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O SEGUNDO REINADO

O Segundo Reinado foi um período que se estendeu de 1840 a 1889 e no qual


o trono brasileiro foi ocupado por D. Pedro II. Ele assumiu como imperador por meio
do Golpe da Maioridade e, durante seus 49 anos de reinado, diversos acontecimentos
marcantes aconteceram, como a Guerra do Paraguai e a abolição da escravidão. Foi
destronado com a Proclamação da República, em 1889.

Golpe da Maioridade e os primeiros anos de D. Pedro II

A ascensão de Dom Pedro II ao trono brasileiro aconteceu oficialmente em


1840, a partir do Golpe da Maioridade, encabeçado pelos políticos liberais. O Golpe
da Maioridade consistiu basicamente em uma manobra política para permitir que D.
Pedro II assumisse o trono brasileiro com apenas 14 anos (a lei brasileira só permitia
com 18 anos), dando início ao Segundo Reinado.

Nos primeiros dez anos de seu reinado, o imperador tratou de consolidar sua
posição no poder e conter as disputas políticas existentes entre liberais e
conservadores. Uma das medidas mais importantes tomadas por D. Pedro II foi a
imposição de um modelo conhecido por parlamentarismo às avessas.

O Parlamento brasileiro buscava inspiração na Inglaterra. Todavia, o Poder


Moderador concedia a Dom Pedro II interferir no Conselho de Estado e também
dissolver o Parlamento, era D. Pedro II quem nomeava o primeiro ministro. Isso era o
oposto do Parlamento britânico, no qual o rei não interferia nas atividades
parlamentares. Por essa razão, essa forma de governo no Brasil ficou conhecida
como “parlamentarismo às avessas”.
Em termos econômicos, o grande destaque vai para a economia cafeeira, que
se consolidou durante o Segundo Reinado como o principal meio de produção da
economia brasileira.
Abolição da escravidão

Foi no Segundo Reinado que a abolição da escravidão teve ampla discussão e


sua concretização.

A Inglaterra foi o país que mais pressionou o Brasil para o fim da escravidão,
criando uma lei: O Bill Aberdeen, que foi uma lei inglesa aprovada em 1845, que
concedia direitos à Marinha Real britânica de atuar de maneira rígida contra o tráfico
negreiro, que trazia milhares de africanos para o Brasil anualmente. Essa medida
drástica foi tomada pela Inglaterra por conta da falta de iniciativas do governo
brasileiro em pôr fim ao tráfico de escravos.

O Parlamento brasileiro aprovou várias leis que, gradativamente, acabaram


com a escravidão. Porém, elas tinham suas limitações, como se observa a seguir:

● Lei Eusébio de Queiros (1850): aboliu o tráfico negreiro no Brasil. Buscava


impedir a chegada de navios vindos da África com negros para o trabalho escravo.
Como o tráfico negreiro era muito lucrativo, a lei demorou a ter o seu efeito esperado
e motivou o deslocamento de escravos dentro do Império brasileiro. Os que estavam
no Nordeste eram vendidos para os senhores do Vale do Paraíba que estavam
investindo na lavoura de café.

● Lei do Ventre Livre (1871): o recém-nascido de escrava era liberto, mas, enquanto
não completasse 21 anos de idade, estava sob tutela e trabalhando para o seu senhor.

● Lei do Sexagenário (1885): dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos.
Porém, o número de escravos que chegavam a tal idade era bastante reduzido.

● Lei Áurea (1888): aboliu definitivamente a escravidão no Brasil, mas sem


diretrizes para inserir o escravo liberto na sociedade.

A abolição da escravidão foi um dos fatores que determinaram a queda do


Império em 1889. Dom Pedro II perdeu o apoio dos cafeicultores, que tiveram de
libertar os escravos após a assinatura da Lei Áurea e não receberam nenhuma
indenização por parte do governo central.
Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai foi um confronto envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai


e Paraguai. A região da Bacia do Prata era muito disputada pelos países envolvidos no
conflito, a fim de dominar o comércio da região. Solano Lopez, ditador paraguaio,
desejava abrir um caminho que ligasse o Paraguai até o Oceano Atlântico, facilitando
o comércio do país com as nações europeias sem depender de nenhum país vizinho.

O conflito entre Brasil e Paraguai aconteceu enquanto resultado de uma


antiga disputa envolvendo a livre navegação no Rio da Prata. Possuindo um projeto
de orientação expansionista, o governo de Solano Lopez se transformou em uma
séria ameaça aos interesses econômicos que o governo brasileiro tinha na região.
Buscando o apoio de grupos políticos uruguaios, o Paraguai buscou controlar a
navegação do Prata e assim limitar a influência econômica do Brasil naqueles
territórios.

Brasil, Argentina e Uruguai uniram-se por meio da Tríplice Aliança para


lutar contra o Paraguai. O conflito durou seis anos, entre 1864 e 1870. Dom Pedro II,
decidido a todo custo a derrotar Solano Lopes, enviou para o front escravos mediante
a promessa de liberdade caso voltassem da guerra. A Tríplice Aliança venceu o
Paraguai, que saiu devastado do confronto.

O Exército brasileiro fortaleceu-se após o conflito. Os militares buscaram maior


participação na política brasileira, porém foram impedidos por Dom Pedro. Mesmo
saindo vitorioso da guerra, a situação financeira do Império brasileiro deteriorou-se. O
endividamento externo para custear as tropas brasileiras no campo de batalha
provocou uma crise econômica determinante para o fim do Império.

Crise do Império
A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880. Esta crise
pode ser entendida através de algumas questões:
● Interferência de D. Pedro II em questões religiosas, gerando um descontentamento
nas lideranças da Igreja Católica no país;
● Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que se mostravam
descontentes com a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam
insatisfeitos com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do
Exército não podiam dar declarações na imprensa sem uma prévia autorização do
Ministro da Guerra;
● A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas,
estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação nos
assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social
passou a apoiar a implantação da República no país;
● Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste
Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder
econômico. Fazendeiros de regiões mais pobres do país também estavam insatisfeitos,
pois a abolição da escravatura, encontraram dificuldades em contratar mão de obra
remunerada.

Fim da Monarquia e a Proclamação da República


Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio
dos republicanos, destituiu o Conselho de Ministros e seu presidente. No final do dia,
Deodoro da Fonseca assinou o manifesto proclamando a República no Brasil e
instalando um governo provisório. No dia 18 de novembro, D. Pedro II e a família
imperial brasileira viajaram para a Europa. Era o começo da República Brasileira com
o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo, de forma provisória, o cargo de
presidente do Brasil.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial foi um processo de grandes transformações tecnológicas,


sociais e econômicas que começou na Inglaterra no século XVIII.

O modo de produção industrial se espalhou por grande parte do hemisfério Norte


durante todo o século XIX e início do século XX. Produzir mercadorias ficou mais
barato e acessível, porém trouxe a desorganização da vida rural e estragos ao meio
ambiente.

O advento da produção em larga escala mecanizada deu início às transformações dos


países da Europa e da América do Norte. Estas nações se transformaram em
predominantemente industriais e suas populações se concentraram cada vez mais nas
cidades.

Por isso, a revolução industrial é caracterizada como o processo que levou à


substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e
do modo de produção doméstico (ou artesanal) pelo sistema fabril.

Resumo do resumo: A revolução industrial foi o processo de transição da


manufatura para maquinofatura.
A Inglaterra foi a pioneira do desenvolvimento industrial por ser a nação que possuía
as condições mínimas necessárias para desencadear esse processo.

Antes da Revolução Industrial, o processo de produção era manufatureiro, ou


seja, a produção acontecia em uma manufatura, na qual a produção era manual e o
trabalhador realizava seu trabalho por meio de sua capacidade artesanal. Com o
desenvolvimento das máquinas, a produção passou a ser parte da maquinofatura, isto
é, a máquina era a grande responsável pela produção.

Assim, se, antes da máquina, a produção necessitava da habilidade artesanal do


trabalhador, agora, isso não era mais necessário porque qualquer trabalhador poderia
manejar a máquina e realizar todo o processo sozinho. Na prática, isso significa que
não era mais necessário um trabalhador com habilidades manuais, e o resultado disso
foi que seu salário diminuiu.
Além do salário extremamente baixo, os trabalhadores eram obrigados a aceitar
uma carga de trabalho excessivamente elevada que, em alguns casos, chegava a 16
horas diárias de trabalho, das quais o trabalhador só tinha 30 minutos para almoçar.
Essa jornada era particularmente cruel porque todos aqueles que não a aguentassem
eram prontamente substituídos por outros trabalhadores. Mulheres e crianças
também trabalhavam nas fábricas.

Na questão salarial, mulheres e crianças tinham seus salários, 50% menores do


que os dos homens adultos. Muitos patrões preferiam contratar somente mulheres e
crianças porque o salário era menor (e, por conseguinte, seu lucro maior) e essas eram
mais sujeitas a obedecerem às ordens, sem se rebelarem.

Esse quadro de extrema exploração dos trabalhadores fez com que esses se
mobilizassem em prol de melhorias de sua situação. Assim, foram criadas
as organizações de trabalhadores, conhecidas no Brasil como sindicatos e na
Inglaterra como trade union. As maiores reivindicações dos trabalhadores eram
melhorias no salário e redução da carga de trabalho.

A mobilização dos trabalhadores deu surgimento a dois grandes movimentos, na


primeira metade do século XIX, na Inglaterra, que são o ludismo e o cartismo.

PRIMEIRA FASE

Aconteceu no final do século XVIII e início do XIX, na Inglaterra. Logo


depois, em outros países como França, Bélgica, Holanda, Rússia, Alemanha
e Estados Unidos, em um novo modelo de produção industrial em que se descobriu a
utilização do carvão como fonte de energia: máquina a vapor e a locomotiva.
Modernizaram o setor de transporte (matéria-prima, pessoas e distribuição de
mercadorias) dando enorme alavancada às indústrias, aumentando a produtividade e o
êxodo rural formando grandes centros urbanos.

SEGUNDA FASE

Se deu a partir de 1870, com maior exploração do uso da energia elétrica e


do petróleo em motores à explosão. Aceleraram o ritmo industrial na fabricação de
produtos em escalas cada vez maiores, com o marco da criação da lâmpada (1879
com sistemas de iluminação), o telégrafo (comunicação), métodos mais rápidos de
produção de ferro, aço e alumínio (ferrovias e automóveis), que aceleraram o
desenvolvimento do capitalismo.

TERCEIRA FASE

Aconteceu em meados do século XX, marcado pela revolução técnico-


científica informacional. Avanço da informática, química, robótica e genética voltadas
para o mercado. Ainda atual, desenvolve os meios de comunicação e transporte,
diminuindo distâncias e acelerando a globalização.

Consequências: avanço da Ciência e Tecnologia, consolidação do capitalismo


financeiro, expansão das multinacionais, descentralização industrial, flexibilização do
trabalho (Toyotismo: produção por demanda) e terceirização da economia.

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