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Resumo:
A República Oligárquica foi marcada pelo controle político exercido sobre o governo
federal pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural mineira, na conhecida “política
do café com leite”. Foi nesse período ainda que se desenvolveu mais fortemente o
coronelismo, garantindo poder político regional às diversas elites locais do país.
1. Proclamação da República
"Art. 87. Tentar via correio, e por fatos, destronizar o Imperador; privá-lo em todo ou
em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão.
Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: penas
de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos
no grau médio; e por dez anos no grau mínimo."
“Por ora, a cor do governo é puramente militar e deverá ser assim. O fato foi
deles, deles só porque a colaboração do elemento civil foi quase nula. O povo
chorou com aquilo tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que
significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada!”
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A Primeira República Brasileira, também conhecida como República Velha (em
oposição à República Nova, período posterior, iniciado com o governo de Getúlio
Vargas), foi o período da história do Brasil que se estendeu da proclamação da
República, em 15 de novembro de 1889, até a Revolução de 1930 que depôs o 13º e
último presidente da República Velha Washington Luís. Nesse período o Brasil foi
nomeado de Estados Unidos do Brasil, o mesmo nome da constituição de 1891, também
promulgada nesse período.
3. República da Espada
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Primeira Bandeira Republicana, criada por Rui Barbosa, usada entre 15 e 19 de
novembro de 1889.
Durante o governo provisório foi decretada a separação entre Estado e Igreja; foi
concedida a nacionalidade brasileira a todos os imigrantes residentes no Brasil; foram
nomeados governadores para as províncias que se transformaram em estados.
A família imperial brasileira foi banida do território brasileiro, só podendo a ele retornar
a partir de 1920, pouco antes do falecimento, em 1921, da Princesa Isabel, herdeira do
trono brasileiro, e pouco antes do centenário da independência do Brasil, que foi
comemorado em 1922. O decreto 4120 de 3 de setembro de 1920 revogou o banimento
da família real.
Foi criada uma nova bandeira nacional, em 19 de novembro de 1894, com o lema
positivista "Ordem e Progresso", embora o lema por inteiro dos positivistas fosse "O
amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim". Foram mantidas as cores
verde e amarela da bandeira imperial, pois o decreto nº 4, que criou a bandeira
republicana, nos seus considerandos diz que: "as cores da nossa antiga bandeira
recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da pátria, e
que essas cores, independentemente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e
integridade da pátria entre as outras nações".
4. Constituição de 1891
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Velha. Após um ano de negociações com os poderes que realmente comandavam o
Brasil, a promulgação da Constituição Brasileira de 1891 aconteceu em 24 de Fevereiro
de 1891. O principal autor da constituição da República Velha foi Rui Barbosa. A
Constituição de 1891 era fortemente inspirada na Constituição dos Estados Unidos.
Outro elemento relevante nesse contexto é a influência do Positivismo, corrente
filosófica formulada na França por Auguste Comte. De acordo com VALENTIM:
Também, segundo o mesmo autor: "Uma das maiores e mais complexas transformações
políticas e sociais que essa corrente filosófica proporcionou [por ser a mentalidade
norteadora da cúpula militar na pessoa de Benjamim Constant principalmente] foi a
separação entre o Estado e a Igreja no Brasil." VALENTIM 2010. p. 41.
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Em 22 de agosto de 1891, o Congresso Nacional exibiu um conjunto de leis que visava
à redução de poder do presidente da república Deodoro da Fonseca, que, então, aplicou
um golpe de estado com o Golpe de Três de Novembro, no dia 3 de novembro de 1891.
Seus decretos assinados neste dia (dissolução do legislativo e estado de sítio) foram
frustrados por resistências espalhadas por todo o país. Após a pressão dos militares, que
apontaram canhões para o Rio de Janeiro, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo, em
23 de novembro de 1891, deixando Floriano Peixoto, vice-presidente, em seu lugar.
O artigo 42 da constituição de 1891 dizia: "Se, no caso de vaga, por qualquer causa, da
Presidência ou Vice-Presidência, não houver ainda decorrido dois anos do período
presidencial, proceder-se-á nova eleição".
Durante seu governo, Floriano Peixoto, buscando apoio popular, tomou medidas para
melhorar as condições de vida da população do Brasil, que após um governo de crises
econômicas, encontrava-se em situação pouco privilegiada. O presidente buscou reduzir
os impostos dos produtos de primeira necessidade, chegou até a zerar o imposto sobre a
carne, mesmo assim, não recebeu muito apoio para permanecer no poder e contra seu
governo enfrentou a Revolução Federalista e a Revolta da Armada. Floriano Peixoto foi
sucedido pelo vencedor das eleições, Prudente de Morais, marcando o final da
"República da Espada" com a eleição de uma pessoa não militar e iniciando a República
Oligárquica, marcada pela política do "café-com-leite".
Conflitos
Já no plano interno, este 1º período republicano foi marcado por graves crises
econômicas, como a do encilhamento, que contribuíram para acirrar ainda mais a
instabilidade geral. No âmbito político-social, por exemplo, entre 1891 e 1927
ocorreram várias revoltas e conflitos no país, tanto militares como (por exemplo): a 1ª
Revolta da Armada em 1891, a 2ª Revolta da Armada em 1893, a Revolução Federalista
entre 1893-95, Revolta da Chibata em 1910, a Revolta dos tenentes em 1922, a Revolta
de 1924 que se desdobrou na Coluna Prestes; quanto civis, como (por exemplo): a
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Guerra de Canudos 1893-97, a Revolta da Vacina em 1904, a Guerra do Contestado
entre 1912-16 e os movimentos operários de 1917-19.
Também neste período, ocorreu o auge do cangaço, tendo sido seu expoente mais
famigerado Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como "Lampião".
Embora todos esses eventos tenham sido controlados pelo governo central e a maioria
fosse de caráter localizado, o acúmulo dessas tensões sociais e econômicas foi pouco a
pouco minando o regime, o que somado aos efeitos causados pelas crises da depressão
de 1929 e das eleições federais de 1930, acabaram levando ao movimento de 1930 que
pôs um fim a este primeiro período da república no Brasil.
Entre 1889 e 1930, o governo foi oficialmente uma democracia constitucional e, a partir
de 1894, a Presidência alternou entre os estados dominantes da época, São Paulo e
Minas Gerais. Como os paulistas eram grandes produtores de café, e os mineiros
estavam voltados à produção leiteira, a situação política do período ficou conhecida
como Política do Café-com-Leite.
Esse equilíbrio de poder entre os estados, foi uma política criada pelo presidente
Campos Sales, chamada de Política dos Estados ou Política dos governadores. A
República Velha terminou em 1930, com a Revolução de 1930, liderada por Getúlio
Vargas, um civil, instituindo-o "Governo Provisório", até que novas eleições fossem
convocadas.
Tenentismo
A partir da década de 1920, um movimento de caráter político-militar começou a
se organizar no interior dos exércitos do Brasil. Jovens militares que ocupavam as
patentes de oficial, tenente e capitão começaram a expressar o seu descontentamento
frente aos desmandos do governo das oligarquias. Representando em parte os anseios
dos setores médios da população brasileira, esses militares pregavam a moralização e o
fim da corrupção no âmbito das práticas políticas da nação.
Entre outros pontos, os tenentes defendiam a instauração do voto secreto e o fim
da corrupção eleitoral. Em certa medida, eram defensores de um regime político calcado
na ordem democrática e liberal. No entanto, parte desses oficiais do Exército também
via que a situação de urgência do país buscava a constituição de um governo forte e
centralizado.
Uma das primeiras revoltas organizadas por esses militares começou a se
organizar no ano de 1921, realizando oposição ao processo eleitoral da época. Os oficias
eram contrários à eleição de Arthur Bernardes, que viria a se tornar presidente. Visando
repreender as críticas desses oficiais ao novo governo, Arthur Bernardes ordenou o
fechamento do Clube Militar. Inconformados com o decreto autoritário, uma guarnição
do forte de Copacabana bombardeou a cidade e exigiu a renúncia do novo presidente.
A rebelião motivou uma violenta reação do governo que acabou desarticulando a
maioria de seus participantes. Apenas um pequeno grupo, noticiado pelos jornais da
época como “Os Dezoito do Forte”, resistiram às forças oficiais saindo em marcha pelo
litoral carioca. As tropas fiéis ao presidente saíram à procura desse grupo resistente,
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executando a maioria dos envolvidos. O evento acabou potencializando a ocorrência de
novas rebeliões militares.
Na data de 5 de julho de 1924, um novo grupo de tenentes paulistas tomaram das
armas para enfrentar o governo. Ao longo de quase um mês, o grupo comandado pelo
general Isidoro Dias Lopes entrou em confronto com as tropas governamentais. Em
pouco tempo, novos levantes tenentistas viriam a se espalhar por outros cantos do
Brasil. Uma parte dos militares envolvidos no levante em São Paulo, se refugiaram em
Foz do Iguaçu, onde se encontraram com um grupo de tenentes gaúchos.
A união desses militares possibilitou a formação da chamada Coluna Prestes.
Esse grupo de guerrilheiros, de origem militar e civil, era liderado por Luís Carlos
Prestes pregando mudanças por todo o território brasileiro. Ao longo de três anos, os
participantes da Coluna Prestes percorreram mais de 24 mil quilômetros fugindo da
perseguição dos oficias legalistas e convocando outras pessoas a fazer parte do
movimento.
A falta de apelo popular de seus líderes acabou enfraquecendo o movimento, que
se dissipou na Bolívia, no ano de 1927. Os participantes do movimento encerraram a
sua luta. Alguns dos integrantes, entre eles Luis Carlos Prestes, resolveram militar pelas
vias partidárias ao se aproximar do Partido Comunista do Brasil. Mesmo não obtendo
resultados concretos, o tenentismo dava sinais de desgaste sofrido pelas teias de
dominação estabelecidas pelo regime das oligarquias.
Coluna Prestes
Em 1924, o movimento tenentista ganhou força com os vários levantes
organizados contra a hegemonia política das oligarquias. No estado de São Paulo a
mobilização dos militares ganhou enorme força chegando até mesmo a obrigar a fuga de
milhares de pessoas da capital. Paralelamente, outras revoltas de menor porte
aconteceram no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Sergipe. Contudo,
a superioridade das tropas oficiais conseguiu contrapor-se à manifestação desses
militares.
No caso da revolta paulista, os militares participantes resolveram sair do estado
empreendendo novos focos de resistência estabelecidos nas cidades paranaenses de
Guaíra, Foz do Iguaçu e Catanduvas. Nesse meio tempo, Juarez Távora e João Alberto,
participantes da resistência paulista, partiram para o Rio Grande do Sul com o intuito de
auxiliar nos preparativos de uma nova revolta militar a ser consumada no 1º Batalhão
Ferroviário, na cidade de Santo Ângelo.
Um dos principais líderes locais dessa nova revolta tenentista foi Luis Carlos
Prestes, que, com o auxílio de seus comandados, partiu com destino à Foz do Iguaçu.
Essa primeira ação tinha como objetivo engrossar as fileiras da coluna paulista, que se
encontrava na mesma região. No mês de abril de 1925, os militares gaúchos concluíram
seu plano após sofrer várias perdas nos confrontos com as tropas oficiais. A partir de
então, estaria formada a chamada Coluna Prestes.
Entre suas primeiras ações, a nova coluna decidiu organizar um destacamento
comandado por Isidoro Dias Lopes, que iria para a Argentina liderar os militares
sulistas. Enquanto isso, os remanescentes da Coluna Prestes concluíram a travessia do
rio Paraná e seguiram para o Mato Grosso passando pelo território paraguaio. Depois
disso, passaram por Goiás, Minas Gerais e retornaram para o território goiano. No final
daquele ano, partiram para a região nordeste passando pelo Maranhão, Piauí e Ceará.
No ano seguinte, os participantes da Coluna partiram mais uma vez para a região
sul do país atravessando o Rio Grande do Norte e a Paraíba, estado onde travaram um
violento conflito contra o padre Aristides Ferreira da Cruz. Dando prosseguimento aos
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seus planos, os revoltosos atravessaram os territórios pernambucano e baiano, até
atingirem a região norte de Minas Gerais. Chegando lá, a Coluna Prestes sofreu uma
violenta perseguição que obrigou os militares a retornarem à região Nordeste.
A coluna partiu para a Bahia, chegou ao Piauí e retornou à região Centro-Oeste
até chegar ao Mato Grosso, em outubro de 1926. Nesse momento, os líderes da coluna
tinham como opção lutar até o fim ou partir para o exílio. No ano seguinte, parte da
coluna atravessou a região do Pantanal e exilou-se no Paraguai. Os demais participantes,
já desgastados com a perseguição governamental, decidiram encerrar sua luta
revolucionária com o exílio na Bolívia.
Durante os três meses que percorreram por vários estados brasileiros, os
membros da Coluna Prestes andaram mais de 25.000 quilômetros. No período em que
atravessou várias cidades do país, tentou mobilizar as populações locais a se voltarem
contra a opressão política das oligarquias. No entanto, a ausência de um projeto político
mais claro impossibilitou a formação de um movimento suficientemente forte para
derrubar as autoridades estabelecidas.
Luis Carlos Prestes saiu conhecido do conflito como o “cavaleiro da esperança”
e, tempos depois, mudou-se para a Argentina. Nessa época, consolidou uma orientação
política mais bem definida ao filiar-se ao Partido Comunista Brasileiro. Pouco tempo
depois, com a agitação que marcou a Revolução de 1930, parte dos tenentes que
integraram a coluna concederam apoio ao governo capitaneado por Getúlio Dornelles
Vargas.
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1. Era Vargas: Governo Provisório (1930-1934)
Governo Provisório é a forma como é chamado o período inicial em que Getúlio Vargas
governou o Brasil. O Governo Provisório iniciou-se em 1930, quando Getúlio Vargas
foi nomeado presidente logo após a Revolução de 1930, e estendeu-se até 1934, quando
Vargas foi reeleito em eleição indireta, dando início ao Governo Constitucional.
Essa crise aconteceu em decorrência da entrada de novos atores nos quadros da política
brasileira – como os tenentistas – e das disputas que começaram a surgir entre as
oligarquias que controlavam a política do país. Essa dissidência teve seu auge na eleição
presidencial de 1930, quando o presidente Washington Luís passou por cima do acordo
com Minas Gerais e lançou um candidato paulista na disputa pela presidência: Júlio
Prestes.
Após o assassinato de João Pessoa, que foi motivado por questões políticas, regionais e
passionais, iniciou-se um levante contra o governo de Washington Luís em diferentes
partes do país. A revolta foi iniciada em 3 de outubro e, no dia 24 do mesmo mês,
Washington Luís foi deposto do cargo de presidente. Nos dias seguintes, foi formada
uma junta militar que governou o Brasil por alguns dias e depois nomeou Getúlio
Vargas como presidente provisório do Brasil em 3 de novembro de 1930.
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1.2. Governo Provisório
Como o próprio nome sugere, o primeiro momento de Getúlio Vargas no poder tinha
como objetivo organizar a nação visando a formar uma Assembleia Constituinte que
elaborasse uma nova Constituição (a Carta de 1891 havia sido anulada) para que, a
partir daí, uma eleição presidencial fosse organizada no país. Essas ideias eram
partilhadas, principalmente, pelos liberais constitucionalistas que haviam apoiado a
Revolução de 1930.
Getúlio Vargas, no entanto, tinha outros planos para o Brasil, que eram a centralização
do poder em sua figura, postura apoiada pelos tenentistas que defendiam a implantação
de um modelo republicano autoritário. A ideia de Vargas era, a princípio, reformar todo
o modelo político brasileiro, pois temia que as oligarquias tradicionais retomassem o
poder, caso fossem convocadas novas eleições de imediato.
A nova ação de Vargas também não conseguiu manter os paulistas satisfeitos. Além de
exigirem uma nova Constituição e uma nova eleição de imediato, os paulistas também
estavam insatisfeitos com os interventores nomeados por Vargas para o estado. Eles
exigiam que o interventor de São Paulo fosse um “paulista e civil”. Por fim, havia a
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questão do café: havia uma insatisfação pelo governo ter federalizado o controle da
política do café com a criação do Conselho Nacional do Café, em maio de 1931.
Todos esses fatores contribuíram para fomentar um desejo de revolta com caráter
separatista, em São Paulo. Isso levou ao que ficou conhecido como Revolução
Constitucionalista de 1932, iniciada em 9 de julho de 1932. Essa revolta transformou-se
em uma guerra civil que se estendeu por dois meses.
Vargas também partiu para a negociação com os paulistas e nomeou Armando Salles
para interventoria de São Paulo, assim como garantiu a realização da eleição para 1933
para que uma assembleia fosse formada e uma nova Constituição, redigida.
O Governo Provisório teve fim quando a nova Constituição foi aprovada e quando
Vargas foi reeleito presidente em 1934. A nova Carta do Brasil foi elaborada por
deputados eleitos na eleição de maio de 1933. A Constituinte formada com essa eleição
realizou o debate e escreveu uma nova Constituição para o Brasil nos moldes da
Constituição alemã da República de Weimar.
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políticas poderia gerar a dissolução da Aliança, antes mesmo de concluir a tomada do
poder. A liderança de Getúlio Vargas foi importante, pois se tornou exímio mediador
das distintas forças políticas agregadas na Aliança Liberal, possibilitando a instituição
do novo governo.
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nas lutas dos trabalhadores. Os impedimentos da atuação de grupos de esquerda e a
centralização estatal dos sindicatos permitiram a Vargas sua ascensão política em torno
da criação do discurso do trabalhismo, e posteriormente o sucesso do golpe do Estado
Novo (1937).
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