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EXAME
PROCESSO
OABNAMEDIDA.COM.BR
SUMÁRIO
1. PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DO PROCESSO DO TRABALHO
2. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
De acordo com o art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, “a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, ou seja, ninguém poderá ser impedido de ingressar
com demanda judicial para tutelar direito desrespeitado ou ameaçado.
Trata-se de princípio que comporta exceções previstas no próprio texto constitucional, como
Apesar de o art. 625-D da CLT estabelecer que qualquer demanda de natureza trabalhista será
submetida à Comissão de Conciliação Prévia (CCP), o STF firmou entendimento no sentido de
que a submissão da demanda à CCP não é obrigatória, e sim mera faculdade das partes, tendo
em vista o princípio constitucional da inafastabilidade da Jurisdição.
O art. 5º, LV, da Constituição Federal estabelece que “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes”.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda
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que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
É importante ressaltar que a Instrução Normativa n. 39/2016, que trata das normas do CPC de
2015 aplicáveis e inaplicáveis ao processo do trabalho, estabelece que os artigos supratranscritos
são aplicáveis ao processo trabalhista, especificando ainda o que se entende por decisão surpresa:
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.
Desse modo, o magistrado na atividade jurisdicional deve priorizar decisões que levem ao julgamento
do mérito. O princípio da primazia da decisão do mérito influenciou a redação de diversos artigos do CPC
de 2015 que podem ser aplicados ao processo do trabalho, destacando-se os seguintes:
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
(...)
§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da
nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à
parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319
e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete,
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
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1.4. PRINCÍPIO DA ORALIDADE
reclamação trabalhista, da defesa oral em 20 minutos (art. 847 da CLT), das duas tentativas de
conciliação (arts. 846 e 850 da CLT), do interrogatório das partes (art. 848 da CLT) e das razões
finais orais em 10 minutos.
Pelo princípio da concentração dos atos processuais, os atos do processo devem ser
prioritariamente concentrados em audiência.
Pelo princípio da imediatidade, o magistrado deve ter contato direito com a prova, colhendo os
elementos importantes para o seu convencimento e para a solução da lide.
É importante frisar que o CPC de 2015, em seu art. 459, passou a permitir que as perguntas
formuladas pelas partes sejam feitas diretamente às testemunhas, modificando o antigo sistema
em que as perguntas eram sempre intermediadas pelo magistrado.
Essa regra, entretanto, não se aplica ao processo do trabalho, já que o art. 820 da CLT é
expresso no sentido de que as partes e as testemunhas serão inquiridas por intermédio do juiz.
De acordo com o princípio do jus postulandi, consagrado no art. 791 da CLT, os empregados e
os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as
suas reclamações até o final, sem a presença de advogado.
Ressalta-se, entretanto, que o jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-
se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória,
a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do
Trabalho, conforme Súmula n. 425 do TST TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
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1.8. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
Como regra geral no processo do trabalho, não cabe recurso imediato de decisões
interlocutórias, que deverão ser atacadas no recurso cabível da decisão final.
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Pelo princípio da extrapetição, permite-se que o juiz ultrapasse os limites impostos pela pretensão
da parte em situações excepcionais, condenando o reclamado em pedidos não constantes na inicial.
• Multa do art. 467 da CLT: trata-se de penalidade processual, podendo ser aplicada
de ofício pelo juiz.
SÚMULA n. 396, II, do TST - NÃO há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão
que deferir SALÁRIO quando o pedido for de REINTEGRAÇÃO, dados os termos do art.
496 da CLT.
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1.10. PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA
De acordo com o princípio da impugnação específica (art. 341 do CPC/2015), o réu (reclamado)
deve impugnar especificamente os fatos alegados na petição inicial, sob pena de presunção de
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veracidade dos fatos alegados. Não haverá, entretanto, presunção de veracidade se:
Além disso, é importante ressaltar que o ônus da impugnação especificada dos fatos não se
aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Conforme previsto no art. 329 do CPC/2015, o autor poderá, até a citação, aditar ou alterar o
pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu. Após a citação e até o
saneamento do processo, o autor poderá aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir desde que com
consentimento do réu, assegurando-se o contraditório mediante a possibilidade de manifestação
deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.
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De acordo com o art. 111 da CF/88 são órgãos da Justiça do Trabalho: a) o Tribunal Superior
do Trabalho; b) os Tribunais Regionais do Trabalho; c) os Juízes do Trabalho.
Para a Constituição Federal, as varas do trabalho não são órgãos da justiça do trabalho e sim
os juízes do trabalho.
• 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de
efetivo exercício, observado o disposto no art. 94.
Conforme previsto no art. 115 da CF/88, os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no
mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente
• 1/5 (um quinto) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de
efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
Além disso, o § 2º do mesmo artigo determina que Tribunais Regionais do Trabalho poderão
funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo, instrumento de grande valia
principalmente nos Estados que não possuem Tribunais Regionais do Trabalho.
Os juízes do Trabalho atuam nas Varas do Trabalho, órgãos de primeiro grau da Jurisdição Trabalhista.
Entretanto, nas comarcas onde não houver Vara do Trabalho, caberá ao Juiz de Direito julgar
as ações trabalhistas.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
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por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal
Regional do Trabalho.
Registra-se que, de acordo com a Súmula n. 10 do STJ, instalada a Vara do Trabalho, cessa a
competência do Juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças
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III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores; TEMA COBRADO NO V EXAME DA OAB/FGV.
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Sem dúvida alguma, a principal alteração promovida pela Emenda Constitucional n. 45/2004 foi a
ampliação da competência da Justiça do Trabalho pra julgar as controvérsias decorrentes das relações
de trabalho, e não apenas as derivadas das relações de emprego, conforme anteriormente previsto.
A relação de trabalho é entendida como gênero do qual relação de emprego é uma das espécies.
Trata-se de expressão genérica que, além de englobar a relação empregatícia, salvaguarda as
demais relações em que não há necessariamente os requisitos da relação de emprego, como o
trabalho eventual, autônomo, trabalho avulso, voluntário, do estagiário, etc. TEMA COBRADO
NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
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Predomina o entendimento de que as relações de consumo não estão sujeitas à competência
da justiça do Trabalho, mesmo que se trate de ação de cobrança de profissional liberal contra
o cliente (Súmula n. 363 do STJ).
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Com relação à competência da Justiça do Trabalho para julgar as ações oriundas da relação
de trabalho envolvendo entes de direito público externo, o Supremo Tribunal Federal firmou
entendimento de que a imunidade de jurisdição se restringe aos atos da fase de execução, isto é,
o ente de direito público externo poderá ser julgado pela Justiça do Trabalho, mas a execução da
decisão dependerá de apelo diplomático mediante expedição de carta rogatória.
Assim, a Justiça do Trabalho não possui competência para julgar lides envolvendo servidores
públicos estatutários.
Em relação às ações que envolvam direito de greve, tantos as ações coletivas quanto as
individuais que tenham como causa de pedir os atos grevistas serão apreciadas pela justiça do
trabalho, salvo quando se tratar de greve envolvendo servidores públicos.
Embora o inciso III do art. 114 da CF/88 se refira às ações sobre representação sindical, entre
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores, entendemos que a
competência da Justiça do Trabalho é ainda mais ampla, abrangendo as Federações e Confederações
e englobando todas as matérias que envolvem o direito sindical, como as ações que tratam das
contribuições sindicais, assistências e confederativas, que veiculam atos antissindicais, que tratam
de filiação e desfiliação de trabalhadores, que envolvam discussão sobre o processo de eleição dos
dirigentes sindicais, etc.
Eventuais atos ilegais praticados pelo Juiz do Trabalho serão objeto de mandado de segurança
a ser impetrado perante o Tribunal Regional do Trabalho.
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Com relação ao habeas corpus, a hipótese mais conhecida de seu cabimento na Justiça do
Trabalho é o caso do juiz do trabalho determinar a prisão civil de depositário infiel, já que se trata
de prisão ilícita, conforme Súmula Vinculante n. 25 do STF.
No que concerne ao habeas data, os exemplos mais citados de sua aplicação na Justiça do
Trabalho são para permitir ao empregador o acesso à lista de “maus empregadores” do Ministério
do Trabalho (atualmente incorporado ao Ministério da Economia) ou para possibilitar ao servidor
celetista acesso aos seus dados constantes em prontuário da Administração Pública.
Na Justiça do Trabalho, podemos resumir a que órgão cabe o julgamento dos conflitos de
competência conforme o quadro abaixo TEMA COBRADO NO VIII EXAME DA OAB/FGV.
CONFLITO COMPETÊNCIA
Conflito entre juízes do Trabalho vinculados ao mesmo TRT TRT respectivo (art. 808 da CLT)
Conflito entre Juiz do Trabalho e Juiz de Direito STJ (art. 105, I, d, da CF/88)
Conflito entre Tribunal Superior e qualquer órgão jurisdicional STF (art, 102, I, o, da CF/88)
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Em razão da hierarquia, não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do
Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada, conforme previsto na Súmula n. 420 do TST.
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Assim, quaisquer ações propostas pleiteando indenizações por danos morais em razão da
relação de emprego serão julgadas pela Justiça do Trabalho, incluindo as ações ajuizadas pelos
herdeiros de trabalhadores falecidos.
Além disso, cabe destacar que, de acordo com o art. 120 da Lei n. 8.213/91, nos casos de
negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção
individual e coletiva, a Previdência Social deverá propor ação regressiva contra o empregador
responsável pelo acidente de trabalho. Nesse caso, a competência pra julgar a ação regressiva
proposta pelo INSS em face da empresa será da Justiça Federal.
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Ação regressiva ajuizada pelo INSS em face do Justiça Federal
empregador, com base no art. 120 da Lei n. 8.213/91
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João sofreu grave acidente de trabalho na empresa XYZ, o que ocorreu em virtude da falta
de proteção adequada da máquina que operava. Nesse caso, se João ingressar com ação em
face da empresa XYZ pleiteando indenização por danos morais ou materiais, a competência
será da Justiça do Trabalho. Se, por outro lado, ajuizar ação em face do INSS para a discutir a
concessão de benefício previdenciário, a competência será da Justiça Comum. Entretanto, caso
o INSS ingresse com ação regressiva em face da empresa XYZ, com base no art. 120 da Lei n.
8.213/91, a competência será da Justiça Federal.
O Inciso VIII do art. 114 atribui à justiça do Trabalho a competência para executar, de ofício, as
contribuições previdenciárias decorrentes de sentenças ou acordos que proferir.
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III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de
ações trabalhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276,
§ 4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991, aplicando-se as
alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-
OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).
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V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições
• Quando a parcela salarial já houver sido paga e não ocorrer o recolhimento previdenciário
respectivo, a Justiça do Trabalho não será competente para determinar / executar essas
contribuições (Súmula 368, I e RE 569056). Exemplo: o empregado recebeu os salários de
um determinado período, mas não houve o recolhimento previdenciário devido. Nesse caso,
a competência para cobrar essas contribuições não é da Justiça do Trabalho.
Registra-se, ainda, que, de acordo com a Súmula n. 454 do TST, a execução das contribuições
previdenciárias, engloba, também as contribuições para o SAT (Seguro Acidente do Trabalho).
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
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conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6º do art. 477 desta
Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8º art. 477 desta Consolidação.
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o
acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.
O artigo 855-B, portanto, dispõe que o processo de jurisdição voluntária será iniciado por
petição conjunta, sendo indispensável que as partes estejam representadas por advogado (caput).
O § 1º explicita que o advogado não poderá ser o mesmo para as duas partes TEMA COBRADO
NOS EXAMES XXVI, XXIX E XXXI DA OAB/FGV. Já o § 2º possibilita que o trabalhador seja assistido
pelo advogado do sindicato de sua categoria.
O artigo 855-C, por sua vez, estabelece que o procedimento de homologação extrajudicial não
altera o prazo de pagamento das verbas rescisórias e entrega de documentos ao empregado e,
tampouco, impede a incidência de multa por descumprimento deste prazo.
Ao tratar do procedimento em si, o artigo 855-D dispõe que, distribuída a petição, o juiz analisará
o acordo no prazo de 15 (quinze) dias, podendo designar audiência se entender necessária.
Ao final, o artigo 855-E esclarece que, enquanto estiver em trâmite o processo de homologação
de acordo extrajudicial, o prazo prescricional permanecerá suspenso no que tange aos direitos
versados no acordo, até o trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo, que
poderá ser atacada por recurso ordinário TEMA COBRADO NO XXXEXAME DA OAB/FGV.
O art. 63 do CPC/2015 permite a eleição de foro ao dispor que as partes podem modificar a
competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda
de direitos e obrigações. Esse artigo, entretanto, não é aplicável ao processo do trabalho,
conforme art. 2, I, da IN n. 39/2016 do TST.
A competência dos juízes do trabalho (Varas do Trabalho) está delimitada principalmente nos
artigos 652, 653 e 659 da CLT.
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No que diz respeito à competência dos Tribunais Regionais do Trabalho, o art. 678 delimita as
hipóteses de competência dos TRTs divididos em turmas, o art. 679 dos Tribunais não divididos em
Turmas e o art. 682 trata da competência dos Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Já a competência do Tribunal Superior do Trabalho é fixada pela Lei n. 7.701/88 e pelo seu
Regimento Interno.
Importante destacar que a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou a alínea “f” do inciso
I do artigo 702 da CLT, que trata das competências e atribuições do Pleno do TST, bem como
(...)
(...)
A nova redação da alínea “f” do inciso I estabelece inúmeras condicionantes para que o TST
possa criar ou alterar súmulas e orientações jurisprudenciais, de modo a exigir, por exemplo, ao
menos 10 (dez) decisões unânimes no mesmo sentido sobre determinada matéria em, no mínimo,
2/3 das turmas. Vale ressaltar que, pela redação anterior, o procedimento de estabelecimento de
súmulas estava disciplinado no Regimento Interno do TST.
no caso do uso, pelo trabalhador, da faculdade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa
hipótese, resolve-se o conflito pelo reconhecimento da competência do juízo do local
onde a ação foi proposta.
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Consideram-se atos processuais os atos praticados durante o processo, seja pelas partes, pelo
juiz, ou pelos auxiliares da justiça. Termo processual, por sua vez, é a redução escrita do ato, ou seja, a
reprodução gráfica do ato processual.
Vejamos abaixo as principais regras sobre atos e termos processuais para a prova da OAB:
III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação, pois a
parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se aplica a regra
do art. 224 do CPC de 2015 (art. 184 do CPC de 1973) quanto ao “dies a quo”, podendo
coincidir com sábado, domingo ou feriado.
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IV – A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei n.º 9.800, de
26.05.1999, somente alcança as hipóteses em que o documento é dirigido diretamente
ao órgão jurisdicional, não se aplicando à transmissão ocorrida entre particulares.
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• De acordo com o art. 771 da CLT, os atos e termos processuais poderão ser
escritos a tinta, datilografados ou a carimbo. Não poderão, portanto, ser feitos a
lápis. Além disso, os atos e termos processuais que devam ser assinados pelas partes
interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados
a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver procurador
legalmente constituído (art. 772 da CLT).
O art. 190 do CPC/2015 permite que as partes realizem atos processuais negociais, ou
O prazo processual corresponde ao lapso de tempo para prática do ato processual. Salvo
disposição em contrário, os prazos contam-se: a) a partir da data em que a notificação for recebida
ou for feita pessoalmente; b) da data em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que
publicar o expediente da Justiça do Trabalho; e c) da data em que for afixado o edital na sede da
Vara, Juízo o Tribunal (art. 774, CLT).
O início do prazo ocorre no momento em que o interessado toma ciência do ato processual a
ser praticado. O início da contagem do prazo, por sua vez, ocorre no dia seguinte ao do início do
prazo. Assim, a contagem do prazo processual se dá com exclusão do dia do começo e inclusão
do dia do vencimento.
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) alterou a redação do caput do art. 775 da CLT, que passou
a ter a seguinte redação:
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
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§ 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito.
A principal alteração se deu no caput, que passou a determinar a contagem de prazos em dias
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
O novo § 1º confere, no inciso I, maior liberdade ao juíz trabalhista para, quando entender
necessário, prorrogar prazos. O inciso II do mesmo parágrafo mantém a possibilidade de
prorrogação de prazos em caso de força maior devidamente comprovada.
O § 2º, por sua vez, confere ao magistrado a possibilidade de dilatar prazos e alterar a ordem
de produção de provas, de modo a adequar às necessidades do conflito e conferir maior efetividade
à tutela do direito.
Os prazos eram contínuos e irreleváveis, ou seja, a A contagem dos prazos passou a ser em dias
contagem dos prazos não era feita em dias úteis. úteis.
Além disso, intimada ou notificada a parte no sábado ou feriado, o início do prazo se dará no
primeiro dia útil imediato e, a contagem, no subsequente, conforme Súmula n. 262, I, do TST. Assim,
se a parte for intimada no sábado, o início do prazo será na segunda-feira e a contagem do prazo
deverá ser iniciada na terça-feira, se forem dias úteis. TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/
FGV.
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Súmula nº 385 - Feriado Local. Ausência de expediente forense. Prazo recursal.
Prorrogação. Comprovação. Necessidade. Cabe à parte comprovar, quando da
interposição do recurso, a existência de feriado local ou de dia útil em que não haja
expediente forense, que justifique a prorrogação do prazo recursal.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
A Lei n. 13.545/2017 acrescentou o art. 775-A à CLT, reproduzindo o teor do art. 220 do CPC, que
estabelece que o recesso forense será do dia 20 de dezembro e 20 de janeiro, período em que,
Decorrido o prazo, haverá preclusão do direito de praticar o ato. No entanto, se a parte comprovar
que não o realizou por justa causa, poderá o juiz permitir a prática do ato no prazo que assinar.
De acordo com o art. 1º do Decreto Lei n. 779/69, as pessoas jurídicas de direito público possuem
prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. O CPC de 2015, por sua vez,
estabelece que as pessoas jurídicas de direito público possuem prazo em dobro para a todas
as manifestações (art. 183). Entendemos que no processo do trabalho permanece a regra do
Decreto Lei n. 779/69 e não do CPC de 2015, uma vez que o Decreto representa norma específica
de processo do trabalho. Por outro lado, o CPC de 2015 passou a prever que o Ministério Público
possui prazo em dobro para se manifestar nos autos (art. 180), regra que deve ser aplicada
também ao processo do trabalho, já que não há outra norma específica sobre o tema.
Destaca-se ainda que, de acordo com a OJ n. 310 da SDI-1do TST, ao processo do trabalho
não se aplica a regra do art. 229 do CPC de 2015, que estabelece que os litisconsortes que
tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em
dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
requerimento.
Entende-se como nulidade a ausência de requisito essencial para a validade do ato. A nulidade
poderá ser absoluta ou relativa.
O ato viola norma de interesse público, podendo ser declarada Viola norma de interesse privado, devendo ser
de ofício pelo juiz. Não há necessidade de demonstração de alegada pela parte.
prejuízo (Exemplo: Incompetência Absoluta).
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Vejamos abaixo os principais princípios sobre as nulidades:
determinada forma, sem cominar nulidade, o juiz considerará válido a ato se, realizado
de outro modo, alcançar a sua finalidade.
Art. 794 da CLT: Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá
O §1º do art. 795 da CLT prescreve que deverá ser declarada ex officio a nulidade fundada em
“incompetência de foro”, e em tal caso, “serão considerados nulos os atos decisórios”. Trata-se
de artigo redigido sem boa técnica legislativa, devendo a expressão “incompetência de foro” ser
entendida como incompetência absoluta.
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Entende-se como parte do processo aquele que demanda em nome próprio a prestação
jurisdicional do Estado e a pessoa em cujo nome é demandada.
No processo do trabalho, entretanto, em vez das tradicionais denominações autor e réu, são
utilizadas as expressões reclamante e reclamado.
É muito importante distinguir capacidade de ser parte, capacidade processual e capacidade postulatória:
Entretanto, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, em que o art. 8º, III, assegura
ao sindicato o direito de defender, judicial ou administrativamente, os direitos e interesses
individuais e coletivos da categoria, o Supremo Tribunal Federal passou a conceder interpretação
ampliativa ao artigo constitucional, manifestando-se pela substituição ampla e irrestrita por parte
dos sindicatos.
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Em razão do posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior do Trabalho
cancelou o antigo Enunciado n. 310.
em face de decisões em que o sindicato atuou como autor, na qualidade de substituto processual,
conforme inciso II da Súmula n. 406 do TST.
Com a promulgação Constituição Federal, que em seu art. 133 determina que o advogado é
indispensável à administração da justiça, corrente minoritária defendia que art. 791 da CLT não
teria sido recepcionado pela nova ordem constitucional. Esse entendimento foi fortalecido com
a edição da Lei n. 8.906/94 (EAOAB), que estipulava em seu art. 1, I, que é atividade privativa de
advocacia “a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais”.
Ressalta-se ainda que o jus postulandi não alcança eventual recurso encaminhado para o STJ ou STF.
De acordo com o art. 104 do CPC/2015, o advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração,
salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
Em razão do novo CPC, o Tribunal Superior do Trabalho alterou a Súmula n. 383, que passou
a ter a seguinte redação:
Embora boa parte da doutrina não diferencie mandato tácito de procuração apud acta,
entendemos que o mandato tácito decorre de um conjunto de atos praticados pelo advogado
em nome da parte ou da sua simples presença em audiência, apesar de não haver nos autos
o instrumento de mandato. Já a procuração apud acta decorre da presença do advogado na
audiência em nome da parte, desde que isso seja solenemente registrado na ata correspondente.
Desse modo, no processo do trabalho admite-se a procuração apud acta, ou seja, ainda que
não haja procuração expressa, o advogado pode ser constituído mediante simples registro na
ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado e com a anuência da parte
representada, conforme art. 791, §3º da CLT: “a constituição de procurador com poderes para o
Ocorre que a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o art. 791-A à CLT, passando
a admitir o pagamento de honorários de advogado em razão da sucumbência.
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários
de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações
em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I – o grau de zelo do profissional;
II- o lugar de prestação do serviço;
III- a natureza e a importância da causa;
IV- o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
31
recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
O texto do caput disciplina que o advogado, ainda que atue em causa própria, terá direito a honorários
de sucumbência, fixados entre 5% e 15%. TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.
Em relação aos sindicatos nas ações como substituto processual, é importante destacar que o
art. 16 da Lei 5.584/1970 estabelecia que os honorários de advogado deveriam reverter em favor
do sindicato assistente.
Ocorre que referido artigo foi revogado pela Lei nº 13.725/2018, o que deixou claro que os
honorários advocatícios devem ser revertidos em favor dos advogados habilitados na ação e não
em favor da entidade sindical.
Ressalta-se ainda que a Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do EAOAB
estabelecendo: I) a possibilidade de cumulação entre honorários assistenciais fixados com
entidade de classe e honorários de sucumbência, o que muitas vezes era vedado pela Justiça do
trabalho em relação às ações dos sindicatos e II) a possibilidade de a entidade de classe firmar
contrato de honorários advocatícios diretamente com os beneficiários da ação coletiva.
No que diz respeito ao § 3º do art. 791-A da CLT, ficou estabelecido que serão devidos honorários
de sucumbência recíprocos no caso de procedência parcial da ação, vedando-se a compensação
dos valores de honorários entre às partes.
O § 5º, por fim, informa que são devidos honorários de sucumbência na reconvenção.
32
ANTES DA REFORMA DEPOIS DA REFORMA
No processo do trabalho, de acordo com o § 3° do art. 790 da CLT, o benefício da justiça gratuita
pode ser requerido em qualquer fase do processo e concedido inclusive de ofício pelo juiz TEMA
COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV, mas, segundo o posicionamento sedimentado na OJ n. 269
da SDI-1 do TST, na fase recursal o pedido deve ser formulado no prazo alusivo ao recurso.
Se o relator do recurso indeferir o requerimento de justiça gratuita, deverá fixar prazo para que
o recorrente efetue o depósito recursal, conforme o item II da OJ n. 269 da SDI-1 do TST, adaptada
ao CPC/2015 (art. 99, § 7°).
Tais alterações prejudicam a Súmula n. 4631 do TST, que provavelmente será cancelada.
O benefício de justiça gratuita poderia ser O benefício da justiça gratuita poderá ser
concedido aqueles que recebessem menos de concedido aos que receberem salário igual ou
2 (dois) salários mínimos ou que declarassem inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do
não possuir condições de pagar as custas RGPS ou que comprovarem a insuficiência de
Digno de nota também que, em virtude da nova redação do art. 105 do CPC/2015, que exige a
concessão de poderes especiais para assinar declaração de hipossuficiência econômica, o Tribunal
Superior do Trabalho cancelou a OJ n. 331 da SDI-1, de modo que doravante será considerada
necessária a outorga de poderes especiais ao patrono da causa para firmar declaração de
insuficiência econômica, destinada à concessão dos benefícios da justiça gratuita.
Conforme previsto no art. 100 do CPC/2015, deferido o pedido da gratuidade da justiça, a parte
contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou,
nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser
apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso.
Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas processuais que tiver deixado de adiantar
e pagará, em caso de má-fé, até o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em
benefício da Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.
Outro tema importante para a prova da OAB se refere ao pagamento dos honorários periciais
no caso da parte sucumbente ser beneficiária da justiça gratuita, tendo o TST sedimentado
posicionamento no sentido de que a União seria responsável pelo pagamento, conforme Súmula n.
457. TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV :
I – A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a
declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de
procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
II – No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de
impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo.
34
a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita,
observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010 do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Ocorre que artigo 790-B da CLT, que versava sobre os honorários periciais, foi reformulado
pela Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), tendo sido alterada a redação do caput e adicionados
os § 1º, § 2º, § 3º e § 4º.
A alteração do caput teve o condão de inverter a regra do pagamento dos honorários periciais
pelos beneficiários da justiça gratuita. Antes os honorários eram pagos pela parte sucumbente na
pretensão objeto da perícia, exceto se beneficiária da justiça gratuita. Agora continuam sendo pagos
pela parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
O § 1º enuncia que o Juízo do trabalho, ao fixar os honorários, deve respeitar o teto de valor
O § 4º, por fim, explicita que o beneficiário da justiça gratuita poderá pagar os honorários
periciais caso tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar tal despesa, mesmo que em
outro processo. Somente no caso de não ter obtido qualquer crédito é que a União responderá pelo
encargo, regra diferente da preconizada na Súmula 457 do TST, que provavelmente será revista.
Se o beneficiário da justiça gratuita fosse sucumbente o beneficiário da justiça gratuita poderá pagar
na pretensão objeto da perícia, os honorários periciais os honorários periciais caso tenha obtido em
eram pagos pela União. juízo créditos capazes de suportar tal despesa,
mesmo que em outro processo. Somente no
caso de não ter obtido qualquer crédito é que a
União responderá pelo encargo, regra diferente
da preconizada na súmula 457 do TST, que
provavelmente será revista.
Importante registrar, também, que a Lei n. 13.660/2018 alterou o § 2º do art. 819 da CLT, que passou
a dispor que as despesas decorrentes do intérprete nomeado pelo juiz correrão por conta da parte
sucumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
35
5.6. RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL
A Lei n. 13.467/2017 inseriu os artigos 793-A ao art. 793-D à CLT, passando a tratar da
responsabilidade por dano processual.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como reclamante,
reclamado ou interveniente.
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
O artigo 793-A prevê que responderá por perdas e danos aquele que atuar no processo com
má-fé como reclamante, reclamado ou terceiro.
No artigo 793-B foram elencadas condutas consideradas como litigância de má-fé, a exemplo da
alteração da verdade dos fatos, do uso do processo para conseguir objetivo ilícito e da interposição
de recurso manifestamente protelatório.
Já o artigo 793-C estabelece que a multa por litigância de má-fé será superior a 1% e inferior
a 10% do valor da causa, podendo ser aplicada de ofício ou mediante requerimento e cumulada
com a indenização pelos prejuízos da parte contrária e com os honorários e despesas que esta
efetuou. O § 1º enuncia que, quando houver mais de um litigante de má-fé, serão condenados na
proporção de seus interesses ou solidariamente, na circunstância de se coligarem para lesar a
parte contrária. No § 2º foi inserida a regra de equidade para evitar multas irrisórias ou absurdas,
determinando que essa será de até duas vezes o teto do RGPS nos casos de valor da causa ínfimo 36
ou inestimável. O § 3º, por sua vez, estabeleceu que, de regra, o valor da indenização será fixado
pelo juízo e, quando não for possível determiná-lo, será liquidado nos próprios autos.
Ao final, o artigo 793-D determina a aplicação da multa do artigo 793-C (executada nos mesmos autos)
à testemunha que, dolosamente, alterar a verdade ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
37
6
O caput do artigo continua permitindo que a reclamação seja apresentada de forma escrita ou verbal.
Já o § 1º teve a redação atualizada e foi alterado para passar a exigir que os pedidos sejam
certos, determinados e com indicação de seu valor. Assim, acaba a prática de apenas inserir um
valor aproximado para a causa, que deverá refletir os valores dos pedidos já calculados.
O § 2º impõe que, mesmo no caso de reclamação apresentada de forma verbal, ao ser reduzida
a termo pelo servidor, deverá respeitar os requisitos do § 1º.
Ao final, o § 3º estabelece que serão julgados extintos sem resolução de mérito os pedidos que
não atenderem os requisitos do § 1º do art. 840.
Se a petição inicial for verbal, deverá ser reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas
pelo Diretor de Secretaria ou escrivão. Nas localidades com mais de uma Vara ou Juízo, a petição
verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se
no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena de perda,
pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho (art. 786 c/c art. 731
da CLT), o que é conhecido como perempção parcial. TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV.
38
A perempção parcial no processo do trabalho ocorre em duas situações: 1) não comparecimento
no prazo de 5 dias para o reclamante reduzir a termo a reclamação verbal; 2) reclamante que,
por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento em razão do seu não comparecimento
à audiência (art. 844 da CLT).
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Salienta-se ainda que, se o juiz verificar que a reclamação trabalhista não preenche os requisitos
do art. 840 da CLT e aqueles do CPC aplicáveis ao processo do trabalho, ou que apresenta defeitos
e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o indeferimento da petição inicial
somente é possível após o juiz determinar que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Entretanto, tratando-se
de vícios graves, previstos no art. 330 do CPC (principalmente inépcia, a parte for manifestamente
ilegítima e o autor carecer de interesse processual) a petição poderá ser indeferida de plano.
6.1.2. AUDIÊNCIA
De acordo com o art. 841 da CLT, recebida e protocolada a reclamação trabalhista, o escrivão
ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do
termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência do julgamento,
que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. Em outras palavras, o intervalo mínimo
entre o recebimento da notificação pelo reclamado e a realização da audiência será de 5 dias.
Caso esse intervalo de 5 dias não seja cumprido, deverá o juiz adiar a audiência, o
que pode ser feito inclusive a pedido do advogado do reclamado. Desse modo, a ausência
do reclamado na audiência designada cujo agendamento não observou o prazo mínimo de 5
dias não ensejará revelia e a confissão da matéria de fato, devendo o juiz marcar uma nova
audiência. TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Em regra, conforme previsto no art. 813 da CLT, as audiências dos órgãos da justiça do Trabalho
são públicas e são realizadas na sede do Juízo ou Tribunal, em dias úteis, previamente fixados, entre
08 e 18 horas, não podendo ultrapassar de 5 horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.
Todavia, em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências,
mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com antecedência mínima de 24 horas.
O art. 849 da CLT, por sua vez, estabelece que a audiência de julgamento será contínua, mas, se
não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará
39
a sua continuação para a primeira data desimpedida, independentemente de nova notificação.
Apesar de o artigo ora citado se referir apenas ao caso da força maior, os juízes trabalhistas,
com base na ampla direção do processo referendada pelo art. 765 da CLT, adotam a praxe de
dividir a audiência trabalhistas em três sessões: audiência de conciliação, audiência de instrução
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
e audiência de julgamento.
Para a prova da OAB é muito importante lembrar que a regra do art. 7°, XX, do EAOAB, que determina
que é direito do advogado se retirar do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial,
após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva
presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo, não se aplica ao processo do trabalho,
uma vez que a CLT possui regra própria estampada no parágrafo único do art. 815.
Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita
Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente
não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar
do livro de registro das audiências.
Seguindo o mesmo raciocínio, não se aplica ao processo do trabalho o contido no art. 362, III, do
CPC/2015, que determina que a audiência poderá ser adiada por atraso injustificado de seu início
em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado (art. 2°, VI, da IN n. 39/2016 do TST).
De acordo com o art. 843 da CLT, na audiência deverão estar presentes o reclamante e o
reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes, salvo nos casos
de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se
representar pelo Sindicato de sua categoria. TEMA COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
O reclamado poderá se fazer substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o reclamado TEMA COBRADO NO IX
EXAME DA OAB/FGV.
Não se exige que o preposto tenha testemunhado os fatos, bastando que tenha conhecimento destes,
conforme preceitua o art. 843, § 1º, da CLT. TEMA COBRADO NO XIX EXAME DA OAB/FGV
40
O Tribunal Superior do Trabalho havia firmado posicionamento no sentido de que o preposto
devia ser empregado da empresa, salvo nos casos de empregador doméstico ou micro ou pequeno
empresário, casos em que o preposto deve apenas ter conhecimento dos fatos.
Ocorre que a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o § 3º ao art. 843 da CLT,
adotando posição contrária à súmula 377 do TST, dispondo expressamente que o preposto não
precisa ser empregado da empresa. A reforma trabalhista, portanto, prejudicou a Súmula n. 377
do TST, que provavelmente será cancelada TEMA COBRADO NO XXIX EXAME DA OAB/FGV.
O preposto deve ser necessariamente empregado do Preposto não precisa ser empregado da empresa.
reclamado, salvo no caso de reclamação de empregado
doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário.
AUDIÊNCIA DE AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO INSTRUÇÃO
Ausência do Reclamante Arquivamento do processo, com Confissão quanto à matéria de
extinção sem resolução do mérito. fato se expressamente intimado
Lembrando que dois arquivamentos para prestar depoimento pessoal
seguidos gera a perempção parcial. (súmula n. 74 do TST). Não há
arquivamento (Súmula n. 9 do TST)
41
MUITO IMPORTANTE: A ausência do reclamado à audiência de conciliação importa revelia e
confissão quanto à matéria de fato, inclusive quando o reclamado for pessoa jurídica de direito
público, conforme OJ n. 152 da SDI-1 do TST TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/
FGV). Entretanto, caso o advogado do reclamado compareça à audiência, o juiz deverá receber
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Importante destacar que a Lei n. 13.467/2017 acrescentou o § 4º ao art. 844 da CLT, em clara
alusão ao artigo 345 do CPC/2015, elencando situações em que a revelia não produzirá seu efeito
típico, a confissão.
(...)
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
42
• Segunda tentativa de conciliação (art. 850 da CLT).
• Sentença
Caso o juiz determine a divisão da audiência em sessões, o que é bastante comum, os atos
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
6.1.3.1. CONTESTAÇÃO
De acordo com o caput do art. 847 da CLT, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua
defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
TEMA COBRADO NO XXVII EXAME DA OAB/FGV.
A lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o parágrafo único ao art. 847 da CLT,
dispondo que a parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial
eletrônico até a audiência.
Além disso, todas alegações e meios de defesa devem ser apresentados simultaneamente
(princípio da eventualidade), permitindo-se apenas excepcionalmente ao réu deduzir novas
alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer
delas de ofício; III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e
grau de jurisdição (art. 342 do CPC/2015).
43
No processo do trabalho, mesmo que revel o reclamado será notificado da sentença (art. 852 da CLT)
Deve-se ressaltar que não há previsão de tempo mínimo de tolerância para comparecimento
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
A compensação, ou retenção, só poderá ser arguida como matéria de defesa, conforme art.
767 da CLT TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. Além disso, a compensação
é restrita a matéria de natureza trabalhista (Súmula n. 18 do TST) e, na rescisão, qualquer
Não se deve confundir compensação com dedução. A dedução diz respeito ao abatimento
de valores já pagos referentes à mesma parcela e pode ser deferida de ofício pelo magistrado,
evitando-se, com isso, o enriquecimento sem causa de uma parte em detrimento da outra.
6.1.3.2. EXCEÇÕES
O CPC de 2015 deixou de prever as exceções como espécie de defesa, limitando-se a dizer que a
incompetência relativa deve ser alegada como preliminar de contestação (art. 337, II, do CPC/2015) e
a suspeição e o impedimento por meio de simples petição no prazo de 15 dias (art. 146 do CPC/2015).
As regras do NCPC, entretanto, não são aplicadas ao processo do trabalho, porque a CLT não é
omissa sobre o tema.
Ao contrário da incompetência absoluta que pode ser alegada como preliminar de contestação
e reconhecida de ofício pelo juiz, a incompetência relativa em razão do lugar deve ser arguida por
meio de exceção.
A Lei n. 13.467/2017 alterou o art. 800 da CLT, que passou a ter a seguinte redação:
A incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e, se o reclamado não
apresentar a exceção, haverá a denominada prorrogação de competência, ou seja, o juízo que era
territorialmente incompetente para julgar a lide passará a ter competência para apreciar a demanda.
O §1º do art. 795 da CLT prescreve que deverá ser declarada ex officio a nulidade fundada em
“incompetência de foro”, e em tal caso, “serão considerados nulos os atos decisórios”. Trata-se
de artigo redigido sem boa técnica legislativa, devendo a expressão “incompetência de foro” ser
entendida como incompetência absoluta.
Conforme previsto no art. 801 da CLT, o juiz, titular ou substituto, é obrigado a dar-se por
Todavia, mesmo sendo suspeito o juiz, o parágrafo único do art. 801 da CLT considera suprida
a irregularidade se: a) o recusante houver praticado algum ato pelo qual seja consentido na
pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo; b) do
processo constar que o recusante deixou de alegá-lo anteriormente, quando já a conhecia, ou que,
depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de
que ela originou.
Entendemos que as hipóteses previstas no art. 801 da CLT são apenas exemplificativas,
devendo-se utilizar subsidiariamente os artigos 144 e 145 do CPC/2015, inclusive em relação às
causas de impedimento, que não foram tratadas na CLT.
Existe sensível diferença entre suspeição e impedimento. As causas que geram impedimento
têm natureza objetiva, ou seja, são perceptíveis por sinais exteriores suficientes capazes de
demonstrar o comprometimento da imparcialidade. Já as causas geradoras da suspeição têm
natureza subjetiva, dependem do exame de ânimo ou do sentimento do juiz.
6.1.3.3. RECONVENÇÃO
A reconvenção é uma das modalidades de resposta do réu, mas possui natureza de ação, uma
vez que representa um contra-ataque do réu em face do autor dentro do mesmo processo.
46
Não houve extinção da reconvenção com o CPC/2015, mas ela passou a integrar a própria
contestação, ou seja, não há necessidade de uma peça própria. Na reconvenção, o reclamado é
chamado de reconvinte e o reclamante de reconvindo.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
A reconvenção é medida compatível com o processo laboral, desde que sejam observados os
seguintes requisitos:
Ressalta-se, ainda, que a reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro (art. 343, §
3º, do CPC/2015), como na hipótese de o empregador ajuizar reclamação trabalhista em face do
empregado, e este apresentar reconvenção em face do empregador e de eventual tomador dos
serviços, para requerer a sua responsabilidade subsidiária TEMA COBRADO NO XXII EXAME
DA OAB/FGV.
Entende-se por prova todo meio idôneo destinado a demonstrar a veracidade de um fato. A
prova, portanto, deve ser obtida por meios lícitos, sendo a prova ilícita considerada inválida (art.
47
5°, LVI, da CF/88).
Salienta-se que o Supremo Tribunal Federal chancela a aplicação da denominada teoria dos
frutos da árvore envenenada, segundo a qual todas as provas decorrentes ou interligadas à prova
obtida ilicitamente também são consideradas contaminadas e, portanto, ilícitas.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Como regra geral, apenas os fatos precisam ser provados. Entretanto, o art. 376 do CPC/2015,
aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, determina que a parte que alegar direito
municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o
juiz determinar.
No processo do trabalho, o juiz poderá ainda determinar que a parte demonstre o teor do
direito baseado em convenção coletiva, acordo coletivo e/ou regulamento de empresa.
É muito importante frisar que as partes têm a oportunidade para provar todos os fatos tratados
no processo. Entretanto, a não observância desse encargo pela parte lhe acarretará desvantagens
processuais, o que se denomina ônus da prova.
Assim, as partes possuem o encargo de comprovar os fatos trazidos no processo, sob pena de
o juiz, ao não ficar convencido dos fatos, aplicar a regra do ônus da prova na ocasião do julgamento
em desfavor da parte que não cumpriu com o encargo processual (trata-se, portanto, de uma regra
de julgamento).
A Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), alterou o art. 818 da CLT, passando a dispor com
detalhe a respeito do ônus da prova no processo do trabalho.
O antigo caput dispunha que a prova das alegações incumbia a quem as fizesse. Ocorre que tal
fórmula, insuficiente para solucionar as complexas questões existentes nos processos trabalhistas,
já era suplementada pelas disposições do processo civil acerca do ônus da prova. E a reformulação
48
deste artigo se deu para adotar, expressamente, os parâmetros de ônus da prova já usuais no
processo civil.
O § 2º indica que a decisão que altera o ônus da prova será proferida antes do início da
instrução e, se for requerido pela parte, poderá ocasionar o adiamento da audiência e permitir a
prova dos fatos por qualquer meio de prova admissível.
Ainda sobre o ônus da prova, muito importante o conhecimento das seguintes súmulas e
orientações jurisprudenciais para a prova da OAB/FGV:
(...)
VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da
equiparação salarial.
Importante destacar que, com a Lei nº 13.874/2019, o registro da jornada de trabalho passou
a ser obrigatório apenas nos estabelecimentos com mais de 20 empregados, devendo o inciso I da
Súmula nº 338 ser atualizado nesse sentido.
Registra-se que as provas servem para o convencimento do juiz, sendo que o atual sistema
processual não as atribui valores diferentes, ou seja, as provas serão analisadas pelo magistrado
no caso concreto, não havendo, em abstrato, uma prova mais importante que a outra.
• DEPOIMENTO PESSOAL
De acordo com o art. 385 do CPC/2015, cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra
parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do
poder do juiz de ordená-lo de ofício.
O depoimento pessoal deve ser requerido pela parte contrária e objetiva a confissão do
depoente no curso do processo.
• CONFISSÃO
Conforme previsto no art. 389 do CPC/2015, há confissão quando a parte admite a verdade de
fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Embora o CPC de 2015 estipule que a confissão pode ser judicial ou extrajudicial, entendemos
que a confissão extrajudicial feita por empregado é inválida, seja porque seus direitos são
indisponíveis, seja porquanto é presumível que eventuais declarações feitas fora do juízo podem
ter sido derivadas de pressão feita pelo empregador.
A confissão ficta gera presunção relativa, devendo-se recordar que, segundo a Súmula n. 74
do TST, itens II e III, a prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto
com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores, além do que a vedação à produção
de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo
magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.
• DOCUMENTOS
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão
e os meios com que provará o alegado.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o
exame pericial.
Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão
principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada.
• TESTEMUNHAS
Considera-se testemunha o terceiro em relação à lide que vem prestar depoimento em juízo,
por ter conhecimento dos fatos narrados pelas partes. Trata-se do meio de prova mais utilizado no
processo do trabalho, já que na maioria das vezes o reclamante não tem acesso aos documentos
da empresa ou estes não retratam a realidade do trabalho desempenhado, a exemplo do que
muitas vezes acontece com os cartões de ponto.
Além disso, não poderão depor como testemunhas as pessoas impedidas, incapazes e suspeitas.
52
INCAPAZES (§1° DO IMPEDIDAS (§2° DO SUSPEITAS (§3° DO
ART. 447 DO CPC) ART. 447 DO CPC) ART. 447 DO CPC)
Sendo necessário, o juiz pode admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou
suspeitas, que será prestado independentemente de compromisso, na qualidade de informante.
De acordo com a Súmula nº 357 do TST, não torna suspeita a testemunha o simples fato de
estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. Assim, se o trabalhador “A” tiver
reclamação trabalhista ajuizada contra a empresa “B, esse fato, por si só, não impede que “A”
seja testemunha em outro processo envolvendo o empregar “B”.
INQUÉRITO
PARA A
PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO APURAÇÃO
ORDINÁRIO SUMARÍSSIMO DE FALTA
GRAVE
Máximo 6
Máximo 2 testemunhas
LIMITE Máximo de 3 testemunhas
LEGAL DE testemunhas (art. 821
TESTEMUNHAS da CLT)
(art. 852-H da CLT)
(art. 821 da CLT)
53
O art. 459 do CPC/2015 determina que as perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha. Esse artigo, entretanto, não se aplica ao processo do trabalho,
onde as perguntas são feitas ao juiz que as dirige à testemunha, conforme art. 11 da IN
n. 39/2016 do TST. TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
• PERÍCIA
De acordo com o previsto no art. 156 do CPC, o juiz será assistido por perito quando a prova do
fato depender de conhecimento técnico ou científico.
Importante ainda lembrar as seguintes súmulas e orientações jurisprudências do TST sobre perícia:
54
• PROVA EMPRESTADA
De acordo com o art. 372 do CPC/2015, o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida
em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
6.1.5. SENTENÇA
Resumo dos principais pontos Representa a exposição Conclusão da decisão (art. 832
do processo (nome das partes e dos fundamentos de fato e de da CLT), podendo determinar a
o resumo do pedido e da defesa, direito que levaram à convicção extinção do processo com ou sem
conforme art. 832 da CLT). do juiz (apreciação das provas resolução do mérito.
e os fundamentos da decisão,
conforme art. 832 da CLT).
É dispensado no processo Sentença sem fundamentação é
sumaríssimo. inexistente.
A sentença sem
fundamentação será nula.
A sentença sem relatório,
salvo no procedimento
sumaríssimo, será nula.
O § 1° do art. 489 do CPC/2015 estabelece algumas hipóteses em que a decisão judicial não
será considerada fundamentada, conforme abaixo transcrito.
do entendimento.
Como regra geral, de acordo com o princípio da congruência, a sentença deve respeitar os
limites da lide, ou seja, deve ter simetria em relação aos pedidos formulados no processo, sendo
vedado ao juiz julgar mais, menos ou de forma diferente daquilo que fora pleiteado pelo autor.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
A não observância do princípio da congruência poderá gerar sentenças citra petita, ultra petita
ou extra petita.
É aquela em que o juiz deixa Juiz concede mais do que O juiz concede algo não requerido
de analisar determinado pedido fora pleiteado pela parte pela parte. (exemplo: reclamante
(exemplo: reclamante formula (exemplo: reclamante pede pede apenas danos materiais e o juiz
pedidos de danos materiais e apenas danos materiais e o concede danos morais).
morais e o juiz concede apenas juiz concede danos morais e
danos morais e não analisa o materiais).
pedido de danos materiais).
As sentenças “citra petita”, “ultra petita” ou “extra petita” podem ter o vício consertado em sede
de recurso ordinário ou ainda por meio de corte rescisório. A sentença citra petita pode ainda ser
alvo de embargos de declaração, haja vista a existência de omissão na decisão.
56
Com base no princípio da extra petição, permite-se que o juiz ultrapasse os limites impostos
pela pretensão da parte em situações excepcionais, condenando o reclamado em pedidos não
constantes na inicial, sem configurar sentença extra petita.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
• Multa cominatória de 5% em caso de fixação de férias: conforme previsto nos art. 137
da CLT, § 1º e § 2º, vencido o prazo de concessão das férias, o empregado poderá ajuizar
reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. Neste caso, a
sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao
• Multa do art. 467 da CLT: trata-se de penalidade processual, podendo ser aplicada de ofício
pelo juiz.
SÚMULA n. 396, II, do TST - NÃO há nulidade por julgamento “extra petita”
da decisão que deferir SALÁRIO quando o pedido for de REINTEGRAÇÃO,
dados os termos do art. 496 da CLT.
Muito importante registrar ainda que, com base no art. 332 do CPC/2015 c/c art. 7° da IN n.
39/2016, nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz do trabalho, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
Conforme previsto no parágrafo único do art. 831 da CLT, no caso de conciliação, o termo que for
lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições
que lhe forem devidas.
Desse modo, a autocomposição judicial homologada por meio de sentença representa extinção
do processo com resolução do mérito (art. 487, III, “b”, do CPC/2015), não podendo mais partes
recorrerem sobre o acordado.
Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado, o pagamento das custas
caberá em partes iguais aos litigantes, podendo o autor ser dispensado da sua parte caso seja
beneficiário da justiça gratuita, conforme art. 798, §3º da CLT e artigos 790 e 790 -A da CLT TEMA
COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV
A Lei nº 13.876/2019 acrescentou o § 3º-A ao art. 832 da CLT estabelecendo que, salvo na
hipótese de o pedido da ação limitar-se expressamente ao reconhecimento de verbas de natureza
exclusivamente indenizatória, a parcela referente às verbas de natureza remuneratória não
poderá ter como base de cálculo valor inferior: I - ao salário-mínimo, para as competências que
integram o vínculo empregatício reconhecido na decisão cognitiva ou homologatória; ou; II - à
diferença entre a remuneração reconhecida como devida na decisão cognitiva ou homologatória
e a efetivamente paga pelo empregador, cujo valor total referente a cada competência não será
inferior ao salário-mínimo.
A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que contenham parcela
indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, facultada a
interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos (§ 4º do art. 831 da CLT).
O juiz não é obrigado a homologar acordo. Trata-se de mera faculdade do juiz, sendo incabível a
impetração de mandado de segurança, conforme súmula nº 418 do TST TEMA COBRADO
NOS EXAMES XIV E XIX DA OAB/FGV.
58
O procedimento sumaríssimo possui previsão nos artigos 852-A a 852-I da CLT (acrescentado
pela Lei n. 9.957/2000), destacando-se as seguintes características:
• Aplicável apenas aos dissídios individuais (não se aplica aos dissídios coletivos).
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
• Valor da causa deve ser inferior a 40 salários mínimos, considerando-se o valor vigente
na data de ajuizamento da ação TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.
• Não se aplica quando for parte a Fazenda Pública, ou seja, Administração Pública
direta, autárquica ou fundacional. TEMA COBRADO NOS EXAMES XXVII E XXX DA
OAB/FGV.
• Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida
prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear
perito, conforme art. 852-H, § 4º, da CLT. TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV
O procedimento sumário, também conhecido como rito de alçada, foi regulamentado pela Lei
n. 5.584/70, sendo utilizado para as ações cujo valor da causa não exceder a 2 salários mínimos.
Embora difícil na prática, uma vez que são pouquíssimas as ações trabalhistas que atingem
apenas dois salários mínimos, o procedimento sumário, até a sentença, seguirá o mesmo
procedimento do rito ordinário.
Ressalta-se ainda que há vozes que defendam que o procedimento sumário foi absorvido pelo
procedimento sumaríssimo, uma vez que se trata de procedimento regulamentado por lei posterior
que engloba ações com valor da causa até 40 salários mínimos.
60
7
(...)
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
EFEITO DEVOLUTIVO: de acordo com o art. 899 da CLT, no processo do trabalho os recursos
serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, permitida a execução
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
EFEITO SUSPENSIVO: impede a produção dos efeitos da decisão impugnada do recurso até o
trânsito em julgado. No processo do trabalho os recursos não possuem efeito suspensivo, sendo
que a ação cautelar era o meio processual utilizado para obtê-lo. Entretanto, como o novo CPC
deixou de prever o processo cautelar autônomo, o efeito suspensivo poderá doravante ser pedido
por meio de simples petição, com base no art. 1.012 do CPC/2015 e na nova redação da Súmula n.
414 do TST.
EFEITO EXTENSIVO: é aquele segundo o qual o litisconsorte que não recorreu será beneficiado
pelo julgamento do recurso do litisconsorte recorrente, salvo se distintos ou opostos os seus
interesses, conforme art. 1.005 do CPC/2015.
EFEITO REGRESSIVO: é aquele existente em alguns recursos que permite juízo de retratação
para a autoridade prolatora da decisão atacada, como no caso de interposição de agravo de
instrumento e agravo regimental.
• PRESSUPOSTOS OBJETIVOS:
SINGULARIDADE RECURSAL: apenas um recurso será cabível para o fim buscado pelo recorrente.
Existem duas exceções: a mais comum é a referente à interposição de recurso extraordinário e
63
simultaneamente de recurso de embargos de divergência contra uma decisão de turma do TST.
TEMPESTIVIDADE: o recurso deve ser interposto no prazo estabelecido pela lei que, como
regra geral, é de 8 dias (exceções: embargos de declaração – 5 dias, recurso extraordinário – 15
dias, pedido de revisão – 48 horas). As pessoas jurídicas de direito público, o Ministério Público e a
Defensoria Pública terão o prazo em dobro para a interposição do recurso. Conforme previsto no
parágrafo único do art. 775 da CLT, os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado,
terminarão no primeiro dia útil seguinte.
PREPARO: o preparo engloba o pagamento das custas e do depósito recursal, sob pena
de deserção. As custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% e serão
calculadas: I - quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor; II – quando houver
extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou julgado totalmente improcedente o pedido,
sobre o valor da causa; III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e
em ação constitutiva, sobre o valor da causa; IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que
o juiz fixar.
O reclamante será obrigado a pagar custas apenas se todos os pedidos forem julgados improcedentes
e o trabalhador não for beneficiário da justiça gratuita. Assim, na hipótese de sucumbência parcial,
se o reclamante e reclamado recorrerem, apenas o reclamado pagará custas.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Não é necessário recolher custas no prazo recursal para atacar decisão no processo de
execução, ou seja, o preparo não é pressuposto extrínseco do agravo de petição, já que o art. 789-
A da CLT dispõe que as custas serão sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final.
O depósito recursal, por sua vez, objetiva garantir a futura execução, sendo devido apenas
pelo reclamado quando empregador ou tomador dos serviços TEMA COBRADO NO II EXAME
DA OAB/FGV.
Como a finalidade do depósito recursal é o início da garantia da execução, não poderá ter
valor superior ao montante da condenação. Além disso, o Tribunal Superior do Trabalho estipulou
valores máximos para o depósito recursal, sendo atualmente (outubro de 2019) de R$ 9.828,51,
para o recurso ordinário, e R$ 19.657,02, para o recurso de revista, embargos no TST, Recurso
Extraordinário e recurso ordinário em ação rescisória.
65
Empregado “A” ajuíza reclamação trabalhista em face da empresa “b”, pleiteando verbas
rescisórias, dano moral e danos materiais. A reclamação é julgada parcialmente procedente,
condenando a empresa “b” ao pagamento de R$ 6.000,00. Caso a reclamada recorra, deverá
recolher custas e depósito recursal no importe de R$ 6.000,00, que corresponde ao valor da
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
condenação. Se no mesmo caso citado a empresa “b” tivesse sido condenada no importe, por
exemplo, de RS 10.000,00, o depósito recursal seria de R$ 9.513,16, valor máximo fixado para o
depósito recursal do recurso ordinário.
Como o depósito recursal visa garantir a execução, o reclamante fica dispensado de depositá-lo
ainda que todos os pedidos sejam julgados improcedentes.
Destaca-se ainda que a Lei nº 13.467/2017 (reforma trabalhista), alterou o § 4º, revogou o §
5º, bem como acrescentou os § 9º, § 10 e § 11 ao art. 899 da CLT, fixando-se as seguintes regras:
• O depósito recursal deve ser feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os
mesmos índices da poupança (§ 4º do art. 899 da CLT);
• Haverá redução pela metade dos depósitos recursais devidos por entidades
sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte (§ 9º do art. 899 da CLT); TEMA
COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
• Haverá isenção do depósito recursal aos beneficiários da justiça gratuita, às entidades
filantrópicas e às empresas em recuperação judicial (§ 10 do art. 899 da CLT);
• Permite-se que o depósito recursal seja substituído por fiança bancária ou seguro-
garantia judicial (§ 10 do art. 899 da CLT).
Importante ressaltar, ainda, que eventual condenação à multa por litigância de má-fé não cria
nenhuma obstáculo adicional para a parte interpor o recurso, ou seja, o recolhimento do valor da
multa imposta como sanção por litigância de má-fé não é pressuposto objetivo para interposição
dos recursos de natureza trabalhista, conforme previsto na OJ n. 409 da SDI-1 do TST TEMA
COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
67
• PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS (INTRÍNSECOS)
LEGITIMIDADE: o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e
pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica, conforme previsto no art. 996
do CPC/2015.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
INTERESSE RECURSAL: toda vez que uma parte for sucumbente em uma determinada
pretensão, haverá interesse recursal. Entretanto, é possível que haja interesse recursal mesmo
sem haver sucumbência.
Conforme art. 897-A da CLT, caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo
de 5 (cinco dias), devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente
a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos
do recurso.
Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,
inclusive por meio de embargos de declaração.
Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude
da correção de vício na decisão embargada (contradição e omissão) e desde que ouvida a parte
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. Em outras palavras, somente será ouvida a parte contrária
se for requerido efeito modificativo aos embargos de declaração.
69
O art. 2° da Lei n. 5.584/70 veda a utilização de qualquer recurso nas demandas sujeitas ao
procedimento sumário, salvo quando se tratar de matéria constitucional. Sendo assim, na
hipótese de sentença sob o rito sumário ofender dispositivo constitucional, deverá a parte
interessada interpor recurso ordinário, invocando a matéria constitucional a ser discutida.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Embora haja divergência, entendemos que a sentença não pode ser atacada diretamente por
recurso extraordinário.
É importante lembrar ainda que o juiz poderá indeferir a petição inicial (art. 331 do CPC/2015)
ou julgar liminarmente improcedente o pedido (art. 332 do CPC/2015). Nesses casos, interposto o
recurso ordinário, o juiz poderá se retratar no prazo de 5 dias.
O recurso ordinário possui efeito apenas devolutivo. Por esse motivo, a única forma que se
O efeito devolutivo do recurso ordinário é amplo em profundidade, de modo que serão objeto
de apreciação pelo Tribunal todas as questões discutidas no processo, desde que relativa ao
capítulo impugnado, conforme previsto no art. 1.013 do CPC/2015, de aplicação subsidiária ao
processo do trabalho, nos termos da Súmula n. 393 do TST.
Súmula nº 393 do TST. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE.
ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC DE 1973.
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art.
1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação
dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não
renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado.
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá
decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015,
inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.
Muito esclarecedores são os exemplos de Homero Batista Mateus da Silva: “Se a parte recorre
da sentença que afastou a justa causa alegada em defesa, o acórdão poderá apreciar as provas
da falta grave do empregado, o enquadramento jurídico e legal, as verbas rescisórias da
dispensa sem justa causa que tenham sido deferidas e todas as demais questões concernentes
à rescisão. Se a sentença defere, digamos, adicional de insalubridade, o recurso ordinário que
ataca essa condenação remete para o Tribunal Regional do Trabalho todas as questões que
desaguaram nesse deferimento, inclusive a perícia realizada, as provas complementares, a
fixação do grau e da base de cálculo, dentre outros pontos convertidos”. 1
70
7.4.3. AGRAVO DE PETIÇÃO
O agravo de petição deve ser interposto no prazo de 8 dias e se destina a atacar as decisões
proferidas na execução, tais como as proferidas em embargos à execução, embargos à penhora,
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
De acordo com o item II da Súmula n. 128 do TST, garantido o juízo, na fase executória, a
exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da
CF/1988. Não se exige, portanto, depósito recursal em agravo de petição.
O Agravo de Petição pode abranger matérias de direito e/ou matérias fáticas, podendo até
Art. 897, § 1º, da CLT - O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata
da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença.
Prevê o art. 897, “b”, da CLT que cabe agravo de instrumento, no prazo de 8 (oito) dias, dos
despachos que denegarem a interposição de recursos. Desse modo, diferentemente do processo
civil em que o agravo de instrumento é destinado a impugnar decisões interlocutórias, no processo
do trabalho o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso, cujo seguimento foi
negado no primeiro juízo de admissibilidade.
A análise dos pressupostos objetivos e subjetivos do recurso passa por dois juízos de admissibilidade,
um feito pelo órgão prolator da decisão e o outro pelo órgão que compete julgar o recurso.
Na hipótese do seguimento do recurso for negado pelo primeiro juízo de admissibilidade, cabe
agravo de instrumento para destrancar o recurso e permitir o seu encaminhamento ao juízo ad quem.
A título de exemplo, se a Vara do Trabalho negar seguimento ao recurso ordinário por entender
que este não foi interposto no prazo legal, a parte deverá interpor agravo de instrumento para
destrancar o recurso ordinário e permitir o seu encaminhamento ao Tribunal Regional do Trabalho,
que fará o segundo juízo de admissibilidade.
revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior
do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial (§7° e §8° do art.
899 da CLT).
O recurso de revista, conforme ensina Homero Batista Mateus da Silva, se insere “na categoria
dos recursos de natureza extraordinária, assim entendidos aqueles que, além dos requisitos
A Lei nº 13.467/2017 acrescentou o inciso IV ao § 1º-A do art. 896 da CLT, incluindo entre
os requisitos do Recurso de Revista, sob pena de não conhecimento, a obrigatoriedade de
transcrição na peça recursal, no caso de preliminar de nulidade por negativa de prestação
jurisdicional, o trecho dos embargos de declaração em que foi requerido o pronunciamento
do tribunal sobre a matéria tratada no Recurso Ordinário, bem como o trecho da decisão do
Tribunal Regional que rejeitou os embargos declaratórios neste ponto. Tal requisito possibilita o
cotejo imediato entre os embargos de declaração e a sua respectiva decisão no TRT, verificando-
se, de plano, da existência de omissão.
Registra-se que a interposição do recurso de revista é admitida apenas nos dissídios individuais e
em face de decisão do Tribunal Regional do Trabalho em recurso ordinário ou em agravo de petição.
73
Não cabe recurso de revista em dissidio coletivo nem em decisão proferida pelo TRT em agravo
de instrumento (Súmula n. 218 do TST).
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Tratando-se de recurso de natureza extraordinária, não cabe recurso de revista para reexame
de fatos e prova (Súmula n. 126 do TST).
PROCEDIMENTO EXECUÇÃO
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO (ALÍNEAS
74
Em relação à divergência jurisprudencial a que se refere a alínea “a” do art. 896 da CLT, é
importante esclarecer que a divergência de interpretação deve levar em conta acórdãos de
Tribunais Regionais diferentes, uma vez que, dentro do mesmo Tribunal Regional do Trabalho,
cabe a este uniformizar sua própria jurisprudência. Sendo assim, acórdãos do mesmo Tribunal
Regional do Trabalho não servem para demonstrar a divergência jurisprudencial a que se refere a
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Com relação a alínea “b” do art. 896 da CLT, como a divergência deve abarcar acórdãos de
Tribunais distintos, é fundamental que a lei estadual, a norma coletiva ou regulamento empresarial
extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão recorrida, conforme OJ n. 147, da SDI-1 do TST.
O agravo regimental, também conhecido como agravo interno, possui previsão nos artigos 894,
O agravo regimental deve ser interposto no prazo de 8 dias e seu processamento respeita o
contido no regimento interno dos Tribunais. Não há necessidade de pagamento de custas ne de
deposito recursal, sendo o agravo recebido apenas no efeito devolutivo.
O art. 1.021 do CPC/2015 trata do agravo interno e possui plena aplicação ao processo do
trabalho, ressalvando-se apenas o prazo, que no processo civil é de 15 dias e no processo do
trabalho é de 8 dias (art. 3, XXIX, da IN n. 39/2016).
Art. 1.021 do CPC/2015. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os
fundamentos da decisão agravada.
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre
o recurso no prazo de 15 (quinze) dias (8 dias, no processo do trabalho), ao final do qual,
não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com
inclusão em pauta.
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada
para julgar improcedente o agravo interno.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada,
condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do
valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio
do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de
gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.
De acordo como art. 894 da CLT, cabem embargos ao TST de decisão não unânime de julgamento que:
75
• Conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a
competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as
sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei;
• As decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Assim, das decisões não unânimes proferidas pelas Turmas que divergirem entre si, ou que
ofenderem súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal, o recurso cabível serão os embargos, julgados pela SDI-1
A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando como tal a
ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou
superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
O § 3º do art. 894 da CLT prevê que o Ministro Relator denegará seguimento aos embargos quando:
Contra a decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.
O recurso adesivo representa a possiblidade de uma parte, incialmente satisfeita com a decisão
prolatada, venha a recorrer tardiamente no prazo das contrarrazões do recurso interposto pela
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
parte adversa.
Num primeiro momento, o reclamante deixou de interpor recurso ordinário porque entendeu
que não valia a pena continuar na discussão de apenas R$2.000,00. Entretanto, após ser intimado
do recurso interposto pelo reclamado, o reclamante, no prazo das contrarrazões, terá uma nova
A Consolidação das Leis do Trabalho não prevê expressamente o recurso adesivo, motivo pelo
qual se aplica subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 997 do CPC, in verbis:
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância
das exigências legais.
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis
as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no
tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no
prazo de que a parte dispõe para responder;
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele
considerado inadmissível.
Conforme a Súmula nº 283 do TST, o recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho
e cabe, no prazo de 8 (oito) dias (prazo das contrarrazões do recurso principal), nas hipóteses
de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo
desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela
parte contrária TEMA COBRADO NOS EXAMES X E XXIX DA OAB/FGV.
Prevê o inciso III do art. 102 da CF/88 que cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar mediante
recurso extraordinário, as causas decididas em última ou única instância, quando a decisão recorrida:
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• Contrariar dispositivo da Constituição Federal
• Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição Federal
Nesse sentido, a Súmula n. 505 do STF dispõe que, salvo quando contrariarem a Constituição,
não cabe recurso para o Supremo Tribunal Federal, de quaisquer decisões da Justiça do Trabalho,
78
8
A Lei n. 13.467/2017 alterou a redação do art. 878 da CLT, passando a dispor que a execução
será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do
Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado.
A execução podia ser promovida por qualquer A execução será promovida pelas partes, permitida
interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do
Presidente ou Tribunal competente Tribunal apenas nos casos em que as partes não
estiverem representadas por advogado
• Sentença das quais não tenha havido recurso • Termos de Conciliação firmado na
com efeito suspensivo Comissão de Conciliação Prévia
79
A principal diferença entre a execução de título jurídico judicial e extrajudicial reside no fato
de que nesta não há necessidade de prévio processo de conhecimento, bastando a existência do
título.
Salienta-se ainda que a execução de título judicial poderá ser provisória ou definitiva. A
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
execução provisória ocorre quando a decisão executada ainda estiver pendente de recurso sem
efeito suspensivo, enquanto que a execução definitiva decorre de sentença já transitada em julgado.
A empresa “X” sucede a empresa “A”, que pertence a um grupo econômico com a participação
das empresas “B” e “C”. Nesse caso, se “A” fosse idônea economicamente à época da sucessão,
a empresa sucessora “X” não responderá solidariamente por eventuais débitos trabalhistas
existentes dos empregados das empresas “B” e “C”.
simples, podendo inclusive ocorrer no caso da personalidade ser, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos aos consumidores (teoria menor). Vejamos o disposto no art. 28 do CDC:
Art. 28 do CDC. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando,
em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da
lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
(...)
Art. 135 do CPC/2015. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado
para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. TEMA
COBRADO NO XXXI EXAME DA OAB/FGV.
A liquidação de sentença é momento processual onde se delimita o valor exato a ser executado,
podendo assumir, no processo do trabalho, três modalidades: cálculos, arbitramento e por artigos
TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV.
1) Liquidação por cálculos (art. 879, caput, da
CLT):
A mais utilizada no processo do trabalho e ocorre quando a apuração do valor a ser executado
depender apenas de cálculos aritméticos, como nas hipóteses de execução de verbas rescisórias,
férias, incidência dos juros de mora, etc.
82
O § 2º do art. 509 do CPC/2015 dispõe que “quando a apuração do valor depender apenas de
cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença”. Trata-
se de artigo inaplicável ao processo do trabalho, uma vez que a CLT dispõe expressamente
sobre o procedimento da liquidação por cálculos.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
3) Liquidação por artigos (art. 879 da CLT e art. 509, II, do CPC/2015)
A liquidação por artigos, denominada de “pelo procedimento comum” pelo novo CPC, ocorre
quando houver necessidade de alegar e provar fato novo, ou seja, quando o valor a ser executado
depender da comprovação de fatos não verificados no processo de conhecimento.
Após a sentença de liquidação, será expedido mandado de citação, penhora e avaliação (CPA),
devendo a citação do executado ser pessoal. Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no
espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no
jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias, conforme
art. 880, § 3º, da CLT. TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV .
Após citado, o executado terá prazo de 48 horas para: a) pagar a dívida, b) garantir o juízo ou
c) nomear bens à penhora, observando-se o contido no art. 835 do CPC/2015.
Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos
quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de custas e juros de
mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação
inicial (art. 883 da CLT).
Conforme art. 882 da CLT, com nova redação dada pela Lei n. 13.467/2017 (reforma
trabalhista), o executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução
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mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas processuais,
apresentação de seguro- garantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a
ordem preferencial estabelecida no art. 835 do CPC/2015.
Salienta-se ainda que o art. 833 do CPC/2015 elenca diversos bens insuscetíveis de penhora, in verbis:
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal,
ressalvado o § 2º;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
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VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
O § 2º do art. 883 da CPC permite a penhora dos salários no importe que exceder a 50 salários
mínimos mensais para satisfação de qualquer dívida, bem como de penhora de qualquer
importância para pagamento de verbas de natureza alimentícia, independentemente de sua
origem. Desse modo, passou a ser possível a penhora em dinheiro para a satisfação das dívidas
de natureza trabalhista, inclusive em execução provisória, conforme Súmula n. 417 do TST:
85
Importante registrar que a Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista) acrescentou o art. 883-A à
CLT, que passou a dispor que a decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada
a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco
Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de
quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia do juízo TEMA
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Além disso, houve acréscimo do § 6º ao art. 884 da CLT, que passou a dispor que a exigência
da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou
compuseram a diretoria dessas instituições TEMA COBRADO NO XXVI EXAME DA OAB/FGV.
Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar
Por força do disposto no art. 884, caput, da CLT, c/c o art. 910 do CPC/2015, a Fazenda Pública
pode opor embargos à execução independentemente de garantido o juízo, uma vez que os bens
públicos são impenhoráveis TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV.
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É importante frisar que na fase de execução não se permite a rediscussão da lide, ou seja, da
matéria tratada na fase de conhecimento. Entretanto, isso não significa dizer que o juiz não poderá
determinar a produção de provas sobre pontos importantes para a determinação dos valores e para
o prosseguimento da execução. Permite-se inclusive a oitiva de testemunhas durante a execução,
cabendo ao juiz decidir pela sua viabilidade ou não, dependendo da matéria discutida nos embargos
à execução, conforme artigos 885 e 886 da CLT TEMA COBRADO NO XV EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE:
O artigo 11-A, inserido pela Lei n. 13.467/2017 (reforma trabalhista), passou a prever a
O início da fluência do prazo se dá quando o exequente não cumpre uma determinação judicial
no processo de execução e a declaração da prescrição intercorrente pode se dar de ofício e em
qualquer grau de jurisdição.
Por fim, importante destacar que a competência para julgar os embargos à execução e os embargos
de terceiro é do juízo da execução. Entretanto, no caso de execução por carta precatória, os embargos
poderão ser oferecidos no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los
é do juízo deprecante, salvo se versarem, unicamente, sobre vícios ou irregularidades da penhora,
avaliação ou alienação dos bens, praticados pelo juízo deprecado, em que a competência será deste
último, conforme súmula n. 419 do TST. TEMA COBRADO NOS EXAMES III, VIII E XXII DA OAB/FGV.
Caso haja apreensão (penhora) de bens de pessoa que não integra a lide, o terceiro prejudicado
poderá apresentar embargos de terceiro, ação de conhecimento com procedimento especial
regulada pelos artigos 674/681 do CPC/2015.
• Opostos por pessoa que não integra a lide (terceiro) • Opostos pelo executado
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Após a desconsideração da personalidade jurídica, o sócio da empresa não tem legitimidade
para opor embargos de terceiro, podendo se valer apenas dos embargos à execução.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Para garantir o direito do credor, os bens penhorados e previamente avaliados pelo oficial de
justiça serão expropriados por um dos seguintes meios:
• Alienação em hasta pública: trata-se da venda pública do bem, que poderá ocorrer
por meio de leilão (a venda é realizada no local onde o está o bem) ou praça (a venda
ocorre no átrio do fórum). A hasta pública será anunciada por edital afixado na sede
do juízo ou tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência de vinte
(20) dias. O arrematante deverá garantir o lance com o sinal correspondente a 20%
(vinte por cento) do seu valor e, se o arrematante, ou seu fiador, não pagar dentro de
24 (vinte e quatro) horas o preço da arrematação, perderá, em benefício da execução,
o sinal dado, voltando à praça os bens executados.
Embora a CLT não faça referência ao preço mínimo a ser pago em hasta pública, prevalece o
entendimento que não se pode aceitar preço vil, devendo o juiz analisá-lo a cada caso.
Empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado,
por isso não se enquadram no conceito de Fazenda Pública.
Justifica-se um procedimento diferenciado para a execução contra a Fazenda Pública, uma vez
que os bens das pessoas jurídicas de direito público são impenhoráveis.
Desse modo, em razão da impossibilidade de penhora, a Fazenda Pública, em vez de ser citada para
pagar ou nomear bens à penhora, será citada diretamente para opor embargos à execução. Em outras
palavras, a oposição de embargos à execução pela Fazenda Pública não depende de garantia do juízo.
Apesar de o art. 884 da CLT dispor que o prazo para apresentar embargos à execução será de 5
dias, a Medida Provisória 2.180-35/2001 elasteceu o prazo dos embargos da Fazenda Pública para
30 dias, conforme art. 1-B da Lei n. 9.494/96.
Como não se trata de matéria urgente, houve o ajuizamento da ADI n. 11/2005 para questionar
a constitucionalidade da Medida Provisória, ainda pendente de julgamento definitivo pelo STF.
Entretanto, o novo CPC estipulou expressamente em seu art. 910 que o prazo para oposição de
embargos pela Fazenda Pública será de 30 dias, motivo pelo qual provavelmente a ADI perderá o objeto.
Como não é possível a expropriação de bens da Fazenda Pública, o pagamento da dívida será
feito pelo regime de precatórios (art. 100 da CF/88 e IN n. 32/2007 do TST), salvo se tratar de
débito de pequeno valor, hipótese em que o pagamento será feito diretamente.
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• Até 40 salários mínimos para os Estados (art. 87 do ADCT e art. 3° da IN n. 32/2007
do TST).
• Até 60 salários mínimos para a União (art. 3° da Lei n. 10.259/2001 e art. 3° da IN n.
32/2007 do TST)
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
90
9
O inquérito judicial de falta grave é uma ação promovida pelo empregador (requerente) para
possibilitar a dispensa de alguns empregados estáveis (requeridos) em razão do cometimento de
falta grave.
O inquérito judicial é cabível para os seguintes trabalhadores TEMA COBRADO NO III EXAME
• Estáveis Decenais (art. 494 da CLT): São os trabalhadores não optantes do regime
do FGTS que já tinham mais de 10 anos no empregado quando da promulgação da
Constituição Federal de 1988 (muito difícil encontrar na prática);
• Dirigentes Sindicais (art. 543, § 3º, da CLT e Súmula n. 379 do TST);
• Empregados membros do CNPS (art. 3 º, § 7º, da Lei n. 8.213/91);
• Empregados eleitos diretores de sociedades cooperativas (art. 55 da Lei n. 5.764/71)
De forma geral, a ação segue o mesmo rito do procedimento ordinário, com duas exceções: a) a
ação é obrigatoriamente escrita (art. 853 da CLT); e b) cada parte poderá ouvir até 6 testemunhas
(art. 821 da CLT) TEMA COBRADO NO XVIII EXAME DA OAB/FGV:
Trata-se de ação que permite ao autor consignante o reconhecimento da extinção de sua obrigação
mediante depósito judicial de valor ou coisa. Embora também haja previsão legal para a consignação
extrajudicial, entendemos aplicável ao processo do trabalho apenas a consignação judicial.
91
De acordo com o art. 335 do CC, a consignação é cabível: I - se o credor não puder, ou, sem
justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for,
nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III - se o credor for incapaz de
receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso
ou difícil; IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
Por outro lado, efetuado o depósito, o réu consignado será intimado para comparecer à
audiência a ser designada. Se em audiência o consignado concordar com o valor depositado, os
valores serão liberados e a obrigação será considerada extinta.
Caso não haja concordância, o réu ofertará contestação com base nas matérias elencadas
no art. 547 do CPC/2015, e o processo será instruído normalmente. Se o pedido da consignação
for julgado procedente, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de
custas e honorários advocatícios. Entretanto, considerado improcedente o pedido, o depósito será
considerado insuficiente, permanecendo o autor e mora.
Salienta-se ainda que, de acordo com o art. 545, § 2º, do CPC/2015, a sentença que concluir
pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o montante devido e valerá
como título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após
liquidação, se necessária.
A ação rescisória é meio processual que objetiva desconstituir decisão judicial transitada em
julgado, sendo cabível nas hipóteses expressamente previstas no art. 966 do CPC/ 2015.
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
92
Súmula nº 403 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA. DOLO DA PARTE VENCEDORA EM DETRIMENTO
DA VENCIDA. ART. 485, III, DO CPC. I - Não caracteriza dolo processual, previsto no art. 485, III,
do CPC, o simples fato de a parte vencedora haver silenciado a respeito de fatos contrários a
ela, porque o procedimento, por si só, não constitui ardil do qual resulte cerceamento de defesa
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava
ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos,
que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada
em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes
do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no
curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra
93
decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de
casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão
discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao
autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
O Ministério Público também possui legitimidade ativa para propor ação rescisória quando
não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção; quando a decisão rescindenda
é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei, bem como em outros casos
em que se imponha sua atuação (art. 967, III, do CPC). Salienta-se que, na hipótese de colusão das
partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público,
que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude (Súmula
n. 100, VI, do TST).
Além disso, havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em
momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do
trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que
possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do
trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial (Súmula n. 100, II, do TST).
94
A competência para julgar a ação rescisória será do Tribunal Regional do Trabalho, quando a
decisão rescindenda for da Vara do Trabalho ou do próprio Tribunal Regional, ou será do Tribunal
Superior do Trabalho (Seção de Dissídios Individuais), quando a decisão rescindenda for do TST
TEMA COBRADO NO III EXAME DA OAB/FGV.
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
De acordo com o art. 836 da CLT, a ação rescisória no processo do trabalho está sujeita ao
depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade
jurídica do autor. O depósito prévio ficará a título de multa se ação rescisória for julgada
improcedente ou declarada inadmissível por unanimidade de votos. (Não se aplica o depósito
prévio de 5% previsto no art. 968, II, do CPC/2015).
Ressalta-se ainda que eventual ausência de defesa na ação rescisória não importa a aplicação
De acordo com o art. 5°, LXIX, da CF/88, “conceder-se-á mandado de segurança para proteger
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público”.
Na justiça do trabalho, o mandado de segurança será impetrado quando o ato ilegal for emanado
por autoridade com atuação na área trabalhista.
É importante registrar que, de acordo com a Súmula n. 201 do TST, da decisão de Tribunal
Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias,
para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação para o recorrido e interessados apresentarem
razões de contrariedade TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
Se o mandado de segurança for impetrado no TST, cabe agravo regimental contra decisão de
indeferimento ou liminar e, do acórdão, recurso extraordinário ao STF.
A petição inicial deve ser instruída de documento indispensável ou de sua autenticação, sob
pena de indeferimento do mandado de segurança, sendo inaplicável o art. 321 do CPC/2015, que
OAB NA MEDIDA | PROCESSO DO TRABALHO
determina ao juiz a concessão de prazo para a parte completar a inicial, conforme súmula n. 415
do TST TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/FGV.
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese (Súmula n. 266 do STF), contra decisão
transitada em julgado (Súmula n. 33 do TST) nem contra decisão judicial passível de reforma
mediante recurso próprio (OJ n. 92 da SDI-2 do TST).
No caso de antecipação de tutela ser concedida na sentença, não se permite a impugnação pela
via do mandado de segurança, já que é cabível recurso próprio.
Vejamos agora outras súmulas e orientações jurisprudenciais importantes para a prova da OAB/FGV:
Em razão da nova redação dada pela Emenda Constitucional n. 45/2014 ao inciso IV do art. 114
da CF/88, restou pacificada a possibilidade dos habeas corpus na justiça do Trabalho.
Consoante disposto no art. 114, § 3º, da CF/88, somente em caso de greve em atividade
essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
A competência para julgar o dissídio coletivo nunca será da Vara do Trabalho. Se o conflito
coletivo tiver abrangência regional, a competência para o seu julgamento será do Tribunal Regional
do Trabalho, mas se for de abrangência superior à área de jurisdição de um TRT, a competência
será do Tribunal Superior do Trabalho, salvo no caso do Estado de São Paulo, já que, se o conflito
abranger a área de jurisdição do TRT da 2ª Região e do TRT da 15ª Região, a competência será do
TRT da 2ª Região (art. 12 da Lei n. 7.520/86).
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ABRANGÊNCIA DO CONFLITO COMPETÊNCIA
Desse modo, a mesma sentença normativa de um TRT que ensejou o ajuizamento de ação
de cumprimento perante a Vara do Trabalho pode ser objeto de recurso ordinário ao TST. Se a
decisão normativa for alterada em grau de recurso, a parte deverá apresentar exceção de pré-
executividade ou mandado de segurança, não sendo cabível, neste caso, ação rescisória da decisão
em ação de cumprimento, conforme Súmula n. 397 do TST:
Súmula nº 397 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, DO CPC DE 2015. ART. 485,
IV, DO CPC DE 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA
DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDADE.
CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. Não procede ação rescisória calcada em
ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento,
em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de
recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal.
Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a
exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de descumprimento
do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973).
Os recursos no processo do trabalho, como regra geral, são dotados apenas de efeito devolutivo.
Como exceção à regra geral, o recurso ordinário em face de sentença normativa prolatada pelo
TRT pode ter efeito suspensivo a ser deferido pelo Presidente do Tribunal pelo prazo de 120
dias, conforme art. 9 da Lei n. 7.701/88).
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BIBLIOGRAFIA
• GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. 13. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2018.
• GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Reforma trabalhista. 4. ed. Salvador: JusPodivm, 2018.
• SILVA, Homero Batista da. Curso de Direito do Trabalho aplicado. Vol. 9 – Processo
do Trabalho. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
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