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Aula 06

Direito Empresarial p/ AGU - Advogado da União


Professor: Gabriel Rabelo
Direito Empresarial para PGFN
Teoria e exercícios comentados
Prof. Gabriel Rabelo Aula 06

AULA 06 – 8 CONTRATOS DE EMPRESAS: NOÇÕES, REQUISITOS, CLASSIFICAÇÃO,


FORMAÇÃO, MEIOS DE PROVAS, CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E DE PRESTAÇÃO
DE SERVIÇOS, CONTRATOS DE CONTA CORRENTE, DE ABERTURA DE CRÉDITO, DE
ALIENAÇÃO E CONTRATO DE LEASING. 12 PROPRIEDADE INDUSTRIAL E INTELECTUAL
(LEIS Nº 5.772/1971 E Nº 9.279/1996, E RESPECTIVAS ATUALIZAÇÕES). O
INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCAS E PATENTES.
PATENTE PIPELINE. ACORDO TRIPS. CONVENÇÃO DA UNIÃO DE PARIS. 18 REGIME
JURÍDICOCOMERCIAL EM SEDE CONSTITUCIONAL (ARTIGOS 170 E 173 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL). LIBERDADE DE INICIATIVA E LIBERDADE DE
CONCORRÊNCIA.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 1
CONTRATOS MERCANTIS ................................................................................................................. 2
CONTRATOS DO ORDENAMENTO BRASILEIRO .................................................................................... 2
PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS MERCANTIS ............................................................................ 3
CONSENSUALISMO ......................................................................................................................... 3
RELATIVIDADE ............................................................................................................................... 4
PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS ...................................................................... 4
COMPRA E VENDA MERCANTIL ......................................................................................................... 5
OBRIGAÇÕES DAS PARTES NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA ......................................................... 8
CONTRATOS DE COLABORAÇÃO ....................................................................................................... 8
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL .......................................................................................................... 9
OBRIGAÇÕES DO REPRESENTADO .................................................................................................. 11
OBRIGAÇÕES DO REPRESENTANTE ................................................................................................. 12
RESCISÃO DO CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO ............................................................................... 12
CONTRATO DE CONCESSÃO MERCANTIL ......................................................................................... 13
CONTRATO DE FRANQUIA/FRANCHISING ........................................................................................ 13
COMISSÃO MERCANTIL ................................................................................................................. 15
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO ....................................................................................................... 16
CONTRATOS BANCÁRIOS .............................................................................................................. 17
CONTRATOS BANCÁRIOS PRÓPRIOS ............................................................................................... 18
DEPÓSITO BANCÁRIO ................................................................................................................... 18
MÚTUO BANCÁRIO........................................................................................................................ 18
ABERTURA DE CRÉDITO ................................................................................................................ 19
CONTRATOS BANCÁRIOS IMPRÓPRIOS ........................................................................................... 20
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA ........................................................................................... 20
FATURIZAÇÃO/FACTORING ............................................................................................................ 23
ARRENDAMENTO MERCANTIL/LEASING ........................................................................................... 24
ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO ................................................................................. 27
QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................................. 28
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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................... 52


GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................... 58

APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?! É com um imenso prazer que estamos aqui,
no Estratégia Concursos, para ministrar mais uma aula da disciplina de
Direito Empresarial para o concurso de Advogado Geral da União.

Continuando o nosso curso, hoje falaremos sobre os contratos mercantis. O


curso estava previsto para encerrar hoje. Contudo, deixaremos mais um
encontro, a ser apresentado em breve, para tratar sobre o assunto do direito
de propriedade industrial, fazendo inclusive um pente fino sobre o curso e

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apresentando questões recentes de diversas bancas, já que há um tempo não
temos questões da ESAF.

O fórum de dúvidas está funcionando.

Meu e-mail, para dúvidas: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br.

Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?!

Forte abraço!

GABRIEL RABELO

CONTRATOS MERCANTIS

Este aula, meus amigos, terá uma metodologia distinta das demais que até
agora ministramos. Como o assunto contratos mercantis ou contratos
empresariais é deveras extenso e detalho, sendo regido por uma legislação
extremamente esparsa, optaremos por passar aqueles tópicos que são mais
recorrentes e responsáveis por, digamos, 80 a 90% das questões que caem em
concursos.

Vamos lá!

Um empresário celebra vários contratos no seu dia a dia. A gestão cotidiana das
empresas hoje existentes requer constantes contrações e execuções de
obrigações provenientes de contratos.

Fábio Ulhoa exemplifica. Ao investir capital, teremos de celebrar contratos


bancários, nem que seja de depósito. Para a aquisição de matéria prima
precisamos de contratos de fornecimento. Na contratação de mão-de-obra,
celebramos contrato de trabalho.

Além dessas, centenas de outras situações já estudadas e a serem estudadas


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exigem a celebração de algum tipo de avença entre as partes.

CONTRATOS DO ORDENAMENTO BRASILEIRO

Os contratos existentes no ordenamento jurídico brasileiro podem se submeter


a cinco regimes jurídicos distintos: civil, consumidor, trabalho, administrativo e
comercial.

O enquadramento num ou noutro tipo dependerá da figura do contratante e


contratado.

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Para nós, interessam os contratos mercantis (comercias). Um contrato é
mercantil quando os dois contratantes são empresários. Essa é uma
questão básica, porém, recorrente em provas.

Os fatores de produção, quais sejam, capital, insumo, mão-de-obra e tecnologia


exigem constantemente que sejam feitas esses pactos. Por este motivo os
contratos empresariais caracterizam-se por ser uma das formas de organização
da atividade empresária.

Dois são os regramentos básicos a que podem se submeter um contrato


mercantil. Estando as partes em posição jurídica igualitária (ambos têm forças
equivalentes no contrato, podendo requerer direitos, obrigações, etc) teremos
regência pelo Código Civil. Havendo uma parte em posição de vulnerabilidade
econômica frente à outra, o contrato será regido pelo Código de Defesa do
Consumidor.

O próprio Ulhoa, em seu livro Manual de Direito Comercial, 25ª edição (2013)
traz um exemplo elucidativo. Quando um banco contrata uma construtora para
edificar sua sede, estaremos frente a um contrato empresarial sujeito ao Código
Civil. Todavia, quando esta mesma instituição financeira provê recursos a um
microempresário, estaremos num contrato empresarial sujeito ao Código de
Defesa de Consumidor.

Algumas questões indagam se o objeto de um contrato é o exercício de


empresa. Os contratos empresariais visam a auxiliar o exercício de empresa,
não podemos confundir esta finalidade com o objeto. O objeto, por exemplo, de
um contrato de compra e venda mercantil entre um importador e um atacadista
é exatamente a compra e venda mercantil.

O contrato social, que constitui a empresa, este sim teria por finalidade o
exercício da empresa.

Anota-se, ainda, que os contratos mercantis não são essenciais à circulação de


bens e serviços. Mercadorias e serviços podem circular em mercados tanto
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entre empresários como entre pessoas físicas ou sociedades simples,


associações, fundações, ou quem quer que seja.

PRINCÍPIOS GERAIS DOS CONTRATOS MERCANTIS

Em suma, dois são os princípios norteadores da constituição contratual, a


saber, consensualismo e relatividade.

CONSENSUALISMO

Um contrato se constitui pela vontade manifesta das partes, não sendo


necessária qualquer outra condição.

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Esta, contudo, é uma regra que comporta exceção. Os chamados contratos
reais, como o de depósito, para a sua formação, exigem a entrega da coisa
objeto da avença.

Deste modo, um contrato mercantil será classificado como consensual ou real.

A constituição de um contrato mercantil se dará com o encontro da vontade das


partes. Quem propõe o contrato é chamado proponente. A quem o contrato é
proposto denominamos de aceitante.

Uma vez elaborada a proposta de contrato, em regra, o preponente não poderá


voltar atrás. É o que narra o Código Civil nos termos a seguir:

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não


resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do
caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio
de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para
chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do
prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra
parte a retratação do proponente.

RELATIVIDADE

Com fulcro no princípio da relatividade, temos que o contrato, em regra, gera


efeito somente entre as partes a ele vinculadas, não obrigando terceiros, como,
por exemplo, os herdeiros. 24678074520

PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS

Em síntese, este princípio implica dizer que “o contrato faz lei entre as partes”.
Ao se vincularem, assumindo obrigações, as partes podem exigir as prestações
prometidas. É a chamada cláusula pacta sunt servanda.

Os contratos têm consigo as chamadas cláusulas de irretratabilidade (uma


parte não poderá romper o contrato por vontade própria) e intangibilidade
(impossível uma parte alterar as cláusulas de maneira unilateral).

Vale lembrar que a cláusula pacta sunt servanda não é absoluta já que pode
ocorrer a chamada teoria da imprevisão (cláusula rebus sic stantibus).

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Havendo alteração econômica na situação de um dos contratantes por fatores
imprevisíveis e alheios à vontade, onerando demasiadamente o cumprimento
do contrato, pode-se pleitear a revisão do contrato.

O próprio Código Civil prevê tal circunstância, ao estatuir:

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de


uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,
poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a
decretar retroagirão à data da citação.

Ainda no que tange à força obrigatória, temos de salientar que há nos


contratos, de modo implícito, a cláusula exceptio non adimpleti contractus,
através da qual uma parte não pode requerer o cumprimento do contrato pelo
outro polo estando em mora com a sua própria prestação.

O Código Civil assim prevê:

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de


cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

E complementa...

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes
contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar
duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação
que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia
bastante de satisfazê-la.

Pois bem, vejamos, agora, os contratos em espécie.

COMPRA E VENDA MERCANTIL


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O contrato de compra e venda mercantil opera-se pela figura de


empresários nos dois polos, obrigatoriamente. Fábio Ulhoa leciona que o
comércio é explicado como uma sucessão de contratos de compra e venda.
Temos como exemplo uma indústria que vende mercadorias para um
atacadista. O atacadista, por seu turno, fixa contrato com supermercado.

Conforme propõe o Código Civil:

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a


transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em
dinheiro.

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O contrato de compra e venda mercantil é consensual, isto é, nasce do
encontro de vontades do vendedor e do comprador, contanto que acertem dois
detalhes: a coisa a ser negociada e o preço.

Além desses dois requisitos o contrato de compra e venda também deve ter o
consentimento. Nos termos do Código Civil:

Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e


perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.

No que tange à coisa, o Código Civil prega que:

Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste
caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção
das partes era de concluir contrato aleatório.

Assim, o contrato pode ter por objeto o fornecimento de determinada


quantidade de gados. Contudo, não havendo procriação no rebanho, o contrato
ficará sem efeito. Ressalva, ainda, que se a intenção das partes era concluir
contrato aleatório – onde se há risco na execução – não poderá alegar qualquer
das partes a falta de efeitos.

Ainda, no que tange à coisa, narra o CC:

Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos,


entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas
correspondem.

Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver


contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no
contrato.

A fixação do preço é preponderante. O preço deve ser em moeda nacional,


ressalvado os casos de importação e exportação. Não precisa, porém, que seja
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determinado. Mister se faz que, pelos elementos consignados no contrato,


possamos dele ter noção exata.

O preço poderá ser estipulado pelas partes, arbitrado por terceiros e de acordo
com o mercado em determinado dia e lugar.

Qualquer das três formas de estipulação será escolhida pelas partes que a farão
constar no contrato.

O arbitramento por terceiros deverá ficar avençado no contrato com os


imprevistos possíveis e a maneira de resolvê-los.

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Assim é que as partes deverão aceitar de forma irrevogável e irrecorrível a
decisão do terceiro para não transformar a fixação em divergências sucessivas.

O preço deve ser sempre em dinheiro, sendo que, caso contrário, ter-se-á um
contrato de troca.

Sobre a fixação do preço dispõe o Código Civil:

Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os
contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não
aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os
contratantes designar outra pessoa.

Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de


bolsa, em certo e determinado dia e lugar.

Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros,


desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a
sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes
se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.

Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço,


prevalecerá o termo médio.

Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio


exclusivo de uma das partes a fixação do preço.

Destarte, três são os requisitos para se caracterizar um contrato de compra e


venda:

a) Consentimento;
b) Coisa a ser negociada;
c) Preço. 24678074520

As partes têm obrigação de cumprir o contrato, o comprador deve pagar o


preço e vendedor deve transferir a propriedade da coisa vendida.

Se o comprador não pagar o preço, responde pelo valor devido, acrescido de


perdas e danos ou pena compensatória e pelos outros encargos assumidos.

Se o vendedor não cumprir sua parte cabe ao comprador indenização por


perdas e danos, ou, opcionalmente, exigir o cumprimento do contrato.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do


contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos
casos, indenização por perdas e danos.

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OBRIGAÇÕES DAS PARTES NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

Uma vez firmado o contrato de compra e venda, o comprador tem obrigação de


pagar o preço, enquanto que o vendedor tem a obrigação de entregar a coisa
contratada no prazo.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do


contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos
casos, indenização por perdas e danos.

Acerca da responsabilidade sobre o transporte da mercadoria contratada, a


regra é que as despesas com a tradição (entrega da mercadoria) cabem ao
vendedor. O contrato, contudo, pode ter disposição diversa.

Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e


registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.

Ainda, caso haja débitos relativos à coisa até o momento da tradição, estes
valores correrão por conta do vendedor.

Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os


débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.

Ainda, se não houver local explicitamente designado para a entrega, prescreve


o códex que:

Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á


no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.

CONTRATOS DE COLABORAÇÃO

Veremos, a seguir, as seguintes modalidades de contrato de colaboração:


comissão, representação comercial, concessão comercial, franquia, distribuição,
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mandato mercantil.

Fábio Ulhoa Coelho salienta que: Os contratos de colaboração empresarial são


aqueles que se definem por uma obrigação particular, em que um dos
contratantes (o colaborador) assume, em relação aos produtos ou serviços do
outro (o fornecedor), a criação ou ampliação do mercado.

Em termos concretos, o colaborador se obriga a fazer investimento em


divulgação, propaganda, manutenção de estoques, treinamento de pessoal e
outros destinados a despertar, em consumidores, o hábito de adquirir os
produtos ou serviços do fornecedor. Dependendo da espécie de colaboração
contratada, os investimentos na criação ou consolidação do mercado são
maiores ou menores.

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Pelo contrato de colaboração, o colaborador contratado (comissário,


representante, concessionário, franqueado ou distribuidor) se obriga a
colocar junto aos interessados as mercadorias comercializadas ou produzidas
pelo fornecedor contratante, observando-se as orientações gerais ou específicas
por este fixadas.

São contratos de colaboração: comissão, representação comercial, concessão


comercial, franquia, distribuição.

O autor, ainda, divide os contratos de colaboração empresarial em duas


espécies, citando que:

1) Contratos de colaboração por aproximação:

O colaborador não é intermediário, ou seja, não adquire o produto para


revendê-lo. Apenas identifica quem possa estar interessado em fazê-lo.

Exemplo: contratos de comissão e representação. Eles são remunerados


percentualmente nos negócios que ajudam a viabilizar, pago pelo fornecedor.

2) Contratos de colaboração por intermediação:

O colaborador celebra com o fornecedor um contrato de compra e venda,


adquirindo os produtos para revenda.

Exemplo: contratos de concessão e franquia. Não há remuneração por serviços,


o colaborador ganha pelos exercícios de suas atividades.

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

A representação comercial é o contrato pelo qual uma das partes, chamado de


representante comercial autônomo, se obriga a obter pedidos de compra e
venda de mercadorias comercializadas por outro, chamado de representado.
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É atividade autônoma. Isto é, inexiste vínculo empregatício entre o


representado e o representante. A subordinação possui caráter eminentemente
empresarial.

A representação está regulada na Lei 4.886/65. No Código Civil, o assunto está


regulado nos artigos 710 a 721, com a denominação de contrato de agência.

Nos termos da Lei 4.886:

Art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a


pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não
eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de

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negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos
representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos
negócios.

A aceitação dos negócios é tarefa que incumbe ao representado. Esta regra,


todavia, pode ser excepcionada, como dispõe o referido diploma legal:

Art. 1º. Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes


atinentes ao mandato mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os
preceitos próprios da legislação comercial.

Deve o representante obter registro no Conselho Regional de Representantes


Comerciais, sujeitando-se aos preceitos éticos e administrativos definidos para
a sua profissão. Caso o representante seja pessoa jurídica, deve também
registrar-se perante a Junta Comercial.

Art. 2º É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial


autônoma nos Conselhos Regionais criados pelo art. 6º desta Lei.

Anote-se que o vínculo existente entre representado e representante é


puramente empresarial. O representante é empresário, pessoa física ou
jurídica. Caso as relações extrapolem o escopo empresarial, estaremos perante
uma disfarçada relação trabalhista.

Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros a


juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente:

a) condições e requisitos gerais da representação;


b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da
representação;
c) prazo certo ou indeterminado da representação. Anote-se que o contrato
com prazo determinado, uma vez prorrogado o prazo inicial, tácita ou
expressamente, torna-se a prazo indeterminado. Considera-se por
prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de seis meses,
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a outro contrato, com ou sem determinação de prazo.


d) indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação;
e) garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de
zona ou setor de zona;
f) retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação,
dependente da efetiva realização dos negócios, e recebimento, ou não, pelo
representado, dos valores respectivos;
g) os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com
exclusividade;
h) obrigações e responsabilidades das partes contratantes:
i) exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado;
j) indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos casos
previstos no art. 35 da lei, cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um

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doze avos) do total da retribuição auferida durante o tempo em que exerceu a
representação. Na hipótese de contrato a prazo certo, a indenização
corresponderá à importância equivalente à média mensal da retribuição
auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses resultantes
do prazo contratual.

Importantíssima nos contratos de representação comercial é a chamada


exclusividade de zona. Ela tem o escopo de garantir ao representante que,
na faixa determinada, não haverá concorrência, quer por parte do
representado, quer por parte de outro representante.

Art. 31. Prevendo o contrato de representação a exclusividade de zona ou


zonas, ou quando este for omisso, fará jus o representante à comissão pelos
negócios aí realizados, ainda que diretamente pelo representado ou por
intermédio de terceiros. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)

Parágrafo único. A exclusividade de representação não se presume na ausência


de ajustes expressos. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)

Assim, caso uma negociação seja feita pelo representado em zona do


representante, fará este jus à indenização.

O parágrafo único do artigo 31, por sua vez, salienta que o representante pode
exercer mais de uma representação simultaneamente, salvo ajustes expressos.

OBRIGAÇÕES DO REPRESENTADO

São obrigações do representado:

1 – Pagar a retribuição ao representante.


2 – Respeitar a cláusula de exclusividade de zona.

O representante comercial adquire o direito às comissões quando do pagamento


dos pedidos ou propostas (art. 32). 24678074520

De igual sorte, o representante adquire direito à remuneração se o


representado não manifestar a recusa por escrito no prazo de 15, 30, 60 ou 120
dias, se for domiciliado o comprador, respectivamente, na mesma praça, no
mesmo Estado, em outro Estado ou no exterior.

O representante comercial adquire o direito às comissões quando do pagamento


dos pedidos ou propostas (art. 32, §1º). As comissões pagas fora do prazo
previsto no parágrafo anterior deverão ser corrigidas monetariamente (art. 32,
§2º).

As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias. Salvo
ajuste em contrário, as comissões devidas serão pagas mensalmente.

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Nenhuma retribuição será devida ao representante comercial, se a falta de


pagamento resultar de insolvência do comprador, bem como se o negócio vier a
ser por ele desfeito ou for sustada a entrega de mercadorias devido à situação
comercial do comprador, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a liquidação
(art. 33, §1º).

OBRIGAÇÕES DO REPRESENTANTE

São obrigações do representante:

1 – Obter pedidos de compra e venda em nome do representado.


2 – Observar o número de pedidos mínimos a cada, se houver.
3 – Seguir instruções postas pelo representado.
4 – Informar, por obrigação legal ou combinada, o andamento dos negócios.
5 – Prestar contas.
6 – Observar as obrigações profissionais.
7 – Respeitar a exclusividade de representação (caso estabelecida).

RESCISÃO DO CONTRATO DE REPRESENTAÇÃO

A lei estabeleceu que na resolução de contrato, quando firmado há mais de 6


meses, a parte denunciante deverá conceder pré-aviso de 30 dias ou pagar
indenização correspondente a 1/3 das comissões auferidas nos últimos três
meses. Este é o tipo de resolução em que não há culpa cometida pelas partes.

Art. 34. A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato
de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por
mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no
contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou
ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas
pelo representante, nos três meses anteriores.

Se o contrato for resolvido por falta proveniente do representante, nenhuma


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remuneração será devida.

Sendo a quebra oriunda de falta proveniente do representado, teremos


hipóteses distintas de indenização, caso o contrato seja determinado ou
indeterminado.

A indenização nas representações com prazo indeterminado devem ser 1/12 do


total das comissões de todo o período.

No caso de prazo determinado, a rescisão é equivalente à média mensal da


retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses
resultantes do prazo contratual.

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Para julgamento das controvérsias que surgirem entre representante e
representado é competente a Justiça Comum e o foro do domicílio do
representante (Lei 4.886/65, art. 39).

Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação


comercial, pelo representante:

a) redução de esfera de atividade do representante em desacordo com as


cláusulas do contrato;
b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no
contrato;
c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o
exclusivo escopo de impossibilitar-lhe ação regular;
d) o não-pagamento de sua retribuição na época devida;
e) força maior.

CONTRATO DE CONCESSÃO MERCANTIL

Segundo Fábio Ulhoa Coelho, o contrato de concessão é o contrato pelo qual


um empresário se obriga a comercializar, com ou sem exclusividade, com ou
sem cláusula de territorialidade, os produtos fabricados por outro empresário
concedente.

De acordo com o mestre, deve-se entender a cláusula de exclusividade como


sendo o dever assumido pelo concessionário de não comercializar com produtos
diversos dos fabricados pelo concedente, e por cláusula de territorialidade a
proibição de o concedente comercializar, direta ou indiretamente, na área de
atuação reservada a um concessionário.

Como exemplo, temos as concessionárias de veículos.

A lei trouxe à baila apenas a concessão comercial referente a veículos


automotores. Tal assunto se encontra na Lei 8.132/90. Afora estas hipóteses a
concessão comercial não tem disciplina legal regulamentada e recebe o nome
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de contrato de distribuição.

CONTRATO DE FRANQUIA/FRANCHISING

É o contrato pelo qual um empresário cede a outro o direito de uso de marca ou


patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de
produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso da tecnologia
de implantação e administração de negócio ou sistema operacional
desenvolvidos ou detidos pelo primeiro, mediante remuneração direta ou
indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.

Este é o conceito do contrato de franquia. O contrato de franquia regula-se pela


Lei 8.955/94.

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Franquia é um método para a distribuição de produtos ou serviços, consistente


numa parceria entre um empresário, em princípio mais experiente (conhecido
também como franqueador) e um ou mais empresários geralmente menos
experientes (franqueado), em que o primeiro transfere aos últimos, no todo ou
em parcialmente, a “competência” por ele desenvolvida no que se refere à
atuação no respectivo mercado (Art. 2º).

Exemplos clássicos de franchising adotadas no Brasil são Mac Donalds, Bob´s,


Yazigi.

Franqueados e franqueadores devem ser empresários, ou seja, pessoas


jurídicas legalmente constituídas.

Portanto, não há que se falar em vínculo empregatício entre franqueador e


franqueado. A relação entre eles é empresarial.

O franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente,


associado ao direito de distribuição, exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou
serviços.

O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2


(duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a
registro perante cartório ou órgão público (Lei 8.955/94, art. 6º).

O contrato de franquia tem validade independentemente de registro em


cartório ou órgão público. Nada obstante, a Lei de Propriedade
Industrial dispõe que:

Art. 211. O INPI fará o registro dos contratos que impliquem transferência de
tecnologia, contratos de franquia e similares para produzirem efeitos em
relação a terceiros.

Conjugando os dois dispositivos, vê-se que o contrato de franquia tem validade


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independentemente de registro. Entrementes, para que produza efeitos em


relação a terceiros deverá ser registrado no INPI.

O contrato de franquia deve ser sempre escrito. Não pode ser verbal.

Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença


de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a
registro perante cartório ou órgão público.

A prova para OAB DF, realizada em 2005, cobrou o tema em prova, com o
seguinte teor (item correto).

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(OAB/DF/2005) O contrato de franquia comercial dispensa o registro quando


assinado na presença de duas testemunhas

A relação entre franqueador e franqueado não caracteriza também grupo de


sociedades, nos termos do artigo 265 da Lei das SAs.

COMISSÃO MERCANTIL

Na lição de Fran Martins, comissão mercantil é o contrato segundo o qual um


comerciante se obriga a realizar atos ou negócios de natureza mercantil em
favor e segundo instruções de outra pessoa, agindo, porém, em seu próprio
nome e, por tal razão, se obrigando para com terceiros com quem contrata.

Fábio Ulhoa define como aquele em que uma das partes (comissário) se obriga
a praticar atos por conta da outra (comitente), mas em nome próprio.

Segundo o Código Civil:

Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com
quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este
contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes.

São aplicáveis à comissão, no que couber, as regras sobre o mandato (CC, art.
709).

O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens e instruções do


comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a tempo, proceder
segundo os usos em casos semelhantes (CC, art. 695). Ter-se-ão por
justificados os atos do comissário, se deles houver resultado vantagem para o
comitente, e ainda no caso em que, não admitindo demora a realização do
negócio, o comissário agiu de acordo com os usos.

São obrigações do comissário:


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a) Agir de acordo com as ordens do comitente;


b) Avisar ao comitente de qualquer dano sofrido pelas mercadorias;
c) Prestar contas ao comitente.

São obrigações do comitente:

a) Pagar a comissão devida;


b) Pagar as despesas realizadas no desempenho da comissão.

Outro aspecto importante sobre a comissão que pode ser cobrado em prova é
o seguinte:

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Os riscos comerciais do negócio cabem, em princípio, ao comitente. Assim, se
verificada inadimplência de terceiro, as consequências decorrentes serão
suportadas por ele (comitente).

Contudo, existe um cláusula chamada del credere. Por esta cláusula, pode o
comissário responder, perante o comitente, pelas obrigações assumidas pelo
terceiro com quem contratou, solidariamente com este. O risco da transação
realizada ficará, pois, distribuído.

Ressalve-se, contudo, que mesmo na comissão em que haja cláusula del


credere, os demais riscos, como de vício na coisa vendida ou evicção devem ser
suportados pelo comitente.

No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com


cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas
ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar do
negócio.

A remuneração do comissário é fixada em contrato. Não o sendo, prevê o


Código Civil que:

Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela


arbitrada segundo os usos correntes no lugar.

Ainda, no caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo de força maior,
não puder concluir o negócio, será devida pelo comitente uma remuneração
proporcional aos trabalhos realizados (CC, art. 702).

Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário direito a ser
remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressalvado a este o
direito de exigir daquele os prejuízos sofridos (CC, art. 703).

Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a ser remunerado
pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos
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resultantes de sua dispensa (CC, art. 705).

CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO

A distribuição é o contrato pelo qual uma das partes, denominada distribuidor,


se obriga a adquirir da outra parte, denominada distribuído, mercadorias
geralmente de consumo, para sua posterior colocação no mercado, por conta e
risco próprio, estipulando-se como contraprestação um valor ou margem de
revenda.

O preponente não está obrigado a aceitar todos os pedidos de compra


encaminhados pelo distribuidor. Todavia, não pode recusá-los todos
imotivadamente. Se o fizer, deverá indenizar o distribuidor.

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Lembrem-se de que dissemos que os contratos de colaboração podem ser:

1) por aproximação: o colaborador não é intermediário, ou seja, não adquire o


produto para revendê-lo. Apenas identifica quem possa estar interessado em
fazê-lo.
2) por intermediação: o colaborador celebra com o fornecedor um contrato de
compra e venda, adquirindo os produtos para revenda.

O contrato de distribuição pode enquadrar-se sobre qualquer destes tipos.

CONTRATOS BANCÁRIOS

O primeiro ponto a se salientar sobre os contratos bancários é que as operações


financeiras englobam operações econômicas relativas à concessão, circulação
e/ou administração de crédito.

A atividade bancária deve ser autorizada pelo Banco Central do Brasil. As


instituições financeiras adotam a forma obrigatória de sociedade anônima.
Excetuam-se desta regra somente as cooperativas de crédito.

A atividade bancária regula-se pela Lei 4.595/1964, que dispõe:

Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em


vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade
principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a
custódia de valor de propriedade de terceiros.

Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-


se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das
atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.

Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante


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prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder


Executivo, quando forem estrangeiras.

Os contratos bancários, por seu turno, são aqueles em que uma das partes é,
obrigatoriamente, um banco.

Logicamente, as instituições financeiras participam de uma série de contratos


em que não seria necessária caracterização como tal para participar, como, por
exemplo, locação de imóvel.

Deve-se ter em mente, pois, que os contratos bancários são aqueles que seriam
ilegais sem a participação de uma instituição financeira em um dos polos.

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As operações bancárias são típicas quando relacionadas ao crédito
propriamente dito, ou atípicas, quando relacionadas às atividades acessórias à
concessão do crédito.

Por exemplo, a abertura de uma conta para determinado cliente é operação


bancária típica. A custódia de determinados bens ou valores por parte do banco,
porém, são atividades atípicas.

CONTRATOS BANCÁRIOS PRÓPRIOS

Os contratos bancários próprios mais comuns são: mútuo bancário, desconto


bancário, abertura de crédito.

DEPÓSITO BANCÁRIO

Este é o primeiro tipo de contrato que iremos estudar. Nele, o depositante


entrega determinado valor ao banco – depositário. O depositário, por seu turno,
deve restituir o valor na data contratada ou quando bem entender o cliente.

É o mais comum dos contratos bancários. É a famosa “abertura de conta”.

Na dicção de Fábio Ulhoa, há três modalidades de depósito, a saber:

1 – À vista: em que, solicitada pelo depositante, a restituição, total ou parcial,


dos recursos depositados, deve o banco providenciá-la de imediato.
2 – A pré-aviso: em que, uma vez solicitada pelo depositante a restituição, total
ou parcial, dos recursos depositados, deve o banco providenciá-la no prazo
avençado pelas partes.
3 – A prazo fixo: em que o depositante deve solicitar a restituição dos recursos
somente após uma determinada data.

Como depósito bancário a prazo fixo temos o exemplo das cadernetas de


poupança. Querendo a restituição antes do prazo contratado, perder o
depositante o direito à remuneração do capital.
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No contrato de depósito, o banco figura como polo passivo.

MÚTUO BANCÁRIO

Mútuo bancário, em síntese, segundo Fábio Ulhoa Coelho, é o contrato pelo qual
o banco empresta ao cliente certa quantia de dinheiro.

Pauta-se, o mútuo bancário, no mútuo civil, previsto nos seguintes termos no


Código Civil:

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Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a


restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade
e quantidade.

O mútuo se aperfeiçoa com a entrega, pelo banco, ao cliente do dinheiro objeto


do empréstimo.

Ainda na lição de Ulhoa, são obrigações do mutuário a partir da entrega do


dinheiro:

1. Restituir o valor emprestado;


2. Pagar juros, encargos, comissões e demais taxas constantes do instrumento
de contrato;
3. Amortizar o valor emprestado nos prazos estabelecidos contratualmente.

Na contramão, nenhuma obrigação, a partir da entrega do dinheiro, resta ao


banco, havendo, assim, uma espécie de unilateralidade neste tipo de contrato.

Anote-se, ainda, a impossibilidade do pagamento antecipado do valor


emprestado ao mutuante, com a finalidade de se reduzir o valor pago a título
de juros, salvo se houver concordância deste.

Escreva-se, também, que não vigora para o mútuo a limitação prevista nos
artigos 406 e 591 do Decreto 22.626/33, que prevê taxa de juros máxima de
12% ao ano.

ABERTURA DE CRÉDITO

O contrato de abertura de crédito é aquele em que o banco disponibiliza certa


quantia de dinheiro ao cliente, facultando-lhe a utilização desses recursos. O
cliente só paga juros se e quando utilizar o crédito. É o nosso famoso “cheque
especial”.

É um contrato consensual e bilateral. A simples disponibilização dos recursos


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não traz qualquer obrigação ao cliente. Todavia, se quisessem, as instituições


financeiras poderiam cobrar. Não o fazem, já que esta é uma praxe
estabelecida no mercado e quem o fizer certamente perderá um diferencial na
prestação deste tipo de serviço.

Há basicamente duas espécies de contrato de abertura de crédito. Na primeira,


utilizando os recursos o cliente tem a faculdade de diminuir o montante
tomado, mediante entradas, reduzindo o débito. No segundo tipo, o cliente não
poderá reduzir o montante devido antes do prazo.

Agora, passemos a estudar os contratos bancários impróprios.

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CONTRATOS BANCÁRIOS IMPRÓPRIOS

Contratos bancários impróprios são aqueles em que não há consenso


doutrinário acerca da necessidade de uma instituição financeira em um dos
polos.

São eles: alienação fiduciária em garantia, faturização, arrendamento mercantil,


cartão de crédito.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA

Na lição de Fábio Ulhoa, alienação fiduciária é o negócio em que uma das


partes, chamada fiduciante, proprietário de um bem, aliena-o em confiança
para outra, chamada fiduciário, o qual se obriga a devolver-lhe a propriedade
do mesmo bem nas hipóteses delineadas no contrato.

Doutrina salienta que este tipo de contrato é um meio para a obtenção de um


fim posterior. Assim, o contrato de alienação é celebrado com a finalidade de
que o bem arrendado seja administrado por outrem, seja posteriormente
vendido ao devedor fiduciante. A alienação fiduciária possui natureza
instrumental.

A alienação fiduciária em garantia é espécie da alienação fiduciária.

A legislação que trata da alienação fiduciária em garantia é esparsa. No que


tange aos bens imóveis, está prevista na Lei 9.514/97. Todavia, se a alienação
se der no albergue de mercado financeiro e de capitais, valerá a Lei 4.728/65.
O Código Civil e o Decreto Lei 911/69 ainda cuidam do tema.

Funciona do seguinte modo: o mutuário-fiduciante (devedor), para garantir que


vai haver o cumprimento de suas obrigações, aliena ao mutuante-fiduciário
(credor) a propriedade do bem.

Todavia, a credor tem apenas o chamado domínio resolúvel do bem e a posse


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indireta da coisa alienada. O devedor, por seu turno, será depositário e


possuidor direto do bem.

Uma vez paga a dívida, isto é, devolvendo o dinheiro emprestado, resolve-se o


domínio em favor do fiduciante, que passará a ser o proprietário pleno do bem.

Os bens móveis e imóveis podem ser objeto de alienação fiduciária em


garantia, conforme prescreve a Lei 9.514/97, art. 22.

Exemplifiquemos. João deseja comprar um veículo no valor de R$ 50.000,00,


haja vista a recente aprovação para o concurso de Auditor Fiscal. Todavia,
como ainda está em seu primeiro contracheque, não dispõe de numerário

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suficiente para fazê-lo à vista. Recorre então a uma instituição financeira, que
lhe empresa os numerários dos quais necessita.

Como as financeiras não são nossas mães, familiares, ou algo do tipo, exigem
alguma garantia do empréstimo.

João então transfere para a instituição financeira a chamada propriedade


resolúvel do carro adquirido. João ficará com a posse do bem.

Quitado o financiamento dizemos que a propriedade se resolve, passando João,


portanto, a ter a chamada propriedade plena do veículo.

É muito importante que tenhamos entendido estes conceitos.

Segundo o artigo 1.361, § 2°, do Código Civil, “com a constituição da


propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o
devedor possuidor direto da coisa”.

Encontra-se já sedimentado na jurisprudência do STJ/STF que, nos contratos


garantidos por alienação fiduciária, não há depósito típico, razão pela qual
não há que se falar em imposição de prisão civil, possibilidade presente
apenas para o devedor de pensão alimentícia.

Há um contrato de depósito quando alguém entrega alguma coisa a outrem


para que o guarde.

O depositário exerce a guarda no interesse do depositante, o qual pode dele


exigir a restituição do bem a qualquer tempo.

Na alienação fiduciária, contudo, o devedor fiduciante recebe o bem alienado


fiduciariamente, como possuidor direto e como titular de um direito eventual,
sem que tenha a obrigação de restituí-lo segundo o arbítrio ou a vontade do
credor. Ou seja, enquanto estiver em dia com as prestações, não poderá o
credor fiduciário exigir-lhe a restituição do bem.
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Como cediço, a CF/88 prevê duas hipóteses de prisão civil, a saber (art. 5,
LXVII):

I - a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação


alimentícia e
II - a do depositário infiel.

Como na alienação fiduciária em garantia não há depósito, não há que se falar


em prisão civil por esse motivo. É esse o entendimento esposado pelo STJ.

Diga-se, ainda, que não mais existe em nosso ordenamento a prisão do


depositário infiel, como se vê no informativo a seguir:

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STF restringe a prisão civil por dívida a inadimplente de pensão


alimentícia.

Vale salientar, ainda, que, nos termos do art. 1.365 do Código civil: É nula a
cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Registre-se que, segundo Súmula do Superior Tribunal de Justiça: o contrato de


alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o
patrimônio do devedor. Este é o caso popularmente conhecido como
refinanciamento.

Se Fulano passa por uma crise e tem um veículo em sua propriedade, pode
procurar uma instituição financeira, pegar recursos e deixar como garantia de
pagamento o seu bem.

Os aspectos contratuais da alienação fiduciária estão centrados no Decreto-Lei


911/1969. Com fulcro no artigo 2º deste diploma, no caso de inadimplemento
ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o
proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros,
independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra
medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista
no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e
das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.

A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá


ser comprovada por carta registada expedida por intermédio de Cartório de
Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.

Para que efetue a venda, o credor poderá requerer contra o devedor ou terceiro
a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida
liminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor
(Decreto-Lei 911/1906, art. 3º). 24678074520

Ainda, com escopo nesta mesma legislação:

Art. 4 º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar


na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de
busca e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma
prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil.

A ação de depósito é competente para que o credor restitua a coisa depositada.

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FATURIZAÇÃO/FACTORING

O empresário, por diversas vezes, necessita de uma boa administração da


concessão de crédito. Isto implica controlar vencimento, acompanhar as taxas
de juros, cobrar inadimplentes, se preciso, exercer cobrança judicialmente. Ao
vender a prazo, o empresário fica naturalmente sujeito aos riscos de insolvência
dos clientes.

A economia hoje se encontra num estágio que resta impossível a um


empresário sobreviver sem que conceda crédito a seus clientes.

Nessa acepção, surge a figura das faturizadoras.

Faturização, factoring ou fomento mercantil é, em lição comezinha, o


instrumento mediante o qual o beneficiário de um título de crédito, que pode
ser nota promissória, cheque, etc., cede onerosamente a propriedade do
crédito à faturizadora. Esta, por sua vez, assumirá o crédito, mediante
pagamento ao antigo titular.

A instituição financeira garante:

a) Gerir os créditos, procedendo ao controle dos vencimentos, providenciando


avisos e protestos assecuratórios do direito creditício, bem como cobrando os
devedores das faturas;
b) Assumir os riscos do inadimplemento dos devedores do faturizado;
c) Garantir o pagamento das faturas objeto de faturização.

Dispõe a Lei Complementar 105/2001 que as instituições financeiras


conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
No parágrafo segundo do artigo 1º, equipara as empresas de factoring às
instituições financeiras.

As empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo dos


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bancos, devem manter sigilo sobre suas operações.

Um ponto importante que também pode ser cobrado em prova é a distinção


entre a operação da factoring e o desconto bancário. Veja o esquema:

- No desconto bancário, o endossante do título permanece coobrigado pela


dívida.
- No factoring, o cedente se exonera da responsabilidade pela dívida.

Há basicamente duas modalidades de faturização. São elas: conventional


factoring e maturity factoring.

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No conventional factoring a faturizadora paga ao faturizado antes do
vencimento do crédito. A financeira garante o pagamento ao faturizado. Três
serviços estão inclusos:

1 – Administração do crédito.
2 – Seguro.
3 – Financiamento.

A remuneração da instituição neste caso, por antecipar o valor ao faturizado, é


mais elevada.

No maturity factoring, por sua vez, existe tão-somente a prestação de serviço


de administração do crédito e seguro, ausentando-se, na relação, a
financiamento.

Observe-se, porém, que, em ambos os tipos de faturização, eventual calote por


parte dos clientes deverá ser suportado pela instituição financeira, caso
contrário, estaríamos frente a uma operação de desconto.

ARRENDAMENTO MERCANTIL/LEASING

Fábio Ulhoa define o contrato de arrendamento mercantil como a locação


caracterizada pela faculdade conferida ao locatário de, ao seu término, optar
pela compra do bem locado.

O arrendamento mercantil, também chamado de leasing, é a realização de


negócio entre pessoa jurídica num polo, como arrendadora, e pessoa física ou
jurídica no outro, como arrendatário, para o arrendamento de bens (esses bens
podem ser móveis ou imóveis), de propriedade da arrendadora.

Para a relação entre as partes (relações de direito privado) não há quaisquer


dispositivos que regulem o tipo contratual, regendo-se, portanto, tal como
negociado entre elas.
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Frise-se: É o arrendamento mercantil o contrato pelo qual a arrendadora


concede à arrendatária o direito de utilizar determinada coisa, cobrando aluguel
pelo uso temporário e admitindo que, a certo tempo do contrato, a parte que
vem utilizando aquela coisa declare sua opção de compra, pagando o preço
residual.

Ao final do contrato, o arrendatário poderá optar pela renovação do contrato,


por encerrar o contrato ou por comprar o bem, pagando-se o valor residual.

Segundo a Lei 6.099/74: Considera-se arrendamento mercantil o negócio


jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa
física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o

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arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da
arrendatária e para uso próprio desta (art. 1º, parágrafo único).

Essa definição conferirá tratamento especial nas relações tributárias do leasing.


O “arrendamento” que não atender as condições estabelecidas pela lei
supracitada será considerado como compra e venda a prazo (Lei 6.099/74, art.
11, §1º).

Frise-se, também, que o objeto do leasing pode ser bem móvel ou imóvel (Lei
6.099/74, art. 10º).

Somente poderão ser objeto de arrendamento mercantil os bens de produção


estrangeira que forem enumerados pelo Conselho Monetário Nacional, que
poderá, também, estabelecer condições para seu arrendamento a empresas
cujo controle acionário pertencer a pessoas residentes no exterior (Lei
6.099/74, art. 10º).

Basicamente, temos três tipos de leasing. Para conceitua-los, vamos tomar


emprestados os conceitos do Pronunciamento Contábil de n. 6 – do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis.

Os principais são leasing operacional e financeiro. A diferença entre um e


outro reside principalmente no seguinte critério: se o leasing transfere ou
não os riscos e benefícios inerentes à propriedade.

Se transferir, será classificado como leasing financeiro. Se não, como leasing


operacional. E como saberemos se há ou não transferência dos riscos e
benefícios? O tema está prescrito no CPC 06, que dispõe sobre o arrendamento
mercantil.

Se os riscos e benefícios ficam com o arrendatário  Arrendamento financeiro.


Se os riscos e benefícios ficam com o arrendador  Arrendamento operacional.

Para se caracterizar um arrendamento 24678074520


financeiro, basicamente cinco
características podem aparecer:

Principais características de um arrendamento financeiro

1) Transfere-se a propriedade ao final do contrato;


2) Valor residual mais baixo que o valor justo;
3) O prazo do arrendamento refere-se à maior parte da vida útil do ativo
4) O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente o todo o valor
justo do ativo;
5) O ativo arrendado é de tal forma especializado, que apenas o arrendatário
pode usá-lo sem grandes modificações.

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Memorize os 5 itens acima. Não são difíceis, e uma questão pode não
mencionar se o arrendamento é operacional ou financeiro, mas indicar uma ou
mais das características acima.

Vamos exemplificar?

“A Cia ABC contratou o arrendamento de uma máquina construída


especialmente para ser usada nas suas operações” (Arrendamento financeiro –
item “5” acima).

“Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual segundo a tabela
da Revista 4 Rodas do final do contrato”. Supondo que a tabela da Revista 4
Rodas represente o valor justo do veículo, será arrendamento operacional (Não
atende o item 2).
“Um veículo foi arrendado por dois anos, com valor residual de 500 reais”.
Nesse caso, teremos arrendamento financeiro, pois o valor residual é mais
baixo que o valor justo (nenhum veículo com dois anos de uso custa apenas
500 reais).

Existe, ainda, o lease-back, que é uma operação de leasing financeiro em que o


cliente vende o bem para a arrendadora e em seguida arrenda o bem. Ao fim
do contrato, o cliente compra o bem pelo valor residual garantido. O lease-back
funciona como uma maneira simples e rápida de obter um capital de giro de
longo prazo com garantia real e sem incidência de IOF. Determinada pessoa
vende um bem do seu ativo imobilizado sem perder o seu uso e depois o
recompra.

Caso haja o não pagamento das prestações do leasing por parte do


arrendatário, o arrendador pode propor ação de reintegração de posse para
reaver o bem.

Faz-se necessária, entretanto, a notificação prévia do arrendatário, a fim de que


este possa purgar a mora ou se defender. Vejamos o posicionamento do STJ a
respeito. 24678074520

Súmula 369

No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula


resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para
constituí-lo em mora.

Mesmo que haja cláusula resolutiva expressa, em que a mora é ex re (isto é,


automática), faz-se necessária a notificação judicial ou extrajudicial.

Ademais, importante falamos também sobre o possível o pagamento do valor


residual garantido – VRG.

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Podemos dizer que o valor residual corresponde ao preço para o exercício da
opção de compra.

Se o arrendatário optar pela compra do bem, pagará um valor residual. Há uma


grande divergência doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade de
antecipação deste valor.

Contudo, para concursos, numa questão como esta o mais prudente é defender
a sua possibilidade, uma vez que há expressa decisão do STJ neste sentido.

Súmula 293, in verbis: A cobrança antecipada do valor residual garantido


(VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.

ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO

O contrato de cartão é aquele em que determinada instituição financeira se


obriga perante determinada pessoa física ou jurídica a pagar o crédito
concedido a esta por um terceiro. Os estabelecimentos comerciais recebem o
valor das compras da instituição financeira.

Segundo a Súmula 283 do Superior Tribunal de Justiça “As empresas


administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras (...)”.

24678074520

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/RJ/2009) A respeito do


contrato de arrendamento mercantil, é correto afirmar que:

(A) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) descaracteriza o


contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a
prestação.
(B) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) não
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.
(C) é proibido o pagamento antecipado de Valor Residual Garantido (VRG).
(D) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente
ser adquirido pelo arrendatário.
(E) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente
retornar à instituição financeira.

Comentários

A questão cobrou entendimento jurisprudencial, defendido na Súmula 293, in


verbis: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.

Assim, o gabarito da questão é a letra b.

A letra c está incorreta.

(C) é proibido o pagamento antecipado de Valor Residual Garantido


(VRG).

É possível o pagamento do valor residual garantido – VRG.

Podemos dizer que o valor residual corresponde ao preço para o exercício da


24678074520

opção de compra.

Se o arrendatário optar pela compra do bem, pagará um valor residual. Há uma


grande divergência doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade de
antecipação deste valor.

Contudo, para concursos, numa questão como esta o mais prudente é defender
a sua possibilidade, uma vez que há expressa decisão do STJ neste sentido.

As letras d e e também estão incorretas.

(D) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve


necessariamente ser adquirido pelo arrendatário.

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(E) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve


necessariamente retornar à instituição financeira.

Ao termo do prazo pactuado entre as partes resta ao arrendatário:

1) Adquirir o bem, pagando, caso exista, o valor residual;


2) Devolver o bem, restituindo-se-lhe o valor residual, se houver;
3) Renovação do arrendamento.

Gabarito  B.

2. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/RJ/2010) Com relação à


representação comercial autônoma, analise as seguintes afirmativas.

I. Para o exercício da atividade de representante comercial autônomo é


necessário o prévio registro no Conselho Regional dos Representantes
Comerciais.
II. O contrato de representação comercial passou a ser regido pelo Código Civil,
revogando-se a Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regulava, em
sede especial, as atividades dos representantes comerciais autônomos.
III. O representante comercial autônomo faz jus ao recebimento da comissão
quando for feito o pagamento dos pedidos ou propostas.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários 24678074520

I. Para o exercício da atividade de representante comercial autônomo é


necessário o prévio registro no Conselho Regional dos Representantes
Comerciais.

Deve, sim, o representante obter registro no Conselho Regional de


Representantes Comerciais, sujeitando-se aos preceitos éticos e administrativos
definidos para a sua profissão. Caso o representante seja pessoa jurídica, deve
também registrar-se perante a Junta Comercial.

O item I está correto.

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II. O contrato de representação comercial passou a ser regido pelo
Código Civil, revogando-se a Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965,
que regulava, em sede especial, as atividades dos representantes
comerciais autônomos.

A afirmação II está incorreta porque a representação comercial autônoma


continua a ser disciplinada pela Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965.

III. O representante comercial autônomo faz jus ao recebimento da


comissão quando for feito o pagamento dos pedidos ou propostas.

O item III, por sua vez, está correto. Vejamos a lei:

Art. 32. O representante comercial adquire o direito às comissões quando do


pagamento dos pedidos ou propostas. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de
8.5.1992)

§ 1° O pagamento das comissões deverá ser efetuado até o dia 15 do mês


subseqüente ao da liquidação da fatura, acompanhada das respectivas cópias
das notas fiscais. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
§ 2° As comissões pagas fora do prazo previsto no parágrafo anterior deverão
ser corrigidas monetariamente. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
§ 3° É facultado ao representante comercial emitir títulos de créditos para
cobrança de comissões. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992)
§ 4° As comissões deverão ser calculadas pelo valor total das mercadorias.

Gabarito  C.

3. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/RJ/2010) Com relação à


alienação fiduciária em garantia, analise as afirmativas a seguir:

I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor torna-se


proprietário do bem alienado e seu possuidor direto.
24678074520

II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis.


III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que autoriza o
proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
for paga no vencimento.

Assinale:

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.


(B) se somente a afirmativa I estiver correta.
(C) se somente a afirmativa II estiver correta.
(D) se somente a afirmativa III estiver correta.
(E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

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Comentários

I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor


torna-se proprietário do bem alienado e seu possuidor direto.

A afirmação I está errada. Por meio do contrato de alienação fiduciária em


garantia, o credor torna-se proprietário do bem alienado e seu possuidor
indireto.

Segundo o artigo 1.361, § 2°, do Código Civil, “com a constituição da


propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o
devedor possuidor direto da coisa”.

II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis.

Os bens móveis e imóveis podem ser objeto de alienação fiduciária em


garantia, conforme prescreve a Lei 9.514/97, art. 22.

Portanto, o item II está também incorreto. Vejam como as questões se


repetem.

III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que


autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Por fim, o item III está correto.

Nos termos do art. 1.365 do Código civil: É nula a cláusula que autoriza o
proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
for paga no vencimento.

Gabarito  D.

24678074520

4. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/1ª/2012) Em relação aos seguintes


contratos comerciais, é correto afirmar:

a) Nos contratos de faturização, como regra, o cedente dos títulos ou faturizado


responsabiliza-se não apenas pela existência do crédito, como também pela
solvência do devedor.
b) Na alienação fiduciária em garantia, havendo inadimplemento, o credor
poderá requerer a reintegração na posse do bem móvel alienado
fiduciariamente, que será concedida após justificação prévia e com a
comprovação da mora do devedor.
c) Exerce a representação comercial autônoma exclusivamente a pessoa física
que, sem relação de emprego, desempenha, em caráter eventual, a mediação
para a realização de negócios mercantis.

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d) Nos contratos de leasing a cobrança dos juros remuneratórios é limitada a
1% ao mês, por não se tratar de operação financeira e sim locatícia, com opção
de compra do bem pelo valor residual ao fim do contrato.
e) Franquia empresarial é o contrato pelo qual um franqueador cede ao
franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços, devendo ser
celebrado por escrito, na presença de duas testemunhas, e tendo validade
independentemente de registro perante o cartório ou órgão público.

Comentários

Comentemos item a item...

a) Nos contratos de faturização, como regra, o cedente dos títulos ou


faturizado responsabiliza-se não apenas pela existência do crédito,
como também pela solvência do devedor.

Como dissemos, no factoring, o risco pela solvência do devedor será de


responsabilidade da faturizadora. Item incorreto.

b) Na alienação fiduciária em garantia, havendo inadimplemento, o


credor poderá requerer a reintegração na posse do bem móvel alienado
fiduciariamente, que será concedida após justificação prévia e com a
comprovação da mora do devedor.

Em primeiro lugar, estando de posse do bem, poderá realizar a sua venda.

Não se encontrando o bem em sua posse, deve ser ajuizada ação de busca e
apreensão, a qual poderá ser convertida em ação de depósito, na hipótese de o
bem não se encontrar em posse também do devedor-fiduciante.

É o que diz o Decreto 911:

Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais


24678074520

garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou


credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão,
hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou
extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato,
devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas
decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.

Art. 3º O proprietário fiduciário ou credor, poderá requerer contra o


devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, desde que
comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor.

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Art. 4º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar


na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de busca
e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma prevista no
Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil.

Item, portanto, incorreto.

c) Exerce a representação comercial autônoma exclusivamente a


pessoa física que, sem relação de emprego, desempenha, em caráter
eventual, a mediação para a realização de negócios mercantis.

O item está incorreto. Segundo a Lei 4.886:

Art. 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a


pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não
eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de
negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos
representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos
negócios.

d) Nos contratos de leasing a cobrança dos juros remuneratórios é


limitada a 1% ao mês, por não se tratar de operação financeira e sim
locatícia, com opção de compra do bem pelo valor residual ao fim do
contrato.

Não há aplicação do limite de 1% ao mês para os contratos de leasing.

Vejamos uma jurisprudência do nosso E. STJ a respeito:

Leasing. ação revisional e ação possessória. Valor residual. Pagamento


antecipado. Desfiguração do contrato de arrendamento mercantil. Taxa
de juros. Limitação. Comissão de permanência. TR. SERASA.

1. O simples fato de o contrato estipular a taxa de juros remuneratórios


24678074520

acima de 12% a.a. não significa, por si só, vantagem exagerada ou


abusividade. Necessidade que se evidencie, em cada caso, o abuso
alegado por parte da instituição financeira.
2. Restrita à taxa média de mercado, a estipulação da comissão de
permanência não é tida como cláusula puramente potestativa. Precedentes do
STJ.
3. Quando convencionada, é possível a utilização da TR como fator de
atualização monetária.
4. A cobrança antecipada do valor residual não desfigura o contrato de leasing
(EREsp nº 213.828/RS).
5. Ainda que esteja o montante da dívida sendo objeto de discussão em juízo, o
deferimento do pedido do devedor para obstar o registro de seu nome nos
cadastros de proteção ao crédito não prescinde da presença concomitante de

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outros dois elementos: a) a efetiva demonstração de que a contestação da
cobrança se funda na aparência do bom direito e na jurisprudência consolidada
do STF ou do STJ; b) a prestação de depósito ou caução do valor referente à
parte incontroversa do débito (REsp nº 527.618/RS, Rel. Min. Cesar Asfor
Rocha). Requisitos ausentes na hipótese dos autos.
6. A exigência de valores excessivos nos contratos afasta a mora do devedor.
Reintegração de posse improcedente. Recurso especial conhecido, em parte, e
provido.

(REsp 507882 RS 2003/0035673-0Relator(a):Ministro BARROS MONTEIRO


Julgamento:17/11/2003Órgão Julgador:T4 - QUARTA TURMA)

e) Franquia empresarial é o contrato pelo qual um franqueador cede ao


franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito
de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços,
devendo ser celebrado por escrito, na presença de duas testemunhas, e
tendo validade independentemente de registro perante o cartório ou
órgão público.

Este é o nosso gabarito. Segundo a legislação pertinente:

Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao


franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e,
eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e
administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto,
fique caracterizado vínculo empregatício.

Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença


de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a
registro perante cartório ou órgão público.

Gabarito  E. 24678074520

5. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/SE/2012) A alienação fiduciária em garantia


de bem móvel faculta ao credor, vencida a dívida e não paga,

a) promover a busca e apreensão judicial do bem, a qual será convertida em


ação de depósito, se o bem não for encontrado e, por isso, ficando o devedor
sujeito a prisão civil como depositário infiel.
b) ficar com a coisa alienada, a título de pagamento de seu crédito, pelo valor
de mercado, restituindo ao devedor a diferença que houver entre aquele valor e
a dívida não paga.
c) somente cobrá-la do devedor ou de seus garantidores, preferindo o bem
alienado na penhora, sobre qualquer outro.

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d) vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiro e aplicar o preço no
pagamento de seu crédito, entregando o saldo, se houver, ao devedor.
e) ficar com a coisa alienada, a título de dação em pagamento, independente da
vontade do devedor, e sem a necessidade de qualquer restituição em dinheiro,
salvo se já houver sido pago mais de 40% (quarenta por cento) do débito.

Comentários

Segundo o Decreto-Lei 911/69:

Art. 2º No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais


garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor
poderá vender a coisa a terceiros independentemente de leilão, hasta pública,
avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo
disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço
da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar
ao devedor o saldo apurado, se houver.

Gabarito  D.

6. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) Em relação aos contratos bancários,


é correto afirmar:

a) O objeto do contrato de alienação fiduciária em garantia será sempre bem


móvel, pertencente ou não ao devedor.
b) O mútuo bancário é o contrato consensual de empréstimo de coisa infungível
ao cliente.
c) Como regra geral, as instituições financeiras estão limitadas, na cobrança
dos juros remuneratórios, à taxa de 12% ao ano.
d) Pelo contrato de abertura de crédito, o banco disponibiliza ao cliente certa
quantia de dinheiro, a ser por ele necessariamente utilizada.
e) O depósito bancário é o contrato pelo qual uma pessoa, denominada
depositante, entrega valores monetários a um banco, que se obriga a restituí-
24678074520

los quando solicitados.

Comentários

Comentemos item a item...

a) O objeto do contrato de alienação fiduciária em garantia será sempre


bem móvel, pertencente ou não ao devedor.

Na lição de Fábio Ulhoa, alienação fiduciária é o negócio em que uma das


partes, chamada fiduciante, proprietário de um bem, aliena-o em confiança
para outra, chamada fiduciário, o qual se obriga a devolver-lhe a propriedade
do mesmo bem nas hipóteses delineadas no contrato.

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A alienação fiduciária pode ser dar sobre bens móveis ou imóveis.

Item incorreto.

b) O mútuo bancário é o contrato consensual de empréstimo de coisa


infungível ao cliente.

Mútuo bancário, em síntese, segundo Fábio Ulhoa Coelho, é o contrato pelo qual
o banco empresta ao cliente certa quantia de dinheiro.

Pauta-se, o mútuo bancário, no mútuo civil, previsto nos seguintes termos no


Código Civil:

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado


a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero,
qualidade e quantidade.

Item incorreto.

c) Como regra geral, as instituições financeiras estão limitadas, na


cobrança dos juros remuneratórios, à taxa de 12% ao ano.

Segundo a Súmula 596, do STF:

STF Súmula nº 596 - 15/12/1976 - DJ de 3/1/1977, p. 7; DJ de 4/1/1977, p.


39; DJ de 5/1/1977, p. 63.
Juros nos Contratos - Aplicabilidade em Taxas e Outros Encargos em Operações
por Instituições Públicas ou Privadas que Integram o Sistema Financeiro
Nacional

As disposições do Decreto 22.626 de 1933 não se aplicam às taxas de juros e


aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições públicas
ou privadas, que integram o sistema financeiro nacional.
24678074520

Portanto, em regra, as instituições financeiras não estão limitadas a esta taxa


de 12% ao ano.

d) Pelo contrato de abertura de crédito, o banco disponibiliza ao cliente


certa quantia de dinheiro, a ser por ele necessariamente utilizada.

O contrato de abertura de crédito é aquele em que o banco disponibiliza certa


quantia de dinheiro ao cliente, facultando-lhe a utilização desses recursos. O
cliente só paga juros se e quando utilizar o crédito. É o nosso famoso “cheque
especial”. Item, assim, incorreto.

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e) O depósito bancário é o contrato pelo qual uma pessoa, denominada
depositante, entrega valores monetários a um banco, que se obriga a
restituí-los quando solicitados.

Este é o nosso gabarito. No contrato de depósito bancário, o depositante


entrega determinado valor ao banco – depositário. O depositário, por seu turno,
deve restituir o valor na data contratada ou quando bem entender o cliente.

Gabarito  E.

7. (FCC/Promotor de Justiça/MP CE/2009) Em relação a contratos


mercantis, é correto afirmar que:

a) por sua natureza, o mandato mercantil pode ser oneroso ou gratuito.


b) a compra e venda é mercantil quando o vendedor ou comprador são
empresários, podendo uma das partes sê-lo ou não.
c) a alienação fiduciária em garantia tem sua abrangência restrita a bens
móveis.
d) as empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo das
instituições financeiras, devem manter sigilo sobre suas operações.
e) o arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela compra compulsória
do bem locado ao término da locação.

Comentários

Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu


nome, praticar atos ou administrar interesses (CC, art. 653). A procuração é o
instrumento do mandato.

Como exemplo, pode um fornecedor conferir mandato a pessoa de sua


confiança para que trate dos contratos de compra e venda da empresa.

O mandato pode ser civil ou mercantil.


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Sendo mercantil, será ele regido pelas mesmas disposições do civil – art. 653
ao 691 do Código Civil -, porém, a onerosidade do mandato passa ser
obrigatória (CC, art. 658).

Item, portanto, incorreto.

Passemos à alternativa b.

O contrato de compra e venda mercantil opera-se pela figura de


empresários nos dois pólos, obrigatoriamente, temos como exemplo uma
indústria que vende mercadorias para um atacadista.

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O contrato de compra e venda mercantil é consensual, isto é, nasce do
encontro de vontades do vendedor e do comprador, contanto que acertem dois
detalhes: a coisa a ser negociada e o preço.

Além desses dois requisitos o contrato de compra e venda também deve ter o
consentimento.

Destarte, três são os requisitos para se caracterizar um contrato de compra e


venda:

a) Consentimento;
b) Coisa a ser negociada;
c) Preço.

c) a alienação fiduciária em garantia tem sua abrangência restrita a


bens móveis.

Segundo Orlando Gomes, a alienação fiduciária em garantia é "o negócio


jurídico pelo qual o devedor, para garantir o pagamento da dívida,
transmite ao credor a propriedade de um bem, retendo-lhe a posse
indireta, sob a condição resolutiva de saldá-la".

Os bens móveis e imóveis podem ser objeto de alienação fiduciária em


garantia, conforme prescreve a Lei 9.514/97, art. 22.

A letra c, portanto, está incorreta.

A letra d é o gabarito da nossa questão.

d) as empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo das


instituições financeiras, devem manter sigilo sobre suas operações.

Dispõe a Lei Complementar 105/2001 que as instituições financeiras


24678074520

conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados.


No parágrafo segundo do artigo 1º, equipara as empresas de factoring às
instituições financeiras.

Por fim, discorramos sobre a letra e.

e) o arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela compra


compulsória do bem locado ao término da locação.

O arrendamento mercantil, também chamado de leasing, é a realização de


negócio entre pessoa jurídica num pólo, como arrendadora, e pessoa física ou
jurídica no outro, como arrendatário, para o arrendamento de bens (esses bens
podem ser móveis ou imóveis), de propriedade da arrendadora.

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Frise-se: É o arrendamento mercantil o contrato pelo qual a arrendadora


concede à arrendatária o direito de utilizar determinada coisa, cobrando aluguel
pelo uso temporário e admitindo que, a certo tempo do contrato, a parte que
vem utilizando aquela coisa declare sua opção de compra, pagando o preço
residual.

Ao final da compra, o arrendatário poderá optar também pela prorrogação do


aluguel, ou pela devolução da coisa.

Não existe, assim, a compulsoriedade a que a questão aludiu.

Gabarito  D.

8. (FCC/Juiz Substituto/TRT 11ª/2007) Alberto era representante


comercial da ABC Ltda., tendo exercido essa função por dez anos. Ao longo
desse período, por imposição da empresa representada, as partes celebravam
contratos por prazo determinado de um ano, ao fim do qual se procedia a sua
imediata renovação. Ao final do 10o ano, a ABC Ltda. notificou Alberto a
respeito da não-renovação de seu contrato e extinção do vínculo negocial.
Alberto agora pleiteia o recebimento de indenização equivalente a 1/12 (um
doze avos) das comissões auferidas durante todo o período de representação,
em razão da extinção imotivada do contrato por iniciativa da representada. Essa
indenização

a) é devida, pois é aplicável a todos os contratos de representação comercial.


b) é devida, apenas com relação ao último período anual de contrato.
c) é devida, pois é aplicável a contratos com mais de cinco anos de vigência.
d) é devida, pois o contrato celebrado com Alberto deve ser considerado a
prazo indeterminado.
e) não é devida.
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Comentários

Vamos lá, repitamos a lição. Esta questão é muito interessante.

A Representação Comercial é o contrato pelo qual o representante comercial


autônomo (pessoa física ou jurídica), se obriga a obter pedidos de compra e
venda das mercadorias fabricadas ou comercializadas pela representada, com o
objetivo de expandir os negócios desta, tendo como contraprestação uma
retribuição acordada.

A rescisão contratual será calculada de forma distinta, se o contrato


contiver prazo determinado ou indeterminado.

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A lei considera que o contrato com prazo determinado, uma vez prorrogado o
prazo inicial, tácita ou expressamente, torna-se a prazo indeterminado.
Portanto, já sabemos que no nosso caso o contrato há que ser considerado por
prazo indeterminado.

A indenização nas representações com prazo indeterminado devem ser 1/12 do


total das comissões de todo o período.

No caso de prazo determinado, a rescisão é equivalente à média mensal da


retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses
resultantes do prazo contratual (Lei 4.886/65, §1º).

Gabarito  D.

9. (FGV/Auditor Fiscal/Amapá/2010) A respeito do contrato de franquia é


correto afirmar que:

(A) configura-se relação trabalhista entre franqueado e franqueador.


(B) a validade do contrato de franquia depende do seu registro no órgão
competente.
(C) o contrato de franquia pode ser apenas verbal.
(D) o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente,
associado ao direito de distribuição, exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou
serviços.
(E) as empresas franqueadora e franqueadas constituem-se como grupo de
sociedades nos termos da disciplina societária.

Comentários

As franquias são reguladas pela Lei 8.955/94.

Segundo a lei, artigo 2º, franquia empresarial é o sistema pelo qual um


franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente,
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associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou


serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de
implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos
ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem
que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.

Portanto, não há que se falar em vínculo empregatício entre franqueador e


franqueado. A relação entre eles é empresarial.

(A) configura-se relação trabalhista entre franqueado e franqueador.

A letra a está incorreta.

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(D) o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marcaou
patente, associado ao direito de distribuição, exclusiva ou semi-
exclusiva de produtos ou serviços.

A letra d está correta, uma vez que extraída literalmente do artigo 2º da Lei de
Franquia.

Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao


franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e,
eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e
administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto,
fique caracterizado vínculo empregatício.

(B) a validade do contrato de franquia depende do seu registro no


órgão competente.

O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2


(duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a
registro perante cartório ou órgão público (Lei 8.955/94, art. 6º).

GRAVE-SE: O CONTRATO DE FRANQUIA TEM VALIDADE


INDEPENDENTEMENTE DE REGISTRO EM CARTÓRIO OU ÓRGÃO
PÚBLICO.

A letra b também está incorreta. Essa é uma ótima pegadinha para a prova!
Atentem-se.

(C) o contrato de franquia pode ser apenas verbal.

A letra c também é errônea, uma vez que o contrato de franquia deve ser
sempre escrito.
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Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença


de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a
registro perante cartório ou órgão público.

A letra e também está incorreta.

A relação entre franqueador e franqueado não caracteriza também grupo de


sociedades, nos termos do artigo 265 da Lei das SA´s.

Caracteriza-se o grupo de sociedades por ser “um termo de referência para


aquele setor da realidade societária moderna que encontra no fenômeno do
controle intersocietário e das relações de coligação entre sociedades o seu
centro de gravidade”.

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Gabarito  D.

10. (CESGRANRIO/Advogado/Liquigás/2012) O contrato pelo qual um


empresário cede a outro o direito de uso da marca ou patente, associado ao
direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e,
ainda, presta-lhe serviços de organização empresarial por ele desenvolvidos,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo
empregatício entre as partes, denomina-se:

a) franquia
b) comissão
c) distribuição
d) compra e venda
e) representação comercial

Comentários

É o contrato pelo qual um empresário cede a outro o direito de uso de marca ou


patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de
produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso da tecnologia
de implantação e administração de negócio ou sistema operacional
desenvolvidos ou detidos pelo primeiro, mediante remuneração direta ou
indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.

Este é o conceito do contrato de franquia. O contrato de franquia regula-se pela


Lei 8.955/94.

Gabarito  A.

11. (CEGRANRIO/Advogado/Caixa/2012) Caso um importador, na


qualidade de pessoa jurídica, venha a adquirir produtos do fabricante sediado
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no exterior, de forma habitual e com intuito de lucro, para fins de revenda a


estabelecimentos comerciais atacadistas, tem-se, nesse caso, contrato de:

a) mútuo
b) franquia
c) leasing financeiro
d) leasing operacional
e) compra e venda mercantil

Comentários

Este é um exemplo claro de contrato de compra e venda mercantil.

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O contrato de compra e venda mercantil opera-se pela figura de
empresários nos dois polos, obrigatoriamente. Fábio Ulhoa leciona que o
comércio é explicado como uma sucessão de contratos de compra e venda.
Temos como exemplo uma indústria que vende mercadorias para um
atacadista. O atacadista, por seu turno, fixa contrato com supermercado.

Conforme propõe o Código Civil:

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a


transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em
dinheiro.

Gabarito  E.

12. (CESPE/Juiz Federal/TRF/2ª/2012) A respeito dos contratos que os


empresários individuais e as sociedades empresárias celebram no exercício
diário de suas atividades econômicas, assinale a opção correta.

a) A Resolução n.º 2.039 do BACEN prevê duas espécies de leasing: o


financeiro e o operacional, e a doutrina registra, ainda, a modalidade específica
denominada lease back ou leasing back, que se caracteriza pelo fato de o bem
já ser da arrendadora, que apenas o aluga ao arrendatário, sem o custo inicial
da aquisição.
b) A Lei n.º 6.729/1979, com as alterações introduzidas pela Lei n.º
8.132/1990, disciplina a concessão comercial que tenha por objeto o comércio
de mercadorias, sendo, contudo, atípico o contrato quando a concessão
comercial referir-se a veículos automotores.
c) Embora o Código Civil determine que o objeto da propriedade fiduciária seja
necessariamente coisa móvel infungível, existe a possibilidade de contrato de
alienação fiduciária no mercado financeiro e de capitais, bem como em garantia
de crédito fiscal e previdenciário.
d) No contrato de compra e venda, a cláusula de reserva de domínio somente
surtirá efeitos perante terceiro quando estiver expressamente prevista, sendo
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possível a aplicação da referida cláusula especial nos contratos cujo objeto seja
bem móvel ou imóvel.
e) O contrato de comissão pode ostentar a cláusula del credere, segundo a qual
os riscos do negócio cabem ao comitente, já que o comissário, embora atue em
nome próprio, o faz no interesse do comitente e à conta dele, de acordo,
inclusive, com suas instruções.

Comentários

Comentemos item a item...

a) A Resolução n.º 2.039 do BACEN prevê duas espécies de leasing: o


financeiro e o operacional, e a doutrina registra, ainda, a modalidade

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específica denominada lease back ou leasing back, que se caracteriza
pelo fato de o bem já ser da arrendadora, que apenas o aluga ao
arrendatário, sem o custo inicial da aquisição.

A letra a está incorreta.

Existe, ainda, o lease-back, que é uma operação de leasing financeiro em que o


cliente vende o bem para a arrendadora e em seguida arrenda o bem. Ao fim
do contrato, o cliente compra o bem pelo valor residual garantido. O lease-back
funciona como uma maneira simples e rápida de obter um capital de giro de
longo prazo com garantia real e sem incidência de IOF. Determinada pessoa
vende um bem do seu ativo imobilizado sem perder o seu uso e depois o
recompra.

b) A Lei n.º 6.729/1979, com as alterações introduzidas pela Lei n.º


8.132/1990, disciplina a concessão comercial que tenha por objeto o
comércio de mercadorias, sendo, contudo, atípico o contrato quando a
concessão comercial referir-se a veículos automotores.

O item está incorreto. Dissemos no decorrer da aula que a Lei 6.279/79 dispõe
sobre a concessão referente a veículos automotores, e não sobre mercadorias.

Artigo. 3º. Constitui objeto de concessão:

I - a comercialização de veículos automotores, implementos e componentes


fabricados ou fornecidos pelo produtor.

c) Embora o Código Civil determine que o objeto da propriedade


fiduciária seja necessariamente coisa móvel infungível, existe a
possibilidade de contrato de alienação fiduciária no mercado financeiro
e de capitais, bem como em garantia de crédito fiscal e previdenciário.

O item está correto. A previsão para tanto se encontra na Lei n. 10.931/04, que
prescreve: 24678074520

Artigo 66-B: O contrato de alienação fiduciária celebrado no âmbito do


mercado financeiro e de capitais, bem como em garantia de créditos
fiscais e previdenciários, deverá conter, além dos requisitos definidos na Lei
10406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, a taxa de juros, a cláusula
penal, o índice de atualização monetária, se houver, e as demais comissões e
encargos.

d) No contrato de compra e venda, a cláusula de reserva de domínio


somente surtirá efeitos perante terceiro quando estiver expressamente
prevista, sendo possível a aplicação da referida cláusula especial nos
contratos cujo objeto seja bem móvel ou imóvel.

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A compra e venda com reserva de domínio se dá quando determinada pessoa
realiza a venda de determinado bem, mas mantém a propriedade desta coisa.
Transfere-se, assim, apenas a posse. Quando do recebimento integral do preço,
haverá transferência da propriedade.

Assim, manter a propriedade da coisa vendida é uma garantia para o vendedor.

Segundo o Código Civil:

Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e


depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros

Todavia, a aplicação da cláusula de reserva de domínio somente é possível


quando da venda bens móveis.

Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a


propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.

Item incorreto.

e) O contrato de comissão pode ostentar a cláusula del credere,


segundo a qual os riscos do negócio cabem ao comitente, já que o
comissário, embora atue em nome próprio, o faz no interesse do
comitente e à conta dele, de acordo, inclusive, com suas instruções.
Os riscos comerciais do negócio cabem, em princípio, ao comitente. Assim, se
verificada inadimplência de terceiro, as consequências decorrentes serão
suportadas por ele (comitente).

Contudo, existe um cláusula chamada del credere. Por esta cláusula, pode o
comissário responder, perante o comitente, pelas obrigações assumidas pelo
terceiro com quem contratou, solidariamente com este. O risco da transação
realizada ficará, pois, distribuído.

Ressalve-se, contudo, que mesmo na comissão em que haja cláusula del


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credere, os demais riscos, como de vício na coisa vendida ou evicção devem ser
suportados pelo comitente.

A responsabilidade, assim, será solidária.

Gabarito  C.

13. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 6ª/2013) Os contratos de franquia, para


produzirem efeitos em relação a terceiros, devem ser registrados no:

a) Registro de Imóveis.
b) Registro Público de Empresas Mercantis.

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c) Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
d) Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
e) Registro de Títulos e Documentos.

Comentários

Conforme dissemos, para que o contrato de franquia tenha validade perante


terceiros, deverá ser registrado no INPI.

Gabarito  C.

14. (FCC/Promotor/MPE/CE/2011) Descumprida a obrigação pecuniária


pelo arrendatário, no contrato de leasing financeiro:

a) o arrendante apenas pode cobrar a dívida, mas não pleitear a rescisão do


contrato ou a sua reintegração na posse, dada a existência de opção de
compra.
b) não se admite em nenhuma hipótese a ação de reintegração de posse, se
nas parcelas tiver sido incluído o denominado Valor Residual Garantido (VRG),
de acordo com a jurisprudência mais recente consolidada em súmula do
Superior Tribunal de Justiça.
c) admite-se a reintegração do arrendante na posse, caso haja no contrato
cláusula resolutória expressa e tenha sido o arrendatário devidamente
notificado de sua mora.
d) perde o arrendatário o direito de usar o bem enquanto não purgar a mora,
independentemente de notificação do arrendante, mas não fica sujeito à
retomada do bem antes do trânsito em julgado da sentença que rescindir o
contrato.
e) a reintegração na posse pelo arrendante prescinde de cláusula resolutória
expressa e de notificação prévia do arrendatário, vencendo-se a dívida por
inteiro, e será o bem vendido para seu pagamento e o arrendatário ficará
pessoalmente responsável pelo saldo devedor se o valor obtido com a venda for
insuficiente. 24678074520

Comentários

Conforme dissemos na aula:

Caso haja o não pagamento das prestações do leasing por parte do


arrendatário, o arrendador pode propor ação de reintegração de posse para
reaver o bem.

Faz-se necessária, entretanto, a notificação prévia do arrendatário, a fim de que


este possa purgar a mora ou se defender. Vejamos o posicionamento do STJ a
respeito.

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Súmula 369

No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula


resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para
constituí-lo em mora.

Mesmo que haja cláusula resolutiva expressa, em que a mora é ex re (isto é,


automática), faz-se necessária a notificação judicial ou extrajudicial.

Gabarito  C.

15. (FCC/Promotor/MPE/CE/2011) Se o bem móvel alienado


fiduciariamente a um banco não for encontrado ou não se achar na posse do
devedor, poderá o credor fiduciário:

a) apenas alterar o pedido formulado na ação de busca e apreensão para o de


execução por quantia certa.
b) requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos,
em ação de depósito, e o devedor ficará sujeito a prisão civil, se não restituir o
bem ou seu equivalente em dinheiro.
c) se o fiduciante estiver em mora, somente executar o fiador, que se sub-
rogará, de pleno direito, no crédito e na garantia constituída pela alienação
fiduciária.
d) recorrer apenas à execução contra o devedor, penhorando-lhe outros bens
suficientes para assegurar a execução.
e) requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos,
em ação de depósito, mas o devedor não ficará sujeito a prisão civil.

Comentários

Com fulcro no artigo 2º deste diploma, no caso de inadimplemento ou mora nas


obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário
fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de
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leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou


extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato,
devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas
decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver.

A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá


ser comprovada por carta registada expedida por intermédio de Cartório de
Títulos e Documentos ou pelo protesto do título, a critério do credor.

Para que efetue a venda, o credor poderá requerer contra o devedor ou terceiro
a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida
liminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor
(Decreto-Lei 911/1906, art. 3º).

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Ainda, com escopo nesta mesma legislação:

Art. 4 º Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar


na posse do devedor, o credor poderá requerer a conversão do pedido de
busca e apreensão, nos mesmos autos, em ação de depósito, na forma
prevista no Capítulo II, do Título I, do Livro IV, do Código de Processo Civil.

A ação de depósito é competente para que o credor restitua a coisa depositada.

Ao mesmo tempo, falamos que, nesta hipótese, não esta sujeito o devedor á
prisão civil.

Gabarito  E.

16. (FCC/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2014) Em relação aos contratos


mercantis, é correto afirmar:

a) Franquia é o contrato pelo qual um empresário obriga-se a comercializar,


com ou sem exclusividade, em determinado território, os produtos fabricados
por outro empresário.
b) Nos contratos mercantis entre empresários, não terá aplicação o Código de
Defesa do Consumidor, mas somente os Códigos Civil e Comercial.
c) A compra e venda mercantil é um contrato real, ou seja, para sua
constituição é preciso a entrega do bem adquirido para aperfeiçoamento do
vínculo contratual.
d) Na comissão mercantil, o vínculo contratual se dá entre o comissário, que se
obriga a realizar negócios mercantis com terceiros em nome e por conta do
comitente, com responsabilidade pessoal deste pelos atos praticados.
e) Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e
sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra,
mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa
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a ser negociada.

Comentários

Comentemos item a item...

a) Franquia é o contrato pelo qual um empresário obriga-se a


comercializar, com ou sem exclusividade, em determinado território, os
produtos fabricados por outro empresário.

Conforme dissemos na aula, franquia é o contrato pelo qual um empresário


cede a outro o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e,

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eventualmente, também ao direito de uso da tecnologia de implantação e
administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo
primeiro, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique
caracterizado vínculo empregatício. Este é o conceito estatuído pelo artigo 2º da
Lei 8.955/94.

A questão trouxe à baila o conceito do contrato de concessão mercantil.


Segundo Fábio Ulhoa Coelho, o contrato de concessão é o contrato pelo qual
um empresário se obriga a comercializar, com ou sem exclusividade, com ou
sem cláusula de territorialidade, os produtos fabricados por outro empresário
concedente.

b) Nos contratos mercantis entre empresários, não terá aplicação o


Código de Defesa do Consumidor, mas somente os Códigos Civil e
Comercial.

Item incorreto. Os contratos existentes no ordenamento jurídico brasileiro


podem se submeter a cinco regimes jurídicos distintos: civil, consumidor,
trabalho, administrativo e comercial.

O enquadramento num ou noutro tipo dependerá da figura do contratante e


contratado.

Para nós, interessam os contratos mercantis (comercias). Um contrato é


mercantil quando os dois contratantes são empresários. Essa é uma
questão básica, porém, recorrente em provas.

Os fatores de produção, quais sejam, capital, insumo, mão-de-obra e tecnologia


exigem constantemente que sejam feitas esses pactos. Por este motivo os
contratos empresariais caracterizam-se por ser uma das formas de organização
da atividade empresária.

Dois são os regramentos básicos a que podem se submeter um contrato


mercantil. Estando as partes em posição jurídica igualitária (ambos têm forças
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equivalentes no contrato, podendo requerer direitos, obrigações, etc) teremos


regência pelo Código Civil. Havendo uma parte em posição de vulnerabilidade
econômica frente à outra, o contrato será regido pelo Código de Defesa do
Consumidor.

O próprio Ulhoa, em seu livro Manual de Direito Comercial, 25ª edição (2013)
traz um exemplo elucidativo. Quando um banco contrata uma construtora para
edificar sua sede, estaremos frente a um contrato empresarial sujeito ao Código
Civil. Todavia, quando esta mesma instituição financeira provê recursos a um
microempresário, estaremos num contrato empresarial sujeito ao Código de
Defesa de Consumidor.

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c) A compra e venda mercantil é um contrato real, ou seja, para sua
constituição é preciso a entrega do bem adquirido para
aperfeiçoamento do vínculo contratual.

O item está incorreto. O contrato de compra e venda mercantil é pessoal.


Ademais, como dito, três são os requisitos para se caracterizar um contrato de
compra e venda:

a) Consentimento;
b) Coisa a ser negociada;
c) Preço.

As partes têm obrigação de cumprir o contrato, o comprador deve pagar o


preço e vendedor deve transferir a propriedade da coisa vendida.

Não se falou que é necessário a entrega do bem para aperfeiçoamento do


vínculo contratual.

d) Na comissão mercantil, o vínculo contratual se dá entre o


comissário, que se obriga a realizar negócios mercantis com terceiros
em nome e por conta do comitente, com responsabilidade pessoal deste
pelos atos praticados.

Na lição de Fran Martins, comissão mercantil é o contrato segundo o qual um


comerciante se obriga a realizar atos ou negócios de natureza mercantil em
favor e segundo instruções de outra pessoa, agindo, porém, em seu próprio
nome e, por tal razão, se obrigando para com terceiros com quem contrata.

Item, portanto, incorreto.

e) Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não


eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à
conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios,
em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o
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agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada.

Este é o nosso gabarito. A representação comercial é o contrato pelo qual uma


das partes, chamado de representante comercial autônomo, se obriga a obter
pedidos de compra e venda de mercadorias comercializadas por outro, chamado
de representado. É atividade autônoma. Isto é, inexiste vínculo empregatício
entre o representado e o representante. A subordinação possui caráter
eminentemente empresarial.

A representação está regulada na Lei 4.886/65. No Código Civil, o assunto está


regulado nos artigos 710 a 721, com a denominação de contrato de agência.

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A denominação é exatamente esta. Pelo contrato de agência, uma pessoa
assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a
realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se
a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser
negociada.

Gabarito  E.

17. (CESGRANRIO/Analista/FINEP/2014) Há um tipo de contrato através


do qual o Banco (instituição financeira) empresta ao cliente certa quantia em
dinheiro. O cliente assume as obrigações de restituir-lhe o valor emprestado, de
acordo com correção monetária, juros, encargos e demais taxas previstas no
ajuste firmado entre as partes, além de amortizar o valor emprestado, de
acordo com as condições e prazos estabelecidos.

Esse contrato é denominado

a) mútuo bancário
b) fomento mercantil
c) desconto bancário
d) arrendamento mercantil
e) alienação fiduciária em garantia

Comentários

Mútuo bancário, em síntese, segundo Fábio Ulhoa Coelho, é o contrato pelo qual
o banco empresta ao cliente certa quantia de dinheiro.

Pauta-se, o mútuo bancário, no mútuo civil, previsto nos seguintes termos no


Código Civil:

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a


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restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade


e quantidade.

O mútuo se aperfeiçoa com a entrega, pelo banco, ao cliente do dinheiro objeto


do empréstimo.

Ainda na lição de Ulhoa, são obrigações do mutuário a partir da entrega do


dinheiro:

1. Restituir o valor emprestado;


2. Pagar juros, encargos, comissões e demais taxas constantes do instrumento
de contrato;
3. Amortizar o valor emprestado nos prazos estabelecidos contratualmente.

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Gabarito  A.

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/RJ/2009) A respeito do


contrato de arrendamento mercantil, é correto afirmar que:

(A) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) descaracteriza o


contrato de arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a
prestação.
(B) a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido (VRG) não
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.
(C) é proibido o pagamento antecipado de Valor Residual Garantido (VRG).
(D) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente
ser adquirido pelo arrendatário.
(E) o bem objeto do contrato de arrendamento mercantil deve necessariamente
retornar à instituição financeira.

2. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/RJ/2010) Com relação à


representação comercial autônoma, analise as seguintes afirmativas.

I. Para o exercício da atividade de representante comercial autônomo é


necessário o prévio registro no Conselho Regional dos Representantes
Comerciais.
II. O contrato de representação comercial passou a ser regido pelo Código Civil,
revogando-se a Lei n.º 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regulava, em
sede especial, as atividades dos representantes comerciais autônomos.
III. O representante comercial autônomo faz jus ao recebimento da comissão
quando for feito o pagamento dos pedidos ou propostas.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


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(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

3. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/RJ/2010) Com relação à


alienação fiduciária em garantia, analise as afirmativas a seguir:

I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor torna-se


proprietário do bem alienado e seu possuidor direto.
II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis.

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III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que autoriza o
proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
for paga no vencimento.

Assinale:

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.


(B) se somente a afirmativa I estiver correta.
(C) se somente a afirmativa II estiver correta.
(D) se somente a afirmativa III estiver correta.
(E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

4. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/1ª/2012) Em relação aos seguintes


contratos comerciais, é correto afirmar:

a) Nos contratos de faturização, como regra, o cedente dos títulos ou faturizado


responsabiliza-se não apenas pela existência do crédito, como também pela
solvência do devedor.
b) Na alienação fiduciária em garantia, havendo inadimplemento, o credor
poderá requerer a reintegração na posse do bem móvel alienado
fiduciariamente, que será concedida após justificação prévia e com a
comprovação da mora do devedor.
c) Exerce a representação comercial autônoma exclusivamente a pessoa física
que, sem relação de emprego, desempenha, em caráter eventual, a mediação
para a realização de negócios mercantis.
d) Nos contratos de leasing a cobrança dos juros remuneratórios é limitada a
1% ao mês, por não se tratar de operação financeira e sim locatícia, com opção
de compra do bem pelo valor residual ao fim do contrato.
e) Franquia empresarial é o contrato pelo qual um franqueador cede ao
franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços, devendo ser
celebrado por escrito, na presença de duas testemunhas, e tendo validade
independentemente de registro perante o cartório ou órgão público.
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5. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/SE/2012) A alienação fiduciária em garantia


de bem móvel faculta ao credor, vencida a dívida e não paga,

a) promover a busca e apreensão judicial do bem, a qual será convertida em


ação de depósito, se o bem não for encontrado e, por isso, ficando o devedor
sujeito a prisão civil como depositário infiel.
b) ficar com a coisa alienada, a título de pagamento de seu crédito, pelo valor
de mercado, restituindo ao devedor a diferença que houver entre aquele valor e
a dívida não paga.
c) somente cobrá-la do devedor ou de seus garantidores, preferindo o bem
alienado na penhora, sobre qualquer outro.

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d) vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiro e aplicar o preço no
pagamento de seu crédito, entregando o saldo, se houver, ao devedor.
e) ficar com a coisa alienada, a título de dação em pagamento, independente da
vontade do devedor, e sem a necessidade de qualquer restituição em dinheiro,
salvo se já houver sido pago mais de 40% (quarenta por cento) do débito.

6. (FCC/Juiz de Direito/TJ/GO/2012) Em relação aos contratos bancários,


é correto afirmar:

a) O objeto do contrato de alienação fiduciária em garantia será sempre bem


móvel, pertencente ou não ao devedor.
b) O mútuo bancário é o contrato consensual de empréstimo de coisa infungível
ao cliente.
c) Como regra geral, as instituições financeiras estão limitadas, na cobrança
dos juros remuneratórios, à taxa de 12% ao ano.
d) Pelo contrato de abertura de crédito, o banco disponibiliza ao cliente certa
quantia de dinheiro, a ser por ele necessariamente utilizada.
e) O depósito bancário é o contrato pelo qual uma pessoa, denominada
depositante, entrega valores monetários a um banco, que se obriga a restituí-
los quando solicitados.

7. (FCC/Promotor de Justiça/MP CE/2009) Em relação a contratos


mercantis, é correto afirmar que:

a) por sua natureza, o mandato mercantil pode ser oneroso ou gratuito.


b) a compra e venda é mercantil quando o vendedor ou comprador são
empresários, podendo uma das partes sê-lo ou não.
c) a alienação fiduciária em garantia tem sua abrangência restrita a bens
móveis.
d) as empresas de faturização, ou fomento mercantil, a exemplo das
instituições financeiras, devem manter sigilo sobre suas operações.
e) o arrendamento mercantil é a locação caracterizada pela compra compulsória
do bem locado ao término da locação.
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8. (FCC/Juiz Substituto/TRT 11ª/2007) Alberto era representante


comercial da ABC Ltda., tendo exercido essa função por dez anos. Ao longo
desse período, por imposição da empresa representada, as partes celebravam
contratos por prazo determinado de um ano, ao fim do qual se procedia a sua
imediata renovação. Ao final do 10o ano, a ABC Ltda. notificou Alberto a
respeito da não-renovação de seu contrato e extinção do vínculo negocial.
Alberto agora pleiteia o recebimento de indenização equivalente a 1/12 (um
doze avos) das comissões auferidas durante todo o período de representação,
em razão da extinção imotivada do contrato por iniciativa da representada. Essa
indenização

a) é devida, pois é aplicável a todos os contratos de representação comercial.

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b) é devida, apenas com relação ao último período anual de contrato.
c) é devida, pois é aplicável a contratos com mais de cinco anos de vigência.
d) é devida, pois o contrato celebrado com Alberto deve ser considerado a
prazo indeterminado.
e) não é devida.

9. (FGV/Auditor Fiscal/Amapá/2010) A respeito do contrato de franquia é


correto afirmar que:

(A) configura-se relação trabalhista entre franqueado e franqueador.


(B) a validade do contrato de franquia depende do seu registro no órgão
competente.
(C) o contrato de franquia pode ser apenas verbal.
(D) o franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente,
associado ao direito de distribuição, exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou
serviços.
(E) as empresas franqueadora e franqueadas constituem-se como grupo de
sociedades nos termos da disciplina societária.

10. (CESGRANRIO/Advogado/Liquigás/2012) O contrato pelo qual um


empresário cede a outro o direito de uso da marca ou patente, associado ao
direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e,
ainda, presta-lhe serviços de organização empresarial por ele desenvolvidos,
mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo
empregatício entre as partes, denomina-se:

a) franquia
b) comissão
c) distribuição
d) compra e venda
e) representação comercial

11. (CEGRANRIO/Advogado/Caixa/2012) Caso um importador, na


qualidade de pessoa jurídica, venha a adquirir produtos do fabricante sediado
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no exterior, de forma habitual e com intuito de lucro, para fins de revenda a


estabelecimentos comerciais atacadistas, tem-se, nesse caso, contrato de:

a) mútuo
b) franquia
c) leasing financeiro
d) leasing operacional
e) compra e venda mercantil

12. (CESPE/Juiz Federal/TRF/2ª/2012) A respeito dos contratos que os


empresários individuais e as sociedades empresárias celebram no exercício
diário de suas atividades econômicas, assinale a opção correta.

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a) A Resolução n.º 2.039 do BACEN prevê duas espécies de leasing: o
financeiro e o operacional, e a doutrina registra, ainda, a modalidade específica
denominada lease back ou leasing back, que se caracteriza pelo fato de o bem
já ser da arrendadora, que apenas o aluga ao arrendatário, sem o custo inicial
da aquisição.
b) A Lei n.º 6.729/1979, com as alterações introduzidas pela Lei n.º
8.132/1990, disciplina a concessão comercial que tenha por objeto o comércio
de mercadorias, sendo, contudo, atípico o contrato quando a concessão
comercial referir-se a veículos automotores.
c) Embora o Código Civil determine que o objeto da propriedade fiduciária seja
necessariamente coisa móvel infungível, existe a possibilidade de contrato de
alienação fiduciária no mercado financeiro e de capitais, bem como em garantia
de crédito fiscal e previdenciário.
d) No contrato de compra e venda, a cláusula de reserva de domínio somente
surtirá efeitos perante terceiro quando estiver expressamente prevista, sendo
possível a aplicação da referida cláusula especial nos contratos cujo objeto seja
bem móvel ou imóvel.
e) O contrato de comissão pode ostentar a cláusula del credere, segundo a qual
os riscos do negócio cabem ao comitente, já que o comissário, embora atue em
nome próprio, o faz no interesse do comitente e à conta dele, de acordo,
inclusive, com suas instruções.

13. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT 6ª/2013) Os contratos de franquia, para


produzirem efeitos em relação a terceiros, devem ser registrados no:

a) Registro de Imóveis.
b) Registro Público de Empresas Mercantis.
c) Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
d) Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
e) Registro de Títulos e Documentos.

14. (FCC/Promotor/MPE/CE/2011) Descumprida a obrigação pecuniária


pelo arrendatário, no contrato de leasing financeiro:
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a) o arrendante apenas pode cobrar a dívida, mas não pleitear a rescisão do


contrato ou a sua reintegração na posse, dada a existência de opção de
compra.
b) não se admite em nenhuma hipótese a ação de reintegração de posse, se
nas parcelas tiver sido incluído o denominado Valor Residual Garantido (VRG),
de acordo com a jurisprudência mais recente consolidada em súmula do
Superior Tribunal de Justiça.
c) admite-se a reintegração do arrendante na posse, caso haja no contrato
cláusula resolutória expressa e tenha sido o arrendatário devidamente
notificado de sua mora.
d) perde o arrendatário o direito de usar o bem enquanto não purgar a mora,
independentemente de notificação do arrendante, mas não fica sujeito à

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retomada do bem antes do trânsito em julgado da sentença que rescindir o
contrato.
e) a reintegração na posse pelo arrendante prescinde de cláusula resolutória
expressa e de notificação prévia do arrendatário, vencendo-se a dívida por
inteiro, e será o bem vendido para seu pagamento e o arrendatário ficará
pessoalmente responsável pelo saldo devedor se o valor obtido com a venda for
insuficiente.

15. (FCC/Promotor/MPE/CE/2011) Se o bem móvel alienado


fiduciariamente a um banco não for encontrado ou não se achar na posse do
devedor, poderá o credor fiduciário:

a) apenas alterar o pedido formulado na ação de busca e apreensão para o de


execução por quantia certa.
b) requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos,
em ação de depósito, e o devedor ficará sujeito a prisão civil, se não restituir o
bem ou seu equivalente em dinheiro.
c) se o fiduciante estiver em mora, somente executar o fiador, que se sub-
rogará, de pleno direito, no crédito e na garantia constituída pela alienação
fiduciária.
d) recorrer apenas à execução contra o devedor, penhorando-lhe outros bens
suficientes para assegurar a execução.
e) requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos,
em ação de depósito, mas o devedor não ficará sujeito a prisão civil.

16. (FCC/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2014) Em relação aos contratos


mercantis, é correto afirmar:

a) Franquia é o contrato pelo qual um empresário obriga-se a comercializar,


com ou sem exclusividade, em determinado território, os produtos fabricados
por outro empresário.
b) Nos contratos mercantis entre empresários, não terá aplicação o Código de
Defesa do Consumidor, mas somente os Códigos Civil e Comercial.
c) A compra e venda mercantil é um contrato real, ou seja, para sua
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constituição é preciso a entrega do bem adquirido para aperfeiçoamento do


vínculo contratual.
d) Na comissão mercantil, o vínculo contratual se dá entre o comissário, que se
obriga a realizar negócios mercantis com terceiros em nome e por conta do
comitente, com responsabilidade pessoal deste pelos atos praticados.
e) Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e
sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra,
mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa
a ser negociada.

17. (CESGRANRIO/Analista/FINEP/2014) Há um tipo de contrato através


do qual o Banco (instituição financeira) empresta ao cliente certa quantia em

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dinheiro. O cliente assume as obrigações de restituir-lhe o valor emprestado, de
acordo com correção monetária, juros, encargos e demais taxas previstas no
ajuste firmado entre as partes, além de amortizar o valor emprestado, de
acordo com as condições e prazos estabelecidos.

Esse contrato é denominado

a) mútuo bancário
b) fomento mercantil
c) desconto bancário
d) arrendamento mercantil
e) alienação fiduciária em garantia

GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 B
2 C
3 D
4 E
5 D
6 E
7 D
8 D
9 D
10 A
11 E
12 C
13 C
14 24678074520
C
15 E
16 E
17 A

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