Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Florianópolis
2017
MIRELLA SOARES DA SILVA
Florianópolis
2017
MIRELLA SOARES DA SILVA
______________________________________________________
Professor e Orientador José Humberto Dias de Tolêdo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Ao meu marido, meus pais e minha irmã, por
acreditarem e me incentivarem em todos os
momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS
The present study focuses on the analysis of the impugnation presented at labor court, related
to technical inspection about occupational hazards. For this research we selected 40 cases that
were filed in the Labor Court (Tribunal Regional do Trabalho da 12ª região) between 2015
and 2016 at Florianópolis and São José jurisdiction. Concerning methodological aspects, this
study was based on qualitative research including case investigation and documents analysis.
Related to judicial subjects we compile some of the main content, such as workers law and
labor court characteristics. Besides, regarding to technical subject we arrange few aspects
related to occupational safety and health legislation (Norma Regulamentadora n. 15 e Norma
Regulamentadora n. 16). Therefore the results shows that even most of attorneys present some
impugnation related to technical inspection, some technical issues are missed considering the
lack of occupational safety experts attending these attorneys. At the end, the main
recommendation is to increase the participation of those specialists, as a way to improve the
quality of the impugnation presented at labor court.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO .......................................................................................... 14
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ...................................................................................... 14
1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 14
1.4 OBJETIVOS ............................................................................................................... 15
1.4.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 15
1.4.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 15
1.5 METODOLOGIA........................................................................................................ 16
1.6 ESTRUTURA ............................................................................................................. 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 19
2.1 ASPECTOS JURÍDICOS ............................................................................................ 19
2.1.1 Direito do trabalho .................................................................................................. 19
2.1.2 Origem, breve histórico e evolução ........................................................................ 19
2.1.3 Conceito de direito do trabalho e suas fontes......................................................... 21
2.1.4 Princípios do direito do trabalho ............................................................................ 21
2.1.5 Organização da Justiça do Trabalho...................................................................... 22
2.1.6 Fluxograma Ação Trabalhista ................................................................................ 24
2.2 INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE................................................................ 25
2.2.1 Adicional de Insalubridade ..................................................................................... 26
2.2.2 Adicional de Periculosidade .................................................................................... 28
2.2.3 Normas Regulamentadoras .................................................................................... 29
2.2.4 NR n. 15 – Atividades e Operações Insalubres ...................................................... 30
2.2.5 NR n. 16 – Atividades e Operações Perigosas ........................................................ 32
2.3 PERÍCIAS E IMPUGNAÇÕES JUDICIAIS................................................................ 34
2.3.1 Perícias judiciais e laudos técnicos ......................................................................... 34
2.3.2 Impugnações periciais ............................................................................................. 36
3 RESULTADOS E ANÁLISES ..................................................................................... 39
3.1 CAMPO DE PESQUISA ............................................................................................. 39
3.2 RESULTADOS ........................................................................................................... 40
3.3 ANÁLISES ................................................................................................................. 45
3.4 RECOMENDAÇÕES .................................................................................................. 48
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 51
ANEXOS ............................................................................................................................ 53
ANEXO A – MODELO DE LAUDO PERICIAL – PORTARIA N. 3.311/89 ................. 54
ANEXO B – ROL DE PROCESSOS ANALISADOS ...................................................... 55
13
1 INTRODUÇÃO
1.3 JUSTIFICATIVA
parte das impugnações são realizadas pelos próprios procuradores das partes, sem trazer
consigo nenhum parecer técnico que venha a contrapor-se ao laudo realizado pelo perito
oficial do juízo.
Isto deve-se muitas vezes ao fato das partes não contratarem engenheiros de
segurança do trabalho ou médicos do trabalho, uma vez serem estes os profissionais
reconhecidos por lei devido a sua formação, para fazerem o acompanhamento das perícias e
elaborarem laudos de impugnação da perícia judicial, por acharem desnecessário ou
dispendioso.
Os benefícios da contratação dos profissionais previstos no art. 195 da CLT são
muitos. As partes em litígio poderiam vir a se beneficiar com uma eventual inversão de um
laudo realizado por perito oficial que lhe fora a princípio desfavorável. Isso poderia culminar
em um reconhecimento de direitos pelo magistrado em benefício do empregado, ou ainda,
uma redução em caso de condenação que venha a reverter em proveito do empregador.
Já o profissional da área passa a ampliar seu campo de atuação, passando a atuar
com maior frequência no acompanhamento de perícias como assistente técnico das partes, o
que acarreta em um aperfeiçoamento dos laudos e perícias judiciais, reventendo em benefício
do sistema judiciário e da própria sociedade de modo geral.
1.4 OBJETIVOS
• Fazer uma breve síntese sobre a justiça do trabalho, adentrar no tema das
perícias judiciais e discorrer sobre as perícias trabalhistas de insalubridade e periculosidade;
• Descrever as NR’s n. 15 e n. 16 que caracterizam atividades insalubres e
perigosas respectivamente;
16
1.5 METODOLOGIA
Por fim, Rauen (2015, p.562) discorre a respeito das fases contidas em um estudo
de caso: “Um estudo de caso possui três fases: a fase exploratória, a fase de coleta de dados e
a fase de análise e interpretação sistemática dos achados com elaboração do relatório.
Destaque-se que estas três fases se interpõem, sendo difícil delimitá-las com precisão.”
1.6 ESTRUTURA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A palavra “Trabalho” surgiu do latim “Tripalium” que nada mais era que uma
punição aplicada através de um instrumento de tortura que possuía três pontas e era utilizado
pelos agricultores nos primórdios da humanidade (MARTINS, 2016, p. 46).
Conforme o referido autor, a primeira forma de trabalho conhecida pela
humanidade foi a escravidão, no qual o escravo era considerado apenas uma coisa, um objeto,
não possuindo nenhum tipo de direito, muito menos trabalhistas.
Num segundo momento existiu a servidão, na época do feudalismo, no qual “Os
servos tinham de entregar parte da produção rural aos senhores feudais em troca da proteção
que recebiam e do uso da terra.” (MARTINS, 2016, p. 47). Explica ainda o jurista que num
terceiro plano haviam as corporações de ofício, através das figuras dos mestres, companheiros
e aprendizes, tendo sido tais corporações extintas com o advento da Revolução Francesa.
Aliás, teria sido a partir da Revolução Francesa de 1789 que houve o
reconhecimento do direito do trabalho, sendo imposto ao Estado a “obrigação de dar meios ao
desempregado de ganhar sua subsistência.” (MARTINS, 2016, p. 49).
Após este período, a Revolução Industrial acabou transformando o trabalho em
emprego, no qual os trabalhadores passaram a trabalhar em troca de salários. Não obstante, foi
nesta época que o Direito do Trabalho e o contrato de trabalho passaram a surgir e
desenvolver-se. Entretanto durante a Revolução Industrial os trabalhadores passaram a sofrer
20
abusos, uma vez que trabalhavam em locais e condições extremamente insalubres, que
culminaram no surgimento de doenças ocupacionais e principalmente em muitos acidentes de
trabalho, tornando necessária a intervenção estatal nas relações de trabalho. Para Martins
(2016, p. 50) o intervencionismo estatal foi necessário para que houvesse uma melhoria das
condições de trabalho e bem-estar sociais.
E assim, pouco a pouco as condições de trabalho tiveram que ser adaptadas, sendo
que o ramo do Direito do Trabalho surgiu como forma de limitar os abusos por parte do
empregador em explorar o trabalho, visando assim proteger o hipossuficiente, através de
modificações nas condições de trabalho, conforme expõe o autor acima referido.
Após essa breve retrospectiva histórica, trataremos a seguir sobre o surgimento
das leis trabalhistas de que se tem conhecimento no mundo e no Brasil.
Segundo Almeida (2014, p. 29), as primeiras leis trabalhistas surgiram através da
Constituição Mexicana de 1917 que estipulou muitos dos direitos trabalhistas hoje
conhecidos, como o salário mínimo, jornada diária de 8 horas, descanso semanal, dentre
outros e também com a Constituição Russa promulgada no mesmo ano.
A constituição de Weimar em 1919 também teve grande importância, pois foi
através dela que surgiu a OIT (Organização Internacional do Trabalho) que veio a
universalizar os direitos dos trabalhadores. (ALMEIDA, 2014, p. 29).
No Brasil o Direito do Trabalho só surgiu efetivamente no governo Getúlio
Vargas, na década de 30. Mas foi em 1º de maio de 1943 que promulgou-se a CLT, que
segundo Almeida (2014, p. 29) foi “um conjunto de leis disciplinando as relações individuais
e coletivas do trabalho, verdadeiro marco na história da justiça social do Brasil.”
No que tange aos dias atuais, Nascimento (2011, p. 24) traz um conceito no qual
denomina de “Direito do Trabalho Contemporâneo”, que acredita ter sido iniciado por volta
de 1970, com o advento da crise do petróleo, no qual surgiram transformações no universo
das relações de trabalho, reunindo as principais características desta nova fase:
Almeida (2014, p. 31) contribui sobre o conceito de direito do trabalho, que vem a
ser “o conjunto de princípios e regras jurídicas aplicáveis às relações individuais e coletivas
de trabalho subordinado, de caráter eminentemente social, destinados à melhoria das
condições de emprego.”
Após breve conceituação sobre direito do trabalho, veremos quais as fontes do
direito do trabalho. Para Pereira (2014, p. 58) “fonte traduz a ideia de origem, princípio,
início, causa, nascedouro. Fontes do Direito podem ser conceituadas como a origem das
normas jurídicas.”
Ainda no que se refere as fontes, estas podem vir a ser comuns, ou seja, que
servem a todos os ramos do direito, como a Constituição Federal ou ainda próprias, podendo
citar no caso do direito do trabalho os acordos coletivos, as convenções coletivas e o contrato
de trabalho, conforme preceitua MARTINS (2016, p. 93-94)
Dentre as principais fontes do direito do trabalho segundo Martins (2016, p. 95)
podemos citar a Constituição Federal, as leis, a exemplo da CLT, o contrato de trabalho, os
acordos coletivos de trabalho (ACT), as convenções coletivas de trabalho (CCT), as sentenças
normativas, os regulamentos de empresa, os costumes.
Em se tratando dos pilares dos direitos do trabalho, não podemos deixar de trazer
aqui alguns princípios fundamentais que norteiam as relações trabalhistas, devendo ser
observados em todos os casos.
Princípio da proteção: este princípio, como o próprio nome sugere, visa a
proteção do trabalhador e pode ser dividido em três partes, segundo Martins (2016, p. 134):
22
“(a) o in dubio pro operario; (b) o da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, (c) o
da aplicação da condição mais benéfica ao trabalhador.” Em suma, todos estes princípios
convergem em um objetivo principal, que é a proteção ao trabalhador em face das
desigualdades existentes nas relações de trabalho.
Princípio da irrenunciabilidade dos direitos: este princípio indica que os
direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador. Não se pode admitir que o
trabalhador abdique de suas férias ou 13º salário por exemplo. Segundo Martins (2016, p.
135) entretanto tal princípio poderá sofrer renúncia ou transação, conforme explica a seguir:
O que ocorre é que não se admite a sucessão de contratos por prazo certo na mesma
empresa, caracterizando, assim, vínculo único, em face do princípio apontado. O
contrato regra, contrato padrão, tem prazo indeterminado e é também denominado
contrato sucessivo.
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de
secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete,
o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o
contabilista e o regulador de avarias. (grifo nosso)
Desta forma, os peritos nomeados pelo juiz são considerados auxiliares da justiça,
uma vez que auxiliam na atividade jurisdicional, mesmo que seja de forma eventual. Este
assunto será abordado mais adiante, em um tópico específico.
24
1ª Audiência | Inicial
Conciliatória
2ª Audiência | Instrução
Oitiva de testemunhas
3ª Audiência | Continuação
Sentença
O primeiro quadro mostra que a petição inicial, tão logo seja protocolada, é
distribuída para uma das varas do trabalho de forma aleatória. Após o recebimento pela vara,
é marcada data para a 1ª audiência, sendo intimadas as partes.
O segundo quadro apresenta a audiência inicial, também conhecida como
audiência de conciliação, na qual o juiz fará a primeira proposta conciliatória. Caso não haja
acordo entre as partes, ficam estas intimadas para a próxima audiência. Neste momento, caso
verificada a existência de pedido de adicional de insalubridade e/ou periculosidade, fica
designada a realização de perícia.
25
A palavra insalubre tem origem no latim (insalubris) e significa “o que faz mal à
saúde”. O trabalho insalubre, portanto, é aquele que expõe o trabalhador a agentes
que podem causar danos à sua saúde. A insalubridade não se confunde com a
periculosidade: enquanto esta coloca em risco a vida do trabalhador, aquela coloca
em risco a saúde do trabalhador.
Ayres (2011, p. 98) considera que “A palavra insalubre, de origem latina, significa
doentio ou tudo que pode gerar doença”. Saliba (2015, p. 11) ressalta que “a palavra insalubre
vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença; insalubridade, por sua vez, é a
qualidade de insalubre”. Para este autor, o conceito legal de insalubridade encontra respaldo
legal no art. 189 da CLT:
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Sobre o art. 191 acima, Saliba (2015, p. 20) ressalta que “Portanto, o controle da
exposição aos riscos ocupacionais é feito por meio de medidas relativas ao ambiente e ao
homem.” (grifo nosso)
No que tange ao ambiente, devem ser tomadas medidas que visam a eliminar o
agente tanto em sua origem, quanto em sua tragetória. E, em não sendo possível a adoção de
medidas no ambiente, ou sendo tais medidas insuficientes, deve-se partir então ao controle
individual, ao exemplo dos equipamentos de proteção individuais (SALIBA, 2015, p.20).
Não obstante, a legislação trabalhista aborda sobre os percentuais a serem pagos
ao trabalhador a título de adicional de insalubridade, quando as condições insalubres
estiverem acima dos limites de tolerância previstos pelo Ministério do Trabalho na Norma
Regulamentadora, vejamos:
Martins (2016, p. 972) afirma que “Quanto maior for o salário do empregado,
menor será a relação entre o salário pago e o adicional de insalubridade recebido.”
Já com relação ao parágrafo art. 193, §2º, Barsano (2014, p. 91) orienta que o
trabalhador poderá optar sobre qual adicional deseja perceber, no caso de lhe serem devidos
ambos os adicionais. Saliba (2015, p. 19) ressalta entretanto que “os adicionais de
insalubridade e periculosidade também não podem ser cumulativos, devendo o empregado
fazer a opção.”
órgãos do judiciário e legislativo, no que diz respeito aos funcionários regidos pela CLT,
sempre que houver (CAMISASSA, 2016, p. 09).
As NR’s foram regulamentadas através da Portaria 3.214/78. Atualmente existem
36 normas regulamentadoras em vigor, cada uma com conteúdo específico. Para Rossete
(2014, p.23) as NR’s “são elaboradas e modificadas por comissões tripartites específicas
compostas por representantes do governo, empregadores e empregados.”
Existem também normas que estão em discussão, dentre as quais a NR que trata
sobre gestão de saúde e segurança no trabalho e ainda a NR que trata sobre saúde e segurança
em plataformas de petróleo.
Para embasar o presente estudo veremos a seguir as duas normas específicas para
perícias de insalubridade e periculosidade, ou seja, as NR’s 15 e 16 respectivamente.
A NR no 15, segundo Barsano (2014, p. 115) “é uma das normas mais extensas,
contendo quatorze anexos”. Lembrando que somente treze deles estão atualmente em vigor.
Tais anexos são os seguintes:
Os agentes que deverão ser avaliados pelo critério qualitativo são os seguintes:
radiações não-ionizantes, frio, umidade e benzeno.
Inerentes à atividade: para Saliba (2015, p. 15) a avaliação nestes casos
também será qualitativa e destaca: “O fato de não haver meios de se eliminar ou neutralizar a
insalubridade significa que esta é inerente à atividade”. São as atividades contidas nos anexos
6, 13 e 14, que vem a ser trabalho sob condições hiperbáricas, agentes químicos e agentes
biológicos respectivamente.
Com relação ao art. 193 da CLT, que trata sobre as atividades e operações
consideradas perigosas, transcrito no item 2.2.2, Saliba (2015, p. 16) ressalta de forma clara
que:
Desta forma, convém trazer aqui conceitos técnicos no que se refere à exposição
permanente e ao risco acentuado, ambos preceitos contidos no caput do art.193 da CLT.
No que tange à exposição permanente, Camisassa (2016, p. 473) apresenta uma
distinção a respeito dos termos contato permanente versus exposição permanente, no qual:
33
Martins (2016, p. 483) traz de forma objetiva o significado do que vem a ser a
perícia, no qual:
Perito, proveniente do latim peritus, formado pelo verbo perior, com o significado
de experimentar, saber por experiência, é a pessoa que faz o exame dos fatos dos
quais o juiz não tem conhecimento técnico: a perícia.
Ademais, cabe transcrever aqui o artigo 195 da CLT na íntegra, artigo este que
trata sobre a perícia de insalubridade e periculosidade:
Martins (2016) ressalta que a perícia pode ser judicial, quando ocorre nos autos do
processo ou ainda extrajudicial, quando vem a ser requisitada pela empresa ou sindicato, a luz
do art. 193, § 1º da CLT, acima transcrito.
A perícia extrajudicial, segundo Saliba (2015, p. 23) possui “o objetivo de
caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.” O referido autor
explica sobre sua importância:
Deve ser salientado que, mesmo fora da justiça, a perícia é imprescindível para a
determinação da insalubridade e periculosidade, tanto no aspecto legal (art.195 da
CLT) quanto no prejuízo que poderá trazer às partes, devido ao enquadramento
errôneo das funções/atividades insalubres ou perigosas. Portanto, a perícia é de
fundamental importância e evita o enquadramento inadequado das atividades ou
operações insalubres e perigosas.
Com relação à perícia judicial, foco deste estudo, Saliba (2015) destaca que a
perícia de insalubridade e periculosidade é realizada nas ações trabalhistas propostas perante a
Justiça do Trabalho, uma vez ser este o órgão detentor da competência para analisar e julgar
conflitos advindos da relação de trabalho. Desta forma, a lei a ser observada é a CLT,
devendo o CPC ser utilizado de forma subsidiária, ou seja, complementar.
O referido autor ressalta sobre a obrigatoriedade de realização de perícia na área
da segurança do trabalho, destacando as atividades a serem realizadas pelo perito:
A lei determina expressamente que o perito apresente laudo, que será feito por
escrito. É impossível o oferecimento de laudo em audiência pelo perito, que deve ter
tempo suficiente para elaborá-lo. Da mesma forma, é impossível que o juiz designe
audiência para que o perito preste informações técnicas necessárias ao
esclarecimento da questão, pois a lei exige laudo. O perito poderá até ser convocado
para prestar esclarecimentos em audiência, porém em relação ao laudo já elaborado
e que está nos autos.
A figura dos assistentes técnicos está disposta no art. 465 do CPC, no qual
enuncia que incumbe às partes a indicação de assistente técnico, bem como a apresentação de
quesitos, sendo que este último será visto adiante. E também encontra respaldo legal no art.
466 § 1º do referido diploma, no qual considera que os assistentes técnicos são de confiança
da parte. Martins (2016, p. 483) destaca que “As partes podem indicar assistentes técnicos,
mas o único que presta compromisso é o perito, pois o assistente técnico não o faz, nem
vincula seu trabalho ao juiz”.
Já o art. 466, §2º enuncia que cabe ao perito assegurar as partes litigantes, bem
como aos assistentes das partes o acesso e acompanhamento das diligências periciais a serem
realizadas. Para Martins (2016, p. 488) “A parte tem a possibilidade de comparacer à
diligência da perícia em razão do princípio da publicidade dos atos processuais (art. 189 do
CPC) e das provas.”
38
O juiz deve fixar também o prazo para as partes apresentarem seus quesitos, isto é,
os esclarecimentos que desejam do perito.
Até a realização da diligência, isto é, até o seu término, as partes podem apresentar
quesitos suplementares.
O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar sua convicção com outros
elementos ou fatos provados nos autos, pois, do contrário, o perito substituiria a
função de julgar do magistrado. O juiz apreciará a prova pericial de forma
fundamentada, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a
deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado
pelo perito (art. 479 do CPC).
3 RESULTADOS E ANÁLISES
3.2 RESULTADOS
Impugnação
Sim
Não
No gráfico acima o foco foi analisar qual a formação do profissional que elaborou
a impugnação, se foi somente a impugnação apresentada pelo procurador da parte ou ainda se
43
foi apresentada juntamente com a impugnação algum parecer técnico por profissional da área
de segurança do trabalho.
As siglas referem-se ao seguintes profissionais: ADV advogado, EST engenheiro
de segurança do trabalho, TST técnico de segurança do trabalho e MT médico do trabalho. Já
os termos autor e réu deram lugar aos termos comumente utilizados reclamante e reclamado
para facilitar o entendimento dos termos abreviados e apresentados na tabela.
Conforme se extrai do gráfico, os advogados elaboraram 29 impugnações dentre o
total de 40 processos no caso dos autores/reclamantes. Ademais, no caso dos
autores/reclamantes não houve participação de nenhum outro profissional na elaboração da
impugnação.
Já no caso dos réus/reclamados constatou-se que os procuradores realizaram 35
impugnações judiciais. Ademais, verificou-se 2 impugnações com participação de
engenheiros de segurança do trabalho, 2 impugnações com participação de médicos do
trabalho e 1 impugnação realizada com participação de técnico de segurança do trabalho.
Quesitos suplementares
Sim
Não
Químico
Físico
Biológico
Com relação ao tipo de agente constatado na perícia, percebe-se que 45% dos
casos se referem aos agentes químicos, 35% se referem aos agentes biológicos e 20% se
referem aos agentes físicos. Importante ressaltar que em muitos casos houve a constatação de
mais de um tipo de agente no mesmo processo, de forma concomitante.
Periculosidade
Sim
Não
Gráfico 5: Periculosidade
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
casos, ou seja, 12,5% dos processos diziam respeito a atividades consideradas perigosas pela
NR 16.
Recebia adicional?
Sim
Não
3.3 ANÁLISES
Podemos ressaltar aqui a existência de dois fatores. O primeiro deles é que a CLT
não traz previsão legal sobre os quesitos suplementares, assim tal previsão somente encontra
amparo legal no CPC. Desta forma, muitos magistrados entendem que os quesitos
suplementares não tem lugar na justiça do trabalho, negando seu seguimento. Já outros
magistrados permitem, não havendo assim entendimento majoritário sobre o tema dentro das
unidades judiciárias analisadas. O segundo fator diz respeito a falta de conhecimento técnico
especializado para a elaboração dos quesitos suplementares mais adequados no caso em tela.
A quarta análise se relaciona com o tipo de agente insalubre objeto da perícia,
podendo ser, de acordo com a NR 15, agente físico (AF), agente químico (AQ) ou agente
biológico (AB). Nos processos analisados 45% se referiam aos agentes químicos, 35% aos
agentes biológicos e 20% aos agentes físicos.
No que tange aos agentes insalubres, cabem aqui algumas considerações. Uma
delas é que embora a maior parte dos processos seja relacionado a somente um agente
insalubre (25 processos), alguns casos os agente insalubres objetos da perícia aparecem de
forma concomitante. Assim, 9 processos tiveram perícia relacionada a dois agentes insalubres
e 2 processos tiveram perícia relacionada a três agentes insalubres, conforme é possível
constatar na tabela em anexo.
Ademais, o que se analisou nesta pesquisa foram os tipos de agentes que
embasaram a perícia de insalubridade, independente da conclusão da perícia pelo
reconhecimento ou não daquele determinado agente. Também não se analisou se o magistrado
acolheu ou não o laudo pericial, uma vez que alguns processos analisados não possuíam
sentença, ou em razão da fase em que se encontravam no momento da pesquisa ou ainda
porque as partes realizaram um acordo nos autos.
A maior parte das perícias teve relação com os agentes químicos, em grande parte
relacionadas aos serviços de limpeza e manuseio de produtos químicos em geral realizados
em empresas dos mais diferentes ramos de atividades. Em segundo lugar aparecem os agentes
biológicos nas perícias realizadas em clínicas, hospitais e estabelecimentos de saúde em geral.
Por fim, aparecem os agente físicos, em atividades que envolviam ruído, frio, umidade,
vibrações e calor.
O quinto aspecto refere-se à periculosidade, prevista na NR 16. Constatou-se que
grande parte dos processos não estão relacionados à periculosidade e sim à insalubridade,
tendo sido esta objeto de perícia em 35 processos (87,5%). Somente 5 processos (12,5%)
tinham perícia relacionada a análise de periculosidade. Ademais, somente 1 processo possuía
pedido de insalubridade e periculosidade de forma comcomitante.
48
3.4 RECOMENDAÇÕES
Algumas recomendações podem ser realizadas com base neste estudo. Uma delas
é sobre a importância das partes e seus procuradores em contratarem um profissional
especializado na área de segurança do trabalho para que estes possam dar o suporte técnico
necessário visando a defender o interesse das partes envolvidas.
Isto porque os litigantes contam com seus procuradores para que estes possam
representar seus interesses da maneira mais adequada perante o judiciário. Ocorre que, os
procuradores detêm o conhecimento jurídico necessário mas não possuem o conhecimento
técnico da área de segurança do trabalho, uma vez que este é alheio à sua formação jurídica.
Assim, por desconhecerem o tema com a profundidade necessária para discutirem
aspectos relativos à segurança do trabalho, deixam de fazê-lo de forma adequada, o que
ocasiona uma lacuna com relação à perícia judicial de insalubridade e periculosidade e
assuntos dela decorrentes.
Desta forma, com a contratação de um profissional especializado em segurança do
trabalho o embasamento passará a ser não só jurídico, mas principalmente técnico, o que
contribui para defender o interesse das partes litigantes bem como melhorar a qualidade dos
atos relativos as perícias judiciais e elaboração da documentação pertinente.
No que tange aos atos relativos as perícias de insalubridade e periculosidade e
elaboração da documentação pertinente, isso vai ao encontro da segunda recomendação, pois
uma vez contratado o responsável técnico pelas partes, este poderá acompanhar a perícia
judicial, apresentar quesitos suplementares com viès técnico ao perito do juízo, bem como
elaborar parecer técnico que servirá como base para realizar uma impugnação pericial, caso
seja necessário.
49
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como objetivo principal verificar a forma como são
elaboradas as impugnações de laudos periciais de insalubridade e periculosidade realizados
pelos peritos oficiais na Justiça do Trabalho.
Para efetuar esta análise foram escolhidos 40 processos provenientes do TRT da
12ª região, nas unidades judiciárias de Florianópolis e São José. Os processos selecionados
possuíam perícia de insalubridade e periculosidade designada, já realizada e com laudo
pericial apresentado nos autos do processo analisado.
Dentre os processos estudados, verificou-se que em 95% dos casos foram
apresentadas impugnações periciais. Entretanto, embora a grande parte dos processos tenha
sido apresentada manifestação ao laudo pericial, quando pesquisados qual a formação do
profissional que participou na elaboração do referido documento, confirmou-se um fato já
presenciado na prática.
Desta forma, observou-se que no caso dos autores/reclamantes não houve
participação de nenhum profissional da área de segurança do trabalho, com formação técnica
que o habilite para a realização de pareceres técnicos, como o profissional de engenharia de
segurança do trabalho. Já no caso nos réus/reclamados, somente uma pequena parcela,
correspondente a 12,5% dos processos contavam com um profissional da área de segurança
do trabalho.
Assim, foi possível verificar com a execução deste estudo a ocorrência de dois
fatores que encontram-se interligados. Por um lado a baixa participação dos profissionais
ligados à area de segurança do trabalho nas perícias de insalubridade e periculosidade bem
como atos e documentos dela decorrentes, como acompanhamento de perícia, formulação de
quesitos e elaboração de parecer técnico para embasar a impugnação.
O outro fator que vêm a ser uma decorrência da baixa participação destes
profissionais é a baixa qualidade das impugnações periciais concernentes aos seus aspectos
técnicos, que não são abordados da forma adequada e sim de maneira superficial quando
realizada pelos procuradores das partes, tendo em vista a formação jurídica deste profissional.
Através dos resultados obtidos neste estudo, embora a amostragem não possa ser
considerada como representativa quando comparamos a relação dos processos analisados com
a quantidade de processos existentes na justiça do trabalho, consideramos que esta parcela
analisada é um indicativo, uma vez que vai ao encontro daquilo que é presenciado no dia a dia
da atividade jurídica.
50
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, André Luiz Paes de. Direito do Trabalho. Material, Processual e Legislação
especial. 15ª ed. São Paulo: Rideel, 2014.
BRASIL. Decreto lei 5.452 de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do
Trabalho. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>
Acesso em 05 de janeiro de 2017.
BRASIL. Lei 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm> Acesso em
05/01/2017.
CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37ª ed. São
Paulo: Atlas, 2012.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 5ª ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. 38ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
______, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 32ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
52
NASCIMENTO. Amauri Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho. 27ª ed. São
Paulo: Atlas, 2012.
______, Amauri Mascaro. Direito Contemporâneo do Trabalho. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2011.
PEREIRA, Leone. Manual de Processo do Trabalho. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ROSSETE, Celso Augusto. Segurança e Higiene do Trabalho. 1ª ed. São Paulo: Pearson,
2014.
ANEXOS
54
MINISTÉRIO DO TRABALHO
SECRETARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO
DIVISÃO/SEÇÃO DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
(FORMULÁRIO 8)
1 – IDENTIFICAÇÃO
4 - ANÁLISE QUALITATIVA
4.1 - da função do trabalhador
4.2 - das etapas do processo operacional
4.3 - dos possíveis riscos ocupacionais
4.4 - do tempo de exposição ao risco
5 - ANÁLISE QUANTITATIVA
6 - CONCLUSÃO
6.1 - fundamento científico
6.2 - fundamento legal
Quesitos Insalubridade
Impugnação Profissional (ADV / Periculosidade Recebia
Processo n. Perito Cidade suplementares tipo agente Fase processo Ramo Atividade
EST / TST / MT) adicional?
(sim / não) (sim / não) (AF / AQ / AB) (sim / não)
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P1 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV / MT Não AB Não Sim Aguard. Aud. Instr. Hospitalar
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P1 Fpolis Sim A: ADV - R: MT Não AB Não Não Recurso Alimentação
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P1 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV Não AQ Não Não Aguard. Aud. Instr. Comércio Argamassas
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P1 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV / EST Não AB Não Não Aguard. Aud. Instr. Serviços limpeza
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P1 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV Não AB Não Sim Aguard. Aud. Instr. Supermercado
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P2 São José Sim A: ADV - R: ADV Sim AF e AQ Não Não Conciliação Indústria aço
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P2 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV Não --- Sim Não Sentença Transportes aéreos
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P2 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV Não AF Não Não Arquivado Alimentação
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P2 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV Não AQ Não Não Recurso Alimentação
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P2 Fpolis Sim A: ADV - R: ADV Não AB Não Não Arquivado Hospitalar
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P3 São José Não --- Não AB Não Não Recurso Transporte de cargas
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P3 São José Sim A: ADV / R: ADV Não --- Sim Não Aguard. Aud. Instr. Posto Combustível
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P3 São José Sim A: ADV / R: ADV Não AQ Não Não Aguard. Sentença Comércio Mat. Constr.
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P3 São José Sim A: ADV / R: ADV Não AB Não Não Sentença Serviços limpeza
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P3 São José Sim A: ADV / R: ADV Não AF Não Não Arquivado Supermercado
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P4 São José Sim A: ADV / R: ADV Não AF Não Não Aguard. Aud. Instr. Transporte coletivo
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P4 Fpolis Sim A: ADV Não AQ Não Não Recurso Alimentação
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P4 São José Sim R: ADV Sim AB Não Não Arquivado Shopping
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P4 São José Sim R: ADV Não --- Sim Não Recurso Telecomunicações
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P4 Fpolis Sim R: ADV Não AQ Não Não Recurso Construtora galpões
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P5 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Sim AB e AQ Não Sim Recurso Hotelaria
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P5 São José Sim R: ADV / EST Sim AQ Não Não Conciliação Comércio Acessórios
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P5 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Não AQ Não Não Conciliação Alimentação
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P5 São José Sim R: ADV / TST Sim AQ Não Não Conciliação Terc. mão de obra
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P5 São José Sim A: ADV / R: ADV Não AQ Não Não Recurso Mecânica
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P6 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Não AB e AQ Não Não Recurso Serviços limpeza
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P6 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Sim AF e AQ Sim Não Recurso Transporte Coletivo
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P6 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Não AQ Não Não Conciliação Serviços limpeza
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P6 Fpolis Sim R: ADV Não AB Não Não Recurso Prestação serviços
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P6 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Sim AB e AQ Não Não Recurso Empreed. Imobil.
XXXXXXX-XX.2016.5.12.XXXX P7 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Não AF, AQ e AB Não Não Conciliação Supermercado
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P7 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Não AQ Não Não Recurso Serviços Pintura
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P7 Fpolis Sim R: ADV Não --- Sim Não Sentença Telecomunicações
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P7 Fpolis Sim A: ADV / R: ADV Não AF, AQ e AB Não Não Sentença Alimentação
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P7 Fpolis Sim A: ADV Sim AQ e AB Não Sim Recurso Cond. Residencial
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P8 São José Sim R: ADV Não AQ e AB Não Não Arquivado Posto Combustível
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P8 São José Sim A: ADV / R: ADV Não AF e AB Não Não Arquivado Agroindústria
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P8 São José Não --- Não AF e AQ Não Não Arquivado Comércio Automóveis
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P8 São José Sim A: ADV Sim AF Não Não Arquivado Alimentação
XXXXXXX-XX.2015.5.12.XXXX P8 São José Sim R: ADV Não AQ Não Não Conciliação Engenharia