A República da Espada (1889-1894) foi marcada por tensões entre os militares e a proclamação da República sem participação popular. A primeira Constituição de 1891 estabeleceu o presidencialismo, mas os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram autoritários, centralizadores e repressivos. Após a Revolta da Armada, Floriano passou o poder a um civil eleito, marcando o fim da República da Espada.
A República da Espada (1889-1894) foi marcada por tensões entre os militares e a proclamação da República sem participação popular. A primeira Constituição de 1891 estabeleceu o presidencialismo, mas os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram autoritários, centralizadores e repressivos. Após a Revolta da Armada, Floriano passou o poder a um civil eleito, marcando o fim da República da Espada.
A República da Espada (1889-1894) foi marcada por tensões entre os militares e a proclamação da República sem participação popular. A primeira Constituição de 1891 estabeleceu o presidencialismo, mas os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto foram autoritários, centralizadores e repressivos. Após a Revolta da Armada, Floriano passou o poder a um civil eleito, marcando o fim da República da Espada.
PROFESSORA GABRIELA LENNERT A República da Espada (1889-1894) A proclamação da República aconteceu em meio a diversas tensões com o Império: envolveu a Igreja Católica, forças do Exército e cafeicultores. Origens ● O II Reinado declinou devido a fatores como: desgaste com a Igreja Católica, processo abolicionista (perda de apoio da base social), tensões com o exército, ascensão da burguesia cafeeira e a questão da sucessão (saúde de D. Pedro e rejeição ao Conde D'Eu). ● O exército foi essencial para o fim do Império, mas a ação foi mais ligada à insatisfação dos militares do que com a consolidação republicana. ● Em 15 de novembro, a República foi proclamada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Não houve participação popular. "Proclamação da República", 1893, óleo sobre tela de Benedito Calixto. Vária repúblicas ● Vários projetos foram elaborados para definir o novo modelo político. ● Ocorreu uma disputa entre os militares; a Marinha foi relegada a segundo plano devido à sua ligação com o Império. ● O exército se pautava pelo Positivismo, teoria do filósofo Augusto Comte (ampliação do conhecimento, incentivo à indústria, governo central forte). ● Aos grandes proprietários rurais interessava uma República Federativa - permitia a autonomia dos estados. Resultado ● O Positivismo sobressaiu-se → adoção do lema “ordem e progresso”. ● Os militares mais proeminentes estariam habilitados para o comando. ● O governo brasileiro afastou-se da Inglaterra e aproximou-se dos Estados Unidos. Deodoro da Fonseca ● Ainda que houvesse contestações que defendiam outras formas de república, Deodoro da Fonseca foi o marechal que tornou-se presidente, em um governo provisório. ● Em 1890, foi convocada uma Assembleia Constituinte para que fosse consolidado o regime republicano. ● Em fevereiro do ano seguinte, a Constituição passou a vigorar. Nova constituição ● A primeira constituição republicana tinha bases federativas e liberais (influência norte-americana). Foi definido o presidencialismo como sistema de governo. ● A Igreja foi separada do Estado, os 3 poderes foram reconhecidos como independentes. ● Voto aberto para homens acima dos 21 anos. Não poderiam votar: militares de patentes baixas, padres, mendigos e analfabetos (as mulheres, apesar de não mencionadas, continuaram excluídas). Economia ● Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente da República. ○ O vice era o marechal Floriano Peixoto. ● O ministro da economia, Rui Barbosa, permitiu que alguns bancos emitissem papel-moeda para que a indústria pudesse avançar (Encilhamento). ● A emissão de papel-moeda elevou a inflação e a especulação na bolsa de valores. ○ Com a desvalorização, o modelo fracassou. Centralizador ● A postura centralizadora de Deodoro gerava desconfiança. ● O fechamento do Congresso aumentou a tensão; nem mesmo Floriano Peixoto o apoiou. ● A Marinha, bem como os líderes civis e das oligarquias de Minas Gerais e São Paulo se colocaram contra o fechamento do Congresso. ● Com uma situação insustentável, Deodoro renunciou em 23 de novembro de 1891. Floriano Peixoto ● O Marechal Floriano Peixoto tornou-se presidente, mas deveria convocar eleições. ● Quando 13 generais se manifestaram a favor disso, foram presos a mando de Floriano. ● Autoritário, era o “marechal de ferro”. ● A Marinha era forte opositor. Em setembro de 1893, membros da Armada (marinha de guerra) viraram os navios de ponta para o Rio de Janeiro, demandando que Floriano renunciasse. ● A recusa do presidente deu início à Revolta da Armada. Ele conteve o movimento um ano depois. Fim da espada ● A Revolução Federalista (1893-1895), iniciada no RS, queria o parlamento autônomo, ao contrário do presidencialismo defendido por Floriano. ● Os federalistas eram contrários à violência e às fraudes nas eleições do Estado. A revolta chegou ao PR e à SC. ● A revolta terminou em 1895. 12 mil pessoas morreram. ● Nas eleições seguintes, apoiado pelo Partido Republicano Paulista, Floriano passou o cargo para o civil eleito Prudente de Morais. ○ Apesar de autoritário, Floriano manteve boa relação com a elite latifundiária durante seu governo. República Oligárquica (1894-1930) A República foi se consolidando por meio das chamadas oligarquias. ● A Primeira República tinha um problemático Clientelismo sistema eleitoral: ○ Voto aberto e restrito: apenas homens maiores de 21 anos alfabetizados eram aptos (na última eleição do período, em 1930, atingiu-se a marca de 5,7% de votantes da população total). ● Chefes políticos regionais ganhavam força. Nesse clientelismo das Oligarquias, o voto era uma troca de favores ou fonte de ameaça. ● O “voto de cabresto” se baseava na indicação do coronel. ● Muita fraude nas eleições: votos de mortos, falsificação das atas etc. Governadores ● Apesar da limitação da esfera de domínio dos coronéis, o clientelismo da votação dependia da relação com os governadores dos Estados. ○ Era uma forma de garantir que haveria financiamentos para o município, bem como a indicação de pessoas para cargos públicos. ● Política dos Governadores: mecanismo de troca de influência nas eleições entre o governo federal e os governadores dos estados. Degola ● No caso de algum opositor vencer a eleição, a alternativa era “Degola”, ou seja, a "Comissão de Verificação de Poderes": ○ Dominada pelas oligarquias, essa comissão fiscalizava questões eleitorais e poderia impugnar o pleito. Café com leite ● MG e SP eram os Estados com mais riqueza e poder e conseguiam bancadas maiores na Câmara. Fizeram um acordo, a Política do Café com Leite. ● O Partido Republicano Mineiro e o Partido Republicano Paulista conseguiam se manter no poder, ainda que revezando, pois indicavam o nome para a presidência. ● Além de outros Estados terem ficado insatisfeitos, a aliança falhou algumas vezes, como em 1910, com Hermes da Fonseca eleito, e em 1919, com Epitácio Pessoa, candidatos que não estavam no acordo. A Crise Econômica e do café Ampliação da produção de café no II Reinado e suas consequências. Economia do café ● Ainda no II Reinado, a produção de café foi ampliada; a República das Oligarquias a intensificou. ● Além da comercialização do produto, a economia estimulou transformações gerais no país, como novas ferrovias, portos e entrada de capital estrangeiro. ● O café sustentava o Brasil (70% da economia até 1928). ● Apesar da autonomia de São Paulo, a maioria dos presidentes tinham relações com a valorização do café. ● Houve momentos em que o consumo não acompanhava a produção, desvalorizando o café. Novo empréstimo ● Algumas medidas começaram a ser adotadas, como o “funding loan”. O Brasil renegociou as dívidas com a Inglaterra, que deu ao país outro empréstimo. ● A quitação do débito foi postergada, e os ingleses passariam a tomar as rendas alfandegárias do Rio de Janeiro. Estocamendo ● A produção excessiva continuou sendo um problema, uma vez que o “funding loan” foi aplicado justamente na produção de café. ● Buscando proteger a hegemonia, as oligarquias elaboraram o Convênio de Taubaté. ● Esse foi um pacto dos Estados para vender o excesso para o governo federal, que o guardaria até que o produto ficasse estabilizado. A República e os movimento populares Na República, havia esperança de medidas que iriam melhorar a vida do povo, mas as reformas (1889-1930) geraram ainda mais segregação. Retirantes - Candido Portinari (1944) Velhos problemas ● As questões socioeconômicas não mudaram com a República. ● A política ainda era exercida por uma minoria. Os coronéis perpetuaram a imagem das elites provincianas, que agiam em benefício próprio. ● As cidades foram crescendo. Grande parte da população, com suas origens na abolição (1888), procurava moradia e trabalho. ● O aumento das casas populares e a falta de saúde pública levaram à disseminação de doenças (peste amarela, varíola e peste bubônica).