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Nem sempre, como uma versão idealizada faz 146 História Contemporânea I
pensar, há um alívio no sofrimento dos homens. Num primeiro tempo, no século XIX, o
trabalho industrial é mais penoso que antes.
Essa mão-de-obra, em geral, vem dos campos. Aqui se juntam dois fenômenos,
que muitas vezes são estudados em separado: o crescimento da indústria, com a
concentração da mão-de-obra em torno das manufaturas, das fábricas, das minas, e o
êxodo rural que, progressivamente, esvazia os campos das populações que os
congestionavam.
Esses operários de origem rural, que vão formar os batalhões da nova indústria,
que enchem as manufaturas, as oficinas, não são, contudo, os herdeiros diretos dos
compagnons medievais ou dos artesãos das corporações: eles constituem uma classe
inteiramente nova, uma realidade social original, mesmo se nem todos os seus
contemporâneos tiveram consciência exata do fenômeno.
Ao mesmo tempo em que surge uma nova classe, as relações entre os grupos se
modificam pouco a pouco e, como por círculos concêntricos, os efeitos, diretos ou
induzidos, da industrialização vão se ampliando.
Mas, enquanto entre o padrão do Antigo Regime e seus artífices a separação não
era intransponível, entre os novos patrões e os novos operários, o abismo que os separa
cada vez se aprofunda mais.
A disparidade dos gêneros de vida, a desigualdade dos recursos, acabam por criar
como que duas humanidades diferentes: de um lado, o capitalismo industrial, financeiro,
bancário, favorecido por dispositivos de lei, como na França a lei de 1867 sobre as
sociedades anônimas e, do outro lado, uma massa assalariada que não tem por si nada
mais além de sua capacidade de trabalho físico, que não tem nem reservas nem recursos,
mão-de-obra não qualificada, vinda em linha direta do campo à busca de trabalho,
obrigada a se acomodar ao primeiro serviço que encontra.
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A dissociação entre esses dois grupos de acentua e ganha todos os aspectos da vida social,
porque não é apenas dentro da fábrica que eles se diferenciam, mas ainda pelo acesso à
instrução, pela participação na vida política, pelo habitat.
As condições de trabalho são as mais duras possíveis, pois não existe qualquer
limitação de tempo. Trabalha-se enquanto a claridade ou a luz do dia o permitir, ou seja,
até quinze ou dezesseis horas por dia.
Nunca se descansa, nem mesmo aos domingos; a supressão da maioria das festas
religiosas, dias santificados sob o Antigo Regime, reduzia ainda mais as possibilidades
de repouso dos trabalhadores.
Não existe também limite de idade. As crianças são obrigadas a trabalhar desde
os mais tenros anos e os mais velhos não gozam de aposentadoria. Isso está de acordo
com as máximas do liberalismo, que quer que a liberdade da oferta e da procura não seja
entravada por nenhuma regra obrigatória. O que, aliás, não impede a existência, nas
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manufaturas, de regulamentos disciplinares de oficinas que sancionam a infração às
regras com descontos, multas, agravando ainda mais a situação material, já precária, se
se considerar a insalubridade dos locais, a insegurança do trabalho. Essas condições de
trabalho são agravadas pelas condições de habitat.
De fato, no século XIX, a condição dos operários foi agravada por dois fatos
independentes da Revolução Industrial, do egoísmo dos proprietários e da falta de
organização dos explorados, e que são, de um lado, uma fase de depressão econômica e,
de outro lado, o impulso demográfico.
Os dados não são idênticos, mas as tendências são análogas e nos ajudam a
compreender as causas e determinados aspectos da evolução da Europa no início da
revolução industrial.
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Desse modo, fatores propriamente econômicos e demográficos, independentes do regime
jurídico e mesmo das intenções das partes aliciantes, contribuem para agravar a condição
dos operários no século XIX.
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2.7 Classe social que controla os meios de produção e lucra com o trabalho do
proletariado
É Karl Marx, filósofo alemão, que define a burguesia como a classe social
detentora dos meios de produção. Para ele, é por isso que ela se torna dominante da classe
operária, o proletariado.
Essa reconfiguração dá espaço a diversas mudanças. Esse período ficou conhecido com
Era Moderna que produziu um cenário perfeito para o surgimento da burguesia como
classe social.
A expansão marítima que foi crescendo nessa época gerou a ampliação das
relações comerciais pelo mundo, fortalecendo também as relações entre os burgueses.
Essa ampliação das relações ligadas ao comércio, assim como as trocas comerciais, foi
uma das responsáveis pela ascensão da burguesia. No final da Idade Média, novas rotas
comerciais foram traçadas pelo Mar Mediterrâneo, ascendendo o status comercial e
lucrativo da burguesia.
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Os burgos e sua ascensão transformaram as relações do clero e dos indivíduos
nobres com a sociedade em geral, assim como sua atuação. A burguesia era antes
pertencente ao povo e aos poucos foi conquistando o poder e tirando esse poder das mãos
das classes mais altas.
A definição do socialismo marxista é feita por Karl Marx e Friedrich Engels. Essa
corrente ideológica acabou inspirando importantes revoluções sociais pelo mundo, já que
os filósofos acreditavam que só uma revolução conseguiria mudar as relações de
exploração entre patrão e empregado.
Foi no século XIX que a teoria foi formada, principalmente porque o mundo vivia
um contexto de ampla ascensão do capitalismo e do liberalismo econômico.
A burguesia conseguiu a sua ascensão nesse cenário. Assim, ela conseguiu não só
controlar as questões econômicas da sociedade, mas passaram também a controlar as
questões políticas, sociais e culturais.
Para conseguir ter tanto controle econômico, a burguesia foi cada vez mais
explorando os indivíduos pertencentes às classes mais baixas da sociedade. O
proletariado oferecia sua mão de obra e não recebia o valor justo pela sua força de
trabalho. Marx chamou de mais-valia essa relação entre o controle absoluto dos meios de
produção feito pelos burgueses, que lucravam com isso.
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Essa injustiça sofrida pelo proletariado serviu como para Marx e Engels. Eles passaram
a desenvolver as bases da teoria e defendia a ideia de que esse contexto não iria ser
modificado sem que houvesse uma revolução da classe oprimida pelos burgueses.
Marx defendia também a ideia de que seria necessário a união das classes
oprimidas, no que ele chamava de Revolução Socialista, baseada na luta armada. Sem
isso, Marx acredita que não seria possível mudar esse status.
O filósofo ainda entendia que essa revolução era um dos meios para se estabelecer
o comunismo como modelo de sociedade, o que para ele era o modelo ideal. O
comunismo entraria em cena para derrubar o capitalismo e poder absoluto dos burgueses.
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salários. O fracasso destas primeiras lutas levou o operariado a organizar-se para defender
os seus interesses. Surgiram, na Grã-Bretanha, a partir de 1830, os primeiros sindicatos –
as Trade-Unions. Eram associações de operários que tinham por objectivo a conquista de
melhores salários e de melhores condições de trabalho. A sua arma de luta era a greve
.Os patrões respondiam-lhes com o lock-out (encerramento temporário de fábricas), os
despedimentos ou a repressão.
Desde o princípio de século XIX que muitos pensadores defendiam uma sociedade
mais justa, a sociedade socialista, onde não existisse a “exploração do homem pelo
homem”.
O filósofo alemão Karl Marx foi o mais importante pensador socialista. Para ele,
a história era uma constante luta de classes entre os exploradores: senhores e escravos,
nobres e servos, burgueses e proletários. O proletariado deveria combater a burguesia, a
fim de se apoderar do Estado para poder construir primeiro, uma sociedade socialista e
por fim o comunismo, ou seja, a sociedade igualitária sem classes. Apoiados nas doutrinas
socialistas os sindicatos intensificaram a luta. A força das greves e das manifestações
operárias permitiu alcançar, no final do século, triunfos decisivos: melhoria de salários;
descanso semanal; proibição de trabalho para os melhores de 12 anos; redução de horário
de trabalho para 10 e, depois, para 8 horas. Do ponto de vista político o movimento
sindical contribuiu para o fim do sufrágio censitário e para a conquista do sufrágio
universal. A aliança entre a ciência e a técnica tinha-se tornado um factor de progresso e
de bem-estar. O cientíssimo passou assim a dominar as mentalidades. Ao mesmo tempo,
foi-se afirmando a esperança de que a educação dos cidadãos poderia conduzir ao
progresso social. Por isso se passou a considerar a instrução pública como um dever do
Estado. Nos finais do século, já se instituíra, em muitos países industrializados, o ensino
primário obrigatório e gratuito. Esta medida correspondia, de resto, às novas necessidades
da sociedade industrial. Era preciso preparar os jovens para o trabalho e para o exercício
do direito de voto.
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3. CONCLUSÃO
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/08412502122015Historia_Con
temporanea_I_Aula_9.pdf .
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