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Estudo para Avaliação de História 2° Bimestre

Primeira República Brasileira

O Segundo Reinado encerrou-se com o declínio de Dom Pedro II em 1889 com uma
revolta militar, um ano após o decreto da Lei Áurea pela princesa Isabel, em 1888, dando o
fim à escravidão no Brasil.
Iniciou-se em 15 de novembro de 1889 com o Marechal Deodoro da Fonseca como
presidente e seu vice Floriano Peixoto e durou até 1930, ano em perdeu a posse
Washington Luís, último presidente que assumiu legitimamente, e Getúlio Vargas assumiu a
presidência com a revolução de 1930 iniciando o período da Segunda República, conhecida
como Era Vargas.
A primeira república também chamada de República Velha ou República Oligárquica
pode ser dividida em 3 fases:

● Governo provisório (1889-1891): Período em que o Marechal Deodoro da Fonseca


assume o poder e fica por dois anos de acordo com o decreto proposto;

● República da Espada (1891-1894): Período em que o Marechal Floriano Peixoto,


vice-presidente do Deodoro da Fonseca, assumiu o poder também por dois anos de
acordo com o decreto que se encerraria no final de seu mandato;

● República Oligárquica (1894-1930): Período em que Prudente José de Morais e


Barros assume o poder e inicia-se o decreto feito pelo Deodoro da Fonseca que
dizia que o presidente deveria começar a comandar por 4 anos e após isso ocorreria
outra eleição para assumir a presidência. Fase da hegemonia dos grandes
proprietários de terras, especialmente os cafeicultores.

Curiosidade:
O artigo 42 da constituição de 1891 dizia: "Se, no caso de vaga, por qualquer causa,
da Presidência ou Vice-Presidência, não houver ainda decorrido dois anos do período
presidencial, proceder-se-á nova eleição".
Floriano Peixoto entendia, porém, que Deodoro da Fonseca fora empossado na
presidência da república em 15 de novembro de 1889, portanto havia mais de 2 anos, os
quais se completaram em 15 de novembro de 1891, oito dias antes da renúncia de Deodoro
da Fonseca.

Características da Primeira República

● Federalismo;
● As províncias do período da monarquia brasileira, tornam-se Estados independentes
na República;
● Inicialmente, cada Estado possuía um PRESIDENTE;
● Os políticos passam a ser eleitos de maneira direta, ou seja, por pessoa.
● Todos podiam votar, exceto: mulheres, menores de 18 anos, soldados, analfabetos,
mendigos;
● O Estado torna-se laico e há a separação da Igreja e do Estado brasileiro;
● É instituído o registro, o casamento civil, além do atestado de óbito.
● Há uma forte participação dos militares especialmente na política;
● República Oligárquica: Fase da hegemonia dos grandes proprietários de terras,
especialmente os cafeicultores. Onde Prudente de Morais, Paulista representante
dos proprietários rurais, assume o poder;
● Política dos Governadores: Eram escolhidos presidentes de determinados Estados
para elegerem suas bancadas no congresso, fiéis ao presidente da república, além
de manter o governo de partido atual dos Estados;
● Comissão de Verificação de Poderes - “Degola”: Aprovada pela comunidade. Degola
era uma espécie de comissão fraudaria que descartava os candidatos de partidos
diferentes nas eleições. Geralmente só ficavam os do PRP (Partido Republicano
Paulista) e do PRM (Partido Republicano Mineiro), ou parentes, amigos e
conhecidos;
● Coronelismo: Voto de Cabresto;
● Clientelismo: Troca de favores.

Crises políticas

● Revolução Federalista (1893-1895), no Rio Grande do Sul;


● Federalistas (maragatos) x Republicanos (chimangos);
● Parlamentarismo x Presidencialismo;
● Termina com a vitória dos Republicanos ao lado do presidente Floriano Peixoto;

● Revolta Armada (Agosto de 1893 - Março de 1894), Rio de Janeiro;


● Revolta causada pela Marinha que estava descontente com o governo de Floriano
Peixoto, com a forte presença do Exército na política em detrimento de outros
setores das Forças Armadas.

Fatores econômicos

● Predominância do setor agrícola (primário) em monocultura (café);


● Café - Sul e Sudeste;
● Cana-de-açúcar - Nordeste;
● Borracha - Norte;
● Cacau - Nordeste, especialmente na Bahia;
● Criação de gado - Sul e Sudeste.

Convênio de Taubaté: Foi uma espécie de contrato que garantia que os Estados
comprariam o café por um preço fixo pré-determinado;

Indústria

● Investimento de lucros no setor agroexportador;


● Investimento nas indústrias de bens de consumo;
● Surgimento da classe operária brasileira;
Sociedade

● Urbanização;
● Reformas urbanas;
● Eletricidade;
● Surgimento do Rádio como meio de comunicação informacional;
● Migração dos Europeus e japoneses (Período de conflitos internacionais como a 1°
Guerra Mundial);
● Desenvolvimento de uma identidade nacional (Nacionalismo baixo);

Principais revoltas

Revolta do Cangaço

Causas

● Fome;
● Seca;
● Miséria extrema;
● Violência cotidiana e dos coronelistas;
● Falta de assistência por parte do Estado.

Dado início

● Bandos armados financiados por coronéis (jagunços)


● Surgimentos de grupos armados independentes mantidos com saques, pilhagens e
crimes encomendados.
● Consolidação do cangaço como fenômeno social, sendo Lampião seu chefe mais
influente.

Declínio

● Morte de Lampião e seus capangas em 1938;


● Ampliação das Patrulhas Valentes Estaduais (Forças Armadas dos Estados);
● Aumento da repressão por parte do Governo da Federação;
● Migração do pessoal nordestino em busca de emprego na região Sudeste;

Guerra de Canudos

● Líder Antônio Conselheiro;


● Interior da Bahia. Comunidade fundada em 1893 e declinou em 1897;
● Características: messianismo, igualitarismo, vida em comunidade não havendo
polícia, nem impostos;

Repressão a Canudos

● Campanha que apresentava Antônio Conselheiro como Monarquista;


● Foram organizadas 3 expedições, onde duas destas falharam e a última onde houve
um massacre total da população;

Guerra do Contestado

● Líder “monge” José Maria;


● Ocorreu entre Santa Catarina e Paraná, entre 1912 e 1916;
● Causas: conflitos pela posse da terra na região, especialmente após a construção da
Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande do Sul;
● Exército Celeste dos Caboclos x Jagunços, policiais e forças federais.

Revolta da Vacina

● Ocorreu no rio de Janeiro (antigo DF), em 1904;


● Causas: reforma urbana e sanitária desajeitadas promovidas na capital federal;
● Causas: reforma urbana e sanitária promovidas na capital federal;
● Revolta popular: barricadas, protestos, destruição de bondes e trilhos e conflitos com
policiais pelas ruas da cidade;

Revolta da Chibata

● Ocorreu no Rio de Janeiro (antigo DF), em 1910;


● Causas: Jornada de trabalho excessiva, baixos salários e castigos físicos aos
marinheiros, especialmente para os trabalhadores negros, ainda tendo a presença
forte do racismo;
● Revolta popular: marinheiros dos navios Minas Gerais e São Paulo se amotinam e
ameaçam bombardear a capital federal caso não tenham suas reivindicações
atendidas.

Movimento Operário

● Decorre do processo de industrialização e urbanização que se intensifica na


Primeira República;
● Tem como principais questões: melhores salários, redução da jornada de trabalho,
assistência social e regulamentação do trabalho feminino e infantil;
● O anarquismo foi a corrente mais influente até o início dos anos 20, em decorrência
de forte presença de imigrantes italianos e espanhóis;
● Ocorreu a Greve Operária geral em Julho de 1917.

Tenentismo

● Líder: Luís Carlos Prestes;


● Movimento liderado por jovens oficiais do Exército que lutava contra a corrupção e
em busca de reformas políticas;
● Ocorreu em motins em: São paulo, Rio de Janeiro e Rio grande do Sul durante 1920
até 1930;
● Coluna Prestes: caravana política liderada por Carlos Prestes entre 1924 e 1927;

Semana da Arte Moderna

● Ocorreu entre 13 a 17 de fevereiro de 1922;


● Projeto de uma nova arte no Brasil;
● Diálogo entre a brasilidade e as vanguardas européias (cubismo, futurismo,
surrealismo);
● O conceito de antropofagia;
● A representação da modernidade;
● Artistas como Tarsila do Amaral (única pessoa não presente na semana), Di
Cavalcanti, Pedro Américo, Mário de Andrade, Carlos Drummond estavam presentes
na semana.

Revolução de 1930
As principais causas para a revolução acontecer foram o agravamento da crise
econômica (um fator que afetou bastante a política de Prudente José de Morais, a “política
do café com leite”), eclosão de diversas revoltas sociais e militares, o crescimento da área
urbana e insatisfação com falta de emprego e moradia (uma consequência vinda do êxodo
rural forçado), além do acirramento de conflitos políticos devido à progressiva divisão das
oligarquias dominantes (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba).
A tensão se agravou mais ainda quando houve o assassinato de João Pessoa, em
26 de Julho de 1930, que era vice de Getúlio Vargas, e o culpado era João Duarte Dantas,
adversário político de João Pessoa.
Quaisquer que fossem os motivos de Dantas, o assassinato de Pessoa logo se
transformou na alavanca para a revolução. Ações militares passaram a ocorrer em vários
locais diferentes do Brasil ao mesmo tempo. Em 24 de outubro, o poder estava nas mãos
da Aliança Liberal. Washington Luís foi deposto do cargo e logo exilado.

Fim da Primeira República

O fim da primeira república se deu com a revolução de 1930, na qual os líderes dos
Estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul propuseram uma revolta para retirar
o presidente do poder com o objetivo de pôr um fim na República das Oligarquias no Brasil.
A revolução fez com que o presidente que assumia Washington Luís, no final de seu
mandato, fosse deposto pela Revolução. Além disso, ele que já havia indicado Júlio Prestes
de Albuquerque, líder da oligarquia de São Paulo, para assumir a presidência e que já tinha
feito a eleição e ganhado, não assumiu a presidência por causa da revolução, tendo como
fim, Getúlio Vargas, líder da revolta, assumindo a presidência em 1930.
Getúlio Vargas, como líder articulador da revolução, logo ficou incumbido da
organização do novo governo, que teria caráter provisório, cujo objetivo maior era
desintegrar a estrutura política oligárquica. Como dizem as historiadoras citadas abaixo:
“Vargas não pretendia pôr em risco sua própria conquista. Estava claro que, se
promovesse eleições, as elites regionais, cujas estruturas de mando na esfera estadual
permaneciam intactas, venceriam. Para institucionalizar a nova ordem, seria preciso
transformar o sistema político e consolidar um amplo programa de reformas sociais,
administrativas e políticas. O projeto era ambicioso, não podia ser executado da noite para
o dia, mas nem o próprio Távora poderia prever que a ditadura que defendia, em 1930, se
estenderia por quinze longos anos, com um breve interregno constitucional de 1934 a
1937.”

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