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A Proclamação da

República no Brasil

Professor: Walace Garcia de Oliveira – PEB/História


Antecedentes
A Proclamação da República, em 15 de
novembro de 1889, foi o resultado de um longo
processo de crise da monarquia no Brasil. O regime
monárquico começou a entrar em decadência logo
após o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, o que
resultou da incapacidade da monarquia em atender
aos interesses e demandas da sociedade brasileira.
Uma série de novos atores e novas ideias
políticas surgiu e ganhou força por meio do
movimento republicano, estruturado oficialmente a
partir de 1870, quando foi lançado o Manifesto
Republicano. Ao redor das ideias republicanas,
formou-se um grupo consistente que organizou um
golpe contra a monarquia em 1889
 A Proclamação da República foi o evento
responsável por transformar o Brasil em
uma república em 15 de novembro de
1889.
 A crise da monarquia teve relação com a
insatisfação do Exército e com o
surgimento de novas demandas políticas
na sociedade.
 Os militares adotaram o positivismo como
ideologia política, passando a defender a
implantação de uma república autoritária
no Brasil.
 A Proclamação da República, na verdade,
foi um golpe realizado por militares e uma
parcela da sociedade civil.
 Quem proclamou a república foi José do
Patrocínio, e o primeiro presidente do Brasil
após a proclamação foi o marechal
Deodoro da Fonseca.
Consequências
A Proclamação da República mudou
radicalmente a história brasileira. Trocaram-se os
símbolos nacionais, e novos heróis, como Tiradentes,
foram estabelecidos. Além da mudança da forma
de governo, o Brasil passou a ser uma nação com
poder descentralizado, pois foi implantado o
federalismo. Mudanças aconteceram no sistema
eleitoral, pois o critério censitário foi abandonado, e
foi estabelecido o sufrágio universal masculino para
homens com mais de 21 anos.
O Brasil se tornou um Estado laico, e o
presidencialismo tornou-se o sistema de governo. A
organização da república tomou forma quando foi
promulgada uma nova Constituição no ano de 1889.
A década de 1890 ficou marcada como um período
de disputa entre republicanos e monarquistas e
deodoristas e florianistas.
A Primeira República no Brasil.
Período da história do Brasil que aconteceu de
1889 a 1930, tendo sido iniciado com a
Proclamação da República que aconteceu em 15
de novembro de 1889 e encerrou-se com a
deposição de Washington Luís como consequência
da Revolução de 1930. Esse período é conhecido
por muitos como República Velha, mas entre os
historiadores o termo utilizado para referir a esse
período é Primeira República.

A Primeira República pode ser dividida em


República da Espada e República Oligárquica.
Outras características importantes desse período
foram mandonismo, clientelismo e coronelismo. O
Convênio de Taubaté foi um acontecimento
importante, pois garantiu os interesses dos
cafeicultores paulistas.
Política dos governadores
A política dos governadores, também conhecida como política dos
estados, foi criada durante o governo de Campos Sales, presidente do Brasil
entre 1898 e 1902. Foi com a política dos governadores que o funcionamento
político brasileiro na Primeira República foi estruturado. Por meio dessa política,
foi possível realizar uma aliança entre executivo e legislativo.
Na prática, essa política funcionava da seguinte maneira: o Governo
Federal daria apoio à oligarquia mais poderosa de cada Estado. Em troca, o
governo exigia que cada oligarquia apoiasse as propostas do Governo Federal
no legislativo. Assim, as oligarquias deveriam eleger deputados dispostos a
atuar em favor do governo no legislativo.
Com o apoio à oligarquia mais poderosa, o Governo Federal esperava que
os conflitos políticos respingassem o mínimo possível no âmbito federal e
ficassem reduzidos apenas ao âmbito estadual.
O funcionamento da política dos governadores dependia
consideravelmente da figura do coronel, pois seria ele que, a nível regional,
mobilizaria os votos necessários para eleger os candidatos certos, de acordo
com o interesse de cada oligarquia. O coronel usava seu poder financeiro para
pressionar as pessoas a votar em determinado candidato. Essa intimidação dos
eleitores é conhecida como “voto de cabresto”. Além da intimidação, a fraude
das atas que registravam os votos eram uma prática comum
Política do café com leite
No campo econômico, o Brasil seguiu com grande dependência do café. O grande
produtor dele no Brasil era o estado de São Paulo. No começo do século XX, os
cultivadores começaram a aumentar a quantidade de café produzida, o que acarretou a
queda do preço desse produto, uma vez que o mercado ficou abarrotado com a
mercadoria. Visando a defender seus interesses, os cafeicultores reuniram-se no Convênio
de Taubaté.
Nesse convênio, decidiu-se que o governo brasileiro compraria o excedente de sacas
de café com o objetivo de controlar o preço desse produto no mercado internacional. Isso
garantiria os lucros dos fazendeiros e resolveria a questão do preço do café. Além disso,
decidiu-se que o Estado realizaria um empréstimo de 15 milhões de libras para conseguir
realizar a compra do excedente dessas sacas.
Na Primeira República também aconteceu um pequeno desenvolvimento industrial,
sobretudo no estado de São Paulo. O desenvolvimento industrial em São Paulo foi, em
parte, financiado pela prosperidade do negócio cafeeiro e a cidade de São Paulo
concentrou grande parte desse crescimento industrial.
As indústrias receberam um grande número de trabalhadores imigrantes e o
crescimento industrial resultou no surgimento do movimento operário do Brasil, sobretudo a
partir de 1917, quando aconteceu a Revolução Russa
A Primeira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que
aconteceu entre 1914 e 1918, e os principais
cenários de guerra ocorreram no continente
europeu. Foi resultado de inúmeros fatores, como a
rivalidade econômica, ressentimentos por
acontecimentos passados e questões nacionalistas.
Teve como estopim o assassinato do arquiduque
Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, em
Sarajevo, na Bósnia, em junho de 1914.Estendeu-se
por quatro anos em duas fases distintas: Guerra de
Movimento e Guerra de Trincheira.
A última fase é a mais conhecida por ter sido a
mais longa (de 1915 a 1918) e por ter sido
efetivamente caracterizada por um alto grau de
mortalidade dos soldados envolvidos. O saldo do
conflito foi, aproximadamente, 10 milhões de mortos
e uma Europa totalmente transformada
As causas da Primeira Guerra Mundial são
extremamente complexas e envolvem uma série de
acontecimentos não resolvidos que se arrastavam
desde o século XIX: rivalidades econômicas, tensões
nacionalistas, alianças militares etc. De maneira
geral, os principais fatores que contribuíram para o
início da Primeira Guerra Mundial foram: disputas
imperialistas; nacionalismos; alianças militares;
corrida armamentista; pangermanismo; pan-
eslavismo; etc.
Países envolvidos
Os dois grupos que lutaram entre si na Primeira
Guerra Mundial ficaram conhecidos como Tríplice
Aliança (as principais forças eram a Alemanha,
Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália) e Tríplice
Entente (as principais forças eram a Rússia, Grã-
Bretanha e França). No caso da Itália, o país fazia
parte da Tríplice Aliança, mas recusou-se a
participar da guerra quando ela se iniciou. Em 1915,
a Itália aderiu à Tríplice Entente.
Naturalmente, a Primeira Guerra Mundial não se
resumiu ao envolvimento desses países, pois
diversas outras nações envolveram-se no conflito.
No lado da Entente, países como Grécia, Estados
Unidos, Canadá, Japão e até mesmo o Brasil
entraram no confronto. No lado da Tríplice Aliança,
houve a participação da Bulgária.
Consequências
Como consequência do armistício e da derrota alemã, foi assinado,
em junho de 1919, o Tratado de Versalhes. A assinatura desse tratado
aconteceu exatamente no mesmo local onde os franceses haviam
ratificado sua derrota em 1871. Dessa vez, os derrotados eram os alemães,
que assinavam um tratado que impunha termos duríssimos à Alemanha.
A Alemanha perdeu todas as suas colônias ultramarinas, além de
territórios na Europa. Foi obrigada a pagar uma multa pesadíssima, que
arrastou o país pra uma crise econômica sem precedentes na sua história.
Suas forças militares foram restritas a 100 mil soldados de infantaria. A
rigidez dos termos do Tratado de Versalhes é entendida pelos historiadores
como a porta que deu abertura para o surgimento e crescimento do
nazismo. O fim da guerra também marcou a reconfiguração do mapa
europeu por causa do esfacelamento dos Império Alemão, Austro-
húngaro e Otomano. Diversas novas nações surgiram, como Polônia,
Finlândia, Iugoslávia etc.
Revolução Mexicana

A Revolução Mexicana, de 1910, foi um


movimento armado que tinha como objetivo formar
um governo popular e reformista para acabar com
as desigualdades sociais no México. Após um longo
período de ditadura comandada por Porfírio Díaz,
camponeses se rebelaram e, liderados por Emiliano
Zapata e Pancho Villa, derrotaram o ditador, dando
início, em 1914, a um novo governo, sendo
promulgada uma Constituição que garantiu direitos
importantes. Com as mortes dos seus líderes, o
movimento perdeu a força, mas a memória de suas
lutas no começo do século passado os fez ser vistos
pelos mexicanos como heróis.
Ao longo do século XIX, a América Latina atravessou
sucessivas crises sociais e econômicas que
desestabilizaram a política dos seus países. O México foi
uma das nações latino-americanas que passaram por
essas turbulências. A independência da Espanha, obtida
em 1821, por exemplo, não foi capaz de fazer os
mexicanos se tornarem totalmente livres para determinar
quais rumos seguir, uma vez que governantes contrários
aos anseios da maioria da população e indiferentes aos
problemas sociais controlavam o país.
Entre 1876 e 1911, Porfírio Díaz governou o México
como um ditador e se mostrou insensível aos problemas
enfrentados pelos mexicanos mais pobres. Seu governo foi
marcado pela entrada de capitais externos para a
exploração de recursos minerais e favoreceu a
concentração de terras nas mãos dos latifundiários.
Enquanto atendia aos interesses da elite mexicana, a
maioria da população continuava pobre e
analfabeta.com.br/historiag/revolucao-mexina.htm
Líderes da Revolução Mexicana

Emiliano Zapata e Pancho Villa


A Revolução
Em 1911, as ruas mexicanas foram tomadas por trabalhadores em greve, e, na zona
rural, os camponeses demonstraram suas insatisfações com a situação vivida.
Enfraquecido por esses movimentos, o ditador Porfírio Díaz renunciou à presidência e se
exilou em Paris. Francisco Madero foi escolhido para assumir o poder no lugar de Díaz
com a promessa de fazer as reformas sociais tão pedidas pelos revolucionários, entre
eles Emiliano Zapata.
Madero começou seu governo, mas não cumpriu a promessa de fazer a reforma
agrária e perdeu apoio entre seus antigos aliados. O enfraquecimento do seu governo
colaborou para o golpe de Estado liderado pelo general Victoriano Huerta. O militar
assassinou Madero e seu vice, assumindo o governo mexicano em 1913. Ao se tornar
presidente, Huerta também foi alvo de tentativas de golpe de Estado, principalmente
por estar com os conservadores.
Zapata organizou o movimento revolucionário que atacou o governo de Huerta. Em
1914, ele e Pancho Villa conseguiram derrotar Huerta e elegeram Caranza como novo
presidente do México. Três anos depois, uma nova Constituição foi promulgada. Zapata
foi assassinado em 1919, e Pancho Villa foi morto em 1923. Desse modo, o
desaparecimento dos principais líderes da revolução significou o fim do movimento e a
tomada do poder pela burguesia mexicana
 A Revolução Russa foi o acontecimento responsável por transformar
a Rússia na primeira nação socialista da história.

 Ocorreu em 1917.

 No começo do século XX, a Rússia era governada pela monarquia


czarista e conduzida pelos Romanov desde o século XVII.

 A Rússia era um país pobre, atrasado, com uma grande


desigualdade social e um governo autoritário.

 Os bolcheviques eram parte do Partido Operário Social-Democrata


Russo (POSDR) e defendiam que a tomada de poder acontecesse
pela via revolucionária.

 A Revolução Russa é dividida em duas fases: Revolução de


Fevereiro e Revolução de Outubro.

 Por meio da Revolução Russa, Vladimir Lenin assumiu o poder na


Rússia.
Socialismo na Rússia

O Partido Operário Social-Democrata Russo foi um


partido político que surgiu em 1898 e que se inspirava
nas ideias de Karl Marx e de Friedrich Engels. Esse
partido reuniu diversos grupos revolucionários que
atuavam na Rússia e propôs a derrubada de czarismo e
o estabelecimento de uma nova realidade, que
permitiria a construção do socialismo.
Esse partido acabou se dividindo em dois grupos,
que possuíam propostas distintas sobre como realizar a
tomada de poder na Rússia. A divisão do Partido
Operário Social-Democrata Russo aconteceu em 1903,
quando se estabeleceram os mencheviques e os
bolcheviques.
Mencheviques: acreditavam ser necessário o
desenvolvimento do capitalismo na Rússia para
então dar início a algumas reformas que trariam
melhorias à vida dos trabalhadores. A partir daí,
seria possível então proceder com a tomada de
poder pelos socialistas para o estabelecimento do
socialismo na Rússia.

Bolcheviques: defendiam que a tomada de poder


para a implantação do socialismo deveria ser
imediata e conduzida por meio de uma revolução
armada, liderada pelos próprios trabalhadores. Com
isso seria implantada a ditadura do proletariado, que
conduziria o país para o comunismo. Lenin também
defendia uma estrutura de poder do partido
centralizada, com obediência ao comando do
partido e aos princípios do marxismo.
Consequências da Revolução Russa
Dentre as consequências da Revolução Russa, podemos destacar:

 realização de reforma agrária na Rússia, com a distribuição de terras entre


os camponeses;

 saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial por meio do Tratado de Brest-


Litovsk;

 confisco das propriedades privadas;

 estatização da economia;

 Guerra Civil Russa (1918-1921);

 emergência da Rússia como potência mundial sob o nome de União


Soviética;

 Guerra Fria (1947-1991).


Crise de 1929
 A Crise de 1929 foi um abalo no sistema
capitalista internacional e marcou a decadência
do liberalismo econômico.
 Logo após o final da Primeira Guerra Mundial
(1914–1918), os Estados Unidos se tornaram a
maior potência capitalista do mundo.
 A crise começou com a Quebra da Bolsa de
Valores de Nova York, dissolvendo toda a
euforia que caracterizou a década de 1920 nos
Estados Unidos.
 Uma das principais consequências da crise foi o
agravamento dos problemas sociais, como o
aumento da pobreza entre os norte-americanos.
 Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente,
apresentando como solução o New Deal, ou
seja, maior intervenção do Estado na economia
para salvar o país da crise.
 No Brasil, a crise desvalorizou o preço do café,
enfraqueceu a oligarquia que estava no poder e
abriu espaço para a Revolução de 1930.

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