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SEGUNDO REINADO

TRABALHO DE HISTÓRIA

Trabalho de história do 2º bimestre


apresentado pelo 9º ano.

2019
 Introdução

O Segundo Reinado é o período da história brasileira em que o país foi governado


por D. Pedro II. Esse período estendeu-se de 1840, quando D. Pedro II foi coroado
imperador após o Golpe da Maioridade, e encerrou-se em 1889, quando a
Proclamação da República colocou fim na monarquia do Brasil.

 Origem

Em virtude dos sucessivos entraves e dificuldades enfrentadas por D. Pedro I para


manter-se no trono do Brasil recém-independente e, ao mesmo tempo, garantir sua
influência em Portugal, a responsabilidade de comandar o Brasil recaiu sobre D.
Pedro II, que assume o poder com apenas 15 anos de idade.

Antecipar a maioridade de Pedro de Alcântara (D. Pedro II) era a única alternativa da
Família Real para manter-se presente e comandando o Brasil e, ao mesmo tempo,
Portugal. Essa “antecipação” ficou conhecida como Golpe da Maioridade. Por meio
desse movimento, os políticos brasileiros anteciparam a maioridade de D. Pedro II
para que ele pudesse assumir o trono. Isso aconteceu porque os liberais queriam
recuperar o poder que estava nas mãos dos conservadores e porque acreditavam
que a coroação do imperador colocaria fim em todos os conflitos que se passavam
no país.

Assim foi iniciado o Segundo Reinado, período que se estendeu por 49 anos e que
pode ser dividido da seguinte maneira:

Consolidação: (1840-1850): quando o imperador estava no poder e estabeleceu-o,


a seu modo, sobre o país, colocando políticos e províncias rebeldes sob seu
controle.

Auge: (1850-1865): quando o poder do imperador era amplo e sua posição estava
consolidada.

Declínio: (1865-1889): quando surgem contestações contra a posição de D. Pedro


II, e a economia do país não ia bem.

 Politica

No caso da política durante o Segundo Reinado, o primeiro destaque a ser feito se


dá pela atuação dos partidos políticos existentes. Os dois partidos que atuaram na
política brasileira nesse período formaram-se durante o Período Regencial e eram
conhecidos como Partido Conservador e Partido Liberal.

A disputa pelo poder realizada por conservadores e liberais era intensa e tinha
impactos negativos para a política brasileira, pois gerava muita instabilidade. A saída
encontrada pelo imperador foi promover uma política de revezamento em que
conservadores e liberais alternavam-se na liderança do gabinete ministerial. Isso
reduziu um pouco os conflitos.
Ambos partidos tinham leves diferenças de posição ideológica e de classe em que
se apoiavam. Conservadores eram partidários de uma grande centralização do
poder nas mãos do imperador, enquanto os liberais defendiam uma maior autonomia
local para as províncias.

Apesar disso, uma crítica muito forte à atuação dos dois partidos e que já era
realizada na época é a de que as divergências entre os liberais e conservadores
eram quase inexistentes. Também se dizia, à época, que não havia nada mais
parecido com um conservador do que um liberal no poder.

A distribuição do poder durante o Segundo Reinado acontecia de forma que o


imperador tivesse amplos poderes na política. O imperador representava
pessoalmente o Poder Moderador e estava à frente do Executivo. No Executivo
também constava o Conselho de Estado. No caso do Legislativo, destacam-se os
cargos de senador e deputado.

Por fim, da política brasileira, um último e importante destaque a ser mencionado é o


que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. O Brasil funcionava como
uma monarquia parlamentarista na qual o imperador interferia na política sempre
que fosse necessário para garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito um
primeiro-ministro que não lhe agradasse, ele o destituía, e se a Câmara tomasse
medidas que não lhe agradassem, ela era dissolvida.

 Economia

No cenário econômico, o cultivo do café era um grande sucesso, devido às


excelentes condições de solo e clima em algumas regiões do Brasil, principalmente
em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Esse sucesso trouxe ao país um
aquecimento econômico e a consequente necessidade de mais mão de obra
escrava. O bom momento da economia era atestado pelo superávit da balança
comercial, pois o Brasil mais exportava do que importava.

Outro momento importante da economia brasileira, durante o Segundo Reinado, foi


o de grande crescimento econômico marcado por algum desenvolvimento industrial:
a Era Mauá. Tal prosperidade econômica aconteceu entre 1840-1860, e nela as
receitas do Brasil aumentaram quatro vezes.

O crescimento econômico desse período é muito atribuído ao reflexo do fim do


tráfico negreiro no país por meio da Lei Eusébio de Queirós, de 1850. Com essa lei,
o tráfico negreiro foi proibido, e todos os recursos, que antes eram utilizados na
aquisição de escravos, passaram a servir para outros investimentos. As exportações
do país aumentaram, e o investimento em estradas de ferro, por exemplo, aumentou
bastante.
 Abolição da escravidão

Essa época é crucial para o processo de abolição escravos, pois surgem diversas
sociedades e jornais contra esta prática. Os escravos se mobilizam através dos
quilombos e irmandades religiosas, mas também solicitam sua liberdade na Justiça.

Para controlar o fim do trabalho escravo, o governo promulga leis contra a


escravatura, levando, finalmente, à abolição em 1888. Essas leis são:

- Lei Eusébio de Queiróz (1850): extinguiu oficialmente o tráfico de escravos no


Brasil

- Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os filhos de escravos nascidos após a
promulgação da lei.

- Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos escravos ao completarem 65


anos de idade.

- Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão no Brasil.

 A guerra do Paraguai

Um acontecimento marcante na história do Segundo Reinado foi a Guerra do


Paraguai, conflito travado entre 1864 e 1870. Nessa guerra, Brasil, Argentina e
Uruguai, por meio da Tríplice Aliança, lutaram contra o Paraguai, governado nessa
época por Francisco Solano López. O Brasil venceu esse conflito, mas suas
consequências para a economia do país e para a monarquia foram ruins.

O conflito foi resultado do choque de interesses territoriais, econômicos e políticos


entre as nações da Bacia Platina (Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil). O combate
iniciou-se quando os paraguaios aprisionaram uma embarcação brasileira, no final
de 1864, e encerrou-se em 1870, quando o ditador paraguaio foi morto na Batalha
de Cerro Corá.

 A proclamação da Republica

Mesmo buscando uma posição política conciliadora, Dom Pedro II não conseguia
intermediar os interesses confiantes dos diferentes grupos sociais do país. A
questão da escravidão era um dos maiores campos dessa tensão político-ideológica.
Os intelectuais, militares e os órgãos de imprensa defendiam a abolição como uma
necessidade primordial dentro do processo de modernização sócio-econômica do
país.

Por um lado, os fazendeiros da oligarquia nordestina e sulista faziam oposição ao


fim da escravidão e, no máximo, admitiam-na com a concessão de indenizações do
governo. De outro, os cafeicultores do Oeste Paulista apoiavam a implementação da
mão-de-obra assalariada no Brasil. Durante todo o Segundo Reinado essa questão
se arrastou e ficou presa ao decreto de leis de pouco efeito prático.
Os abolicionistas, que associavam a escravidão ao atraso do país, acabavam por
também colocar o regime monárquico junto a essa mesma ideia. É nesse contexto
que as ideias republicanas ganham espaço.

A Igreja, setor de grande influência ideológica, também passou a engrossar a fila


daqueles que maldiziam o poder imperial. Tudo isso devido à crise nas relações
entre os clérigos e Dom Pedro II. Naquela época, de acordo com a constituição do
país, a Igreja era subordinada ao Estado por meio do regime de padroado. Nesse
regime, o imperador tinha o poder de nomear padres bispos e cardeais.

Ao mesmo tempo, alguns representantes do poder militar do Brasil começaram a


ganhar certa relevância política. Com a vitória na Guerra do Paraguai, o oficialato
alcançou prestígio e muitos jovens de classes médias e populares passaram a
ingressar no Exército. As instituições militares dessa época também foram
influenciadas pelo pensamento positivista, que defendia a “ordem” como caminho
indispensável para o “progresso”. Desta forma, os oficiais – que já se julgavam uma
classe desprestigiada pelo poder imperial – compreendiam que o rigor e a
organização dos militares poderiam ser úteis na resolução dos problemas do país.

Os militares passaram a se opor ferrenhamente a Dom Pedro II, chegando a


repudiar ordens imperiais e realizar críticas ao governo nos meios de comunicação.

Nos fins de 1889, sob fortes suspeitas que Dom Pedro II iria retaliar os militares, o
marechal Deodoro da Fonseca mobilizou suas tropas, que promoveram um cerco
aos ministros imperiais e exigiram a deposição do rei. Em 15 de novembro daquele
ano, o republicano José do Patrocínio oficializou a proclamação da República.

Em resumo as causas do fim da monarquia no Brasil foram:

 Interferência de D. Pedro II em questões religiosas, gerando um


descontentamento nas lideranças da Igreja Católica no país;

 Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que se


mostravam descontentes com a corrupção existente na corte. Além disso, os
militares estavam insatisfeitos com a proibição, imposta pela Monarquia, pela
qual os oficiais do Exército não podiam dar declarações na imprensa sem uma
prévia autorização do Ministro da Guerra;

 A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas,


estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação
nos assuntos políticos do país. Aproximando-se dos militares insatisfeitos, os
republicanos organizaram o golpe de Estado contra a monarquia.

 Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste


Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder
econômico. Fazendeiros de regiões mais pobres do país também estavam
insatisfeitos, pois com a abolição da escravatura, encontraram dificuldades em
contratar mão de obra remunerada.

 Referências

NEVES. Daniel. Segundo Reinado. Disponível em:


<https://brasilescola.uol.com.br/historiab/segundo-reinado.htm>. Acesso em: 31 de
Jul de 2019

BEZERRA. Juliana. Segundo Reinado. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/segundo-reinado/>. Acesso em: 31 de Jul de 2019

IZAÍAS DA SILVA. Bruno. Segundo reinado. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/historia/segundo-reinado/>. Acesso em: 31 de Jul de
2019

Sua pesquisa. Segundo Reinado. Disponível em:


<https://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/segundo_reinado.htm>. Acesso em:
31 de Jul de 2019

GONÇALVES SOUSA. Rainer. Proclamação da República. Disponível em:<


https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/proclamacao-republica.htm>.
Acesso em: 31 de Jul de 2019

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