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MÓDULO I
my_location O Segundo Reinado (1840-1889);
MÓDULO II
my_location A República Velha e a Política Café com Leite;
MÓDULO III
my_location A Era Vargas;
Definição
Estudaremos o período histórico situado entre o fim do Segundo Reinado até a Era
Vargas a fim de investigarmos os processos históricos responsáveis pela formação da
economia brasileira.
Objetivos
MÓDULO I
my_locationAvaliar a prosperidade econômica do Brasil no Segundo Reinado;
MÓDULO II
my_locationResumir as principais realizações dos presidentes brasileiros durante a
República Velha;
MÓDULO III
my_location Identificar os principais problemas da economia brasileira durante o
Governo Provisório;
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Podemos ordenar uma série de fatos históricos responsáveis pelo pico da produção
cafeeira na economia do Brasil durante o Segundo Reinado:
As tropas napoleônicas invadiram Portugal
I
O enfrentamento do tráfico ilegal de escravos oriundos da África.
II
A Revolta Praieira
(6 de novembro de 1848),
um conflito entre facções políticas locais em Pernambuco.
III
A Guerra do Paraguai
(ou Guerra da Tríplice Aliança).
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A Proclamação da República
Em termos gerais, os principais resultados da Guerra do Paraguai foram a perda de
recursos financeiros e o fortalecimento da classe militar. Seus combatentes, por
sua vez, eram oriundos de todas as classes da sociedade brasileira: ricos, pobres,
negros, brancos, mestiços etc. Eles se uniram para enfrentar não apenas o inimigo,
mas também outras adversidades, como as doenças, a fome e a distância de seus
familiares. Isso gerou um sentimento de unidade nunca experimentado entre os
brasileiros.
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Neste momento, o país não era mais o mesmo, estando dividido em diferentes classes
sociais:
Comentário
Primeiro-Ministro do Império, Visconde de Ouro Preto se posicionava contra o
militarismo.
Influenciado por uma falsa notícia espalhada pelo major Solon Ribeiro de que D.
Pedro II havia ordenado a sua prisão, o marechal Deodoro da Fonseca assumiu a
frente das tropas da Proclamação da República; assim, em 15 de novembro de 1889,
ele destituiu D. Pedro II, assumindo o poder por meio de um governo provisório
republicano: a primeira república brasileira.
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A Proclamação da República (Fonte: Wikipédia).
Por volta de 1850, alguns brasileiros ricos tentaram exercer algumas atividades
fabris no país. Eles ainda não podiam ser considerados capitalistas, pois, no
geral, eram utilizados equipamentos primitivos e mão de obra escrava. Em 1850,
havia 74 empresas – 50 delas na capital e na província do Rio de Janeiro, que era
então a capital do próprio país – produzindo os seguintes itens e artigos:
Chapéus;
Círios;
Sabão;
Cerveja;
Cigarros;
Tecidos de Algodão.
Entre esses embriões industriais, houve algumas raras exceções de grande sucesso,
como o estaleiro instalado pelo Visconde de Mauá em Niterói em 1850. Já apontamos
algumas consequências do fim do tráfico negreiro neste ano, como o direcionamento
de seus capitais para outras iniciativas empresariais. A abolição da escravatura
foi um forte elemento impulsionador na formação da indústria no Brasil.
Leitura
Conheça um pouco sobre a história e o legado de um dos maiores empreendedores que
impulsionou o Brasil rumo à industrialização: Visconde de Mauá.
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1. República da Espada
1889 - 1891
1891 - 1894
Floriano Peixoto
Vice-presidente no governo anterior, Floriano Peixoto contrariou a Constituição
Federal de 1891 ao assumir o poder após a renúncia de Deodoro. Ele reprimiu com mão
de ferro quem fosse contrário ao seu governo.
1898 - 1902
1902 - 1906
Além da questão sanitária, outros tópicos tratados pelo governo geraram celeuma na
época. Destacaremos dois deles a seguir:
Compra do Acre;
Primeira crise de superprodução de café do século XX (ela só seria resolvida com o
convênio de Taubaté, executado no governo de Afonso Pena).
1906 - 1909
1909 - 1910
1910 - 1914
1914 - 1918
1918 - 1919
1918 - 1919
1919 - 1922
1922 - 1926
1926-1930
Contrapondo-se à vontade dos mineiros, escolheu o paulista Júlio Prestes para ser
seu sucessor. A decisão de Washington Luís levou ao golpe de 1930, que pôs um fim à
República Velha faltando apenas 21 dias para o término de seu mandado.
Exemplo
O crescimento da oferta de café ocasionou uma queda de aproximadamente 38% nos
preços internacionais no período de 1807 a 1901.
Talvez você esteja se perguntando: por que a baixa nos preços era interpretada como
algo muito ruim para os produtores? A resposta está no conceito de elasticidade-
preço: como o café é um produto de demanda inelástica, isso significa que, mesmo
com preços menores, a quantidade demandada continuava a mesma, afetando
negativamente as receitas e, consequentemente, os lucros dos cafeicultores.
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I
Compra do café excedente com empréstimos estrangeiros.
II
Pagamento dos juros com um imposto fixadio sobre a saca de café exportada
III
Desencorajamento à produção.
Podemos resumir da seguinte forma a sequência de fatos que levou à maior crise de
superprodução experimentada no ciclo do café:
I
A POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO ELEVA OS PREÇOS DO CAFÉ
II
OS ALTOS LUCROS COM A ATIVIDADE ATRAEM NOVOS PRODUTORES
III
AUMENTO DA PRODUÇÃO CAFEEIRA EM 1927-1928 PARA PRATICAMENTE O DOBRO DO QUE ERA
EXPORTADO
Crise de 1929
A industrialização do Brasil
Rego e Marques (2010) defendem que as políticas de estado – especialmente nos
governos de Campos Salles e Rodrigues Alves – durante o período da República Velha
possuem duas características fundamentais: pró-oligárquica e anti-industrial.
Afinal, houve muitos incentivos para o café, mas quase nenhum para a indústria.
Segundo Rego e Marques (2010, p. 76), a indústria “passou a ser o fator dinâmico
principal de criação de renda interna”. Dados coletados entre 1929 e 1937 apontam
os seguintes números:
A Era Vargas
No módulo anterior, vimos como a crise de 1929 foi um marco para a mudança do
antigo modelo primário-exportador brasileiro para um de desenvolvimento baseado no
mercado interno. Em outras palavras, a grande depressão despertou na indústria do
país a missão de suprir a demanda nacional de produtos até então importados,
iniciando efetivamente o processo de substituição de importações (PSI) e tornando-
se a principal responsável pela dinâmica da economia.
O setor agrícola, por sua vez, passou a ficar num segundo plano. No entanto, o
processo de industrialização do Brasil ainda estava incompleto, pois os setores
responsáveis pela produção dos bens de produção ainda eram pouco desenvolvidos.
Este, aliás, foi um dos pontos atacados pela política da chamada Era Vargas.
Seu desejo era mostrar que tudo seria novo. Por isso, Vargas dissolveu o Congresso
Nacional, a Assembleia Legislativa e as Câmaras Municipais, as quais, segundo ele,
representavam os interesses da antiga estrutura. O primeiro objetivo do Governo
Provisório era combater os dois principais problemas que afetavam o Brasil:
Superprodução do café;
Revoltas das diferentes classes sociais.
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Clique nos botões para ver as informações.
Ações em defesa da economia cafeeira
Ações de combate aos conflitos sociais
Comentário
Talvez você esteja lamentando tamanho desperdício do café ou até mesmo se
perguntando: por que não o distribuíam aos necessitados em vez de queimá-lo? A
resposta não é muito alentadora: se fosse distribuído, o café perderia ainda mais o
seu valor, não atendendo aos objetivos do governo sobre a elevação do seu preço.
Segundo Rego e Marques (2011), diferentemente das ações realizadas pela Política
Café com Leite durante a República Velha, as adotadas pelo Governo Provisório (a
tributação de exportações e novas plantações de café aliada às desvalorizações
cambiais) seguraram parte do preço do produto sem estimular sua oferta ao mesmo
tempo em que contribuíram para que o café perdesse espaço entre as exportações
brasileiras. Consequentemente, isso aumentou a variedade de itens exportados.
AIB
Corrente de direita liderada por Plínio Salgado;
Contra o Comunismo e o Liberalismo;
Influenciada pelo Nazismo e pelo Fascismo.
ANL
Corrente de esquerda liderada por Luis Carlos Prestes e Olga Prestes;
Defendia o fim dos latifúndios e a moratória da dívida externa;
Patrocinada pelo regime comunista da União Soviética.
Fonte: (BRAGA; SILVA, 2016)
Comentário
Braga e Silva (2016) destacam que, a despeito de suas ideias consideradas radicais,
o partido da AIB chegou a ter mais de 1 milhão de afiliados, enquanto o da ANL
reunia quase 400 mil adeptos!
Em 1935, Luís Carlos Prestes, líder da ANL, tentou, com o apoio soviético, dar um
golpe de estado conhecido como Intentona Comunista. No entanto, suas intenções logo
foram frustradas: a tentativa acabou na sua prisão e na de outros membros do
partido.
De acordo com a Constituição de 1934, Vargas não poderia ser reeleito. Porém, com o
fim de seu mandato se aproximando, ele conseguiu se aproveitar do temor da
sociedade brasileira de que um regime comunista se instaurasse no Brasil. Para
isso, engenhosamente forjou o “Plano Cohen”, segundo o qual os comunistas estariam
preparando uma revolução maior e mais bem planejada que a de 1935.
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Estado Novo (1937–1945)
Contexto Político
O governo ditatorial de Getúlio Vargas possuiu algumas características principais:
Fonte: (BRAGA; SILVA, 2016)
Do ponto de vista político, tudo parecia estar sob controle; entretanto, a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) atrapalhou os planos de Vargas. Inicialmente neutro em
virtude das relações comerciais do Brasil tanto com os Estados Unidos quanto com a
Alemanha, ele precisou, por conta de pressões internacionais, se posicionar contra
os países do eixo (Alemanha, Itália e Japão). A postura a favor dos aliados somente
foi oficializada em 1942, quando navios brasileiros teriam sido atacados por
submarinos alemães.
Para se esquivar, Vargas tentava passar uma imagem de líder bondoso, concedendo
anistias a presos políticos e permitindo e reorganização partidária, inclusive o
restabelecimento do PCB, mas nada disso adiantou: com a pressão dos seus antigos
aliados, Getúlio Vargas renunciou em 29 de outubro de 1945, pondo um fim aos 15
anos da Era Vargas (em 1951, ele ainda retornou ao posto da presidência do país por
meio do voto popular).
Contexto econômico
O intervencionismo iniciado em 1930 foi intensificado durante o Estado Novo por
conta das seguintes medidas:
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Verificando o aprendizado
Atividade
1. Ao iniciar o Governo Provisório, Getúlio Vargas atacou os dois principais
problemas da economia brasileira na época. Quais eram eles?
Fazenda Santa Genebra, na província de São Paulo, em 1880 (Fonte: Wikipédia).
Conquistas adquiridas
(Fonte: Wikipédia)
Objetivos
Vamos relembrar momentos históricos, porém com uma visão mais econômica, atentando
para os aspectos decisivos na formação do nosso país.
MÓDULO 1
my_location Situar o contexto econômico mundial em que seu deu a descoberta do
continente americano pelos espanhóis e portugueses;
MÓDULO 2
my_location Reconhecer a importância do comércio na transição da Idade Média para a
Idade Moderna para o desenvolvimento do capitalismo;
MÓDULO 3
my_location Comparar os diferentes tipos de colonização que ocorreram no território
americano.
MÓDULO1
my_location Entender o contexto das grandes descobertas, na transição da Idade
Média para Idade Moderna.
Contexto das grandes descobertas
O marco inicial do nosso estudo está na Europa do final da Idade Média. O mundo
estava vivendo um período das grandes navegações ou também chamado de a Era dos
Descobrimentos.
Até então, pouco se conhecia acerca dos territórios além-mar, porém alguns eventos
seriam fundamentais para desencadear uma série de acontecimentos que mudariam para
sempre a história mundial.
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Atenção
Tais especiarias tinham caído no gosto dos europeus que tiveram contato com elas
através dos guerreiros que retornavam das Cruzadas, trazendo elementos da cultura
oriental.
Até o século XIV, o comércio interno europeu era quase que totalmente terrestre,
tendo apenas uma pequena atividade de navegação costeira e de cabotagem.
A antiga estrutura feudal estava se desfazendo ao passo que o comércio evoluía para
o que mais tarde se tornou o capitalismo. Os senhores feudais estavam perdendo
espaço para a nascente burguesia.
Segundo Rego e Marques (2010), as trocas foram fundamentais para esse processo e,
aliadas a elas, temos dois fatores fundamentais, um externo e outro externo, como
veremos a seguir.
Comentário
Verificando o aprendizado
Atividade
1. A transição da Idade Média para a Idade Moderna registrou a passagem do
feudalismo para a primeira fase do capitalismo, o mercantilismo. Essa doutrina
econômica seria marcante nos acontecimentos que aqui sucederam a partir da chegada
dos portugueses. Assinale a alternativa que não condiz com o pensamento
mercantilista:
MÓDULO2
my_location Descrever as relações de mercado que culminaram em demandas de novas
descobertas.
Disputa pelas rotas comerciais
Portugal, nosso ator principal (por enquanto), vivenciava o mercantilismo comercial
e tinha como atividade fundamental a comercialização das especiarias orientais.
Para buscá-las, usava a principal rota comercial da Europa que ligava por terra o
Mediterrâneo ao Mar do Norte. No entanto, com as invasões turcas, a antiga rota foi
substituída por uma rota marítima que contornava o continente pelo Estreito de
Gibraltar, revolucionando, dessa forma, o equilíbrio europeu ao trazer o comércio
existente no seu interior para os países da Península Ibérica.
Rotas portuguesas
Tratava-se da Era dos Descobrimentos, também conhecida como a Era das Grandes
Navegações, ocorrida entre o início do século XV e início do século XVII, que
marcou a passagem do feudalismo existente na Idade Média para a Idade Moderna, com
o surgimento dos Estados-Nação europeus.
Nas suas aventuras pela descoberta de novas rotas marítimas para as Índias, topar
no continente americano seria algo inevitável tanto para portugueses quanto para
espanhóis. No entanto, a descoberta do novo território inicialmente fazia parte de
um segundo plano.
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Comentário
A substituição do espírito religioso predominante na Europa pelo espírito mercantil
acabou por alterar o nome da recém-descoberta terra para Brasil em homenagem ao
produto que se acreditava ser sua única e principal riqueza.
Vídeo
Assista ao vídeo Chegada dos Portugueses ao Brasil e tente se transportar para esse
momento histórico.
Verificando o aprendizado
Atividade
1. Sobre os acontecimentos que permearam a chegada dos portugueses ao Brasil, é
incorreto afirmar:
a) A expedição liderada por Pedro Álvares Cabral partiu de Lisboa tendo como
destino as Índias.
b) Antes de Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama já havia alcançado a Ásia através
dos mares, tendo sido o primeiro europeu a realizar tal feito.
c) Ao chegar na Terra de Santa Cruz, os portugueses inicialmente conseguiram
estabelecer relações cordiais com os indígenas por meio da troca de presentes.
d) Após a primeira missa realizada na Terra de Santa Cruz, Pedro Álvares Cabral
ordenou a Gaspar Lemos que retornasse a Lisboa a fim de enviar informações ao rei
de Portugal sobre a terra encontrada.
e) Após a realização da segunda missa na Terra de Santa Cruz, Cabral e sua
expedição começaram a planejar como se daria o povoamento do novo território.
2. No encerramento do vídeo que relata o evento da chegada dos portugueses ao
Brasil, é comentado que, após a partida da frota de Pedro Álvares Cabral para a
Índia, dois degredados foram aqui deixados e, “logo consolados pelos índios”. O que
eram os degredados? Pesquise sobre eles e responda: Qual a importância deles para
Portugal na Era dos Descobrimentos?
MÓDULO3
my_location Descrever as diferentes formas de colonização na América. Apontar o
tipo de colonização no território brasileiro.
A ocupação do território brasileiro
Apesar do grande feito com a chegada ao continente americano, os portugueses
demonstravam certo desprezo em relação a essas terras. Lembre-se de que a principal
motivação para as grandes navegações era a busca por metais preciosos e uma nova
rota para o comércio das especiarias indianas.
Segundo Simonsen (2005), no Brasil, o ouro demoraria muito ainda para ser
descoberto. A constatação apenas do Pau-brasil, bugios e papagaios, não justificava
a larga exploração mercantil aos moldes da época.
Todavia, de acordo com Furtado (2001), a notícia de que poderia haver grandes
riquezas por descobrir, como a lenda do El Dorado, percorreu a Europa, fazendo com
que o interesse pelas novas terras se esbarrasse nos países donos — Portugal e
Espanha. Assim, a ocupação da América deixa de ter um caráter estritamente
comercial, passando a ter aspectos políticos.
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O problema é que a Europa, incluindo Portugal, em virtude do alto índice de
mortalidade com as guerras e grandes epidemias, não tinha tanta população assim
para distribuir para os novos territórios.
O desafio, então, estava lançado: Ocupar o vasto território com uma pequena
população indígena e nenhum produto de fato lucrativo que justificasse os esforços
a serem empreendidos.
Exploração
Exemplo: Brasil (colonizado por Portugal) e México (colonizado pela Espanha).
Principais características:
Ocupação espontânea por indivíduos que buscavam o enriquecimento rápido para depois
voltar à Metrópole;
Extração de recursos naturais;
Produção para exportação com uso de mão de obra escrava;
Envio de todo o lucro obtido para a Metrópole.
Povoamento
Exemplo: Estados Unidos, (colonizado pela Inglaterra) e Canadá (colonizado pela
Inglaterra e França).
Principais características:
Desse modo, de acordo com Prado Junior (2012), durante mais de dois séculos
despejar-se-á na América todo o resíduo das lutas político-religiosas da Europa.
Vejamos, com base nos tipos de colonização, alguns resultados de acordo com a
região:
1501
Ciclo do Pau-brasil
1530
Ciclo do açúcar
1697
Ciclo do ouro
Verificando o aprendizado
Atividade
1. A presença de atividades extrativas e da agricultura em larga escala para a
exportação é uma característica de uma colônia de:
a) Exploração.
b) Povoamento.
c) Imigração.
d) Emigração.
2. Foi acordado entre Portugal e Espanha, mas não era acatado pela Inglaterra,
França e Holanda. Trata-se do:
a) Tratado de Tordesilhas.
b) Tratado de Madri.
c) Tratado de Versalhes.
d) Tratado de Maastricht.
Considerações finais
Considerações finais
Concluímos que o comércio europeu se desenvolveu de tal forma que foi preciso
buscar outros mercados além-mar, o que desencadeou as Grandes Navegações, que por
sua vez objetivou expedições em busca de especiarias, metais preciosos e novos
mercados e novas rotas comerciais.
Objetivos
MÓDULO 1
my_location Relacionar os ciclos econômicos responsáveis pela formação econômica do
Brasil;
MÓDULO 2
my_location Identificar as estratégias portuguesas de ocupação do território
brasileiro e os motivos da expansão do território para além do Tratado de
Tordesilhas;
MÓDULO 3
my_location Analisar as mudanças na sociedade brasileira em virtude dos principais
ciclos econômicos.
MÓDULO1
my_location Conhecer, ainda no período pré-colonial, a exploração do primeiro
produto considerado pelos portugueses com grande potencial para o comércio europeu:
o Pau-brasil.
O ciclo do Pau-brasil
Neste módulo, veremos um episódio posterior ao descobrimento. Grande parte dos
historiadores chama esta fase (1500-1530) de período pré-colonial, pois a
colonização, de fato, ainda não havia sido iniciada na chamada Terra de Santa Cruz.
Em 1500, de acordo com Simonsen (2005), quando Pedro Álvares Cabral retornou da
segunda expedição portuguesa rumo às Índias — a mesma que acidentalmente chegou ao
Brasil —, trouxe consigo uma grande quantidade de especiarias, louças, porcelanas,
diamantes, pérolas e rubis; assim, mesmo com as perdas sofridas durante a viagem, a
receita obtida com a expedição foi duas vezes maior que o seu custo.
Por sua vez, o comércio com a costa africana proporcionava aos navegantes
portugueses ouro, marfim e escravos.
(Fonte: Wikipedia).
Atenção
Vantagens semelhantes não foram encontradas na recém-descoberta Terra de Santa
Cruz. Dessa forma, segundo Simonsen (2005), o Brasil era um problema novo em face
da expansão comercial e marítima que os portugueses estavam iniciando.
Vemos, então, que o comércio, tanto nas Índias como na costa da África, trazia
inúmeras vantagens para Portugal. Com relação ao mais recente território
descoberto, que tipo de vantagem ele poderia proporcionar aos portugueses?
Após análise inicial, as primeiras potencialidades mercantis encontradas no Brasil
foram o Pau-brasil, a canafístula, bugios (guariba ou macaco barbado), os papagaios
e as demais aves exóticas que chamavam a atenção dos europeus, embora tal
exploração tenha demorado pouco tempo.
De acordo com Simonsen (2005), nem a mão de obra indígena chamou a atenção dos
portugueses para eles obterem lucros com a escravidão.
Dessa forma, nenhum produto encontrado na Terra de Santa Cruz poderia ser comparado
ao imenso potencial daqueles que Portugal obtinha com o comércio com o Oriente.
Foi num contexto em que o mundo ainda não conhecia as anilinas artificiais que o
Pau-brasil figurou como a única mercadoria com potencial para o mercado e de fácil
acesso aos portugueses, que também o utilizariam para a construção dos navios, tão
necessários à expansão marítima ocorrida na época, também conhecida por Era
Oceânica. Tal fato foi logo comunicado pela nau de Cabral ao rei D. Manuel, que
também levou para Portugal as primeiras amostras do Pau-brasil.
A exploração do Pau-brasil e seu potencial mercadológico
O Pau-brasil, conhecido pelos índios tupis como arabutã ou ibirapitanga, tratava-se
de um ativo biológico com o qual os portugueses já haviam tido contato na Ásia. Seu
potencial estava na sua utilização como tintura de tecidos, e ele tinha uma demanda
crescente na Europa, especialmente na França, onde era conhecido como bresil, e na
Itália, sendo denominado bracire ou brazili. Usado como tintura, a partir dele
poderia se obter, de acordo com a diluição, os tons rosa, castanho e púrpura.
Na verdade, a busca pela cor púrpura era bem mais antiga que a própria descoberta
do Pau-brasil como tintura.
Por Marcus Schaefer (Fonte: Shutterstock). Por Leo Fernandes (Fonte: Shutterstock).
Por visicou (Fonte: Shutterstock). The Department of Chemistry, The University of
the West Indies.
Comentário
Ainda nos tempos antigos, os navegadores fenícios buscavam a concha púrpura nas
costas do Mediterrâneo para tingir os panos finos fabricados no Oriente, que tinha
preferência especial pela cor rubra, para eles símbolo da dignidade e nobreza.
Segundo Simonsen (2005), foi a partir dos cruzados que os europeus passaram a
conhecer algumas substâncias tintoriais do Oriente como o verzino, o brasil e a
urzela.
Após esta data, de acordo com Prado Junior (2012), sem motivos conhecidos, a
concessão de exploração com exclusividade não foi concedida a mais ninguém,
passando a ser feita por traficantes, estimulando a ação de aventureiros de outras
nações em território brasileiro, especialmente os franceses.
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Atenção
Uma característica importante da exploração do Pau-brasil é que ela só poderia ser
feita por meio do estabelecimento de feitorias, onde as toras da madeira eram
acumuladas e estocadas em pontos estratégicos até serem transportadas. O serviço de
derrubada e transporte da madeira até os pontos de estocagem era feito de forma
rudimentar com o auxílio da mão de obra indígena, que, por meio do escambo com os
portugueses, trocava as toras por quinquilharias, como miçangas, tecidos, peças de
vestuários, canivetes, facas, serras, machados, etc. (PRADO JUNIOR, 2012)
De acordo com Braga e Silva (2016), essa transação econômica é um ponto controverso
da história, em que geralmente estudiosos enxergam uma exploração do ameríndio pela
entrega de um produto valioso em troca de quinquilharias. Por outro lado,
considerando os ameríndios como agentes racionais e levando em conta os conceitos
dos valores de uso e de troca, eles também eram beneficiados pela transação, uma
vez que um machado, para eles, por exemplo, poderia ter mais utilidade que a árvore
usada apenas para tingir penas festivas.
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A concorrência francesa
Com uma população maior que a portuguesa e uma indústria nascente, a França possuía
um mercado promissor tanto para a tintura oriunda do Pau-brasil como para as
especiarias.
Comentário
O barão St. Blancard, dono do navio francês Pelerine, alegou, nas suas reclamações
sobre o aprisionamento da nau, que nela havia 5.000 quintais de Pau-brasil, 3.000
peles de leopardos e outros animais, 600 papagaios, 300 bugios e saguis, 300
quintais de algodão, 300 quintais de caroço de algodão, minérios de ouro e óleos
medicinais. Tais dados nos revelam sobre a quantidade e a diversidade dos produtos
que eram daqui levados (SIMONSEN, 2005).
Você já ouviu falar na frase Nem todas as tempestades vêm para atrapalhar a sua
vida, algumas vêm para limpar o seu caminho? Ou mesmo aquele velho ditado popular,
Há males que vêm para o bem? Houve um saldo positivo na exploração da costa
brasileira pela nau francesa Pelerine: Ao saber do ocorrido, D. João III concluiu
que a única forma de deter o tráfico das riquezas do país seria a colonização
efetiva de seu território, dando início, mais tarde (1534), à divisão do território
em capitanias hereditárias.
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O desmatamento da floresta
Simonsen (2005) faz referência ao texto de Paul Gaffarel intitulado Histoire du
Brésil Français, em que o interesse dos franceses pelo território brasileiro é
marcadamente demonstrado. De acordo com o documento, os paus de tinturaria custavam
muito caro na França; além disso, eles não serviam apenas para dar a cor púrpura
aos tecidos, mas também para a fabricação de móveis preciosos.
O mesmo texto afirma que os indígenas, incentivados pela procura dos comerciantes,
amontoavam enormes quantidades da madeira sobre a costa, abatendo, sem a menor
noção sobre a necessidade de poupar os recursos naturais, as árvores
aleatoriamente. Muitas vezes, para não ter o trabalho de cortá-las, punham fogo em
sua parte inferior e o incêndio acabava se espalhando pela floresta. Tal
desperdício, ocorrido durante anos, foi o suficiente para extinguir muitas
essências valiosas. Muito triste, não acha? Ainda seriam necessários séculos de
história até que o homem passasse a ter ideia dos prejuízos causados pela ampla
exploração do produto.
Fonte: Acervo Museu Paulista da Universidade de São Paulo, São Paulo. Giovanni
Battista Ramusio. Brasil, 1557.
O saldo da exploração
Vejamos o saldo da exploração:
a) À primeira vista, não foi encontrado na Terra de Santa Cruz algum produto com
real valor de mercado que proporcionasse à Coroa Portuguesa lucros semelhantes aos
obtidos com o comércio das Índias Orientais.
b) Se, para os portugueses, a descoberta do novo território não causava grande
euforia, uma vez que possuíam outros comércios mais lucrativos, para os franceses,
destituídos de opções, a exploração da costa brasileira poderia lhes trazer grandes
vantagens.
c) A troca das toras do Pau-brasil por quinquilharias entre os nativos e os
portugueses é vista unanimemente como uma forma de exploração dos indígenas, pois
eles entregavam um produto com alto valor de mercado, recebendo em troca
mercadorias de baixo valor.
d) A ação da nau Pelerine na costa brasileira foi um ponto importante para a tomada
de decisão da efetiva colonização das terras brasileiras por Portugal.
2. Para grande parte dos historiadores, é comum, ao se falar da exploração do Pau-
Brasil, mencionar o abuso sofrido pelos indígenas que realizavam escambo com os
europeus, trocando uma mercadoria considerada de alto valor de mercado por
quinquilharias europeias. No entanto, de acordo com Braga e Silva (2016), este é um
ponto controverso da história, pois:
MÓDULO2
my_location Analisar o ciclo econômico que trouxe muita prosperidade ao Brasil,
colocando fim ao seu histórico deficitário enquanto colônia: o ciclo do açúcar.
O ciclo do açúcar
Neste módulo, vamos estudar as capitanias hereditárias, a economia açucareira, o
potencial do açúcar no mercado, a transição da mão de obra nativa para a escrava
africana, o funcionamento da produção açucareira, os resultados do ciclo do açúcar
e o declínio da economia açucareira.
(Fonte: Wikipedia).
Antes mesmo de iniciar qualquer atividade agrícola no Brasil, por volta de 1530, o
rei de Portugal, preocupado com a presença dos franceses em território americano,
cogitou defendê-lo por meio de ocupação efetiva com povoamento e colonização.
Esta era uma difícil tarefa, pois quem gostaria de morar num lugar tão distante e
desprovido do conforto da Metrópole?
A exceção eram os traficantes de madeira que se aventuraram no novo território, mas
já começavam a abandoná-lo em virtude do declínio da economia em torno do Pau-
brasil. Além do mais, Portugal ainda não tinha um contingente populacional
suficiente para promover grandes emigrações. Segundo Prado Junior (2012), estima-se
que a população portuguesa não alcançava os dois milhões de habitantes.
Comentário
Segundo Simonsen (2005), dos doze donatários que receberam os quinze lotes, apenas
três não eram homens de recursos. Oito deles aplicaram praticamente tudo o que
tinham no empreendimento, enquanto vários outros tiveram de tomar emprestado os
capitais necessários.
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Divisão do Brasil em capitanias hereditárias
A economia açucareira
1. O potencial do produto no mercado
Vejamos dois pontos de vista que se complementam sobre o potencial açucareiro:
Comentário
Alguns historiadores inclusive afirmam que a principal responsável pela eliminação
da população indígena brasileira não foi o emprego das armas, mas as doenças que os
colonizadores trouxeram da Europa. Desse modo, a solução para o problema da
escassez de mão de obra foi o início, na segunda metade do século XVI, do tráfico
de negros africanos, pois eles eram mais resistentes às doenças do velho
continente. De acordo com Braga e Silva (2016), em 1650 a população indígena do
litoral brasileiro correspondia a apenas 5% da estimada em 1500.
Segundo Abreu (2014) apud Braga e Silva (2016), somados às vantagens naturais da
região com seu clima e solo, a experiência portuguesa, o capital holandês e a mão
de obra escrava africana tornariam a nova atividade um sucesso, fazendo com que, em
1580, a colônia alcançasse o patamar de principal fornecedora de açúcar, status
esse mantido por quase todo o século XVII.
De acordo com Braga e Silva (2016), segundo o acordo, o Brasil não deveria produzir
produtos que pudessem concorrer com a atividade da metrópole nem estabelecer
relações comerciais com outros países. Para qualquer artigo entrar ou sair da
colônia, ele deveria passar por transações intermediadas comercialmente por
Portugal.
Por sua vez, o termo plantation refere-se a um tipo de sistema agrícola de grandes
proporções na Era Colonial, período em que se praticava a monocultura com o auxílio
da mão de obra escrava tendo como principal objetivo a exportação. De acordo com
Rego e Marques (2010), este sistema era um dos elos que sustentava a empresa
mercantil, colonial e escravocrata.
Por mais de um século e meio, a produção açucareira foi a única base de sustentação
da economia brasileira. Internacionalmente, até a metade do século XVII, o Brasil
manteve o posto de maior produtor do mundo; a partir daí, surgiram seus
concorrentes potenciais: América Central e Antilhas. Bahia e Pernambuco eram os
principais centros de produção brasileiros; mais tarde, São Vicente foi incluído
nesta lista.
Num segundo plano, mas também com certo grau de importância, surge a produção do
tabaco no Brasil, principalmente na Bahia, Sergipe e Alagoas.
Apesar de proporcionalmente bem menor que a do açúcar, o tabaco tem sua relevância,
pois, além de obter uma crescente aceitação na Europa, era utilizado no tráfico de
escravos, servindo para a sua aquisição por meio de escambo na costa africana.
Formação de rápidas fortunas a partir do século XVI e luxo (constatado por vários
historiadores) nas capitanias do Norte em detrimento da pobreza no Sul.
Em 1600, havia 100.000 habitantes no Brasil, sendo 30.000 de raça branca.
Em 1700, a população de colonos e homens livres não somava 200.000 habitantes.
Nunca houve em qualquer país maior produção e exportação per capita.
Da renda auferida pela Coroa Portuguesa, cerca de 25% deviam-se às exportações.
Término do período deficitário da Terra de Santa Cruz.
Mapa que mostra o cerco a Olinda e Recife pelos holandeses. (Fonte: Wikipedia).
Entretanto, como nem tudo são flores, durante o ciclo do açúcar, Portugal também
sofreu com as invasões holandesas na Região Nordeste. Elas foram consideradas o
maior conflito político-militar da colônia. Foi uma luta não só pelo controle do
açúcar, mas também pelo abastecimento da mão de obra escrava africana, base da
economia açucareira.
E o que motivou essas invasões? No século XVII, período em que houve a União
Ibérica , a Holanda, antes financiadora dos engenhos brasileiros, dada a sua luta
pela emancipação em relação à Espanha, havia sido proibida de comercializar com os
portos espanhóis. A reação deles foi invadir a costa brasileira (primeiramente, a
cidade de Salvador, em 1624; mais tarde, a região de Pernambuco), conseguindo se
estabelecer em 1637 com o governo do príncipe Maurício de Nassau.
Somente após muitas guerras e conflitos, em 1654, os portugueses, com o auxílio dos
ingleses, conseguiram expulsar totalmente os holandeses da costa brasileira. No
entanto, as consequências disso eclodiriam mais tarde, culminando no declínio de
uma economia que havia trazido tanta prosperidade à colônia.
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O declínio da economia açucareira
Dentre os principais motivos que levaram à decadência da produção açucareira no
Brasil Colônia, Rego e Marques (2010) citam:
1
A proibição do tráfico negreiro no século XIX.
2
As invasões holandesas ocorridas no Nordeste.
3
A produção concorrente dos holandeses nas Antilhas, que conseguiam produzir um
açúcar de melhor qualidade e mais barato que o produto brasileiro.
Ao final, mesmo com a crise da economia do açúcar, podemos citar como resultado
positivo o alargamento do território brasileiro, haja vista que, com a União
Ibérica, os portugueses, especificamente os bandeirantes, foram incentivados a
adentrar o território que ficava além dos limites do Tratado de Tordesilhas em
busca das drogas do sertão, um produto alternativo ao açúcar.
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Verificando o aprendizado
Atividade
1. Com relação à decisão de Portugal em dividir o território brasileiro em
capitanias, assinale a alternativa incorreta:
MÓDULO3
my_location Estudar a descoberta do ouro no Brasil, a economia aurífera, as formas
de exploração do ouro, o declínio e os resultados desta atividade econômica, a
ocupação da Amazônia e a chegada dos portugueses à sua Bacia, as reformas
pombalinas e os resultados da conquista do território amazônico.
O ciclo do ouro
Na segunda metade do século XVII, logo após a expulsão dos holandeses da costa
brasileira, a economia açucareira começou a declinar. A crise se aprofundou em
meados do século XVIII, quando a economia da colônia buscou uma nova atividade para
obter riquezas: A extração do ouro. Mesmo atualmente, ele é um metal que atrai a
atenção de muitas pessoas devido ao seu valor de mercado. Naquela época, isso não
era diferente. O ouro atraiu milhares de pessoas para o Brasil, principalmente
devido à facilidade de sua exploração. Afinal, o tipo aluvião era extraído dos
rios.
Portugal, por sua vez, com sérios problemas financeiros decorrentes principalmente
da queda do preço do açúcar no comércio internacional e dos gastos com a expulsão
dos invasores holandeses, também viu na extração do metal a possibilidade de obter
recursos a partir de sua tributação, salvando, assim, a sua economia.
Os espanhóis tiveram mais sorte, pois logo encontram o metal nas terras hoje
pertencentes ao México e ao Peru. Tratava-se dos tesouros guardados das antigas
civilizações que lá viviam.
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Com certeza, você já ouviu a expressão O mundo dá voltas! Lembra quando falamos que
a ocupação da Terra de Santa Cruz era uma difícil tarefa para Portugal, pois os
portugueses não tinham interesse em morar em lugares tão distantes e desprovidos do
conforto da metrópole?
O fluxo emigratório de Portugal para a sua colônia neste período era tão grande que
precisou ser controlado via lei, criada por D. João V em 1720.
Isso acabou substituindo o tupi pelo português como língua oficial, fazendo surgir
a necessidade de uma produção interna de alimentos que suprisse as necessidades dos
novos habitantes, consolidando, assim, o mercado interno no Brasil Colonial.
Atenção
Essa explosão demográfica acabou por alterar o perfil populacional, fazendo surgir
uma classe média, composta por artesãos, profissionais das minas, comerciantes,
militares, artistas, músicos, poetas e intelectuais, que contribuiu para o
desenvolvimento cultural do Brasil na época.
A nova sociedade emergida em torno da febre do ouro, segundo Narloch (2011) apud
Braga e Silva (2016), era bem mais complexa que a açucareira. Nela, existiriam
tanto brancos ricos e pobres quanto negros escravos e livres (e, neste grupo,
também havia pobres e ricos. Alguns deles até tinham escravos negros).
(Fonte: Wikipedia).
A economia aurífera
1. As formas de exploração
Figueirôa (2006), Braga e Silva (2016) sintetizam a estrutura colonial do ciclo
aurífero da seguinte forma:
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Inicialmente, o ouro brasileiro foi extraído em aluviões, atividade que necessitava
de pouco capital. Isso atraiu homens livres tanto de Portugal quanto de outras
partes do território para as áreas onde o metal estava sendo explorado (Minas
Gerais, Goiás e Mato Grosso).
Apesar da grande riqueza gerada pela extração do metal, a renda era extremamente
concentrada, principalmente devido à alta inflação em torno das regiões de
mineração. Desse modo, conseguiam auferir grandes quantidades de recursos somente
aqueles que encontravam muito ouro ou comercializavam produtos a preços altíssimos
para a população.
Outra particularidade da atividade aurífera era que ela exigia um controle maior da
Coroa em virtude da sua importância como fonte de riqueza. Dessa forma,
inicialmente ela estabeleceu a cobrança do quinto, um imposto de 20% em cima de
todo ouro extraído na colônia. Mais tarde, foram instituídas a capitação, quando o
imposto passou a se estender sobre escravos e pessoas livres que trabalhassem com
as próprias mãos, e, por último, a derrama, cobrada de forma espontânea ou
compulsória por meio do confisco de bens quando o quinto não era pago
integralmente. Credita-se à derrama a principal responsabilidade pela eclosão da
Inconfidência Mineira, que, segundo Marques e Rego (2010), apesar de todos os
percalços, conseguiu pôr um fim nesses atos predatórios para a colônia.
Saiba mais
Pesquise mais sobre as principais revoltas ocorridas no Brasil Colônia, com ênfase
na Inconfidência Mineira, um movimento importante para o início do processo de
independência em relação à metrópole.
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A ocupação da Amazônia
1. A chegada dos portugueses à Bacia Amazônica
Um capítulo paralelo na descoberta e corrida do ouro no Brasil é a colonização do
Vale Amazônico. Se você parou para analisar o Tratado de Tordesilhas no mapa,
possivelmente já se perguntou: Se a Portugal pertencia somente a área do Nordeste e
Sudeste brasileiro, além de pequenas faixas do Norte e Centro-Oeste, como os
portugueses conseguiram dominar as demais partes que atualmente pertencem ao
território brasileiro?
A ocupação da maior parte da Bacia Amazônica nos séculos XVII e XVIII, segundo
Simonsen (2005), representa uma das páginas mais impressionantes da história da
expansão lusitana.
Os espanhóis, até o final do século XVI, já haviam se empossado da maior parte das
áreas que lhes caberiam, desde a Venezuela até o Rio da Prata. No entanto, ainda
não haviam adentrado a Bacia Amazônica, nos sertões mato-grossenses e nas regiões à
esquerda do Prata e do Paraguai, provavelmente porque se interessavam por
civilizações mais avançadas que detinham alguma reserva de ouro. De fato, os
primeiros espanhóis a chegarem à região eram mais conquistadores que colonos.
Nesta região, a mão de obra indígena viria a ser mais adequada, pois o índio já
possuía habilidades na caça, na pesca e no remo, além de conhecer os produtos da
floresta e os seus rios muito mais que o homem branco.
Os carmelitas, além de outras ordens religiosas, também ali chegaram. Quanto aos
seus objetivos, especula-se que, principalmente no caso dos jesuítas, havia um
plano de assentar na América um grande império da Igreja Católica sob a sua
direção. Dessa forma, segundo Prado Junior (2012), em vez de buscarem um
estreitamento das relações entre os indígenas e os colonos europeus, eles tentaram
afastá-los, usando a força para manter sua hegemonia.
Jesuítas. (Fonte: Mundo educação).
De qualquer forma, os padres possuem grande importância para o Vale Amazônico, pois
tiveram a iniciativa do desbravamento do extenso território. Tais missões
constituíram importantes empresas comerciais.
Eles conseguiam realizar com os índios o que os colonos foram incapazes de fazer,
submetendo os nativos, com seu poder de persuasão, a um regime de vida e de
trabalho disciplinado e rigoroso.
2. As reformas pombalinas
Vejamos algumas reformas efetuadas sob o comando do Marquês de Pombal:
Para Prado Junior (2012), a colonização do Vale Amazônico ainda hoje é uma
incógnita.
Verificando o aprendizado
Atividade
1. A sociedade formada em torno da economia do ciclo do ouro era bem diferente da
que havia se formado na economia açucareira. Qual era a principal diferença entre
ambas?
MÓDULO4
my_location Estudaremos o ciclo cafeeiro, entendendo os aspectos envolvidos em seu
apogeu e declínio, bem como os agentes políticos envolvidos, a mão de obra
utilizada e a importância deste produto da formação da economia brasileira.
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O ciclo do Café
Mesmo não sendo natural do Brasil, o café se adaptou ao nosso clima e ao nosso
solo, transformando o país em referência na produção cafeeira internacional desde o
século XIX até os dias de hoje. Atualmente, ele está apenas entre nossos dez
produtos mais exportados, porém, no período do Segundo Reinado, ele constituía o
principal item das exportações brasileiras, tornando-se a base de toda a nossa
economia.
Estudaremos o período em que o café finalmente atingiu seu apogeu, bem como seus
sistemas de financiamento e comércio, cujos pontos fracos foram evidenciados já no
início de sua crise de superprodução. Além disso, destacaremos um ponto relevante
da produção cafeeira: a mão de obra. Inicialmente escrava, ela se tornou
assalariada, embora não contasse com trabalhadores brasileiros, e sim com
imigrantes.
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História do café
1. Origem
Apesar de nosso país possuir uma forte tradição na produção do café, ele, conforme
destacamos, não é um de nossos produtos naturais. Por isso, a história de sua
chegada às terras brasileiras é bastante interessante. Vamos conferi-la!
Inicialmente proibido para os cristãos por ser considerado uma bebida maometana, o
café foi liberado pelo papa Clemente VIII depois de experimentá-lo. Chegando aos
Países Baixos, os holandeses o introduziram no Novo Mundo, trazendo suas sementes
para serem plantadas em suas colônias: Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico
e Cuba.
Somente na primeira metade do século XIX as sementes foram levadas para a Região
Sudeste, sendo plantadas primeiramente no Rio de Janeiro e, em seguida, em São
Paulo e Minas Gerais, locais onde seu plantio enfim obteve um grande sucesso.
Contudo, a região do Vale do Paraíba foi a que mais se destacou nessa produção em
virtude de:
Clima;
Qualidade do solo;
Mão de obra;
Recursos financeiros disponíveis para que fosse dado um início à plantação.
Comentário
Além das sementes contrabandeadas da Guiana Francesa, vale comentar que a
transferência da corte real portuguesa para o Brasil também foi um elemento
incentivador da economia cafeeira, já que D. João VI, sabendo da potencialidade do
produto, mandou trazer da África sementes de novas espécies de café, distribuindo-
as entre os fazendeiros próximos à corte.
A economia cafeeira
O gráfico a seguir pode nos ajudar a entender a importância da produção cafeeira no
montante dos principais produtos brasileiros (café, açúcar, algodão, borracha couro
e peles) exportados em três períodos diferentes do século XIX:
Nota-se que, em 1820, o café figurava em terceiro lugar nesta lista. Mais tarde, em
1841, ele passa para a primeira posição, se tornando responsável por 48,1% das
exportações dos principais produtos brasileiros. Em seguida, em 1889, sua produção
corresponde a 61,50% do montante.
1. Os tipos de produção
Segundo Braga e Silva (2016), na época do reinado de D. Pedro II, havia dois
segmentos distintos de produção cafeeira no Brasil: o da região fluminense e o do
oeste paulista.
Vale destacar que os cafeicultores do oeste paulista, muitas décadas depois, foram
os responsáveis pelos surtos de industrialização ocorridos no fim do Império e na
Velha República.
2. O sistema de financiamento
Rego e Marques (2010) fazem uma breve análise da economia cafeeira no Brasil,
abordando dois importantes aspectos a ela inerentes:
Além disso, havia o pagamento da mão de obra (em princípio, escrava; depois,
assalariada), tópico fundamental para a manutenção dos cafezais e a colheita do
café. Como não havia bancos voltados para a produção cafeeira, quem acabou
assumindo esse papel foi o próprio comerciante do produto, também conhecido como
comissário.
COMERCIANTES:
Dependiam, em grande medida, dos fazendeiros de café para realizar seus lucros com
a venda do produto.
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FAZENDEIROS
Precisavam dos comerciantes de café para obter recursos financeiros necessários à
produção.
Um ponto fraco desse sistema consistia no caráter pessoal do crédito, pois, com a
expansão da lavoura e o aumento do volume de negócios, as somas emprestadas
cresceram, passando a exigir garantias mais sólidas. Entretanto, uma solução para
tal questão surgiu com o aumento do número de casas comissárias, fazendo com que os
riscos fossem diluídos.
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3. O sistema de comércio
No período anterior à República, havia três classes distintas no sistema de
comércio do café:
Comissário;
Ensacador;
Exportador.
Verificando o aprendizado
Atividade
1. No que diz respeito à origem e ao início do cultivo do café no Brasil, assinale
a alternativa incorreta:
Considerações finais
Considerações finais
Vimos, ainda no período pré-colonial, a exploração do primeiro produto considerado
pelos portugueses com grande potencial para o comércio europeu: o Pau-brasil.
Abordamos um ciclo econômico que trouxe muita prosperidade ao Brasil, colocando fim
ao seu histórico deficitário enquanto colônia: o ciclo do açúcar.
Vimos como o período cafeeiro atingiu seu apogeu, bem como seus sistemas de
financiamento e comércio, cujos pontos fracos foram evidenciados já no início de
sua crise de superprodução. Além disso, destacamos um ponto relevante da produção
cafeeira: a mão de obra. Inicialmente escrava, ela se tornou assalariada, embora
não contasse com trabalhadores brasileiros, e sim com imigrantes.
Objetivos
MÓDULO 1
my_location Identificar as consequências do fim do ciclo do ouro para a agricultura
brasileira.
MÓDULO 2
my_location Reconhecer a influência da Revolução Industrial no renascimento
agrícola brasileiro.
MÓDULO 3
my_location Explicar o papel da pecuária na colonização do sul do Brasil.
MÓDULO1
my_location Entender os fatores responsáveis pelo ressurgimento da agricultura no
Brasil e conhecer os produtos agrícolas que ganharam volume em exportação.
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O ressurgimento da agricultura no Brasil
Uma triste consequência da brilhante ascensão do ouro no Brasil foi a decadência da
agricultura, fazendo com que a primeira metade do século XVII se tornasse “um
período sombrio para a agricultura brasileira”. (PRADO JÚNIOR, 2012, p. 79)
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Listaremos os sete produtos agrícolas que ganharam destaque no volume de
exportações brasileiras deste período:
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Precisamos entender o funcionamento das principais culturas agrícolas da época. Por
isso, falaremos sobre elas a seguir:
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Verificando o aprendizado
Atividade
1. De acordo com Prado Júnior (2012), a primeira metade do século XVII foi “um
período sombrio para a agricultura brasileira”. Por que o autor fez esta
afirmativa?
MÓDULO2
my_location Entender como a pecuária ficou estabelecida no Rio Grande do Sul a
partir do tipo de colonização realizada nesse local.
O estabelecimento da pecuária no Rio Grande do Sul
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Nas regiões antes mineradoras, a pecuária começa a adquirir importância.
No sul do estado, também é formada a cultura do tabaco, porém em escala bem menor
que a da Bahia.
No final do século XVII, a parte sul do Brasil era apenas um território disputado
arduamente entre portugueses e espanhóis, possuindo uma ocupação de cunho meramente
militar. Não havia grandes interesses pela área; por isso, ninguém se preocupou em
fixar-se nelas. Não obstante, o fim da União Ibérica fez com que o rei de Portugal
planejasse fixar as fronteiras portuguesas no Brasil, especialmente na Região Sul.
Após a separação dos dois reinos, Portugal havia expandido o território nacional
até o Paraná, enquanto a Espanha tinha se estabelecido em Buenos Aires, às margens
do Rio da Prata. Existia, então, um grande espaço – a despeito de ser percorrido
pelas bandeiras paulistas desde o início do século XVII – sem nenhum domínio a
separar as duas nações.
Embora Portugal tenha posteriormente perdido esta colônia pelo Tratado de Madri
(1750), a ação empreendida permitiu a conquista do território ao norte dela, o
qual, em seguida, foi incorporado ao Brasil.
Aumento do território colonial brasileiro após o tratado de Madri.
Fonte: www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1112/000746688.pdf
A colonização ocorre ali de forma ímpar, como jamais havia sido feita em qualquer
outra parte do país. Por não se tratar de uma região apta para o cultivo de gêneros
tropicais de grande valor comercial, Portugal precisa conceder benefícios que
incentivem o estabelecimento de colonos, garantindo, perante os espanhóis, a posse
da terra.
Formam-se na região grandes fazendas de gado conhecidas como estâncias. Com o fim
das guerras pelo território em 1777, são estabelecidas as primeiras delas nas
fronteiras. Para consolidar a posse de seu território, Portugal passa a distribuir
grandes lotes de terras, as sesmarias, onde a pecuária rapidamente se organiza e é
solidificada. Ela é a base econômica do território em virtude de sua vegetação
herbosa.
Comentário
Prado Júnior (2012) destaca o início de um problema fundiário que, mais tarde,
viria à tona no país (como já havia acontecido antes no sertão nordestino): pessoas
protegidas pelo governo colocavam os lotes em seus nomes e nos de seus filhos ainda
menores de idade, fazendo com que, ao final, as terras ficassem nas mãos de uns
poucos privilegiados.
Verificando o aprendizado
Atividade
1. A colonização do Rio Grande do Sul foi feita de forma ímpar, como jamais havia
sido em nenhuma parte do país, já que:
Considerações finais
Considerações finais
Vimos que a Revolução Industrial potencializou o renascimento da agricultura no
Brasil. A partir disso, vimos quais produtos se avolumaram em produção para
exportação, movimentando a economia brasileira a partir da segunda metade do século
XVII.