir ainda mais a parte da remuneração salarial.

É assim que a depressão repercute sobre a renda dos trabalhadores. Como


consequência da revolução demográfica que se esboçava no século XVIII, a Europa
conhece, por outro lado, um rápido impulso demográfico.

A situação lembra a de numerosos países hoje em vias de desenvolvimento; não


se trata do único caso em que a comparação, com um século de intervalo, entre a Europa
da primeira metade do século XIX e a América Latina, a África Negra ou a Ásia atual é
esclarecedora.

Os dados não são idênticos, mas as tendências são análogas e nos ajudam a
compreender as causas e determinados aspectos da evolução da Europa no início da
revolução industrial.

O impulso demográfico, multiplicando o número dos trabalhadores disponíveis, o


uso das máquinas diminui as necessidades, multiplica os virtuais desempregados, o que
Marx chama de “exército de reserva do proletariado”.

Com a ameaça do desemprego tecnológico ou técnico tudo se une contra os


trabalhadores.

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Desse modo, fatores propriamente econômicos e demográficos, independentes do regime
jurídico e mesmo das intenções das partes aliciantes, contribuem para agravar a condição
dos operários no século XIX.

O pauperismo, grande fato da época, – cujos vestígios são encontrados na


literatura da época, desde Os Miseráveis aos romances de Dickens -, se impôs, como uma
evidência, à atenção. Presente em todas as grandes aglomerações industriais, ele inspira
uma legislação (as leis sobre os pobres, da Inglaterra), suscita movimento de piedade e
de simpatia, obras filantrópicas, as conferências de São Vicente de Paula, o romantismo
do miserabilíssimo.

2.6 Papel da sociedade indústria

No século XIX, através de um lento, mas irresistível movimento, um número


crescente de homens participa dos negócios públicos, se interessa por eles, contribui para
exercer pressões. Um pouco em toda parte entrevê-se o “fim dos notáveis”, a ascensão de
“novas camadas sociais”. Decerto que isto não significa que os cidadãos sejam realmente
iguais. Há, na prática, muitos pesos e muitas medidas.

O grande proprietário, o rico industrial, o banqueiro, mesmo que nas eleições


disponham apenas de uma voz, têm, para exercer influência na vida do Estado, meios que
a gente humilde não possui, a não ser suas relações pessoais com os políticos no poder.
Entretanto, cada vez teve menos capacidade para fazer “votar bem”.

O progresso da instrução, que em muitos países se torna obrigatório, leva os


humildes a descobrir que seus interesses forçosamente não coincidem com os dos grandes
locais. Partidos radicais e socialistas se constituem, reclamando uma melhor distribuição
da riqueza. Os ministros são cada vez menos recrutados na aristocracia.

Os duques, os lordes, em vez de governar, têm de travar duro combate defensivo


no qual perdem sucessivas posições. Esta evolução se opera numa relativa calma. A era
romântica das revoluções sangrentas chega ao fim, salvo a Rússia, onde, em todos os
domínios, a evolução é freada pela obstinação dos autocratas. Depois da Comuna de Paris,
em 1871, a França já não conhece a guerra civil.

A Inglaterra, a Alemanha, a Itália também a desconhecem. Os eleitores designam


os deputados, e estes, progressivamente, votam as grandes leis reformistas. Todavia,
nesse período sem revoluções, os revolucionários se organizam como jamais o fizeram,
em torno dos partidos socialistas que se proclamam altamente internacionalistas (a II
Internacional data de 1889).

Como a extensão dos poderes populares desenvolve simultaneamente, e em


profundeza os sentimentos nacionais surge então uma situação que parece geradora de
um conflito entre socialismo internacionalista e nacionalista. A crise de julho de 1914 vai
demonstrar de maneira brilhante que o nacionalismo vence por toda parte.

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2.7 Classe social que controla os meios de produção e lucra com o trabalho do
proletariado

A burguesia é a classe social que detém e controla os meios de produção. Ela


domina o proletariado e tudo ligado à política e a economia de uma sociedade. Sua
formação está associada ao surgimento do capitalismo. Surge com o final da Idade Média
e reconfiguração da sociedade como um todo, dando início a Idade Moderna e um novo
mundo.

Os burgos eram cidades medievais que foram se formando conforme a queda da


Idade Média. Os indivíduos que habitavam os burgos controlavam o mercado, o lucro e
o consumo dos outros indivíduos, principalmente aqueles que não habitavam essas
cidades. Com o passar do tempo, os burgueses foram controlando cada vez mais as
relações de mercado e assim, ascendendo ao poder.

É Karl Marx, filósofo alemão, que define a burguesia como a classe social
detentora dos meios de produção. Para ele, é por isso que ela se torna dominante da classe
operária, o proletariado.

2.7.1 Surgimento da burguesia

O surgimento da burguesia está diretamente ligado a alguns fatos históricos de


extrema relevância. A queda da Idade Média trouxe um novo modelo de sociedade
vigente, reconfigurando a política, a economia e as relações sociais entre os indivíduos.

A decadência da Idade Média trouxe uma série de movimentos que foram


importantes para reconfiguração da sociedade. A queda do feudalismo como sistema
organizacional da sociedade é um exemplo, assim como a Reforma Protestante.

Essa reconfiguração dá espaço a diversas mudanças. Esse período ficou conhecido com
Era Moderna que produziu um cenário perfeito para o surgimento da burguesia como
classe social.

A burguesia conquista espaço no poder e no controle político representando o livre


comércio, sem interferências, assim como as liberdades individuais de cada indivíduo,
bem como a escolha da própria religião e o modo de vida.

A expansão marítima que foi crescendo nessa época gerou a ampliação das
relações comerciais pelo mundo, fortalecendo também as relações entre os burgueses.
Essa ampliação das relações ligadas ao comércio, assim como as trocas comerciais, foi
uma das responsáveis pela ascensão da burguesia. No final da Idade Média, novas rotas
comerciais foram traçadas pelo Mar Mediterrâneo, ascendendo o status comercial e
lucrativo da burguesia.

No Renascimento Cultural, várias ideias filosóficas foram propagas na sociedade.


Essas ideias também contribuíram diretamente na formação da burguesia. O
Renascimento Cultural foi também responsável por dissolver o modelo de pirâmide social
vigente naquela época.

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Os burgos e sua ascensão transformaram as relações do clero e dos indivíduos
nobres com a sociedade em geral, assim como sua atuação. A burguesia era antes
pertencente ao povo e aos poucos foi conquistando o poder e tirando esse poder das mãos
das classes mais altas.

2.7.2 A burguesia e o proletariado

As teorias marxistas e socialistas trazem as definições das relações entre a


burguesia e o proletariado. Essas teorias foram estudas e apresentadas pelos filósofos Karl
Marx e Friedrich Engels.

Para esses filósofos, a burguesia é classe dominante do proletariado. Essas duas


classes são extremamente diferentes e distintas. Os burgueses dominaram os meios de
produção, assim como os lucros, tornando o proletariado a classe subalterna, que vende
sua força de trabalho.

O controle da burguesia sobre aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais


contribui diretamente para esse controle, que vai aparecer de forma injusta.

O socialismo e o marxismo definem o proletariado como a classe social


completamente dominada. Os trabalhadores produzem para o lucro dos patrões, os
burgueses. Essa relação de controle se configura também pela exploração.

2.7.3 O socialismo marxista

A definição do socialismo marxista é feita por Karl Marx e Friedrich Engels. Essa
corrente ideológica acabou inspirando importantes revoluções sociais pelo mundo, já que
os filósofos acreditavam que só uma revolução conseguiria mudar as relações de
exploração entre patrão e empregado.

Marx e Engels apresentam a teoria a partir das críticas feitas ao capitalismo e a


forma como ele é desenvolvido na sociedade. Para os filósofos, a sociedade era dividida
entre burgueses e proletariados.

Os burgueses eram aqueles que controlavam todos os meios de produção, assim


como os lucros provindo deles e os proletariados que atuavam na sociedade com sua força
de trabalho, mas sem receber um lucro justo por isso.

Foi no século XIX que a teoria foi formada, principalmente porque o mundo vivia
um contexto de ampla ascensão do capitalismo e do liberalismo econômico.

A burguesia conseguiu a sua ascensão nesse cenário. Assim, ela conseguiu não só
controlar as questões econômicas da sociedade, mas passaram também a controlar as
questões políticas, sociais e culturais.

Para conseguir ter tanto controle econômico, a burguesia foi cada vez mais
explorando os indivíduos pertencentes às classes mais baixas da sociedade. O
proletariado oferecia sua mão de obra e não recebia o valor justo pela sua força de
trabalho. Marx chamou de mais-valia essa relação entre o controle absoluto dos meios de
produção feito pelos burgueses, que lucravam com isso.

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Essa injustiça sofrida pelo proletariado serviu como para Marx e Engels. Eles passaram
a desenvolver as bases da teoria e defendia a ideia de que esse contexto não iria ser
modificado sem que houvesse uma revolução da classe oprimida pelos burgueses.

Marx defendia também a ideia de que seria necessário a união das classes
oprimidas, no que ele chamava de Revolução Socialista, baseada na luta armada. Sem
isso, Marx acredita que não seria possível mudar esse status.

A ideia era que os indivíduos proletariados se juntassem para tomar, através da


luta, os meios de produção e os poderes absolutos do Estado. Assim, eles iriam poder
representar os interesses de todos, tornando a sociedade mais justa para as classes mais
baixas.

O filósofo ainda entendia que essa revolução era um dos meios para se estabelecer
o comunismo como modelo de sociedade, o que para ele era o modelo ideal. O
comunismo entraria em cena para derrubar o capitalismo e poder absoluto dos burgueses.

Essa corrente ideológica inspirou grandes revoluções pelo mundo, como a


Revolução Russa e a Revolução Cubana. Apesar disso, também recebeu duras críticas
desde a sua formação.

2.8 Século XIX - Contrastes sociais

A partir de meados do século XIX, a produção agrícola aumentou devido ao


emprego de adubos químicos e à mecanização da agricultura. Os hábitos de higiene
progrediram com a vulgarização do sabão e das roupas de algodão. A medicina conheceu
avanços decisivos: as vacinas, a desinfecção, a anestesia. Estas mudanças provocaram a
diminuição da mortalidade, desencadeando uma verdadeira explosão demográfica.
Multidões de camponeses partiram para as cidades, onde surgiam diariamente
novos postos de trabalho. A própria expansão da rede ferroviária facilitava esse êxodo
rural.

O século XIX foi o século de triunfo da burguesia. Banqueiros e grandes indústrias


(os chamados “capitães da indústria”) acumularam fortunas incalculáveis.

No polo oposto da sociedade burguesa encontrava-se o operariado. A classe


operária ou proletário nasceu com a revolução industrial, ou seja, com o aparecimento da
máquina e da fábrica.

No século XIX em que dominava o liberalismo económico, o valor dos salários


dependia, tal como qualquer mercadoria, a da lei da oferta e da procura*. Ora como a
oferta de mão-de-obra era cada vez maior, os salários mantinham-se baixos e a ameaça
de desemprego era constante. A miséria rondava permanentemente os operários e as suas
famílias que, para sobreviverem, se sujeitavam. Ás mais duras condições de trabalho.
Muitas vezes, viam-se obrigados a empregar as próprias crianças nas fábricas e nas minas,
onde chegavam a trabalhar 15 horas por dia.

O proletariado cedo se revoltou embora de forma espontânea e desorganizada,


destruindo máquinas e fábricas que acusavam de ser a causa do desemprego e dos baixos

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salários. O fracasso destas primeiras lutas levou o operariado a organizar-se para defender
os seus interesses. Surgiram, na Grã-Bretanha, a partir de 1830, os primeiros sindicatos –
as Trade-Unions. Eram associações de operários que tinham por objectivo a conquista de
melhores salários e de melhores condições de trabalho. A sua arma de luta era a greve
.Os patrões respondiam-lhes com o lock-out (encerramento temporário de fábricas), os
despedimentos ou a repressão.

Desde o princípio de século XIX que muitos pensadores defendiam uma sociedade
mais justa, a sociedade socialista, onde não existisse a “exploração do homem pelo
homem”.

O filósofo alemão Karl Marx foi o mais importante pensador socialista. Para ele,
a história era uma constante luta de classes entre os exploradores: senhores e escravos,
nobres e servos, burgueses e proletários. O proletariado deveria combater a burguesia, a
fim de se apoderar do Estado para poder construir primeiro, uma sociedade socialista e
por fim o comunismo, ou seja, a sociedade igualitária sem classes. Apoiados nas doutrinas
socialistas os sindicatos intensificaram a luta. A força das greves e das manifestações
operárias permitiu alcançar, no final do século, triunfos decisivos: melhoria de salários;
descanso semanal; proibição de trabalho para os melhores de 12 anos; redução de horário
de trabalho para 10 e, depois, para 8 horas. Do ponto de vista político o movimento
sindical contribuiu para o fim do sufrágio censitário e para a conquista do sufrágio
universal. A aliança entre a ciência e a técnica tinha-se tornado um factor de progresso e
de bem-estar. O cientíssimo passou assim a dominar as mentalidades. Ao mesmo tempo,
foi-se afirmando a esperança de que a educação dos cidadãos poderia conduzir ao
progresso social. Por isso se passou a considerar a instrução pública como um dever do
Estado. Nos finais do século, já se instituíra, em muitos países industrializados, o ensino
primário obrigatório e gratuito. Esta medida correspondia, de resto, às novas necessidades
da sociedade industrial. Era preciso preparar os jovens para o trabalho e para o exercício
do direito de voto.

Diogo Graça e Rúben

A revolução Industrial alterou ainda profundamente as condições de vida do


trabalhador, provocando inicialmente uma intensa deslocação da população rural para as
cidades, criando enormes concentrações urbanas. A população de Londres passou de
800.000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. No início da
Revolução Industrial, os operários viviam em péssimas condições de vida e trabalho. O
ambiente das fábricas era insalubre, assim como os cortiços onde muitos trabalhadores
viviam. As jornadas de trabalho chegava a 80 horas semanais, e os salários variavam em
torno de 2,5 vezes o nível de subsistência. Para mulheres e crianças, submetidos ao
mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os salários eram ainda mais
baixos.
A produção em larga escala e dividida em etapas vai distanciar cada vez mais o
trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores domina apenas uma etapa
da produção. Como a produtividade do trabalho aumentava os salários reais dos
trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870

Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860


a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas
diárias em cinco dias de trabalho por semana

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3. CONCLUSÃO

Concluímos que, a sociedade industrial: a furguesa e o operariado, a partir desse


confronto cotidiano entre burguesia e operariado foi se desenvolvendo a sociedade
capitalista, dando fôlego á Revolução Industrial.

Durante o século XIX, novos mercados consumidores e de fornecimento de


matérias-primas foram conquistados no que se convencionou chamar de imperialismo.

A sociedade Industrial é o resultado das lutas dos trabalhadores em busca de


reformas que humanizassem o capitalismo. A sociedade Industria foi, aos poucos, se
transformando em busca de melhorias nas condições de vida do trabalhador

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• ARRUDA, José Jobson de A, e PILETTI, Nelson. Toda a História. História

Geral: Ática, 1999. CANÊDO, Letícia Bicalho;

• A Revolução Industrial: tradição e ruptura: adaptação da economia e da

sociedade: rumo a um mundo industrializado. São Paulo: Atual; Campinas, SP:

Editora da universidade estadual de campinas, 1986. (discutindo a história);

• costa, luís césar amad e mello, leonel itaussu; da sociedade industria ;

• https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/08412502122015Historia_Con

temporanea_I_Aula_9.pdf .

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