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Segurança e Saúde

dos Trabalhadores
na CLT para AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
grancursosonline.com.br

CÓDIGO:
672023134

TIPO DE MATERIAL:
E-book

TÍTULO:
Segurança e Saúde dos Trabalhadores na CLT para AFT

PROFESSORA:
Maria Rafaela de Castro

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
7/2023
SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES NA CLT PARA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Sumário
PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE E ASSUNTOS TURBINADOS PARA A PROVA

DE DIREITO DO TRABALHO AFT 2023............................................................................4

APRESENTAÇÃO.............................................................................................................4

1. DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO: DAS ATIVIDADES INSALUBRES


E PERIGOSAS E DOS ADICIONAIS..............................................................................5

1.1 Atividades insalubres e adicional de insalubridade............................................6

1.2 Atividades perigosas e adicional de periculosidade...........................................7

1.3 Cumulatividade ou não de adicionais de periculosidade e de insalubridade.......9

1.4 O adicional de periculosidade pela NR 16............................................................11

1.5 Natureza de salário-condição................................................................................14

1.6 A CLT tratando dos adicionais...............................................................................15

2. DA PERÍCIA TÉCNICA NO JUDICIÁRIO...................................................................18

3. CIPA................................................................................................................................24

4. GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO DO CIPEIRO..........................................29

5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.........................................................33

6. RESUMO........................................................................................................................36

7. JURISPRUDÊNCIA UTILIZADA NO CASO...............................................................38

8. LEGISLAÇÃO UTILIZADA NO CASO........................................................................39

9. MAPAS MENTAIS PARA TURBINAR OS ESTUDOS...............................................42

10. QUESTÕES INÉDITAS PARA VOCÊ SENTIR MELHOR OS ASSUNTOS...........48

11. ÍNTEGRA DA NR 5......................................................................................................51

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................62

13. GABARITO..................................................................................................................63

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SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES NA CLT PARA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

PERICULOSIDADE, INSALUBRIDADE E ASSUNTOS TURBINADOS


PARA A PROVA DE DIREITO DO TRABALHO AFT 2023

APRESENTAÇÃO

Olá, futuro (a) auditor (a)!


Tudo bem? Estudando firme e forte? Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela
de Castro. Atualmente sou Juíza do Trabalho Substituta no TRT da 7ª Região, doutoranda em
Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto, em Portugal, professora de prepara-
tórios e faculdades aqui no Ceará, a Terra do Sol, e faço parte do Time do GRAN CURSOS.
Registro que estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para você atingir o
sucesso na carreira que sonha. Eu já fui Juíza no TRT 14, promotora de justiça do Estado de
Rondônia, analista judiciária, professora universitária concursada etc. Em suma, essa apre-
sentação foi para te dizer que fui “concurseira raiz”, e que é possível (SIM) passar em concurso.
O mais importante da minha apresentação é te dizer que eu entendo sua dor e pressa
para ser aprovado em concurso. Também entendo que você quer o máximo de informações
de forma objetiva e clara, sem rodeios, e que quer gabaritar a prova, bem como entender as
nuances da legislação. Você veio ao lugar certo. Eu fiz exatamente o material que eu gostaria
que meus professores tivessem feito quando estava me preparando para as provas.
Eu e toda a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias e exer-
cícios, respondendo a questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que
você surpreenda a banca examinadora, e não o contrário.
Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar à posse.
No fim do nosso material, existe toda a jurisprudência atualizada sobre o tema, exata-
mente para que você esteja apto para as provas. Não basta saber a legislação. Para o seu
tipo de prova, o conhecimento jurisprudencial é essencial!
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor, material obri-
gatório! Então, pegue a sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca
texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e ficar ligado no curso GRAN.
Vamos começar?

Maria Rafaela

Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal.


Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua-
ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª
Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios
para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do
MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal
de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros
concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados. @mrafaela_castro | @juizamariarafaela

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Professora: Maria Rafaela de Castro

1. DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO: DAS ATIVIDADES


INSALUBRES E PERIGOSAS E DOS ADICIONAIS

Para fins de concurso, dois adicionais se mostram recorrentes em nossas provas: adicio-
nal de insalubridade e de periculosidade, que possuem fatos geradores, bases de cálculo e
percentuais diferentes.

DICA! Essas diferenças são comumente confundidas pelas bancas nas questões.

Adicional de periculosidade Adicional de insalubridade

Risco de morte. Risco à saúde e à integridade física.


30% do salário básico. 10, 20 ou 40% sobre o salário-mínimo.
Situações expostas na lei, como, por exemplo, Situações como profissionais de saúde,
vigilantes, uso de motos para atividades externas por exemplo.
e desempenho de suas atividades, trabalho em Obs.: o TST admite bases de cálculo mais
posto de gasolina etc. vantajosas ao trabalhador.
Uma observação importante é sobre os Exponham dos empregados a agentes
eletricitários. nocivos à saúde.
É salário condição e gera reflexos em verbas É salário condição e gera reflexos em verbas
rescisórias e recolhimentos de FGTS. rescisórias e recolhimentos de FGTS.

Veja o destaque do TST sobre a base de cálculo do adicional de periculosidade aos ele-
tricitários: o cálculo do adicional de periculosidade devido aos eletricitários, conforme a pre-
visão da Lei n. 7.369/1985, incide sobre os salários e todas as parcelas de natureza salarial,
tais como o adicional por tempo de serviço e a dupla função, com reflexos nas férias, décimo
terceiro salário, FGTS e repouso remunerado. Esse entendimento sobre a base de cálculo
do adicional de periculosidade foi firmado pela Subseção de Dissídios Individuais 1 (SDI 1)
do Tribunal Superior do Trabalho. Durante o exame da questão na SDI 1, o ministro do TST,
Luciano de Castilho, e os demais integrantes do órgão defenderam o entendimento adotado
pela Terceira Turma do Tribunal em relação à base de cálculo do adicional de periculosidade
para os eletricitários. Na base de cálculo, devem ser incluídas todas aquelas parcelas de
natureza salarial, sem as exclusões previstas no § 1º do art. 193 da CLT.

O PULO DO GATO
O cálculo do adicional de periculosidade devido aos eletricitários, conforme a previsão da
Lei n. 7.369/1985, incide sobre os salários e todas as parcelas de natureza salarial, tais
como o adicional por tempo de serviço e a dupla função, com reflexos nas férias, décimo
terceiro salário, FGTS e repouso remunerado. Esse entendimento sobre a base de cálculo
do adicional de periculosidade foi firmado pela Subseção de Dissídios Individuais 1 (SDI 1)
do Tribunal Superior do Trabalho.

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1.1 Atividades insalubres e adicional de insalubridade

Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos.

DICA! A insalubridade se refere à saúde e à integridade física do trabalhador. Por


sua vez, atividades perigosas são aquelas que põem em risco a vida do obreiro.

Diante disso, como veremos, a insalubridade possui graus de progressão que influen-
ciam no aspecto remuneratório.
A periculosidade, em contrapartida, não tem fundamento fático e jurídico para progres-
são, pois o direito ao atingimento da vida é único (morre-se ou não, por exemplo) e, assim,
seu percentual é fixo.
O Ministério do Trabalho (ou quem lhe fizer as vezes, no caso de extinção ou reno-
meação do Ministério) aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e adotará
normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos
agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a
esses agentes.
Dessa feita, a incumbência é DO PODER EXECUTIVO. Mas nada impede que o LEGIS-
LATIVO possa acrescentar profissões que tenham direito ao adicional, seja de insalubridade
e de periculosidade.
A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites
de tolerância;
II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador que dimi-
nuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.

DICA! Os dois aspectos acima são cobrados com frequência pelas bancas.

O PULO DO GATO
O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só por
essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional (SÚMULA 47 DO TST –
QUE DESPENCA EM PROVAS).

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O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabe-


lecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional, respectivamente, de
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da
região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
A matéria é melhor tratada pela NR 32, que versa sobre SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE.
Cuidado com essa base de cálculo da insalubridade: salário-mínimo. Isso ocorre porque
é decisão atual do STF.
Porém, aqui cabe uma observação interessante e recente do TST: embora o Supremo
Tribunal Federal tenha estabelecido que a base de cálculo para o adicional de insalubridade
é o salário-mínimo, pode haver exceções a essa regra, como, por exemplo, nos casos em
que o adicional é, desde o início da relação trabalhista, calculado tendo o salário-base como
parâmetro.
Regra: na ausência de lei que regule a base de cálculo da parcela, o parâmetro de apu-
ração continua sendo o salário-mínimo, na forma do artigo 192 da CLT.
Exceção: para o TST, os casos em que o adicional é, desde o início da relação traba-
lhista, calculado tendo o salário-base como parâmetro.
Exemplo: Daniel laborava em empresa e recebia adicional de insalubridade de 10% desde
o começo do pacto laboral, tendo como base de cálculo o salário contratual fixado em ACT.
A empresa, abruptamente, suspendeu o pagamento, e Daniel ajuíza demanda contra seu
empregador. Nesse caso, a base de cálculo do adicional de insalubridade será o salário-mí-
nimo, conforme entendimento consolidado do TST. A assertiva se mostra FALSA, tendo em
vista que, apesar de o Supremo Tribunal Federal ter estabelecido que a base de cálculo para
o adicional de insalubridade é o salário-mínimo, pode haver exceções a essa regra, como,
por exemplo, nos casos em que o adicional é, desde o início da relação trabalhista, calculado
tendo o salário-base como parâmetro.
A justificativa, segundo o TST, é de que a alteração da base de cálculo viola o disposto
no artigo 468 da CLT, que veda a alteração contratual lesiva, tendo em vista que a condição
anterior, mais favorável à trabalhadora, decorrente de liberalidade da empregadora, aderiu
ao seu contrato de trabalho. Guarde isso no seu coração!

1.2 Atividades perigosas e adicional de periculosidade

Neste último caso, temos as atualizações legislativas na CLT, que se referiram a conce-
der o adicional para os trabalhadores que utilizam motos em seu labor e, ainda, os vigilan-
tes armados.
As atividades ou operações que impliquem exposição dos profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física são consideradas
perigosas.

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São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores


que atendam a uma das seguintes condições:
a) Empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança pri-
vada ou que integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registradas e
autorizadas pelo Ministério da Justiça, conforme a Lei n. 7.102/1983 e suas alterações
b) Empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em insta-
lações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos,
contratados diretamente pela administração pública direta ou as atividades ou operações que
exponham os empregados a roubos ou outras espécies de violência física, desde que aten-
dida uma das condições do item 2, são as constantes do quadro abaixo:

ATIVIDADES OU OPERAÇÕES DESCRIÇÃO

Segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação


do patrimônio em estabelecimentos públicos ou
privados e da incolumidade física de pessoas.

Segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços


públicos ou privados, de uso comum do povo.

Vigilância patrimonial Segurança patrimonial e/ou pessoal


nos transportes coletivos e em suas
Segurança de eventos respectivas instalações.

Segurança nos transportes coletivos Segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de


conservação de fauna, flora natural
Segurança ambiental e florestal e de reflorestamento.

Transporte de valores Segurança na execução do serviço de transporte


de valores.
Escolta armada
Segurança no acompanhamento de qualquer
Segurança pessoal tipo de carga ou de valores.

Supervisão/fiscalização Operacional Acompanhamento e proteção da integridade física


de pessoas ou de grupos.
Telemonitoramento/telecontrole
Supervisão e/ou fiscalização direta dos locais
de trabalho para acompanhamento e orientação
dos vigilantes.

Execução de controle e/ou monitoramento de


locais, através de sistemas eletrônicos
de segurança.

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São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação apro-


vada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
I – Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II – Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segu-
rança pessoal ou patrimonial.
Verifique a atualização legislativa prevista na CLT nos seguintes aspectos: o trabalho em
condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento)
sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações
nos lucros da empresa.
Uma observação importante: para a Quinta Turma do TST, é devido o pagamento do adi-
cional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades em edifício (cons-
trução vertical) onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável em
quantidade acima do limite legal. Isso seja em pavimento igual ou diferente de onde está o
trabalhador (processo RR-1000283-50.2018.5.02.0048). Ainda, nesse julgado, considera-se
como área de risco toda a área interna da construção vertical.

1.3 Cumulatividade ou não de adicionais de periculosidade e de insalubridade

O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que, porventura, lhe seja devido.
Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventual-
mente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.
TST: não admite a cumulatividade do recebimento de adicionais de insalubridade e peri-
culosidade.
A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Tra-
balho decidiu que não é possível o recebimento cumulativo dos adicionais de insalubridade e
de periculosidade, ainda que decorrentes de fatos geradores distintos e autônomos.
A decisão, por maioria, foi proferida no julgamento de incidente de recurso repetitivo, e a
tese jurídica fixada será aplicada a todos os casos semelhantes.
Vejamos os trechos no IRR-239-55.2011.5.02.0319:

Prevaleceu, no julgamento, o voto do ministro Alberto Bresciani. De acordo com a tese


jurídica fixada, o artigo 193, parágrafo 2º, da CLT foi recepcionado pela Constituição da
República e veda a cumulação dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, ain-
da que decorrentes de fatos geradores distintos e autônomos.
A corrente do relator, ministro Vieira de Mello, ficou vencida. Segundo seu voto, o dis-
positivo da CLT estaria superado pelos incisos XXII e XXIII do artigo 7º da Constituição
da República, que tratam da redução dos riscos inerentes ao trabalho e do adicional de
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas. Ainda de acordo com
o ministro, a vedação à cumulação contraria a Convenção 155 da Organização Interna-
cional do Trabalho (OIT), relativa à segurança e à saúde dos trabalhadores.

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Assim, o trabalhador precisa fazer a opção entre aquilo que for mais vantajoso, consi-
derando as bases de cálculo. Óbvio que, se o obreiro faz jus aos dois adicionais, e, se por
algum motivo, fez a opção e deixou de existir o fato gerador daquele, pode receber o outro.
Veja o exemplo: Daniel é vigilante de um laboratório que precisa adentrar frequente-
mente nas dependências de um determinado setor, e é inevitável ter contato com agentes
insalubres. Sendo assim, Daniel, em tese, deveria receber cumulativamente os adicionais
de periculosidade e de insalubridade, mas não é bem assim que o TST decidiu. Para o TST,
conforme visto, ele precisa escolher. Vamos supor que Daniel optou, na ocasião, pelo adicio-
nal de insalubridade. Meses depois, Daniel não precisou mais adentrar ao específico setor,
perdendo a insalubridade. Assim, como ele é ainda vigilante, subsiste seu direito a receber a
periculosidade.

O PULO DO GATO
TST reafirma a impossibilidade de cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosi-
dade. A 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que os adicionais de in-
salubridade e de periculosidade não são cumuláveis, reafirmando a jurisprudência pacífica
da Corte (RR-11734-22.2014.5.03.0042, DEJT 21/05/2021).

O PULO DO GATO
Embora o Supremo Tribunal Federal tenha estabelecido que a base de cálculo para o adi-
cional de insalubridade é o salário-mínimo, pode haver exceções a essa regra, como, por
exemplo, nos casos em que o adicional é, desde o início da relação trabalhista, calculado
tendo o salário-base como parâmetro.

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1.4 O adicional de periculosidade pela NR 16

Fique atento(a) também ao teor da NR 16. Nela se estipula que o exercício de trabalho
em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30%
(trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participação nos lucros da empresa.
Nos termos do Anexo 2 da NR 16, temos o seguinte: são consideradas atividades ou opera-
ções perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações,
bem como aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas:

Atividades Adicional de 30%

a. Na produção, no transporte, no processamento e no Na produção, transporte, processamento e


armazenamento de gás liquefeito. armazenamento de gás liquefeito.
b. No transporte e na armazenagem de inflamáveis
Todos os trabalhadores da área de
líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhames vazios não
operação.
desgaseificados ou decantados.
Todos os trabalhadores nessas atividades
c. Nos postos de reabastecimento de aeronaves.
ou que operam na área de risco.
d. Nos locais de carregamento de navios-tanques, vagões-
Todos os trabalhadores nessas atividades
tanques e caminhões-tanques e enchimento de vasilhames,
ou que operam na área de risco
com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos.
e. Nos locais de descarga de navios-tanques, vagões-
tanques e caminhões-tanques com inflamáveis líquidos Todos os trabalhadores nessas atividades
ou gasosos liquefeitos ou de vasilhames vazios não ou que operam na área de risco.
desgaseificados ou decantados.
f. Nos serviços de operações e manutenção de navios-
tanque, vagões-tanques, caminhões-tanques, bombas e Todos os trabalhadores nessas atividades
vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, ou que operam na área de risco.
ou vazios não desgastados ou decantados.

g. Nas operações de desgaseificação, decantação e reparos Todos os trabalhadores nessas atividades


de vasilhames não desgaseificados ou decantados. ou que operam na área de risco.

h. Nas operações de testes de aparelhos de consumo do Todos os trabalhadores nessas atividades


gás e seus equipamentos. ou que operam na área de risco.
I. No transporte de inflamáveis líquidos e gasosos
Motorista e ajudantes
liquefeitos em caminhão-tanque. Motorista e ajudantes.
j. No transporte de vasilhames (em caminhão de carga),
contendo inflamável líquido, em quantidade total igual ou
superior a 200 litros, quando não observado o disposto nos Motorista e ajudantes
subitens 4.1 e 4.2 deste Anexo (Alterado pela Portaria MTE
n. 545, de 10 de julho de 2000).
l. No transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão
de carga), contendo inflamável gasosos e líquidos, em Motorista e ajudantes.
quantidade total igual ou superior a 135 quilos.
m. Nas operações em postos de serviço e bombas de Operador de bomba e trabalhadores que
abastecimento de líquidos inflamáveis. operam na área de risco.

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Não caracterizam periculosidade, para fins de percepção de adicional:


O manuseio, a armazenagem e o transporte de líquidos inflamáveis em embalagens cer-
tificadas, simples, compostas ou combinadas, desde que obedecidos os limites consignados,
independentemente do número total de embalagens manuseadas, armazenadas ou trans-
portadas, sempre que obedecidas as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, a Norma NBR 11.564/1991 e a legislação sobre produtos perigosos
relativa aos meios de transporte utilizados; o manuseio, a armazenagem e o transporte de
recipientes de até cinco litros, lacrados na fabricação, contendo líquidos inflamáveis, inde-
pendentemente do número total de recipientes manuseados, armazenados ou transportados,
sempre que obedecidas as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Tra-
balho e Emprego e a legislação sobre produtos perigosos relativa aos meios de transporte
utilizados.
O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.
É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculo-
sidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segu-
rança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT.
O disposto acima não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho nem a
realização ex-officio da perícia. São também consideradas perigosas as atividades de traba-
lhador em motocicleta.
Pela NR 16, as atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no deslo-
camento de trabalhador em vias públicas são consideradas perigosas.
Não são consideradas perigosas, para efeito do anexo desta NR:

a) A utilização de motocicleta ou motoneta exclusivamente no percurso da residência


para o local de trabalho ou deste para aquela;
b) As atividades em veículos que não necessitem de emplacamento ou que não exijam
carteira nacional de habilitação para conduzi-los;
c) As atividades em motocicleta ou motoneta em locais;
d) As atividades com uso de motocicleta ou motoneta de forma eventual, assim conside-
rado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente.

Por exemplo, a Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou uma empresa
ao pagamento de adicional de periculosidade a um montador que utilizava motocicleta como
meio de transporte para realizar as suas tarefas nas residências dos clientes.
O colegiado proveu recurso do trabalhador sob o fundamento de que a atividade é con-
siderada perigosa (exemplo nesse sentido de processo julgado em 2022: RR-1000141-
76.2018.5.02.0232).

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Assim, nos termos do parágrafo 4º do artigo 193 da CLT, com a redação dada pela Lei
n. 12.997/2014, “são também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em
motocicleta”.
Por sua vez, a do Ministério do Trabalho e Previdência, editada 14/10/2014), aprovou o
anexo 5 da Norma Regulamentadora 16 (atividades perigosas em motocicleta).
Por força da portaria, o TST já firmou entendimento de que é devido o adicional de peri-
culosidade aos empregados que fazem uso de motocicleta, por se tratar de atividade reco-
nhecidamente perigosa.
A jurisprudência avançou também para considerar devida a parcela aos montadores de
móveis que se utilizam de motos para deslocamentos.

Dica! Sugere-se a leitura da Portaria n. 1565/2014 e da NR 16. A suspensão dessa


portaria foi somente para alguns segmentos por força de decisão judicial.

Dica! Para ter sucesso em concursos da área trabalhista, principalmente AFT, é


muito importante conhecer o teor das instruções normativas, pois são muito cobra-
das em provas.

Cuidado! A Portaria n. 1.565, de 13 de outubro de 2014, está suspensa, atendendo à


determinação judicial proferida nos autos do processo n. 0078075-82.2014.4.01.3400, que
tramita na 20ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal - Tribunal Regional Fede-
ral da Primeira Região, mas somente no tocante ao segmento de bebidas.
Guarde no seu coração, os efeitos da Portaria n. 1.565/2014 do extinto ministério (atual
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho) foram judicialmente suspensos em 2015 para
diversas entidades de classe, entre elas a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribui-
dores de Produtos Industrializados (Abad), à qual era filiada.
E os vigilantes também (aqueles que laboram com armas) possuem direito ao adicional
de periculosidade, bem com os frentistas de postos de combustíveis.
O artigo 193 da CLT, alterado pela Lei n. 12.740/2012, dispõe que as atividades de segu-
rança pessoal ou patrimonial são consideradas perigosas na forma da regulamentação apro-
vada pelo Ministério do Trabalho.
Por sua vez, o anexo 3 da Portaria n. 1.885/2013 do Ministério enquadra nessa condição
os empregados que exercem a atividade em instalações metroviárias, ferroviárias, portuá-
rias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos.
O anexo 3 da Portaria em estudo mencionada descreve, entre as “atividades ou opera-
ções”, a “segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio em estabeleci-
mentos públicos ou privados e da incolumidade física de pessoas”, sem nenhuma exigência
do uso de arma.

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SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES NA CLT PARA AFT
Professora: Maria Rafaela de Castro

Muito cuidado! Existe tese firmada pelo no TST no julgamento de incidente de recurso
repetitivo (IRR-1001796-60.2014.5.02.0382) que reconheceu o direito ao adicional de peri-
culosidade a um agente socioeducativo que não portava arma. Há também uma tese do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, no âmbito previdenciário, permite o reconhecimento
da atividade de vigilante, com ou sem o uso de arma de fogo, desde que haja a comprovação
da efetiva nocividade da atividade.

Dica! Pela NR 16, não são consideradas perigosas as atividades desenvolvidas


em áreas que utilizam equipamentos móveis de Raios X para diagnóstico médico.
Áreas tais como emergências, centro de tratamento intensivo, sala de recuperação
e leitos de internação não são classificadas como salas de irradiação em razão do
uso do equipamento móvel de Raios X.

O PULO DO GATO
Existe tese firmada pelo no TST no julgamento de incidente de recurso repetitivo (IRR-
1001796-60.2014.5.02.0382) que reconheceu o direito ao adicional de periculosidade a um
agente socioeducativo que não portava arma.

1.5 Natureza de salário-condição

O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com


a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos das normas expedidas
pelo Ministério do Trabalho. Lembre-se de que é UM SALÁRIO-CONDIÇÃO.
Isso significa que, se os fatos geradores forem suprimidos, não é gerado direito adquirido
ao recebimento da vida inteira profissional, nem o empregador, portanto, tem a incumbên-
cia de pagar.
Exemplo: Daniel passou 05 anos recebendo adicional de periculosidade, porque fazia
uso de motos para desempenho de suas atividades laborais para determinado empregador.
Durante todo esse tempo, ele recebeu 30% do seu salário base com reflexos corretos em
todas as verbas salariais, inclusive estava registrado no seu PPP e, ainda, nos recolhimentos
do FGTS. Certo dia, Daniel foi retirado do setor externo, sendo transferido para a área interna
e, assim, perdeu seu adicional de periculosidade, pois não havia mais necessidade do uso
de motos da empresa. Nesse azo, ele perde a periculosidade, pois não há elementos para
continuar recebendo. Mesmo que isso diminua seu salário real, o seu salário contratual fica
irredutível, pois o adicional de periculosidade é salário-condição.
Isso é um aspecto muito importante, haja vista que, em tese, não há direito adquirido ao
recebimento perpétuo de adicionais que se revestem em salário.

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Como o próprio nome diz, só haverá recebimento de valores se o trabalhador estiver em


ambiente insalubre ou perigoso. O que não pode diminuir, de forma injustificada, é seu salário
contratual.

1.6 A CLT tratando dos adicionais

A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as


normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Traba-
lho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas reque-
rerem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste,
com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
Aliás, aqui é a perícia realizada no âmbito administrativo. Não confunda com a perícia, do
nosso próximo capítulo, usada no processo judicial (quando há processo instaurado).
Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de
trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição,
as recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a
padronização internacional.

O PULO DO GATO
Fique atento(a) a esta súmula que despenca em provas: Súmula n. 448 do TST – ATIVIDADE
INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NANORMAREGULAMENTADORAN. 15 DA
PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO N. 3.214/1978. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.
I – Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que
o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classifica-
ção da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação,
e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios,
enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto
no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE n. 3.214/1978 quanto à coleta e industrialização
de lixo urbano.

O PULO DO GATO
Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou
que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o
contato ocorre de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual,
dá-se por tempo extremamente reduzido.

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O PULO DO GATO
A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas, considera-
do agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de
insalubridade.

Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina


do trabalho:
I – Estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos;
II – Coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclu-
sive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;
III – Conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina
do trabalho.

Cabe às empresas:
I – Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II – Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar
no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III – Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV – Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Cabe aos empregados:


I – Observar as normas de segurança e medicina do trabalho;
II – Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos.

Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:


a) À observância das instruções expedidas pelo empregador;
b) Ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.
Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação
das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança
e medicina do trabalho. Até mesmo para verificação de condições insalubres e perigosas.
Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações,
inclusive em equipamentos, em que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à
Delegacia Regional do Trabalho.
É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Traba-
lho, dos projetos de construção e respectivas instalações.

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O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que


demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor
de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com
a brevidade que a ocorrência exigir. As providências que deverão ser adotadas para preven-
ção de infortúnios de trabalho.
As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas deter-
minadas pelo Delegado Regional do Trabalho.
A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia
Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.
Da decisão do Delegado Regional do Trabalho, poderão os interessados recorrer, no
prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segu-
rança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determi-
nada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou
de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de
obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
O Delegado Regional do Trabalho, independentemente de recurso, e após laudo técnico
do serviço competente, poderá levantar a interdição.
Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os empre-
gados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

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2. DA PERÍCIA TÉCNICA NO JUDICIÁRIO

Perícia é prova técnica. Estamos tratando aqui daquela que é determinada pelo Juiz do
trabalho em processo com tramitação em uma das Varas trabalhistas.
Quando já existe previsão legal para o pagamento de insalubridade e periculosidade, é
desnecessária a sua produção técnica.
É o caso, por exemplo, dos processos que envolvem os vigilantes ou trabalhadores que
utilizam moto para deslocamento e realização do trabalho.
Exemplo: Daniel é vigilante armado de uma construtora, mas nunca recebeu adicional
de periculosidade. Com base nisso, ajuíza demanda contra sua empregadora na saída do
estabelecimento. E, assim, o juiz não deve designar prova pericial para apurar a condição de
periculosidade. Isso porque a condição de vigilante já gera esse direito a Daniel. Logo, não
há o porquê da realização de prova pericial. Nesse azo, se a construtora ou o advogado de
Daniel requererem, deve o juiz indeferir, pois a lei já traz essa previsão.

Com isso, atente-se:


1) No processo do trabalho, os casos envolvendo adicional de insalubridade ou de peri-
culosidade nem sempre demandam a realização de perícia;
2) A depender do caso, no processo do trabalho, o juiz pode indeferir a realização da
prova nas hipóteses de a prova do fato independer do conhecimento especial do técnico,
sendo desnecessária em vista de outras provas produzidas etc.
Dica! Perito é nomeação do juiz entre aqueles profissionais cadastrados. Porém, isso não
impede que as partes paguem e contratem assistentes técnicos. Quem contratar seu assis-
tente fica responsável pelo pagamento respectivo dos honorários. O pagamento dos honorá-
rios de perito ocorre em formato diferenciado previsto em lei que já enfrentaremos.
É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico.
O juiz trabalhista, titular ou substituto, poderá arguir os peritos compromissados ou os téc-
nicos, e rubricará, para ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem apresentado.
Dica! Não existem mais Juntas de Conciliação e Julgamento na Justiça do Trabalho!
Onde se lê na CLT junta, deve-se entender Vara do Trabalho e onde se lê presidente, deve-
-se ler juiz do trabalho.
A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
O juiz indeferirá a perícia quando:
I – A prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II – For desnecessária, em vista de outras provas produzidas;
III – A verificação for impraticável.

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Ou seja, foi aquilo que vimos no exemplo acima. Se já há previsão legal para pagar adi-
cional, não há motivos para o juiz determinar a produção de prova técnica.
De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à perícia, deter-
minar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido for de menor
complexidade.
No CPC de 2015, passou a ter ênfase, no assunto de prova pericial, o tema de prova
técnica simplificada.

O que é PROVA TÉCNICA SIMPLIFICADA?


A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista, pelo juiz,
sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento científico ou técnico.
Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na
área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de trans-
missão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos controvertidos da causa.
O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para
a entrega do laudo.
Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de
nomeação do perito:
I – Arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II – Indicar assistente técnico;
III – Apresentar quesitos.
Quando tiver de realizar por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indica-
ção de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente
de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, e não estão
sujeitos a impedimento ou suspeição.
ALERTA: EXISTEM CAUSAS DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DE PERITO, MAS
NÃO EXISTEM CAUSAS PARA OS ASSISTENTES TÉCNICOS.
O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das
diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição.
O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, nomeará novo perito.
O perito pode ser substituído quando:
I – Faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II – Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.

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O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo


trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial pelo prazo
de 5 (cinco) anos.
As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que poderão
ser respondidos pelo perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento.

O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos quesitos aos autos.
Incumbe ao juiz:
I – Indeferir quesitos impertinentes;
II – Formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa.

As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requeri-


mento, desde que:
I – Sejam plenamente capazes;
II – A causa possa ser resolvida por autocomposição.
As partes, ao escolherem o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para
acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados.
O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres
em prazo fixado pelo juiz.
A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito
nomeado pelo juiz. Ocorre que, na prática trabalhista, isso não é comum. Geralmente, o
perito é nomeado pelo juiz do trabalho.
O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação,
apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos
que considerar suficientes.

O laudo pericial deverá conter:


I – A exposição do objeto da perícia;
II – A análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III – A indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominante-
mente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou;
IV – Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo
órgão do Ministério Público do Trabalho se estiver atuando no processo seja como parte ou
como fiscal da lei.
No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e com coe-
rência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões
pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia.

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Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de


todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando docu-
mentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como
instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
As partes terão ciência da data e do local designado pelo juiz ou indicados pelo perito
para ter início a produção da prova.
Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especia-
lizado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e à parte, indicar mais de um assistente técnico.
Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz
poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias
antes da audiência de instrução e julgamento.
As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo
no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes,
em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande
intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento,
formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento ou for de
natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabe-
lecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos autos,
bem como do material sujeito a exame.
Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais deverão cum-
prir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido.
Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o perito poderá requi-
sitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas e, na falta
destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria do documento lance
em folha de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.
APRECIAÇÃO DA PERÍCIA PELO JUIZ QUE NÃO SE VINCULA AO TEOR DO LAUDO
PERICIAL: o juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371 do CPC,
indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as
conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito.
SEGUNDA PERÍCIA: O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realiza-
ção de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida.
A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira, e
destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.
A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

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O PULO DO GATO
A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de
outra. Em tese, não são as partes e advogados que escolhem o perito, mas sim o juiz. Isso
é muito importante nas provas.

Destaca-se o teor da OJ 165 do TST:

Prova pericial. Perícia. Engenheiro ou médico. Adicional de insalubridade e periculosidade.


Válido. CLT, art. 189 e CLT, art. 195. O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o mé-
dico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e pericu-
losidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado.

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2012) Caso seja apurado através de perí-
cia que os serviços prestados pelo empregado são prejudiciais à sua saúde ou integri-
dade física, mas tenha sido constatada a presença de agente insalubridade diverso do
apontado na inicial, não poderá ser reconhecido o direito à percepção do adicional para
que não ocorra ofensa à causa de pedir.

COMENTÁRIO
A questão diverge do entendimento sumulado do TST: SÚMULA N. 293 – ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA
INICIAL. A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas,
considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de
adicional de insalubridade.

DIRETO DO CONCURSO
2. (COPEVE-UVAL/ALGÁS/ANALISTA/2012) A prova pericial pode consistir em exame,
vistoria ou avaliação, cabendo ao expert elaborar laudo pericial, que conterá os dados
técnicos necessários ao esclarecimento dos fatos e à formação da convicção do juiz. No
processo do trabalho, os casos envolvendo adicional de insalubridade ou de periculosi-
dade demandam sempre a realização de perícia, não podendo o juiz indeferir a realiza-
ção da prova nem mesmo nas hipóteses da prova do fato independer do conhecimento
especial do técnico, for desnecessária em vista de outras provas produzidas, inexistindo
qualquer hipótese de verificação impraticável. Por conta disso, o Juiz fica adstrito ao
laudo pericial, somente podendo formar seu convencimento com base na prova técnica,
tratando-se de exceção ao princípio do livre convencimento ou da persuasão racional.

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COMENTÁRIO
Aplica-se o CPC ao processo do trabalho:

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.


§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I- a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II- for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III- a verificação for impraticável

Um ponto muito importante são os HONORÁRIOS PERICIAIS NA JUSTIÇA DO TRABA-


LHO, podendo ser cobrado em provas.
A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na
pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo estabe-
lecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Por sua vez, assim estabelece a Resolução CSJT n. 66/2010:

Art. 3. Em caso de concessão do benefício da justiça gratuita, o valor dos honorários pe-
riciais, observado o limite de R$ 1.000,00 (um mil reais), será fixado pelo juiz, atendidos:
I – a complexidade da matéria;
II – o grau de zelo profissional;
III – o lugar e o tempo exigidos para a prestação do serviço;
IV – as peculiaridades regionais.

O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.


ALERTA: admite-se o parcelamento dos honorários periciais.
O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias. Somente
no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capa-
zes de suportar a despesa referida, ainda que em outro processo, a União responderá pelo
encargo. Isso porque a Justiça do Trabalho é uma justiça federal especializada.

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3. CIPA

Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),


em conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimen-
tos ou locais de obra nelas especificadas.
Cuidado com algo muito importante e que pode ser explorado nas provas: a CIPA, em
2022, significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA), em con-
formidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nos estabe-
lecimentos ou nos locais de obra nelas especificadas.
O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento
das CIPAs.
Deve-se especificar como objeto de estudo deste tema: a Portaria n. 3.214, de 8 de junho
de 1978, e a Portaria SIT n. 247, de 12 de julho de 2011, realizaram diversas mudanças e a
Norma Regulamentadora 5 (NR-5) determina os principais pontos da CIPA.
Pela norma Regulamentadora 5, fica determinado que a quantidade de integrantes
da CIPA depende do número de empregados que a empresa tem em funções considera-
das de risco.
Já para saber qual o risco da atividade, deve-se consultar a Classificação Nacional de
Atividade Econômica (CNAE).
Por essa NR, memorize as atribuições da CIPA:

a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como


a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem
1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada
à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em
Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver;
c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que
possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segu-
rança e saúde no trabalho;
e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segu-
rança e saúde no trabalho;
f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da
NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados;
g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança
e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT
emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais;

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h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou


situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das
medidas corretivas e de controle; e
promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA.

O PULO DO GATO
Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no estabelecimento à disposição
da inspeção do trabalho pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos.

Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo


com os critérios que vierem a ser adotados.
Só tem garantia provisória no emprego os representantes da CIPA eleitos pelos empre-
gados. Os que são escolhidos pelo empregador não possuem.
Exemplo: Reinaldo e Daniel são cipeiros. Reinaldo foi escolhido pelo empregador e
Daniel, eleito pelos seus coleguinhas de trabalho. Quem tem garantia provisória no emprego?
Somente Daniel.

3. (INÉDITA/2022) Reinaldo, Daniel, Emanuela, Richard e Fábio são cipeiros. Reinaldo foi
escolhido pelo empregador. Emanuela é sua suplente. Foram eleitos cipeiros Daniel e
Richard, sendo Fábio suplente dos dois. Quem tem garantia provisória no emprego?
a. Todos.
b. Todos os cipeiros, exceto os suplentes.
c. Daniel, Richard e Fábio.
d. Apenas Daniel e Richard; Fábio não, pois é suplente.

COMENTÁRIO
Possuem garantia provisória no emprego os cipeiros eleitos e seus respectivos suplentes.
Os que forem indicados, sejam titulares ou suplentes, não possuem. O suplente da CIPA
goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT, a partir da promulgação
da Constituição Federal de 1988.

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.


Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.

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O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da


CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.
Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empre-
gados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do mandato em curso.
A organização deve comunicar, com antecedência, podendo ser por meio eletrônico, com
confirmação de entrega, o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria preponderante.
O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros a comissão
eleitoral, que será a responsável pela organização e acompanhamento do processo eleitoral.
Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a comissão eleitoral será constituída pela
organização.
O processo eleitoral deve observar as seguintes condições, nos exatos termos da NR 5:

a) publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e abertura de prazos para


inscrição de candidatos, em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio
físico ou eletrônico;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de 15
(quinze) dias corridos;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independen-
temente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante em meio
físico ou eletrônico;
d) garantia de emprego até a eleição para todos os empregados inscritos;
e) publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos, em locais de fácil aces-
so e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico;
f) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato
da CIPA, quando houver;
g) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e
em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados do estabelecimento;
h) voto secreto;
i) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de repre-
sentante da organização e dos empregados, em número a ser definido pela comissão
eleitoral, facultado o acompanhamento dos candidatos; e
j) organização da eleição por meio de processo que garanta tanto a segurança do siste-
ma como a confidencialidade e a precisão do registro dos votos.

Cuidado! Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na vota-
ção, não haverá a apuração dos votos, e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período de
votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados no dia anterior, a
qual será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos empregados.

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Constatada a participação inferior a um terço dos empregados no segundo dia de vota-


ção, não haverá a apuração dos votos, e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período de
votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados nos dias anteriores,
a qual será considerada válida com a participação de qualquer número de empregados.
A prorrogação referida deve ser comunicada ao sindicato da categoria profissional pre-
ponderante.
As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descen-
tralizada de inspeção do trabalho, até 30 (trinta) dias após a data da divulgação do resultado
da eleição da CIPA.
Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do trabalho, confirma-
das irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a anulação
quando for o caso.
Em caso de anulação somente da votação, a organização convocará nova votação no
prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições anteriores.
Nos demais casos, a decisão da autoridade máxima regional em matéria de inspeção do
trabalho determinará os atos atingidos, as providências, e os prazos a serem adotados, aten-
didos os prazos previstos na NR 5.
Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a
prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo eleitoral.
Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os candidatos mais votados.

DICA! Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no
estabelecimento.

Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em


ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.
Sobre a constituição e a organização da CIPA, é importante guardar algumas considerações:

• A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de representantes da organiza-


ção e dos empregados, ressalvadas as disposições para setores econômicos específicos.
• A CIPA das organizações que operem em regime sazonal devem ser dimensionadas,
tomando por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil anterior.

DICA! Ano civil anterior.

• Os representantes da organização na CIPA, titulares e suplentes, serão por ela designados.


• Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente
os empregados interessados. DICA: exclusivamente os empregados interessados!
• A organização designará dentre seus representantes o Presidente da CIPA, e os repre-
sentantes eleitos dos empregados escolherão dentre os titulares o vice-presidente.

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O PULO DO GATO
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.

Os membros da CIPA eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o
término do mandato anterior.
A organização deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros titulares
e suplentes da CIPA.
Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente ao processo
eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos trabalhadores da cate-
goria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias.
A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
ser desativada pela organização, antes do término do mandato de seus membros, ainda que
haja redução do número de empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do
estabelecimento.
CUIDADO! Exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:
a) A alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício de
suas atribuições; e
b) A transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o dis-
posto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT.
É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de
direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
O término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza dispensa arbi-
trária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.
Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I da NR 05 e não for atendido por
SESMT, a organização nomeará um representante da organização dentre seus empregados
para auxiliar na execução das ações de prevenção em segurança e saúde no trabalho, podendo
ser adotados mecanismos de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.
No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar as atribuições da CIPA.

O PULO DO GATO
O microempreendedor individual - MEI está dispensado de nomear o representante da NR-05.

A nomeação de empregado como representante da NR-05 e sua forma de atuação devem


ser formalizadas anualmente pela organização.
A nomeação de empregado como representante da NR-05 não impede o seu ingresso
na CIPA, quando da sua constituição, seja como representante do empregador ou como dos
empregados.

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4. GARANTIA PROVISÓRIA NO EMPREGO DO CIPEIRO

O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma
reeleição.
Isso serve para os contratos por tempo indeterminado. Isso porque existe previsão
expressa na NR 5: o término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza
dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.
Cuidado com isso, que também é o entendimento da jurisprudência do TST.

Veja o entendimento abaixo no julgado RR-130471-22.2015.5.13.0025:

A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que não reconheceu
o direito à estabilidade provisória a um atendente da Contax - Mobitel S.A que foi eleito
membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) durante o contrato de
experiência, ao fim do qual foi desligado. O entendimento foi o de que o contrato de
experiência é uma modalidade de contratação por prazo determinado, ao qual não se
aplica a estabilidade provisória prevista na Constituição Federal, leis ou instrumentos
normativos (…) No recurso ao TST, o trabalhador argumentou que não há incompati-
bilidade entre o contrato de experiência e a garantia provisória no emprego. O relator,
ministro Barros Levenhagen, explicou que o reconhecimento da estabilidade nesse caso
estaria “desnaturando o contrato a prazo por fato alheio à sua celebração, dando-lhe
ultratividade, incompatível com a lei”. Assinalou ainda que o dispositivo do ADCT não
prevê nenhuma estabilidade no emprego, mas mera garantia contra dispensa arbitrária
ou sem justa causa.

A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
ser desativada pela organização, antes do término do mandato de seus membros, ainda que
haja redução do número de empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do
estabelecimento.
É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:
a) A alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício de
suas atribuições; e
b) A transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o dis-
posto nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT.
O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da
CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.
Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, eco-
nômico ou financeiro.

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Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do


Trabalho, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

O PULO DO GATO
Guarde para a prova essa súmula do TST que despenca nos concursos: SÚMULA N. 339.
CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988 I O suplente da CIPA goza da
garantia de emprego prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT a partir da promulgação da Cons-
tituição Federal de 1988.

II – A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia


para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em
atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária,
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.

DIRETO DO CONCURSO
4. (FCC/TRT6/2014) Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base terri-
torial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade do cipeiro.

COMENTÁRIO
Com efeito, a estabilidade provisória no emprego subsiste para o pleno exercício das fun-
ções do cipeiro em proveito da categoria representada, justificando-se apenas quando o
estabelecimento em que o cipeiro exerce suas atividades estiver em funcionamento. A
decisão foi unânime.

DIRETO DO CONCURSO
5. (CESPE/FUNPRESP/ESPECIALISTA/2016) A respeito de aviso prévio, de relações de tra-
balho e de estabilidade e garantias provisórias de emprego, julgue os itens seguintes. A esta-
bilidade do empregado eleito para cargo da CIPA é válida também para membros suplen-
tes, independentemente de estes assumirem o cargo ou permanecerem na suplência.

COMENTÁRIO
A estabilidade da CIPA é inerente ao seu cargo, não representando uma vantagem pessoal
do trabalhador. Por isso, se o estabelecimento para o qual o empregado foi eleito se extin-
guir, ele automaticamente perderá o direito à estabilidade, podendo ser demitido sem justa
causa (súmula 339, II, do TST).

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DIRETO DO CONCURSO
6. (CESPE/PGE-AL/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Um empregado de determinada
empresa foi eleito suplente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
pelo período de um ano. Antes do término do mandato desse empregado, contudo, a
empresa encerrou suas atividades em decorrência de crise financeira irreversível, des-
pediu sem justa causa todos os seus empregados e foi extinta. O referido empregado
não terá direito à estabilidade, pois somente membros que tenham sido eleitos como
titulares da CIPA possuem o direito à estabilidade em casos como esse.

COMENTÁRIO
A premissa é no sentido contrário à decisão do TST, na medida em que o tratamento pelo
Tribunal Superior é o mesmo para o eleito e o indicado. A 1ª Turma do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) mantém acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT/
SP), que, amparado em jurisprudência uniforme do TST, decidiu não haver garantia de
estabilidade de membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) na hi-
pótese de encerramento das atividades da unidade em que a comissão foi constituída
(TST-AIRR-1000949-65.2016.5.02.0066, DEJT 12/03/21). Em síntese, o voto do relator
considerou os parâmetros apresentados pelo TRT/SP de que o fechamento do estabe-
lecimento constitui obstáculo à atuação da CIPA face o encerramento das atividades e a
consequentemente inviabilidade de orientação ou fiscalização pelo cipeiro, fato que elimina
a estabilidade e torna legítima a dispensa, nos termos do inciso II, da Súmula 339, do TST,
que assim dispõe:“... II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pesso-
al, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser
quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida ar-
bitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário”.
Com efeito, a estabilidade provisória no emprego subsiste para o pleno exercício das fun-
ções do cipeiro em proveito da categoria representada, justificando-se apenas quando o
estabelecimento em que o cipeiro exerce suas atividades estiver em funcionamento.

Guarde no seu coração: a estabilidade provisória no emprego é incompatível com o con-


trato por tempo determinado, e a candidatura a membro da CIPA na sua vigência não altera
a natureza da relação contratual, que será extinta na data estipulada.

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Veja esse importante julgado do TST (RR-130471-22.2015.5.13.0025):

A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que não reconheceu
o direito à estabilidade provisória a um atendente da Contax - Mobitel S.A que foi eleito
membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) durante o contrato de
experiência, ao fim do qual foi desligado. O entendimento foi o de que o contrato de expe-
riência é uma modalidade de contratação por prazo determinado, ao qual não se aplica a
estabilidade provisória prevista na Constituição Federal, leis ou instrumentos normativos
(…) No recurso ao TST, o trabalhador argumentou que não há incompatibilidade entre
o contrato de experiência e a garantia provisória no emprego. O relator, ministro Barros
Levenhagen, explicou que o reconhecimento da estabilidade nesse caso estaria “desna-
turando o contrato a prazo por fato alheio à sua celebração, dando-lhe ultratividade, in-
compatível com a lei”. Assinalou ainda que o dispositivo do ADCT não prevê nenhuma es-
tabilidade no emprego, mas mera garantia contra dispensa arbitrária ou sem justa causa.

DICA! Só existe garantia provisória no emprego para o cipeiro ELEITO, abran-


gendo os suplentes.

O cipeiro pode pedir demissão, mas precisa, nesse caso, da assistência do sindicato
para tais fins, na medida em que se trata de renúncia de sua garantia provisória no emprego.
Incide o art. 500 da CLT.
O cipeiro pode ser demitido por justa causa. A garantia provisória do cipeiro é elidida pela
comprovação de falta grave cometida pelo empregado, a ensejar a dispensa por justa causa,
nos termos do art. 482 da CLT .
O TST tem entendimento firme de que a Constituição da República e a CLT garantem
estabilidade provisória aos empregados eleitos pelas CIPAs como forma de proteção contra
dispensas arbitrárias ou sem justa causa. A dispensa, no entanto, é admitida quando se
basear em motivo relevante, que pode ser de ordem disciplinar. Assim, uma vez verificada
a prática de infração trabalhista pelo empregado, torna-se válida a rescisão contratual. Pro-
cesso: RR-1717-76.2015.5.03.0078).
Importante também destacar, para as provas objetivas, o entendimento do TST de que
a Súmula 339 do TST, no caso de extinção do estabelecimento, não se verifica a despedida
arbitrária. Portanto, a reintegração não é possível e a indenização também é indevida.

DICA! O entendimento da Corte Superior Trabalhista é de que o término da obra


equivale ao encerramento do estabelecimento empresarial.

Também é entendimento do TST de que é dispensável a instauração prévia de inquérito


para apuração da falta grave em caso de demissão de empregado membro da CIPA desde
que o empregador comprove a existência de motivo justo como fundamento da dispensa.
(AIRR-140500 50.2007.5.02.0371).

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5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho,


estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de pro-
teção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento,
sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes e danos à saúde dos empregados.
O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.
Fique atento(a) ao disposto na Súmula 448 do TST:

Súmula n. 448 do TST: ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA


NORMA REGULAMENTADORA N. 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
N. 3.214/1978. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS I Não basta a constatação da insalubridade
por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional,
sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo
Ministério do Trabalho. II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou co-
letivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza
em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau
máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE n. 3.214/78
quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.

Além disso, ainda é importante saber:

Súmula n. 80 do TST. INSALUBRIDADE. A eliminação da insalubridade mediante forne-


cimento de aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo
exclui a percepção do respectivo adicional.

Nesse azo, ainda é importante para concurso:

Súmula 289 do TST O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador


não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas
que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao
uso efetivo do equipamento pelo empregado.

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O PULO DO GATO
Memorize: tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanente-
mente ou que, de forma intermitente, se sujeita a condições de risco. Indevido, apenas,
quando o contato se dá de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo
habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.

O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:


I – As precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os
equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas
a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado;
II – As exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, inclu-
sive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de arma-
zenagem e os equipamentos de proteção individual;
III – A obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de
transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou
nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das recomen-
dações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padroni-
zação internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados.
As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada
e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especial-
mente quanto ao risco de acionamento acidental.
É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipa-
mentos que não atendam ao disposto.
Os reparos, a limpeza e os ajustes somente poderão ser executados com as máquinas
paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste.
O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e medidas de
segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das
partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de gran-
des dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas de proteção exigidas
quando motorizadas ou elétricas.
As caldeiras, os equipamentos e os recipientes em geral que operam sob pressão deve-
rão dispor de válvula e outros dispositivos de segurança, que evitem que seja ultrapassada a
pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência.
O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das cal-
deiras, dos fornos e dos recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento
interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação de gases ou
vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários à execu-
ção segura das tarefas de cada empregado.

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As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por enge-


nheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com
as instruções que, para esse fim, forem expedidas.
O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando exigido
pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematica-
mente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer outras ocorrências.

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6. RESUMO
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos.
O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabe-
lecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional, respectivamente, de
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da
região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
A CIPA, em 2022, significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio
(CIPA), em conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho e Previdên-
cia, nos estabelecimentos ou nos locais de obra nelas especificadas.
A estabilidade da CIPA é inerente ao seu cargo, não representando uma vantagem pes-
soal do trabalhador. Por isso, se o estabelecimento para o qual o empregado foi eleito se
extinguir, ele automaticamente perderá o direito à estabilidade, podendo ser demitido sem
justa causa (súmula 339, II do TST).
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reelei-
ção. Isso serve para os contratos por tempo indeterminado. Isso porque existe previsão expressa
na NR 5 que dispõe: o término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza
dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.

Fique atento(a) ao disposto na Súmula 448 do TST:

Súmula n. 448 do TST: ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA


NORMA REGULAMENTADORA N. 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
N. 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS I Não basta a constatação da insalubridade
por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional,
sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo
Ministério do Trabalho. II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou co-
letivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza
em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau
máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE n. 3.214/78
quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.

Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, eco-
nômico ou financeiro.
Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do
Trabalho, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

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Embora o Supremo Tribunal Federal tenha estabelecido que a base de cálculo para o
adicional de insalubridade é o salário-mínimo, pode haver exceções a essa regra, como, por
exemplo, nos casos em que o adicional é, desde o início da relação trabalhista, calculado
tendo o salário-base como parâmetro.
Existe tese firmada pelo no TST no julgamento de incidente de recurso repetitivo (IRR-
1001796-60.2014.5.02.0382), que reconheceu o direito ao adicional de periculosidade a um
agente socioeducativo que não portava arma.
Atente-se:
1. No processo do trabalho, os casos envolvendo adicional de insalubridade ou de peri-
culosidade nem sempre demandam a realização de perícia;
2. A depender do caso, no processo do trabalho, o juiz pode indeferir a realização da
prova nas hipóteses da prova do fato independer do conhecimento especial do técnico, for
desnecessária em vista de outras provas produzidas etc.

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7. JURISPRUDÊNCIA UTILIZADA NO CASO

TST reafirma a impossibilidade de cumulação dos adicionais de insalubridade e pericu-


losidade. A 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que os adicionais de
insalubridade e de periculosidade não são cumuláveis, reafirmando a jurisprudência pacífica
da Corte (RR-11734-22.2014.5.03.0042, DEJT 21/05/2021).

Súmula 47 do TST: O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermi-


tente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.

Súmula 289 do TST: O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador


não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas
que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao
uso efetivo do equipamento pelo empregado.

Súmula n. 339. CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988


I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT,
a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia
para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em
atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária,
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.

Súmula n. 448 do TST: ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA


NORMA REGULAMENTADORA N. 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
N. 3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. I Não basta a constatação da insalubridade
por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional,
sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo
Ministério do Trabalho. II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou co-
letivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza
em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau
máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE n. 3.214/78
quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.

OJ 165 DO TST: Prova pericial. Perícia. Engenheiro ou médico. Adicional de insalubri-


dade e periculosidade. Válido. CLT, art. 189 e CLT, art. 195. O art. 195 da CLT não faz
qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classi-
ficação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o
profissional devidamente qualificado.

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8. LEGISLAÇÃO UTILIZADA NO CASO

Trata-se de dispositivos da CLT:

Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições es-
tabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Mi-
nistério do Trabalho:
I - a admissão;
II - na demissão;
I – periodicamente.
§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão exi-
gíveis exames:
a) por ocasião da demissão;
b) complementares.
§ 2º - Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para
apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que
deva exercer.
§ 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tem-
po de exposição, a periodicidade dos exames médicos.
§ 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de
primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade.
§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será comuni-
cado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica.
§ 6º - Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admissão e por ocasião do
desligamento, quando se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à contra-
prova em caso de resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos respecti-
vos exames.
§ 7º - Para os fins do disposto no § 6º, será obrigatório exame toxicológico com janela
de detecção mínima de 90 (noventa) dias, específico para substâncias psicoativas que
causem dependência ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção,
podendo ser utilizado para essa finalidade o exame toxicológico previsto na Lei no 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos úl-
timos 60 (sessenta) dias.

Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em
virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de con-
formidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.
(…)

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Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes noci-
vos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensi-
dade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insa-
lubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites
de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposi-
ção do empregado a esses agentes.
Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do
organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irri-
tantes, alérgicos ou incômodos.

Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:


I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites
de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminu-
am a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalu-
bridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização,
na forma deste artigo.

Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerân-
cia estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respec-
tivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do
salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamen-


tação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza
ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanen-
te do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de seguran-
ça pessoal ou patrimonial.
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional
de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participações nos lucros da empresa.

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§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza
eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.

Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade


cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta
Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Art.195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segun-


do as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico
do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou se-
tor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres
ou perigosas.
§ 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindi-
cato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo,
e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
§ 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Minis-
tério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia.

Art. 196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade


ou serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros apro-
vados pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.

Art. 197 - Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos


locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua
composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente,
segundo a padronização internacional.
Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste
artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidas, avisos ou cartazes, com advertência
quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde.

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9. MAPAS MENTAIS PARA TURBINAR OS ESTUDOS

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10. QUESTÕES INÉDITAS PARA VOCÊ SENTIR MELHOR OS ASSUNTOS

7. Daniel trabalha em zonas de alta tensão da Companhia Energética Cheia de Luz S.A.
Ocorre que ele já recebe o adicional de periculosidade, mas possui muitas dúvidas em
relação ao que consta sobre as incidências de referido adicional na sua vida financeira.
Sendo assim, procurou um renomado advogado, que afirmou o seguinte em correlação
com as súmulas do TST e da legislação aplicável:
a. O adicional de periculosidade nunca poderá ser suprimido, mesmo que Daniel seja
levado a trabalhar em setor não energizado, por ser direito adquirido.
b. O adicional de periculosidade é no importe de 30% sobre o salário-mínimo.
c. O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de
indenização e de horas extras.
d. Durante as horas de sobreaviso, Daniel receberá a integração do adicional de pericu-
losidade sobre as mencionadas horas.
e. Daniel, caso trabalhe em ambiente insalubre, também pode acumular os dois adicio-
nais: insalubridade e periculosidade, com percentuais distintos e bases de cálculos
diferentes, haja vista que o TST ultrapassou o entendimento de que o trabalhador
deveria optar entre um e outro.

COMENTÁRIO
A alternativa A está errada, pois o adicional de periculosidade é salário-condição, e só é
devido quando o obreiro estiver em condições perigosas. Aplica-se, de forma analógica,
a interpretação da Súmula 265 do TST: a transferência para o período diurno de trabalho
implica a perda do direito ao adicional noturno.
A alternativa B está incorreta, nos termos da Súmula 191 do TST: I – O adicional de periculo-
sidade incide apenas sobre o salário básico, e não sobre este acrescido de outros adicionais.
A alternativa C está correta, conforme a Súmula 132, I, do TST: I - O adicional de periculo-
sidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras.
A alternativa D está incorreta, conforme o teor da Súmula 132, II, do TST: Durante as horas
de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco, razão pela qual é
incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as mencionadas horas.
A alternativa E está errada, conforme entendimento do TST: O TST reafirma a impossi-
bilidade de cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. A 2ª Turma do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que os adicionais de insalubridade e de peri-
culosidade não são cumuláveis, reafirmando a jurisprudência pacífica da Corte (RR-11734-
22.2014.5.03.0042, DEJT 21/05/2021).

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8. (INÉDITA/2023) Embora o Supremo Tribunal Federal tenha estabelecido que a base de


cálculo para o adicional de insalubridade é o salário-mínimo, pode haver exceções a
essa regra, como, por exemplo, nos casos em que o adicional é, desde o início da rela-
ção trabalhista, calculado tendo o salário-base como parâmetro.

COMENTÁRIO
Esse é o entendimento do TST, tendo como leading case o processo RR 203-
41.2017.5.20.0015. A justificativa, segundo o TST, é de que a alteração da base de cálculo
viola o disposto no artigo 468 da CLT, que veda a alteração contratual lesiva, tendo em
vista que a condição anterior, mais favorável à trabalhadora, decorrente de liberalidade da
empregadora, aderiu ao seu contrato de trabalho.

9. (INÉDITA/2023) Daniel laborou em determinada empresa, fazendo jus ao adicional de


insalubridade e periculosidade. Nesse caso, muito embora a legislação seja contrária
à cumulatividade, o TST vem compreendendo que, excepcionalmente, se admite essa
cumulação, e, assim, Daniel receberá cumulativamente os adicionais de insalubridade
e de periculosidade.

COMENTÁRIO
Não se admite a cumulatividade do recebimento de adicionais de insalubridade e periculo-
sidade. Assim, o trabalhador precisa fazer a opção entre aquilo que for mais vantajoso, con-
siderando as bases de cálculo. Óbvio que, se o obreiro faz jus aos dois adicionais, e, se por
algum motivo, fez a opção e deixou de existir o fato gerador daquele, pode receber o outro.
Para o TST, a questão já foi decidida. A 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de-
cidiu que os adicionais de insalubridade e de periculosidade não são cumuláveis, reafirman-
do a jurisprudência pacífica da Corte (RR-11734-22.2014.5.03.0042, DEJT 21/05/2021).

10. (INÉDITA/2023) Daniel é agente socioeducativo. Ele não porta armas na execução de
suas atividades. Assim, ele não faz jus ao recebimento de adicional de periculosidade
com reflexos nas suas verbas salariais. Ele apenas faria jus se portasse arma de fogo,
mediante treinamento aprovado pelos órgãos do Estado de Segurança Pública.

COMENTÁRIO
Existe tese firmada pelo no TST no julgamento de incidente de recurso repetitivo (IRR-
1001796-60.2014.5.02.0382) que reconheceu o direito ao adicional de periculosidade a um
agente socioeducativo que não portava arma.

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11. (INÉDITA/2023) Considerado a NR 05 sobre a organização da CIPA, assinale a alter-


nativa incorreta.
a. É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de dire-
ção da CIPA, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
b. O término do contrato de trabalho por prazo determinado caracteriza dispensa arbi-
trária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.
c. A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá
ser desativada pela organização, antes do término do mandato de seus membros,
ainda que haja redução do número de empregados, exceto no caso de encerramento
das atividades do estabelecimento.
d. É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA, a alteração de suas
atividades normais na organização que prejudique o exercício de suas atribuições.
e. Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente ao pro-
cesso eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos trabalha-
dores da categoria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias.

COMENTÁRIO
A única alternativa errada é a B, pois está em discordância com a NR 05. Veja a integrali-
dade do exposto na NR sobre os temas abordados nas assertivas:

5.4.9 Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente ao proces-


so eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos trabalhadores da
categoria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias. 5.4.10 A CIPA não poderá ter seu
número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pela organiza-
ção, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número
de empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.
5.4.11 É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:
a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício de
suas atribuições; e
b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o dispos-
to nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT.
5.4.12 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de
direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
5.4.12.1 O término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza dis-
pensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.
5.4.13 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for atendido por
SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n. 4 (NR-04), a organização nomeará
um representante da organização dentre seus empregados para auxiliar na execução
das ações de prevenção em segurança e saúde no trabalho, podendo ser adotados me-
canismos de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.

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11. ÍNTEGRA DA NR 5

5.1 Objetivo
5.1.1 Esta norma regulamentadora - NR estabelece os parâmetros e os requisitos da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA tendo por objetivo a prevenção de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, de modo a tornar compatível permanen-
temente o trabalho com a preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador.
5.2 Campo de aplicação
5.2.1 As organizações e os órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como
os órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público, que possuam em-
pregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, devem constituir e
manter CIPA.
5.2.2 Nos termos previstos em lei, aplica-se o disposto nesta NR a outras relações jurí-
dicas de trabalho.
5.3 Atribuições
5.3.1 A CIPA tem por atribuição:
a) acompanhar o processo de identificação de perigos e avaliação de riscos bem como
a adoção de medidas de prevenção implementadas pela organização;
b) registrar a percepção dos riscos dos trabalhadores, em conformidade com o subitem
1.5.3.3 da NR-01, por meio do mapa de risco ou outra técnica ou ferramenta apropriada
à sua escolha, sem ordem de preferência, com assessoria do Serviço Especializado em
Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, onde houver;
c) verificar os ambientes e as condições de trabalho visando identificar situações que
possam trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
d) elaborar e acompanhar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva em segu-
rança e saúde no trabalho;
e) participar no desenvolvimento e implementação de programas relacionados à segu-
rança e saúde no trabalho;
f) acompanhar a análise dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos da
NR-1 e propor, quando for o caso, medidas para a solução dos problemas identificados;
g) requisitar à organização as informações sobre questões relacionadas à segurança
e saúde dos trabalhadores, incluindo as Comunicações de Acidente de Trabalho - CAT
emitidas pela organização, resguardados o sigilo médico e as informações pessoais;
h) propor ao SESMT, quando houver, ou à organização, a análise das condições ou
situações de trabalho nas quais considere haver risco grave e iminente à segurança e
saúde dos trabalhadores e, se for o caso, a interrupção das atividades até a adoção das
medidas corretivas e de controle; e

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i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de


Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT, conforme programação definida pela CIPA.
5.3.2 Cabe à organização:
a) proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas
atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes no
plano de trabalho;
b) permitir a colaboração dos trabalhadores nas ações da CIPA; e
c) fornecer à CIPA, quando requisitadas, as informações relacionadas às suas atribuições.
5.3.3 Cabe aos trabalhadores indicar à CIPA, ao SESMT e à organização situações de
riscos e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho.
5.3.4 Cabe ao Presidente da CIPA:
a) convocar os membros para as reuniões; e
b) coordenar as reuniões, encaminhando à organização e ao SESMT, quando houver, as
decisões da comissão.
5.3.5 Cabe ao Vice-Presidente substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais
ou nos seus afastamentos temporários.
5.3.6 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atri-
buições de:
a) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos pro-
postos sejam alcançados; e
b) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.4 Constituição e estruturação
5.4.1 A CIPA será constituída por estabelecimento e composta de representantes da or-
ganização e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I
desta NR, ressalvadas as disposições para setores econômicos específicos.
5.4.2 A CIPA das organizações que operem em regime sazonal devem ser dimensiona-
das tomando-se por base a média aritmética do número de trabalhadores do ano civil
anterior e obedecido o Quadro I desta NR.
5.4.3 Os representantes da organização na CIPA, titulares e suplentes, serão por ela
designados.
5.4.4 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutí-
nio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente
os empregados interessados.
5.4.5 A organização designará dentre seus representantes o Presidente da CIPA, e os
representantes eleitos dos empregados escolherão dentre os titulares o vice-presidente.
5.4.6 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição.

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5.4.7 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil
após o término do mandato anterior.
5.4.8 A organização deve fornecer cópias das atas de eleição e posse aos membros
titulares e suplentes da CIPA.
5.4.9 Quando solicitada, a organização encaminhará a documentação referente ao pro-
cesso eleitoral da CIPA, podendo ser em meio eletrônico, ao sindicato dos trabalhadores
da categoria preponderante, no prazo de até 10 (dez) dias.
5.4.10 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não
poderá ser desativada pela organização, antes do término do mandato de seus mem-
bros, ainda que haja redução do número de empregados, exceto no caso de encerra-
mento das atividades do estabelecimento.
5.4.11 É vedada à organização, em relação ao integrante eleito da CIPA:
a) a alteração de suas atividades normais na organização que prejudique o exercício de
suas atribuições; e
b) a transferência para outro estabelecimento, sem a sua anuência, ressalvado o dispos-
to nos parágrafos primeiro e segundo do art. 469 da CLT.
5.4.12 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para car-
go de direção da CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de
seu mandato.
5.4.12.1 O término do contrato de trabalho por prazo determinado não caracteriza dis-
pensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção da CIPA.
5.4.13 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I e não for atendido por
SESMT, nos termos da Norma Regulamentadora n° 4 (NR-04), a organização nomeará
um representante da organização dentre seus empregados para auxiliar na execução
das ações de prevenção em segurança e saúde no trabalho, podendo ser adotados me-
canismos de participação dos empregados, por meio de negociação coletiva.
5.4.13.1 No caso de atendimento pelo SESMT, este deverá desempenhar as atribui-
ções da CIPA.
5.4.13.2 O microempreendedor individual - MEI está dispensado de nomear o represen-
tante da NR-05.
5.4.14 A nomeação de empregado como representante da NR-05 e sua forma de atua-
ção devem ser formalizadas anualmente pela organização.
5.4.15 A nomeação de empregado como representante da NR-05 não impede o seu in-
gresso na CIPA, quando da sua constituição, seja como representante do empregador
ou como dos empregados.
5.5 Processo eleitoral

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5.5.1 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos
empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias antes do término do man-
dato em curso.
5.5.1.1 A organização deve comunicar, com antecedência, podendo ser por meio eletrô-
nico, com confirmação de entrega, o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria
preponderante.
5.5.2 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros a
comissão eleitoral, que será a responsável pela organização e acompanhamento do
processo eleitoral.
5.5.2.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a comissão eleitoral será constitu-
ída pela organização.
5.5.3 O processo eleitoral deve observar as seguintes condições:
a) publicação e divulgação de edital de convocação da eleição e abertura de prazos para
inscrição de candidatos, em locais de fácil acesso e visualização, podendo ser em meio
físico ou eletrônico;
b) inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de 15
(quinze) dias corridos;
c) liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independen-
temente de setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante em meio
físico ou eletrônico;
d) garantia de emprego até a eleição para todos os empregados inscritos;
e) publicação e divulgação da relação dos empregados inscritos, em locais de fácil aces-
so e visualização, podendo ser em meio físico ou eletrônico;
f) realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do término do mandato
da CIPA, quando houver;
g) realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e
em horário que possibilite a participação da maioria dos empregados do estabelecimento;
h) voto secreto;
i) apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de repre-
sentante da organização e dos empregados, em número a ser definido pela comissão
eleitoral, facultado o acompanhamento dos candidatos; e
j) organização da eleição por meio de processo que garanta tanto a segurança do siste-
ma como a confidencialidade e a precisão do registro dos votos.
5.5.4 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos empregados na votação,
não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar o período
de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados no dia an-
terior, a qual será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos
empregados.

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5.5.4.1 Constatada a participação inferior a um terço dos empregados no segundo dia


de votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá prorrogar o
período de votação para o dia subsequente, computando-se os votos já registrados nos
dias anteriores, a qual será considerada válida com a participação de qualquer número
de empregados.
5.5.4.2 A prorrogação referida nos subitens 5.5.4 e 5.5.4.1 deve ser comunicada ao sin-
dicato da categoria profissional preponderante.
5.5.5 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade
descentralizada de inspeção do trabalho, até 30 (trinta) dias após a data da divulgação
do resultado da eleição da CIPA.
5.5.5.1 Compete à autoridade máxima regional em matéria de inspeção do trabalho, con-
firmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a
anulação quando for o caso.
5.5.5.2 Em caso de anulação somente da votação, a organização convocará nova vo-
tação no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições
anteriores.
5.5.5.3 Nos demais casos, a decisão da autoridade máxima regional em matéria de ins-
peção do trabalho determinará os atos atingidos, as providências, e os prazos a serem
adotados, atendidos os prazos previstos nesta NR.
5.5.5.4 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará asse-
gurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do
processo eleitoral.
5.5.6 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes os candidatos mais votados.
5.5.7 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no esta-
belecimento.
5.5.8 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apu-
ração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de
vacância de suplentes.
5.6 Funcionamento
5.6.1 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário prees-
tabelecido.
5.6.1.1 A critério da CIPA, nas Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte - EPP,
graus de risco 1 e 2, as reuniões poderão ser bimestrais.
5.6.2 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas na organização, preferencialmen-
te de forma presencial, podendo a participação ocorrer de forma remota.
5.6.2.1 A data e horário das reuniões serão acordadas entre os seus membros observan-
do os turnos e as jornadas de trabalho.
5.6.3 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes.

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5.6.3.1 As atas das reuniões devem ser disponibilizadas a todos os integrantes da CIPA,
podendo ser por meio eletrônico.
5.6.3.2 As deliberações e encaminhamentos das reuniões da CIPA devem ser disponibi-
lizadas a todos os empregados em quadro de aviso ou por meio eletrônico.
5.6.4 As reuniões extraordinárias devem ser realizadas quando:
a) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ou
b) houver solicitação de uma das representações.
5.6.5 Para cada reunião ordinária ou extraordinária, os membros da CIPA designarão o
secretário responsável por redigir a ata.
5.6.6 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar
a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
5.6.7 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por su-
plente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta na ata de eleição, de-
vendo os motivos ser registrados em ata de reunião.
5.6.7.1 Caso não existam mais suplentes, durante os primeiros 6 (seis) meses do man-
dato, a organização deve realizar eleição extraordinária para suprir a vacância, que so-
mente será considerada válida com a participação de, no mínimo, um terço dos tra-
balhadores.
5.6.7.1.1 Os prazos da eleição extraordinária serão reduzidos à metade dos prazos pre-
vistos no processo eleitoral desta NR.
5.6.7.1.2 As demais exigências estabelecidas para o processo eleitoral devem ser atendidas.
5.6.7.2 No caso de afastamento definitivo do presidente, a organização indicará o subs-
tituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.
5.6.7.3 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da repre-
sentação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias úteis.
5.6.7.4 O mandato do membro eleito em processo eleitoral extraordinário deve ser com-
patibilizado com o mandato dos demais membros da Comissão.
5.6.7.5 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário deve ser realizado
no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse.
5.6.8 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.
5.6.8.1 Não havendo consenso, a CIPA deve regular o procedimento de votação e o pe-
dido de reconsideração da decisão.

5.7 Treinamento
5.7.1 A organização deve promover treinamento para o representante nomeado da NR-5
e para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.
5.7.1.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de
30 (trinta) dias, contados a partir da data da posse.

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5.7.2 O treinamento deve contemplar, no mínimo, os seguintes itens:


a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo;
b) noções sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho decorrentes das condi-
ções de trabalho e da exposição aos riscos existentes no estabelecimento e suas medi-
das de prevenção;
c) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
d) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de prevenção dos riscos;
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde
no trabalho;
f) noções sobre a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados nos processos de
trabalho; e
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições
da Comissão.
5.7.3 O treinamento realizado há menos de 2 (dois) anos contados da conclusão do
curso pode ser aproveitado na mesma organização, observado o estabelecido na NR-1.
5.7.4 O treinamento deve ter carga horária mínima de:
a) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 1;
b) 12 (doze) horas para estabelecimentos de grau de risco 2;
c) 16 (dezesseis) horas para estabelecimentos de grau de risco 3; e
d) 20 (vinte) horas para estabelecimentos de grau de risco 4.
5.7.4.1 A carga horária do treinamento deve ser distribuída em no máximo 8 (oito) ho-
ras diárias.
5.7.4.2 Para a modalidade presencial deve ser observada a seguinte carga horária míni-
ma do treinamento:
a) 4 (quatro) horas para estabelecimentos de grau de risco 2; e
b) 8 (oito) horas para estabelecimentos de grau de risco 3 e 4.
5.7.4.3 A carga horária do treinamento dos estabelecimentos de grau de risco 1 e do re-
presentante nomeado da NR-05 podem ser realizadas integralmente na modalidade de
ensino à distância ou semipresencial, nos termos da NR-01.
5.7.4.4 O treinamento realizado integralmente na modalidade de ensino à distância deve
contemplar os riscos específicos do estabelecimento nos termos do subitem 5.7.2.
5.7.4.5 O integrante do SESMT fica dispensado do treinamento da CIPA.
5.8 CIPA das organizações contratadas para prestação de serviços
5.8.1 A organização de prestação de serviços deve constituir CIPA centralizada quando o nú-
mero total de seus empregados na Unidade da Federação se enquadrar no Quadro I desta NR.

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5.8.1.1 Quando a organização contratada para prestação de serviços a terceiros exercer


suas atividades em estabelecimento de contratante enquadrado em grau de riscos 3 ou
4 e o número total de seus empregados no estabelecimento da contratante se enquadrar
no Quadro I desta NR, deve constituir CIPA própria neste estabelecimento, considerando
o grau de risco da contratante.
5.8.1.1.1 A organização contratada está dispensada da constituição da CIPA própria no
caso de prestação de serviços a terceiros com até 180 (centro e oitenta) dias de duração.
5.8.1.2 O número total de empregados da organização contratada para prestação de
serviços, para efeito de dimensionamento da CIPA centralizada, deve desconsiderar os
empregados alcançados por CIPA própria.
5.8.2 A organização contratada para prestação de serviços, quando desobrigada de cons-
tituir CIPA própria, deve nomear um representante da NR-5 para cumprir os objetivos
desta NR se possuir 5 (cinco) ou mais empregados no estabelecimento da contratante.
5.8.2.1 A nomeação de representante da NR-05 em estabelecimento onde há emprega-
do membro de CIPA centralizada é dispensada.
5.8.2.2 O estabelecido no subitem 5.8.2 não exclui o disposto no subitem 5.4.13 quanto
ao estabelecimento sede da organização contratada para a prestação de serviços.
5.8.2.3 A nomeação do representante da organização contratada para a prestação de
serviços deve ser feita entre os empregados que exercem suas atividades no esta-
belecimento.
5.8.3 A organização contratada para a prestação de serviços deve garantir que a CIPA cen-
tralizada mantenha interação entre os estabelecimentos nos quais possua empregados.
5.8.3.1 A organização deve garantir a participação dos representantes nomeados da NR-
05 nas reuniões da CIPA centralizada.
5.8.3.2 A organização deve dar condições aos integrantes da CIPA centralizada de atua-
rem nos estabelecimentos que não possuem representante nomeado da NR-05, atendi-
do o disposto no subitem 5.6.2.
5.8.4 O representante nomeado da NR-05 das organizações contratadas para a prestação
de serviço deve participar de treinamento de acordo com o grau de risco da contratante.
5.8.5 A CIPA da prestadora de serviços a terceiros constituída nos termos do subitem
5.8.1.1 será considerada encerrada, para todos os efeitos, quando encerradas as suas
atividades no estabelecimento.
5.8.6 A organização contratante deve exigir da organização prestadora de serviços a
nomeação do representante da NR-05 prevista no subitem 5.8.2.
5.8.7 A contratante deve convidar a contratada para participar da reunião da CIPA da
contratante, com a finalidade de integrar as ações de prevenção, sempre que as organi-
zações atuarem em um mesmo estabelecimento.

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5.8.7.1 A contratada deve indicar um representante da CIPA ou o representante nomea-


do da NR- 05 para participar da reunião da CIPA da contratante.
5.9 Disposições finais
5.9.1 A contratante adotará medidas para que as contratadas, suas CIPA, os represen-
tantes nomeados da NR-05 e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento
recebam informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como
sobre as medidas de prevenção, em conformidade com o Programa de Gerenciamento
de Riscos, previsto na NR-01.
5.9.2 Toda a documentação referente à CIPA deve ser mantida no estabelecimento à
disposição da inspeção do trabalho pelo prazo mínimo de 5 5.9.3 (cinco) anos.
Em havendo alteração do grau de risco do estabelecimento, o redimensionamento da
CIPA deve ser efetivado na próxima eleição.
ANEXO I da NR-5
CIPA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO   
Sumário
1. Objetivo
2. Campo de Aplicação
3. Disposições Gerais
1. Objetivo
1.1 Este anexo estabelece requisitos específicos para a Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes - CIPA da indústria da construção.
2. Campo de Aplicação
2.1 As disposições estabelecidas neste Anexo se aplicam às organizações previstas no
subitem 18.2.1 da Norma Regulamentadora n. 18 - CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.
3. Disposições Gerais
3.1 A organização responsável pela obra deve constituir a CIPA por canteiro de obras
quando o número de empregados se enquadrar no dimensionamento previsto no Quadro
I da NR- 05, observadas as disposições gerais dessa Norma.
3.1.1 Quando o canteiro de obras não se enquadrar no dimensionamento previsto no
Quadro I da NR-05, a organização responsável pela obra deverá nomear entre seus
empregados do local, no mínimo, um representante para cumprir os objetivos da NR-05.
3.1.2 A organização responsável pela obra está dispensada de constituir CIPA por frente
de trabalho.
3.1.3 Quando existir frente de trabalho, independentemente da quantidade de emprega-
dos próprios no local, a organização responsável pela obra deverá nomear, entre seus
empregados, no mínimo, um representante, que exerça suas atividades na frente de
trabalho ou no canteiro de obras, para cumprir os objetivos da NR-05.

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3.1.3.1 O representante nomeado da NR-05 da organização responsável pela obra pode


ser nomeado como representante para mais de uma frente de trabalho.
3.2 Havendo no canteiro de obras ou na frente de trabalho organização prestadora de
serviços a terceiros, essa deve nomear, no mínimo, um representante da NR-05, quando
possuir cinco ou mais empregados próprios no local.
3.2.1 A nomeação do representante da NR-05 da organização prestadora de serviços a
terceiros, no canteiro de obras ou na frente de trabalho, deve ser feita entre os emprega-
dos que obrigatoriamente exercem suas atividades no local.
3.2.2 A organização responsável pela obra deve exigir da organização prestadora de
serviços a terceiros que presta serviços no canteiro de obras ou na frente de traba-
lho a nomeação do representante da NR-05, quando essa alcançar o mínimo previsto
no item 3.2.
3.2.3 A organização que presta serviços a terceiros nos canteiros de obras ou frentes de
trabalho, quando o dimensionamento se enquadrar no Quadro I da NR-05, considerando
o número total de empregados nos diferentes locais de trabalho, deve constituir uma
CIPA centralizada.
3.2.3.1 O dimensionamento da CIPA centralizada da organização prestadora de serviços
a terceiros nos canteiros de obras ou frentes de trabalho deve levar em consideração
o número de empregados da organização distribuídos nos diferentes locais de trabalho
onde presta serviços, tendo como limite territorial, para o dimensionamento da CIPA
Centralizada, a Unidade da Federação.
3.2.3.1.1 A organização deve garantir que a CIPA centralizada mantenha interação entre
os canteiros de obras e frentes de trabalho onde atua na Unidade da Federação.
3.3 Obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração estão dispensadas da consti-
tuição da CIPA, devendo a Comunicação Prévia de Obra ser enviada ao sindicato dos
trabalhadores da categoria preponderante do local, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
a partir de seu registro eletrônico no Sistema de Comunicação Prévia de Obras - SCPO.
3.3.1 Para obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração, a organização respon-
sável pela obra deverá nomear, no mínimo, um representante da NR-05, aplicando-se o
disposto no subitem 3.1.2 quando existir frente de trabalho.
3.3.2 Para obras com até 180 (cento e oitenta) dias de duração, havendo no canteiro
de obras ou na frente de trabalho organização prestadora de serviços a terceiros, essa
deverá nomear, no mínimo, um representante da NR-05, quando possuir cinco ou mais
empregados próprios no local.
3.4 A escolha do representante nomeado da NR-05 compete à organização, observado
o disposto nos itens 5.4.14 e 5.4.15.
3.4.1 A organização deve fornecer ao representante nomeado da NR-05 cópia da
sua nomeação.

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3.5 Os membros da CIPA do canteiro de obras devem participar de treinamento, confor-


me estabelecido nessa Norma.
3.5.1 O representante nomeado da NR-05 deve participar de treinamento com carga ho-
rária mínima de oito horas, considerando o disposto no item 1.7 da NR-01 e observadas
as disposições gerais dessa Norma, com o seguinte conteúdo:
a) noções de prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
b) estudo do ambiente e das condições de trabalho, dos riscos originados no processo
produtivo e das medidas de prevenção, de acordo com a etapa da obra; e
c) noções sobre a legislação trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde
no trabalho.
3.5.1.1 A validade do treinamento do representante nomeado da NR-05 deverá atender
ao disposto nessa Norma, podendo ser, dentro do prazo de validade e para a organi-
zação que promoveu o treinamento, aproveitado em diferentes canteiros de obras ou
frentes de trabalho.
3.5.1.2 É permitida a convalidação do treinamento do representante nomeado da NR-05
por diferentes organizações, desde que atendido o disposto no item 1.7 da NR-01.
3.6 A organização responsável pela obra deve coordenar, observadas as disposições ge-
rais dessa Norma, o trabalho da CIPA, quando existente no canteiro de obras, e, quando
aplicável, do representante nomeado da NR-05.
3.6.1 A organização responsável pela obra deve promover a integração entre a CIPA,
quando existente, e o representante nomeado da NR-05, quando aplicável, no canteiro
de obras e na frente de trabalho, observadas as disposições gerais dessa Norma.
3.6.2. A participação dos membros da CIPA e do representante nomeado da NR-05 nas
reuniões, para cumprir os objetivos dessa Norma, deve atender ao disposto em sua
parte geral.
3.7 A CIPA do canteiro de obras será considerada encerrada, para todos os efeitos,
quando as atividades da obra forem finalizadas.
3.7.1 Consideram-se finalizadas as atividades da obra, para os efeitos de aplicação do
disposto nessa Norma, quando todas as suas etapas previstas em projetos estiverem
concluídas.
3.7.2 A conclusão da obra deverá ser formalizada em documento próprio pelo responsá-
vel técnico da obra e cuja cópia deve ser encaminhada - física ou eletronicamente - ao
sindicato da categoria dos trabalhadores predominante no estabelecimento.

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho.
Brasília: Senado, 1943.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado, 1988.
______Supremo Tribunal Federal. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.
stf.jus.br
_______Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.
tst.jus.br
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora
LTr, 2019.
DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no
Brasil: Com os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017.

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13. GABARITO

1. E
2. E
3. c
4. C
5. C
6. E
7. c
8. C
9. E
10. E
11. b

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