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I – A PRIMEIRA REPÚBLICA

01 – O GOVERNO PROVISÓRIO (1889-1891)

● A República foi proclamada pelo Marechal Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889. Esse
movimento foi feito principalmente por militares embora houvesse muitos civis que também
discutissem a ideia de República para o Brasil.
● A maior parte do povo não se deu muito conta do que estava acontecendo!
● A família imperial embarcou para o exílio na Europa.
● Em 1890, o governo provisório convoca uma Assembleia Nacional Constituinte.
● Em 1891, foi promulgada a Constituição de 1891 que determinava, entre outras coisas:
o O federalismo – divisão em Estados que tinham bastante autonomia.
o O presidencialismo com a separação em três poderes, executivo, legislativo e judiciário.
o Estado Laico - Oficializou-se a separação entre Estado e Igreja.
o Eleições diretas para o executivo e para o legislativo.
o Voto liberado para todos os homens alfabetizados, maiores de 21 anos – ficaram de fora as
mulheres, os analfabetos, os mendigos, os religiosos e os militares de baixa patente –
observe que, embora acabasse com a exigência de renda mínima que existia na
Constituição imperial, a Constituição de 1891 excluía a grande maioria da população do
Brasil.
o O voto era aberto.
o Os deputados constituintes elegeram indiretamente Deodoro da Fonseca para a
presidência, e Floriano Peixoto, para vice-presidente.
● Rui Barbosa, primeiro ministro da fazenda promove empréstimos para quem quiser abrir empresas.
O objetivo seria industrializar o Brasil. Para conseguir recursos para realizar esses financiamentos,
o Brasil emitiu muita moeda sem lastro em ouro, o que provocou a inflação. Era o Encilhamento!

02 – A REPÚBLICA DA ESPADA (1891-1894)

● Deodoro foi eleito indiretamente para a presidência. Oito meses depois, Deodoro fechou o
Congresso Nacional e decretou o estado de sítio no Brasil. Como não teve muito apoio, ele
renunciou e Floriano Peixoto assumiu a presidência.
● Como Floriano não convocou novas eleições, muitos civis e militares recusaram o seu
governo. Ocorreu a Revolta d Armada assim como a Revolta Federalista no Rio Grande do
Sul.
● No dia 15 de novembro de 1994, Floriano Peixoto passou a faixa presidencial para o
paulista prudente de Morais.

⮚ Como o governo provisório foi dirigido também por um militar, muitos historiadores consideram todo
esse período (1889-1894) como República da Espada.

03 – ALGUMAS DENIÇÕES IMPORTANTES

⮚ OLIGARQUIA – governo feito por poucos, por pessoas da mesma família ou interesse
social.
⮚ ARISTOCRACIA – governo dos “melhores”. Governo de pessoas que se perpetuam no
poder devido a herança.
⮚ TIRANIA – governo ilegítimo obtido de modo fraudulento e, geralmente, violento.

⮚ DEMOCRACIA – Poder do povo. Governo em que o povo exerce a soberania.


04 – A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA (1894-1930)

⮚ No dia 15 de novembro de 1894, o paulista Prudente de Morais recebeu a faixa


presidencial do Marechal Floriano Peixoto.

A – O MODELO POLÍTICO

● A Constituição de 1891 determinou voto direto nas eleições, mas o voto era aberto, todos podiam
saber em quem você votava. Isso permitia a manipulação do eleitor por parte do coronel. As
eleições foram caracterizadas pela fraude! Eram eleições de cabresto nos currais eleitorais!
● Nos municípios, os coronéis controlavam os eleitores de modo a eleger os seus candidatos para
deputados estaduais e federais, senadores, o governador e o presidente da República. Era a
política dos governadores: o presidente da República apoiava as oligarquias dominantes nos
estados, e estas apoiavam o presidente da República no Congresso Nacional impedindo que
candidatos da oposição se elegessem!
● O candidato presidencial de São Paulo ou de Minas Gerais sempre ganhava, de modo alternado.
Só Hermes da Fonseca, em 1910, e Epitácio Pessoa, em 1919, não eram compromissados com a
política do “café com leite!” O Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro se
alternavam no poder presidencial!
B – A ECONOMIA

● O Brasil continuou um país monoexportador de produtos agrícolas, especialmente do café. Entre a


década de 1890 e o princípio da década de 1910, a borracha também foi muito importante.
● O café era produzido em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, principalmente. Mas a grande
produção estava em São Paulo. Já a borracha era extraída das seringueiras do Amazonas e Para,
principalmente.

C – MUNDO URBANO

● No final do século XIX, o centro do Rio de Janeiro era formado por rua estreitas e sinuosas com
centenas de cortiços, casas de cômodo, oficinas e outros edifícios. Muitos trabalhadores moravam
e trabalhavam no mesmo local ou perto.
● Era uma região insalubre, sem saneamento básico. Por isso, muitas epidemias ceifaram a vida de
muitos cariocas
● O Prefeito Pereira Passos liderou uma grande empreitada de reforma no centro do Rio de Janeiro.
Se a abertura da avenida Central, atual Rio Branco, a construção do prédio do Museu de Belas
Artes, da Biblioteca Nacional e do Teatro Nacional foram obras bonitas, por outro lado, as
habitações dos trabalhadores foram derrubadas.
● Os trabalhadores foram morar nos morros ou foram para os subúrbios.

D – A REVOLTA DA VACINA
● O médico sanitarista Oswaldo Cruz lançou um projeto para combater a febre amarela, a varíola e a
peste bubônica. Ele propôs criar uma lei que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola.
● Observe que já havia uma grande insatisfação devido as obras de Pereira Passos. A
obrigatoriedade da vacina sem esclarecer a população dos benefícios dela, gerou revolta.

E – A REVOLTA DA CHIBATA

● Revolta de marinheiros contra os castigos físicos que eram permitidos nos navios do Brasil.
● Inicialmente, venceram e os castigos físicos terminaram. Noutra revolta, 600 marinheiros forma
presos e mandados para a Amazônia.

F – REVOLTAS DO POVO:

● CANUDOS – No interior da Bahia, em Canudos, chegaram a 30 mil pessoas pobres que se


abrigavam lá. Antônio Conselheiro era o líder religioso e comunitário. Foram acusados de ser
contra a República. Na quarta tentativa, foram destruídos pelos soldados.
● CONTESTADOS – Foi uma série de revoltas que ocorreram em Santa Catarina feita por
trabalhadores rurais que perderam as suas terras devido a construção da ferrovia pela Brazil
Railway Company. Quinze quilômetros de terras de cada lado foram entregues a companhia
prejudicando os posseiros que lá viviam. Eles se revoltaram, mas muitos foram mortos.

G – OS TRABALHADORES E SUAS LUTAS

● No início da República, não havia leis trabalhistas. Algumas categorias trabalhavam 12 horas por
dia sem qualquer direito social.
● Como em outras partes do mundo, os trabalhadores se organizaram em sindicatos e partidos
políticos para lutarem contra a exploração em que viviam. Principalmente devido a vinda de
operários italianos e alemães, as ideias anarquistas e socialistas chegaram fortes no Brasil,
especialmente em São Paulo.
● A greve de 1917 foi liderada pelos anarquistas.
● Em 1922, foi criado em Niterói o Partido Comunista do Brasil.

F – O MOVIMENTO MODERNISTA – 1922

● Na década de 1920, muitos jornais, revistas e manifestos publicados por artistas e intelectuais
discutiam sobre o que era ser brasileiro. Recusavam-se a copiar temas e formas somente por
serem europeus. Buscavam temas e padrões nacionais, valorizavam a memória nacional.
● Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, o Teatro Municipal de São Paulo abrigou a Semana de Arte
Moderna. E três noites de apresentação, artistas e intelectuais exibiram suas obras: houve música,
poesia, pintura, escultura, palestras e debates. Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Oswald
de Andrade e outros apresentaram os seus trabalhos. O maestro Villa-Lobos apresentou com a sua
orquestra instrumentos africanos e indígenas.

H – OS CRÍTICOS DA REPÚBLICA

● A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa abalaram a crença no liberalismo e incentivaram o


crescimento das ideologias nacionalistas.
● Em 1922, vários tenentes se manifestaram em Copacabana contra a corrupção do sistema
eleitoral.
● A Coluna Prestes percorreu a pé uma boa parte do interior do Brasil tentando mobilizar a
população contra o governo e as oligarquias.

I – A “REVOLUÇÃO” DE 1930
● Washington Luís rompeu com a política do “café com leite” ao não indicar um mineiro para ser
candidato a presidente da República. Ele indicou o paulista Júlio Prestes.
● Minas se aliou ao Rio Grande do Sul e a Paraíba e lançaram Getúlio Vargas como candidato. O
paulista Júlio Prestes venceu.
● A crise ocorreu quando o candidato derrotado a vice-presidente foi assassinado por motivos
regionais que nada tinham a ver com a eleição nacional.
● Houve um risco de eclodir uma guerra civil no Brasil. Os militares depuseram Washington Luís e
entregaram o poder a Vargas quando ele chegou do Sul.
II – A ERA VARGAS (1930-1945)

01 – ANTECEDENTES

● A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa abalaram a crença do liberalismo e incentivaram a


expansão das ideologias nacionalistas.
● Muitos intelectuais da época criticavam a falta de autenticidade do sistema político da Primeira
República. “Alguns intelectuais sintetizaram o que consideravam ser o maior problema gerado pelo
liberalismo no Brasil na máxima: “Falta poder público e sobra poder privado”. Recusavam o
liberalismo e o modelo de um país agrícola, monocultor, com um sistema político fraudulento e
dominado pelas oligarquias, e defendiam um Estado centralizado. ” – Vainfas, História 3, pág.31.
● A Constituição “garantia” os direitos dos cidadãos, mas, na prática, as oligarquias rurais
manipulavam as eleições por meio de fraudes que as permitia se perpetuarem no poder político –
era o coronelismo.
● Esgotamento do sistema político da Primeira República – Observe as greves de 1917, a Semana
de Arte Moderna, em 1922, a fundação do Partido Comunista do Brasil em Niterói, também em
1922, a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, também em 1922 e a coluna Prestes, entre 1924
e 1927 (alguns historiadores consideram entre 1925 e 1927, mas isso não muita importância).
● Grande crescimento urbano embora a população rural fosse maioria de modo esmagador.
● A ausência de legislação trabalhista. O presidente Washington Luís dizia que “a questão operária é
caso de polícia”.
● A crise econômica no Brasil provocada pela “Quebra da Bolsa de Nova Iorque”
● , iniciada em 1929!
● O racha da política do “café com leite” quando o presidente Washington Luís, fluminense ligado a
São Paulo, não indicou um candidato mineiro e sim o paulista Júlio Prestes para ser o candidato do
Partido Republicano (paulista e mineiro) a sucessão presidencial.
● Júlio Prestes “venceu” Getúlio Vargas nas eleições (em que ambos os lados cometeram fraudes
eleitorais), a Aliança Liberal (de Vargas) alegou fraude, mas o assunto não continuaria não fosse o
assassinato do candidato a vice de Vargas, o paraibano João Pessoa, por motivos políticos e
passionais da Paraíba que nada tinham a ver com São Paulo. Vargas passou a acusar os políticos
paulistas do assassinato de João Pessoa.
● Os exércitos dos vários estados começaram a caminhar em direção a capital federal, o Rio de
Janeiro, para tomar o poder. Parecia que ia ter uma guerra civil do Brasil.
● Devido ao receio de uma guerra civil no Brasil, os altos oficiais do exército e da marinha depuseram
Washington Luís e entregaram o poder a Getúlio Vargas, quando ele chegou no Rio de Janeiro.

02 – OS TRÊS MOMENTOS:

A – O GOVERNO PROVISÓRIO (1930-1934)

● Foram cerca de 4 anos em que Vargas governou de modo provisório, sem ser eleito por ninguém.
● Vargas aumentou o poder do governo federal e diminuiu a autonomia dos estados, o que
enfraqueceu as oligarquias regionais.
● Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, por meio do qual o governo passou a
intervir nas relações entre patrões e empregados.
● Principalmente entre 1931 e 1934, o governo promulga uma série de leis trabalhistas como por
exemplo: jornada de trabalho de 8 horas diárias, regulamentação do trabalho feminino e infantil, o
direito a hora extra paga, férias pagas, aposentadorias e pensões, por exemplo, para o trabalhador
urbano. O salário mínimo foi instituído em 1940. Para obrigar os empresários a obedecer às leis
trabalhistas, foram instituídas as Juntas de Conciliação e Julgamento, que resultaram na Justiça do
Trabalho, de 1941. Essas leis eram exigidas pelos trabalhadores desde a Primeira República, mas
Vargas as criou como se fossem uma dádiva deles aos trabalhadores e não uma conquista deles.
● Em 1931, foi decretada a Lei da Sindicalização que estabelecia que os municípios pudessem
contar somente com um sindicato por categoria sindical.
● O Ministério da Educação e Saúde foi criado em 1930 – criação de hospitais públicos assim como
um sistema de educação básica (o antigo primário).

● Em 1932, o governo editou o Código Eleitoral que instituiu o voto secreto, a Justiça Eleitoral e o
direito de voto às mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras e com renda
própria. Em 1934, foi incorporado a Constituição. Em 1945, pela primeira vez as mulheres votaram
para presidente da República
● Também em 1932, explodiu uma “guerra civil” que ficou conhecida como Revolução
Constitucionalista quando São Paulo exigiu um regime constitucional assim como a volta da
autonomia dos estados. Essa revolta foi encabeçada pela oligarquia paulista. Oligarquia é um
regime em que o poder é exercido apenas por poucas pessoas que têm interesses comuns entre
si!
● Embora tenha sido inexpressiva em termos militares, já que São Paulo não foi acompanhado por
outro estados, a Revolução Constitucionalista levou a “reconstitucionalização” do país em 1934.

B – O GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)

● Uma nova Constituição foi promulgada em 1934. Ela garantia as liberdades democráticas, mas
mantinha as resoluções do Governo Provisório especialmente na liberdade do governo federal
poder interferir nos assuntos econômicos e sociais.
● O primeiro Presidente da República após a promulgação deveria ser eleito indiretamente, isto é,
eleito pelos parlamentares. Getúlio Vargas foi eleito indiretamente para Presidente da República.
Era o início do Governo Constitucional.
● Para alguns reformistas que acompanhavam Vargas desde o início, a nova Constituição trazia o
risco de retorno ao liberalismo, o que poderia levar as antigas oligarquias retornar ao poder.
● Observe também que, assim como acontecia na Europa (fascismo, nazismo, stalinismo), o Brasil
assistia à radicalização de organizações de direita (AIB) e de esquerda (ANL) que protagonizavam
conflitos entre si.
● A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi criada em 1932 numa união entre grupos ultranacionalistas e
de extrema-direita. Defendiam a existência de um partido único, o fim da liberdade de expressão, a
eliminação de qualquer oposição, o culto à personalidade do líder, o nacionalismo radical, a recusa
a democracia liberal, assim como ao socialismo, o controle do Estado sobre os meios de
comunicação, a manutenção das hierarquias sociais, o uso da violência para imposição de normas
e determinações, o combate sem tréguas ao liberalismo, ao comunismo e ao capitalismo financeiro.
Os integralistas eram adeptos, também, dos valores mais tradicionais da Igreja Católica. O líder
chama-se Plínio Salgado. Era um projeto fascista.
● Em 1935, foi organizada a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Foi liderada por militares
identificados com o movimento tenentista. Inicialmente ele se caracterizava como uma frente
antifascista da qual participavam organizações femininas, culturais, estudantis, sindicais e de
profissionais liberais. No programa da ANL constava a luta contra o imperialismo e a Lei da
Segurança Nacional, e também o combate ao capital estrangeiro, a exigência de liberdades
democráticas, o cancelamento da dívida externa, a reforma agrária e o fim da exploração dos
camponeses. O primeiro presidente foi o futuro almirante Hercolino Cascardo (não sei a sua
patente na época). Era um movimento de esquerda e, em seguida, de extrema-esquerda. O PCB
não aderiu a ANL (só o fez um mês antes de Vargas proibir a ANL). Luís Carlos Prestes apoiava a
ANL, mas nunca participou da sua direção. Na fundação da ANL, Prestes foi aclamado como seu
Presidente de Honra. Mas ele estava quase sempre clandestino, perseguido pelo regime. A ANL foi
criada em março de 1935 e proibida em julho do mesmo ano. A partir da proibição da ANL, Prestes
e o PCB passaram a usar o nome da ANL para promover ações revolucionárias.
● A insurreição comunista de 1935 – Em 23 de novembro de 1935, soldados e sargentos tomaram o
quartel, a sede da polícia e os correios da cidade e formaram um Comitê Popular Revolucionário,
de caráter comunista, em Natal, no Rio Grande do Norte. Durou poucos dias. Em 24 de novembro,
ocorreu um movimento semelhante em Recife. Como não teve apoio popular, foi rapidamente
derrotada. Quando soube do que estava acontecendo em Natal e em Recife, Prestes decidiu
desencadear a revolução no Rio de Janeiro. Mas apenas uma instalação militar foi tomada e o
movimento foi rapidamente derrotado. A maior parte dos revoltosos foi presa e torturada. Ficaram
na prisão recebendo maus tratos até 1945. Outros conseguiram fugir.
● A insurreição de 1935 fortaleceu ainda mais o governo Vargas. Com medo dos comunistas, vários
setores das elites, que até então desconfiavam do presidente, passaram a apoiá-lo.

C – O ESTADO NOVO (1937-1945)

● Após a insurreição comunista de 1935, o Congresso Nacional aprovou medidas que aumentaram o
poder de Vargas.
● Vargas contava com apoio das Forças Armadas, das elites políticas além de grande prestígio entre
os trabalhadores e intelectuais. Alegando o falso plano Cohen, Getúlio Vargas deu um golpe de
estado em 1937 e implantou uma ditadura no Brasil: O Estado Novo:

1. Os estados voltaram a ser governados por interventores nomeados pelo governo federal.
2. Todas as atividades de uma democracia representativa foram suspensas – eleições,
partidos políticos, deputados etc, foram cassados.
3. Uma nova Constituição foi outorgada (a Constituição Polaca, fascista) dando amplos
poderes ao Presidente da República, tudo muito semelhante ao fascismo/nazismo europeu
assim como ao stalinismo soviético.
4. Tanto membros da ANL, porventura ainda soltos, como integralistas, foram presos.
5. Criação do Departamento Administrativo do Serviço Público, DASP, para criar concursos
públicos de modo a impedir nomeações políticas e capacitar o serviço público.
6. Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda, DIP, que, por um lado, fazia
propaganda do regime varguista e, por outro, fazia a censura sobre os meios de
comunicações e sobre a produção artística. Vargas era apresentado como o “pai dos
trabalhadores”, o “pai dos pobres” etc. Datas festivas, como o 1º de maio, eram usadas
como propaganda em comícios em estádios. A rádio foi intensamente utilizada para fazer
propaganda de Vargas.
7. Em toda a década de 30, e não só durante o Estado Novo, Vargas incentivou a chamada
industrialização por substituição de importações. Com investimentos estatais e privados a
produção industrializada foi incentivada.
8. O governo criou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, em 1945, na produção de
energia elétrica. Na mineração, a Vale do Rio Doce, de 1943. Também a Companhia
Siderúrgica Nacional, CSN, em 1941, primeira siderúrgica nacional com tecnologia e capital
norte-americano. O governo investiu na indústria de bens de produção e infraestrutura. Já o
capital privado, investiu na produção de bens de consumo.
9. Incentivou a proteção ao indígena.
10. A partir de 1938, promoveu a Marcha para o Oeste com o objetivo de explorar as regiões de
Mato grosso, Goiás e o atual Tocantins.
11. O Brasil só enviou soldados para lutar na Guerra em 1944. Eram 25 mil pracinhas.
12. Durante todo os 15 anos de governou, Vargas manipulou os trabalhadores com leis
trabalhistas e com a propaganda.

D – O FIM DO ESTADO NOVO

● Durante os anos de 1944 e 1945, a Segunda Guerra Mundial foi se aproximando para o seu final.
Gradualmente, o nazismo foi sendo derrotado. Por isso, a sociedade brasileira não aceitava mais a
existência, no Brasil, de um governo autoritário. Em fevereiro de 1945, acabou a censura à
imprensa, em abril, foram anistiados todos os prisioneiros políticos, foram marcadas para 2 de
dezembro eleições para presidente da República, deputados federais e senadores. Novos partidos
políticos foram criados: a UDN (de extrema direita), o PTB (trabalhista), o PSD (antigas oligarquias
estaduais) e o PCB (esquerda).
● Nesse contexto, surge e cresce o movimento chamado queremismo que pedia a continuação de
Vargas no poder.
● O crescimento do queremismo assustou os liberais da UDN e setores importantes do exército que
receavam que fosse uma manobra de Vargas para se perpetuar no poder político federal. Assim,
em 29 de outubro de 1945 terminava o Estado Novo.

04 – SÍNTESE

a. Washington Luís dizia que “a questão operária era caso de polícia”!


b. As leis trabalhistas foram criadas, mas foram uma arma de dominação sobre os trabalhadores
urbanos.
c. Vargas se apresentava como acima de qualquer partido político, como um “salvador da pátria”!
d. Os próprios trabalhadores já lutaram por amparo trabalhista, mas pareceu que Vargas teria feito a
legislação trabalhista por defender os mais humildes.
e. As mulheres foram gradualmente sendo autorizadas a votar.
f. Ênfase na saúde e na educação pública.
g. Houve grupos de extrema direita e de extrema esquerda no Brasil.
h. O Estado Novo tirou as liberdades democráticas da sociedade.
i. A propaganda do DIP proporcionava um “culto à personalidade” de Vargas.
j. O Estado realizou grandes investimentos em indústria pesada e em infraestrutura!

III - BRASIL: TEMPOS DE DEMOCRACIA

01 – O GOVERNO DUTRA (1946-1950)

● Em 1946, foi feita uma Constituição instaurando-se um regime democrático representativo no


Brasil. Somente os analfabetos ainda não tinham o direito de votar.
● O Brasil tinha acumulado muitas divisas exportando alimentos e minérios ao longo da Segunda
Guerra Mundial. Dutra facilitou as importações nos primeiros anos de seu governo gastando as
divisas que tinham sido acumuladas anteriormente. Era a política econômica liberal. Devido aos
fins das reservas, o governo Dutra mudou a política econômica retornando ao Estado interventor
com o Plano Salte, saúde, alimentação, transporte e energia.
● Durante esse governo, no começo da Guerra Fria, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a
URSS! O Brasil alinhou-se de maneira incondicional com os Estados Unidos. Em 1947, O Superior
Tribunal Eleitoral cassou o registro do PCB e o declarou ilegal. Vários sindicatos sofreram
intervenção.

02 – O GOVERNO VARGAS (1951-1954)

● Getúlio Vargas foi eleito no final de 1950. Foi eleito pelo voto direto e secreto. Fez uma campanha
baseada no nacionalismo e no trabalhismo.
● Criou a Petrobrás, a Eletrobrás, o Fundo Nacional de Eletrificação, o Conselho Nacional de
Pesquisa (CNPq) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). Determinou o
monopólio estatal do Petróleo.
● Incentivou a proteção ao indígena.
● Em 1953, vários sindicatos de trabalhadores de São Paulo entraram em greve. O ministro do
Trabalho, João Goulart, propôs e conseguiu um aumento de 100% sobre o salário mínimo.
● A UDN, partido de extrema direita que nunca aceitou a eleição do antigo ditador, o criticava
sistematicamente no Congresso Nacional.
● A gota d’água foi o atentado contra Carlos Lacerda, na rua Toneleiros, em Copacabana, que matou
o major da Aeronáutica Rubens Vaz que protegia Lacerda. Vargas foi acusdo de estar por trás do
atentado.
● Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954.
03 – O GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-1960)

● Fez um governo desenvolvimentista. No contexto do suicídio de Vargas, JK nunca iria criticar a


economia nacionalista. O seu lema foi a frase crescer “50 anos em 5”! O seu planejamento
quinquenal chamava-se Plano de Metas. Entre os seus objetivos estava o grande aumento da
produção de energia elétrica, de aço e cimento, construção de rodovias e na produção de petróleo
e carvão.
● O Brasil se abriu para a entrada de multinacionais, especialmente fábricas de automóveis. Por isso,
grande expansão da malha rodoviária.
● Houve construção de ferrovias, mas pouco.
● O Plano de Metas priorizava as indústrias de base e de bens de consumo duráveis, como
automóveis e eletrodomésticos.
● JK buscou apoio no capital privado nacional e estrangeiro.
● Construiu Brasília no interior do Brasil. Oficialmente, para levar o desenvolvimento para o interior e
para proteger a capital federal de um hipotético ataque externo. Essa explicação tem lógica, mas é
fato que, o afastar a capital federal dos centros urbanos, deu liberdades aos políticos.
● Realmente, houve um grande crescimento econômico do Brasil, mas também do endividamento e
da inflação.
● Nesse período, surgiram vários grupos políticos que pediam por reformas sociais.

04 – O GOVERNO JÂNIO QUADROS (1961-1961)

● Durou 7 meses.
● O seu emblema era uma vassoura com a qual iria varrer a corrupção.
● Criou uma Política Externa Independente se relacionando, também, com o bloco socialista.
● A lei antitruste e a que restringia a remessa de lucros para o exterior, contrariaram os poderosos.
● O seu vice era João Goulart, detestado pela elite econômica. Goulart estava na China quando
Jânio renunciou!

05 – O GOVERNO JOÃO GOULART (1961-1964)

● Foi eleito como vice de Jânio Quadros. A Constituição diz e dizia que deveria substituir o presidente
em caso de renúncia ou semelhante.
● Jânio Quadros renunciou em 25 de agosto de 1961. Goulart estava na China.
● Os ministros militares não aceitavam a sua posse. Queriam o impeachment de Goulart antes dele
assumir a presidência. O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola exigiu a posse de João
Goulart num movimento conhecido como Campanha da Legalidade.
● Após muitas negociações, os parlamentares fizerem uma Emenda à Constituição mudando o
regime de presidencialista para parlamentarista.
● Goulart tomou posse num país com as contas públicas descontroladas e com uma crescente dívida
externa. Seu programa de governo era as Reformas de Base – reforma agrária, bancária, fiscal,
urbana, tributária, administrativa e universitária. Defendia o controle sobre o capital externo assim
como o monopólio público sobre setores estratégicos da economia. No regime parlamentarista,
nada podia propor.
● Em janeiro de 1963, foi feito um plebiscito que decidiu pelo retorno do regime presidencialista.
● Goulart tentou negociar a dívida externa com os EUA, assim como conseguir novos empréstimos
externos. A elite urbana e rural não aceitava perder os seus privilégios.
● A UDN, de extrema direita, conspirava com a elite e com os militares contra o governo
constitucional de Goulart.
● Grupos radicais cresceram no país. Quase todos os políticos se afastaram de Goulart.
● No dia 13 de março de 1964, Goulart participou de um comício na Central do Brasil onde
apresentou as reformas de base.
● No dia 19 de março, em São Paulo, milhares de pessoas participaram de uma passeata contra
João Goulart e contra as reformas de base.
● Em 31 de março de 1964, ocorreu o golpe civil e militar no Brasil.

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