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Industrial
• Porém, esse tipo de organização nem sempre existiu. Por um longo período da
história humana, as empresas possuíam um alcance muito mais limitado. Foi
somente a partir do século XIX, em virtude das diversas transformações
tecnológicas e da descoberta de novas fontes de energia, que as empresas
começaram a ampliar seu alcance e poder econômico.
• Apesar das grandes mudanças ocorridas nesse período, as primeiras indústrias tinham uma considerável restrição: elas dependiam exclusivamente da queima do
carvão para obter a energia necessária para alimentar seu maquinário e produzir suas mercadorias. Além disso, as matérias-primas disponíveis para a construção das
máquinas eram limitadas.
• Essa situação começou a mudar em meados do século XIX, quando foram desenvolvidas novas tecnologias que permitiram a criação de equipamentos mais potentes e
diversificados.
• Outra inovação tecnológica desse período que
provocou transformações muito profundas na
sociedade foi a eletricidade, o telégrafo elétrico (c.
1830) e o telefone (1876), e novos meios de
transporte, como o bonde elétrico (1874).
• intenso crescimento da venda de produtos industrializados em diversas partes do mundo, observado a partir da segunda metade do
século XIX, proporcionou aos burgueses um rápido enriquecimento, favorecendo a formação de grandes conglomerados e o
desenvolvimento de um sistema bancário cada vez mais complexo, estruturado para promover a expansão da indústria.
• Nesse cenário, os burgueses ganharam força política e adquiriram uma participação cada vez mais ativa nos governos de diversos
países da Europa, dos Estados Unidos e de outras regiões do mundo afetadas pela industrialização.
• O avanço industrial também fortaleceu Estados nacionais.
Os Estados • EUA, Japão e países europeus passaram a investir parte das riquezas geradas com as indústrias na
ampliação do Exército e da Marinha.
se • A partir da segunda metade do século XIX, ocorreu uma verdadeira corrida armamentista: munições cada
fortalecem vez mais letais eram desenvolvidas, e as nações industrializadas aumentaram significativamente seus
arsenais de guerra.
• Isso contribuiu para elevar as tensões mundiais e criar grande rivalidade entre as principais potências
industriais do mundo.
As cidades crescem
• Uma importante transformação decorrente da Segunda Revolução Industrial foi o expressivo crescimento urbano.
• Grande parte da população rural dos países que se industrializavam se deslocou para as cidades em busca de melhores condições de vida e de trabalho. Isso fez com que a
quantidade de pessoas que vivia no espaço urbano começasse a ultrapassar a que vivia no campo.
• Muitas cidades se modernizaram; porém, as pessoas mais pobres que nelas viviam foram afastadas das regiões centrais, sendo obrigadas a se deslocar para regiões mais
periféricas.
• O crescimento econômico, aceleração das comunicações, expansão das cidades e fortalecimento dos Estados, criou-se, em uma parcela da sociedade, um clima de grande
otimismo e expectativa em relação ao futuro.
• Muitos intelectuais, jornalistas e políticos passaram a defender que o mundo caminhava rapidamente na direção do progresso e que seria possível superar todos os
problemas sociais em poucas décadas.
A difícil realidade dos
trabalhadores
• A Segunda Revolução Industrial intensificou as desigualdades sociais da época. Enquanto a
burguesia se beneficiava diretamente das transformações promovidas pela industrialização, o
mesmo não acontecia com os trabalhadores.
• O crescimento das indústrias e das cidades fez com que uma parcela cada vez maior de
trabalhadores passasse a depender das atividades industriais, tornando-se operários nas novas
fábricas. Esse tipo de atividade, porém, não garantia salários dignos, e os trabalhadores tinham
poucos direitos assegurados por lei.
• As cidades cresciam rapidamente e os salários dos operários eram baixos, era comum estes
enfrentarem dificuldades para pagar por moradias adequadas. Por isso, muitos viviam em
cortiços, favelas ou outras habitações precárias, com péssimas condições sanitárias e de
higiene. Esse ambiente favorecia a disseminação de epidemias e afetava a expectativa de vida
da classe trabalhadora.
• Foi nesse contexto que as ideias socialistas e anarquistas começaram a se difundir entre muitos
trabalhadores urbanos e entre representantes das classes médias que se indignavam com a
intensificação das desigualdades sociais.
• Essas ideias começaram a se formar a partir da Primeira Revolução Industrial, mas foi durante
a segunda metade do século XIX que elas se tornaram a principal forma de crítica ao mundo
industrial.
• Inspirados por essas ideias, muitos indivíduos passaram a se organizar para lutar pelo fim da
propriedade privada e da desigualdade social e contra a exploração dos trabalhadores nas
fábricas e no campo. Foram formados, então, diversos sindicatos e também os primeiros
partidos políticos que defendiam os interesses do proletariado.
Lutas operárias
No início do processo de industrialização, não existiam leis regulamentando as relações trabalhistas. Assim, os donos das fábricas podiam estipular as
regras que desejassem: pagavam salários muito baixos, estabeleciam jornadas de trabalho bastante longas, contratavam crianças para atividades
perigosas, entre outros abusos. Além disso, as fábricas tinham um ambiente insalubre, o que provocava sérios danos aos trabalhadores.
A classe operária, contudo, passou a exigir mudanças. Os operários começaram a organizar sindicatos e outras associações de trabalhadores. Assim,
surgiram movimentos de trabalhadores em diferentes regiões do planeta para pressionar os governos e os empresários por mudanças.
A principal estratégia de luta foram as greves, por meio das quais os trabalhadores paralisavam as fábricas, prejudicando os negócios da burguesia.
Esse tipo de estratégia ajudou na regulamentação dos direitos trabalhistas, mas também foi duramente reprimida pelas autoridades. A repressão
policial era comum, e muitos operários morreram durante a organização de greves e protestos.
As greves, as passeatas, os protestos e a organização política dos operários obtiveram várias
conquistas na regulamentação dos direitos de sua classe e de outros trabalhadores.
Lentamente, os países industriais passaram a criar leis que proibiam o trabalho infantil,
estabeleciam os valores mínimos de salário e a duração máxima da jornada diária, entre
outras. Além disso, os empresários foram obrigados a melhorar o ambiente nas fábricas e a
garantir melhores condições de trabalho.
Comuna de Paris
• Muitos trabalhadores defendiam mudanças mais radicais, já que os novos direitos não eram suficientes para superar as desigualdades sociais. Foi esse tipo de
ideal que ajudou na organização de movimentos revolucionários que defendiam uma profunda transformação da sociedade.
• Um dos principais movimentos desse tipo ocorreu na cidade de Paris em 1871, e por essa razão ficou conhecido como Comuna de Paris.
• A burguesia francesa se organizou para ocupar o novo governo. Porém, os trabalhadores de Paris também se articularam para tentar criar um governo
revolucionário na cidade e, posteriormente, em todo o país. Com o apoio da Guarda Nacional de Paris, um setor das Forças Armadas francesas, os
trabalhadores conquistaram a prefeitura da cidade. Os burgueses e seus aliados foram obrigados a abandonar Paris em março de 1871
• Paris ficou sob o controle dos trabalhadores, que, influenciados pelas ideias anarquistas e socialistas, passaram a organizar um governo igualitário e com
propostas revolucionárias.
• Em maio de 1871, tropas do governo invadiram a capital francesa e provocaram um grande massacre. Milhares de trabalhadores foram mortos em
combates ou fuzilados após se renderem.
• Depois do massacre, o governo republicano recuperou o controle de Paris e conseguiu se consolidar no poder. Porém, os ideais da Comuna não morreram
com o movimento e se tornaram um símbolo importante da luta dos trabalhadores.
• Esse breve governo passaria a ser visto como a primeira experiência revolucionária dos operários e iria inspirar o surgimento de novos movimentos
semelhantes no início do século XX.
a Comuna de Paris.
Até a próxima aula!!
Prof.: Marcelo Ponciano