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Turma:____________ Professor(a)____________________________

Data: ___/___/____ Obs.:____________________________________

APOSTILA

TEMA: INDUSTRIALIZAÇÃO/ MOBILIZAÇÕES E REVOLTAS DURANTE A PRIMEIRA


REPÚBLICA

MODULO 01, PÁGS: 358 – 364

A economia do café também foi responsável por impulsionar a indústria brasileira. Parte de
seus lucros foi utilizada para a formação de fábricas que forneciam produtos necessários para o
complemento da exportação do café como a produção de sacarias ou, ainda, para o fornecimento de
mercadorias para a sociedade brasileira como tecidos e calçados. A atração de mão de obra
imigrante, com o objetivo de substituir o trabalho escravo, formou um contingente de trabalhadores
assalariados. Isso criou um mercado consumidor interno com condições e necessidade de adquirir
produtos variados. Iniciada em meados do século XIX, essa cadeia econômica fortaleceu-se no
século XX e proporcionou a melhoria de muitos serviços urbanos, como o sistema de transportes
com bondes elétricos, a iluminação pública a gás, o sistema de distribuição de água, além da
instalação de serviços de telefonia.

Do mesmo modo, a circulação de materiais impressos, como livros e jornais, foi ganhando
cada vez mais espaço. Esse surto industrial concentrou-se na região Sudeste do Brasil,
especialmente em São Paulo, por ser o principal produtor de café, e em outras regiões com força
econômica, com destaque para Manaus e Belém, com o látex, e Porto Alegre, com o charque. As
principais indústrias eram de bens de consumo não duráveis, como utensílios domésticos, vestuário
e alimentos. A fabricação desses produtos não exigia grandes investimentos em tecnologias
sofisticadas, contribuindo para a rápida lucratividade dos empresários. Com o início da Grande
Guerra, em 1914, o setor de exportação dessas mercadorias também foi favorecido. A indústria
brasileira beneficiou-se com a abertura do mercado consumidor da Europa e dos Estados Unidos,
afetados pela escassez de sua própria produção, então voltada à guerra. Além disso, as importações
de produtos dessas regiões tornaram-se muito caras, o que aumentou a fabricação nacional para
suprir as necessidades internas de consumo.

Questão operária

A indústria brasileira teve um incremento de mão de obra graças à imigração e à abolição da


escravidão, em 1888. O novo trabalhador assalariado, no entanto, vivia sem direitos sociais, com
uma rotina desgastante: cargas horárias que chegavam a 12 horas por dia, sem direito a férias,
descanso semanal, tratamento de saúde, aposentadoria ou indenizações, nos casos de acidentes de
trabalho. Mulheres e crianças também eram empregadas, ganhando muito menos que um
trabalhador adulto e do gênero masculino. As fábricas eram ambientes com pouca ventilação,
escuros e sujeitos à proliferação de doenças. Como recebiam baixos salários, os trabalhadores se
sujeitavam a viver em cortiços  habitações coletivas que abrigavam muitos operários e suas
famílias em espaços minúsculos. Sem políticas de governo para enfrentar essas situações, os
próprios trabalhadores traçavam estratégias para conseguir, ao menos, amenizar seus problemas.

Diante dessas necessidades, ao final do século XIX começaram a surgir as primeiras


associações de auxílio aos trabalhadores. No século XX, essas organizações formaram outras
frentes para a luta por direitos, como ligas, sindicatos e partidos políticos. Com a chegada de
imigrantes europeus, as ideias anarquistas, socialistas e comunistas também se instalaram no país.
Adeptos de uma revolução que libertasse os trabalhadores de toda e qualquer opressão e a
instituição de uma sociedade igualitária, seu principal meio de organização eram os sindicatos. Por
meio deles, organizavam-se greves, manifestações e boicotes. Chegaram a fundar jornais para a
veiculação de suas causas e inaugurar escolas com o objetivo de criar as bases para uma nova
sociedade. Um dos grandes momentos da atuação sindicalista, na Primeira República, foi a Greve
Geral de 1917. Tendo início na cidade de São Paulo, a greve se espalhou pelo estado, chegando ao
Rio de Janeiro e a Porto Alegre. Em razão da Grande Guerra, cresceu a demanda por produção, o
que aumentou a carga horária e o custo de vida dos trabalhadores, sem o respectivo reajuste salarial.
A organização política não tardou a aparecer. Insatisfeitos, os trabalhadores realizaram muitas
outras greves nesse período. As lideranças dos movimentos queriam eleger parlamentares que
pudessem legislar pela causa dos trabalhadores, instituindo leis que atendessem às suas
necessidades. Essa greve foi essencial para mostrar a força e a capacidade de organização dos
trabalhadores, pois nunca na história brasileira uma greve geral havia provocado um impacto tão
grande.

Conquistas importantes, como a Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT), na década de


1940, são consequência também do movimento grevista de 1917. Em destaque, os imigrantes
italianos e alemães veiculavam suas ideias por meio de panfletos e jornais, buscando apoio dos
operários. Inspiradas na Revolução Russa de 1917, as correntes socialistas ganharam força no
movimento operário. Em 1922, foi fundado o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sob influência
marxista, o partido buscava entender as características do Capitalismo brasileiro e defendia a
instituição do Socialismo, por meio da revolução. O governo não via a organização dos
trabalhadores com bons olhos. O presidente Washington Luís declarou que “questões sociais eram
caso de polícia”. Ou seja, todas as atuações operárias foram duramente reprimidas pelo governo. O
PCB foi colocado na ilegalidade e muitos dos atos dos trabalhadores ocasionaram violência e
prisões de seus líderes.

Vinda dos imigrantes

A imigração europeia para o Brasil intencionou-se a partir do surgimento das leis que
aboliram o tráfico de escravizados no oceano Atlântico, em meados do século XIX. Com o passar
dos anos, essas leis forçaram ainda mais os senhores de terras, principalmente os cafeicultores, a
buscar alternativas para suprir sua necessidade de mão de obra. Além da questão do trabalho, no
final do século, muitos intelectuais e dirigentes da nação passaram a aceitar os ideais eugenistas e
viam como necessidade urgente trazer imigrantes e no período republicano, foi muito praticada a

imigração subvencionada, ou seja, financiada pelo governo, que fornecia as passagens e


hospedagens aos imigrantes. Com o princípio federalista, os governos estaduais tinham autonomia
para trazer contingentes de imigrantes para seus próprios estados. Caso não tivessem recursos
disponíveis, pediam ao governo federal que os auxiliasse. Graças a essa política, o Brasil recebeu,
nesse período, muitos imigrantes de diversas partes da Europa: italianos, alemães, portugueses,
espanhóis, poloneses, ucranianos, entre outros e até da Ásia, destacando-se os japoneses, os sírios e
os libaneses.

Os imigrantes buscavam melhores condições de vida e chegavam ao país com muitos sonhos
e ideais. Chegada de imigrantes ao porto de Santos em 1900. Para atrair a imigração, além da
subvenção, o governo brasileiro investia na propaganda de que, com um tempo de trabalho nas
lavouras, seria possível ao imigrante guardar dinheiro para adquirir sua própria terra. Alguns deles
planejavam retornar ao país de origem, levando consigo os supostos lucros que teriam com suas
atividades. A realidade, no entanto, era outra. O trabalho era árduo e raramente sobrava algum
dinheiro. Nem toda mão de obra foi absorvida na área rural. O desenvolvimento das indústrias nos
centros urbanos também atraía os trabalhadores imigrantes. A grande oferta de mão de obra
resultava no pagamento de salários baixos, pois a concorrência entre os trabalhadores barateou o
valor dos serviços prestados. Além disso, as próprias crises de superprodução do café fizeram com
que muitos imigrantes tentassem a vida na cidade, estabelecendo-se em núcleos urbanos. É
importante ressaltar que os trabalhadores negros eram rejeitados na maior parte dos postos de
trabalho no período pós-abolição, em virtude do racismo que marcava a sociedade brasileira, o que
dificultou sua integração como pessoas livres e trouxe consequências sociais até os dias de hoje.

ATIVIDADES ( RESPONDA NO CADERNO)

1) De quais maneiras a economia cafeeira estimulou a indústria no Brasil?

2) Elenque três melhorias promovidas na sociedade brasileira com base na economia cafeeira.

3) Qual era a situação dos trabalhadores no período da Primeira República?

4) Explique a partir de qual momento a busca por imigrantes foi iniciada no Brasil.

5) Explique como a imigração subvencionada funcionava e como ela favorecia tanto imigrantes

como donos de terras.

6) Avalie os motivos pelos quais nem todos os imigrantes se fixaram nas áreas rurais.
7) A imigração para o Brasil é vista como um processo positivo ou negativo? Por quê?

8) Como a imigração contribuiu para a formação da identidade cultural brasileira?

9) Quais são os principais desafios enfrentados pelos imigrantes no Brasil?

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