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EDITAL

COMENTADO

AFT | CNU
BLOCO 4 - EIXO 3
SOCIOLOGIA DO
TRABALHO
SUMÁRIO
DE ASSUNTOS
O1
Conheça
o autor 3-4

O2
O que é Sociologia
do Trabalho 6

O3
Edital
Comentado 8-14

O4
Quadro Sintético
Conteúdo e Autores 15-17
O1

CONHEÇA
O AUTOR

pág. 2
Salve! Eu sou o Prof. Cristhian
Lima, doutor e mestre em Ciências
Sociais e especialista em sociologia do
trabalho. Foi com muita alegria que
recebemos a inclusão da disciplina
Sociologia do Trabalho como uma das
mais importantes do EIXO 3 para o
Bloco 4 do Concurso Público Nacional
Unificado (mais conhecido como CNU).

Como sabemos a carreira de Auditor Fiscal do Trabalho


(AFT) tem como principal função cuidar para que as relações de
trabalho sejam, tanto quanto possível, menos desequilibradas. É
função de um AFT intervir para assegurar as melhores condições
de trabalho propiciando dignidade e proteção aos
trabalhadores, garantindo o cumprimento dos direitos
trabalhistas e fiscais. Em suma, sua atuação concorre para o
aprimoramento das condições de trabalho, melhorando a
qualidade das relações entre empregadores e empregados. É
um indispensável instrumento de justiça social e de construção
de uma sociedade menos desigual e injusta, atuando no sentido
de coibir, por exemplo, jornadas extensas, remuneração
discriminatória, trabalho vexatório e indigno, trabalho análogo à
escravidão, práticas segregacionistas nos ambientes de trabalho
(etnia, gênero, nacionalidade etc.).

Exatamente por isso celebramos a inclusão da Disciplina de


Sociologia do Trabalho no Edital para o Bloco 4 – Trabalho e
Saúde do Servidor do CNU. Compreender a efetividade das
relações de Trabalho a partir de um aparato conceitual, livre das
paixões e ‘ideologias’ cotidianas, é uma condição indispensável
para uma atuação republicana e consequente de um AFT. A
decisão do governo foi acertada, em nossa perspectiva. Na
verdade, o que nos assusta é o fato de que ao longo de toda a
história do cargo, somente nos concursos dos anos 1988, 2003,
2006 e 2010, a disciplina Sociologia do Trabalho tenha sido
inserida como parte do conteúdo programático do processo
seletivo para Auditoria Fiscal do Trabalho.
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Assim pode-se concluir que a
inclusão da disciplina pegou a
todos de surpresa. Mesmo os
concurseiros mais habituados
estão partindo do Zero quando
o assunto é o Eixo 3. Isso dá à
disciplina de Sociologia do
Trabalho uma importância
estratégica para sua
aprovação. Sabemos, eu e
você, que este conteúdo é
novidade! Por isso, você não
pode confiar sua preparação
a aulas e materiais
improvisados, feitos
apressadamente, sem a
devida análise e
correspondência com o que
prevê o edital.

Importante ressaltar que Sociologia do Trabalho constitui


cerca de 70% do edital do EIXO 3 - SOCIOLOGIA E
PSICOLOGIA APLICADAS AO TRABALHO, e que este eixo terá
peso 2 para o cargo AFT. Portanto, está entre as disciplinas
mais importantes do Bloco 4 junto aos eixos Segurança e
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (SST) e Direito do
Trabalho.

Com o intuito de ser um apoio para sua preparação,


construímos este Edital Comentado em que apresentaremos
– sucintamente e com base na análise do perfil da Banca
CESGRANRIO – cada tópico do edital de Sociologia do
Trabalho, apresentando suas características e enumerando os
principais teóricos que podem ser acionados pelas questões.
Esperamos contribuir com sua preparação e aprovação no
concurso.

Saudações!
Prof. Cristhian Lima
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O2

O QUE É
SOCIOLOGIA
DO TRABALHO

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A Sociologia do Trabalho é um amplo e complexo campo
do conhecimento que tem no conceito de Trabalho seu
núcleo. Aqui o trabalho é sempre pensado a partir de suas
configurações sócio-históricas. Exatamente por isso, suas
manifestações variam de tempos em tempos e de lugar para
lugar, fazendo com que os estudos sobre ele estejam em
permanente processo de transformação e redefinição. Para
complexificar esse contexto, o conjunto das pesquisas desse
campo são marcadas pelo dissenso, divergências e
contradições. Dependendo das teorias que fundamentam as
pesquisas empíricas, o recorte realizado pelo pesquisador
sobre o objeto e as diferentes metodologias e técnicas
acionadas; os resultados alcançados podem variar muito.

Quando olhamos para o conteúdo programático de


Sociologia do Trabalho do CNU, é possível intuir uma certa
predileção da banca por determinadas(os) autoras(es). Isto
pode nos ajudar muito, na medida que permita desvelar um
caminho seguro para sua preparação. É isso que faremos,
juntos, com este e-book. Analisaremos item a item do edital
orientado por dois objetivos: eliminar de seu cronograma de
estudos assuntos que não estão previstos no edital; e impedir
que outros (que não aparecem tão obviamente para o olhar
não habituado ao campo da Sociologia do Trabalho) sejam
deixados de lado.

Para tanto, lançamos mão da nossa experiência de mais de


três décadas (como pesquisador em Sociologia do Trabalho e
como professor), apontando os principais autores que a Banca
CESGRANRIO parece indicar em seu edital. Assim, ao
interpretarmos as palavras-chaves e certas senhas nele
expresso, foi possível reduzir o universo das teorias e
perspectivas que poderiam ser cobradas no momento da
prova.

Então pegue sua xícara de café, ajeite-se em sua cadeira ou


poltrona, e leia atentamente o que apresentaremos a seguir.
Fique tranquilo, o trabalho pesado já foi feito por nós!

Ótimos estudos para você!


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EDITAL
COMENTADO

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ANÁLISE DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
CNU | Concurso Nacional Unificado | Bloco 04

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
EIXO TEMÁTICO 3 | SOCIOLOGIA E PSICOLOGIA APLICADAS AO TRABALHO

DIRETO DO EDITAL
TÓPICO 1 | A Sociologia do trabalho e seu objeto de estudo:
1.1 O trabalho como uma categoria do pensamento sociológico.
1.2 O Conceito de Trabalho.
1.3 Trabalho: ação, necessidade e coerção.
1.4 Exploração e alienação.
1.5 Trabalho e progresso técnico.
1.6 Divisão do trabalho e distribuição de tarefas.
1.7 Processo de trabalho e organização de trabalho.
1.8 O trabalho humano e sua evolução histórica: trabalho escravizado, trabalho
feudal em servidão, trabalho livre desprotegido.

COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
O Tópico 1 do Edital procura estabelecer critérios para que o candidato
entenda, em linhas gerais e de maneira introdutória, o campo da Sociologia
do Trabalho. Em seus subtópicos apresenta indicações de prováveis autores
que poderão ser acionados pela banca.

No conteúdo programático estão inscritas inúmeras evidências que fazem


do pensamento de Karl Marx uma referência obrigatória (tópicos 1.2, 1.3,
1.5, 1.6 e 1.8 do edital). Não só por ser o clássico da sociologia que mais
páginas dedicou ao tema, atribuindo ao trabalho um sentido ontológico, mas
também por realizar claras menções aos conceitos criados por ele. É
impossível falar de exploração e alienação do trabalho (tópico 1.4 do edital)
sem ter o pensamento de Marx como base e fundamento, por exemplo. No
mesmo sentido, o autor alemão é quem melhor permite pensar o trabalho ao
longo de sua evolução histórica, ao menos quanto às diferentes formas sociais
que assumiu até sua morte no final do século XIX.

Contudo, é possível identificar outros autores relevantes. Por exemplo, no


tópico 1.3, relaciona-se à expressão trabalho três palavras: ação, necessidade
e coerção. O olhar leigo poderia perceber apenas substantivos usados para
adjetivar o trabalho e não dedicar maior atenção ao tópico. Contudo, estas
três palavras indicam três diferentes perspectivas teóricas sobre o trabalho:
Max Weber, indicado pela palavra ação; novamente Karl Marx indicado pela
expressão necessidade, e por fim, Émile Durkheim, consubstanciado pelo
termo coerção. Como se vê a escolha daquelas palavras não foi aleatória!

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Max Weber é responsável por construir uma perspectiva teórico-
metodológica conhecida como sociologia compreensiva. Para o autor a
sociologia deve ser entendida como uma ciência que pretende compreender
interpretativamente a ação social, explicando-a em seu curso e efeitos. Nesta
perspectiva, ocupa papel central o conjunto de valores que orientam a ação
do indivíduo em suas interrelações com o conjunto de valores e sentidos
construídos por outros indivíduos, ainda que futuro, coletivo e/ou
indeterminado. Ao falar do trabalho enquanto ação é a Max Weber que o
edital se refere. O autor ainda se destacou por pensar o trabalho em
diferentes formações econômicas e na modernidade (entendendo-o como
fundamental para a construção da ética protestante e do espírito do
capitalismo, e o consequente processo de racionalização do mundo
moderno).
Já o termo necessidade relaciona-se com Karl Marx. É no interior do
materialismo histórico e dialético, método e perspectiva a partir da qual o
autor constrói suas categorias do pensamento, que a expressão necessidade
ganha relevância. Em sua batalha contra os pensadores ‘idealistas’, em
diferentes textos e obras, Marx assevera: é o mundo da existência que – em
última análise – constituiria as condições indispensáveis para a compreensão
da totalidade social, aí incluídas as ideias e representações. Para o pensador,
não é inteligível compreender a consciência humana como se essa fosse
independente da realidade. O autor sustenta que tais dimensões não pairam
no ar, sendo contrariamente profundamente enraizadas no mundo das
necessidades, materialmente existente e verificável.
Por fim o termo coerção nos remete ao pensamento sociológico de Émile
Durkheim. É no interior da sociologia do pensador francês, que a ênfase no
caráter exterior e coercitivo dos fenômenos sociais é maior. Em seu conceito
de fato social, objeto da sociologia durkheimiana, abrigar-se-iam todos os
fenômenos que – por serem gerais – teriam a capacidade de permitir a
compreensão da sociedade. E dentre todos aqueles investigados pelo autor
estariam o trabalho e a divisão do trabalho social.
Neste sentido, parece-nos fundamental a compreensão acerca das
características básicas dos pensamentos destes autores, que a partir de
diferentes referenciais (históricos, teóricos e metodológicos) debruçaram-se
sobre a sociedade industrial que se consolidava cada vez mais. Tanto que o
processo de crescente especialização e diferenciação de funções, no interior
das fábricas de então, não passou despercebido por eles (tópico 1.6 do
edital).
RX
MA
WEBER

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HEIM
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DIRETO DO EDITAL
TÓPICO 3 | O trabalho como categoria estruturante na sociedade
capitalista:
3.1 O trabalho no pensamento clássico.
3.2 A teoria do valor-trabalho.
3.3 Divisão social do trabalho.
3.4 Divisão sociossexual e racial do trabalho.

COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Você não leu errado! Apesar de vir apresentado ao final do Edital de
Sociologia do Trabalho, entendemos este tópico como – lógica e
pedagogicamente – subsequente ao primeiro do edital. Faz mais sentido
estudá-lo antes de pensarmos as fases mais contemporâneas dos processos
produtivos, que como veremos não são apresentadas apenas em suas fases
iniciais ou formas industriais (apesar do Tópico 2 do edital ser nomeado como
Fases históricas iniciais da industrialização). Por ora vamos nos dedicar ao
Tópico 3 – o trabalho como categoria estruturante na sociedade capitalista.

Como vimos, o tópico 3.1 – o trabalho no pensamento clássico, exige que


sejam trabalhados Marx, Durkheim e Weber. Mas também está aberto o
espaço para que uma miríade de autores possa ser acionada: Adam Smith,
Georg Lukács, Harry Braverman etc. Por isso é fundamental ler o edital em
sua totalidade buscando identificar pistas que nos permitam reduzir o
conjunto de referências. E é aí que o título do Tópico nos salva: 3. O trabalho
como categoria estruturante na sociedade capitalista.

A CESGRANRIO se posiciona frente ao debate existente no interior das


pesquisas sobre o mundo do trabalho e afirma ser o trabalho uma categoria
estruturante na sociedade capitalista. Você que não é desta área de estudo
poderia deixar essa informação passar batida. Uma das mais importantes
divergências científicas existentes no interior da sociologia do trabalho é se
podemos falar ou não de uma centralidade da categoria trabalho. Mas, o
próprio edital afirma essa centralidade ao dizer que o trabalho é uma
categoria estruturante na sociedade capitalista. Assim, ainda que seja
importante saber que muitos autores afirmam que – com o avanço das
tecnologias microeletrônicas e da maquinaria digital – o trabalho teria perdido
(ou nunca teria tido) a centralidade que os autores clássicos (contemporâneos
à industrialização) o haviam conferido, a banca sinaliza não concordar com
eles. Trata-se de um debate rico e interessantíssimo, mas que não deve
ocupar o seu pouco tempo de preparação até o concurso. A título de
informação, dentre os autores que advogam – por motivos e a partir de
metodologias diferentes – essa perda de centralidade podemos citar Alain
Touraine, André Gorz, Claus Offe, Daniel Bell, Jürgen Habermas, Manuel
Castells, Robert Kurz, etc.
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É exatamente em virtude dessa escolha teórica, a da afirmação da
centralidade do trabalho, que o edital torna o Prof. Ricardo Antunes
referência obrigatória. Isto se dá porque seus trabalhos mais conhecidos
dirigiram-se no sentido de refutar aquelas teses, ainda que contribuindo com
o alargamento e atualização do debate sobre o trabalho. Exatamente por isso,
sugerimos a leitura atenta dos trabalhos do autor, em especial duas de suas
obras: Os sentidos do trabalho e O privilégio da servidão: o novo
proletariado de serviços na era digital.
. A divisão social do trabalho (tópico 3.3), nas suas múltiplas formas
históricas, também requer o apoio dos autores clássicos. Como uma das
marcas mais indeléveis da emergência da maquinofatura e da
industrialização, ocupou papel central na reflexão dos pensadores de seu
tempo. Aqui imprescindível revisitar as perspectivas de Adam Smith, Émile
Durkheim, Max Weber e, mais uma vez, Karl Marx.
O tópico 3.2 A teoria do valor-trabalho tem novamente em Karl Marx
seu eixo central. Embora o autor nunca tenha utilizado a expressão valor-
trabalho, é no interior de sua teoria do valor que o trabalho afirma sua
imponência conceitual. Importante ressaltar que esta teoria do valor de
Marx, expressa nos três volumes de sua obra O Capital, construiu-se em
diálogo e oposição à economia política inglesa. Assim, importante
compreender – em linhas gerais – os argumentos de Adam Smith e David
Ricardo.
Quanto ao Tópico 3.4 Divisão sociossexual e racial do trabalho, faz-se
mister combater as perspectivas teóricas que instrumentalizando uma visão
mecânica e empobrecedora do debate sobre a centralidade do trabalho,
acabou por reduzir suas explicações aos aspectos relativos à classe social,
secundarizando ou desprezando outras dimensões e categorias analíticas
como ‘raça’, gênero, nacionalidade, geração etc. Este tópico serve como
alerta para evitarmos tais perspectivas. Além do que insere, acertadamente, a
necessidade de levarmos em conta estudos e teorias que também assinalem
a importância daquelas categorias para que se possa compreender as
relações sociais, no Brasil em particular. No país que desde o início da
colonização portuguesa realizou um processo de violência e genocídio de seus
povos originários; onde se conviveu 350 anos com o sequestro, tráfico e
escravização de pessoas negras; com práticas violentas e discriminatórias
mantendo-se (e se atualizando) mesmo após as tentativas de modernização
do país e que nos legaram uma estrutura racialmente desigual; não há como
silenciar tais dimensões.
Há autores que sustentam, inclusive, que antes de uma especialização de
funções, em nosso país teria ocorrido uma racialização das funções. Desta
forma, não é possível desprezar os aspectos raciais que impactam na
estrutura da sociedade brasileira, repercutindo sobre emprego, renda, salário
etc. No campo da sociologia, em suas interfaces com o trabalho, assumem
destaque os trabalhos de Florestan Fernandes, Clóvis Moura e Carlos
Hasenbalg.

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No mesmo sentido, é possível argumentar que em nosso país permanece
uma perversa divisão sociossexual do trabalho relegando mulheres aos
piores salários e a uma dupla opressão: a produtiva e a reprodutiva (posto
que produtoras de trabalho não pago no espaço familiar – casos das tarefas
de cuidado, por exemplo – e desfavoravelmente inseridas no mercado de
trabalho). Combinando desigualdades salariais e opressões de gênero, os
diferentes trabalhos femininos (dentro e fora do espaço doméstico) ainda
padecem de violenta invisibilização e, mormente, são executados a título de
gratuidade. Nesse campo destacam-se os trabalhos de Anita Brumer, Cláudia
Mazzei, Helena Hirata, Helena Saffioti, Lélia Gonzalez, Maria Betânia Ávila
etc.
Ademais, essas diferentes formas de opressão (raça e gênero) produzem
diferentes e desiguais formas de inserção nas relações produtivas, agindo –
por vezes – umas sobre as outras. Inúmeros são os estudos que desvelam o
quanto raça e gênero são mobilizados conjuntamente para assegurar e
justificar inúmeras formas de exploração e desigualdades. É aquilo que as (os)
estudiosas (os) do tema entendem ora como interseccionalidade, ora como
consubstancialidade. Aqui destacam-se as contribuições de Cláudia Mazzei,
Clóvis Moura, Danièle Kergoat, Helena Hirata, Lélia Gonzalez, Rachel Passos,
Sonia Giacomini, dentre outras (os).

DIRETO DO EDITAL
TÓPICO 2 | Fases históricas iniciais da industrialização:
2.1 Artesanato, manufatura, maquinofatura e mecanização da produção.
2.2 A Revolução Industrial e o capitalismo industrial.
2.3 Modelos de gestão e organização do trabalho: taylorismo, fordismo,
toyotismo, plataformas digitais e seus impactos no trabalhador e na
sociedade.
2.4 A organização dos trabalhadores e trabalhadoras:
2.4.1 O movimento operário. 2.4.2 Sindicalização e militantismo. 2.4.3 A ação
sindical e sua tipologia. 2.4.4 A evolução do sindicalismo diante das
transformações do mundo do trabalho. 2.4.5 Greves e conflitos trabalhistas.

2.5 A crise atual da sociedade do trabalho:


2.5.1 O processo de globalização, seus efeitos sociais e as novas cadeias
produtivas. 2.5.2 O proletariado de serviços, as plataformas digitais, a
inteligência artificial e o ciberproletariado. 2.5.3 A necessidade de novas
competências, qualificações e as funções em extinção. 2.5.4 Flexibilização,
informalidade, terceirização e precarização das condições de trabalho.

COMENTÁRIOS DO PROFESSOR
Em nossa perspectiva, o título atribuído ao tópico pela banca CESGRANRIO
é inadequado. Para nós, apenas os tópicos 2.1 e 2.2 podem ser considerados
como relativos às fases iniciais da industrialização, e como restritos ao
adjetivo industrial. Todos os demais subtópicos do presente item do edital
extrapolam as caracterizações dadas pelo título.
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Ressalvas feitas, importa demonstrar que em ambos os casos, tópicos 2.1
e 2.2, as referências são o pensamento de Karl Marx. Inclusive os conceitos
são apresentados segundo a ordem da enunciação dos mesmos pelo autor,
no livro O Capital.

O tópico 2.3 direciona nosso olhar para a emergência, consolidação,


evolução e transformação dos métodos e modelos produtivistas,
apresentando o desenvolvimento das diferentes estratégias de gestão e
organização do trabalho e da produção, em ordem cronológica. É o momento
ideal para conhecer, caracterizar e estabelecer comparações entre o modelo
taylorista-fordista e os muitos modelos pós-fordistas. Ressalta-se em
particular aquele oriundo da experiência japonesa (toyotismo) e os impactos
e transformações resultantes do seu desenvolvimento combinado com as
novíssimas tecnologias da informação, microeletrônica e o advento das
plataformas digitais. Neste sentido, o tópico 2.3 se desdobra – quanto às
experiências do pós-fordismo – nos 4 subtópicos do tópico 2.5 - A crise atual
da sociedade do trabalho, em particular no subtópico 2.5.2 - O proletariado
de serviços, as plataformas digitais, a inteligência artificial e o
ciberproletariado. Importante ressaltar que sugerimos que você perceba os 4
subtópicos em suas relações e interreferência. No tópico 2.5.1 a ênfase recai
sobre os processos de globalização e seus efeitos sociais, políticos,
econômicos e sobre as cadeias produtivas. Aqui o material a ser estudado
pode se prolongar ao infinito, e por isso sugerimos as leituras de Michael
Burawoy, Milton Santos e Paul Singer (com ênfase no primeiro e no último).

Passo seguinte você deve procurar estabelecer uma análise crítica acerca
dos impactos daqueles processos sobre as cadeias produtivas, as formas de
trabalho, as políticas de estado, as formas de vida etc. É então que irão
emergir os problemas associados à redução do proletariado industrial, à
emergência do proletariado de serviços, ao nascimento de uma espécie de
ciberproletariado, e dos problemas advindos – para o mundo do trabalho –
da afirmação das plataformas digitais e de maquinarias virtuais de organização
e gerenciamento do trabalho e da produção. É nessa hora que o candidato a
ser aprovado para AFT pode – e deve – pensar as novíssimas relações no
mundo do trabalho, nas muitas formas de desregulamentação e de
precarização das relações de trabalho; posto que constituirão seu universo de
atuação cotidiana. Para tanto, o trabalho dos seguintes autores (as) pode ser
útil: Cláudia Mazzei, Daniela Ribeiro de Oliveira, Jacob Carlos Lima, Maria
Aparecida Bridi, Pablo Miguez, Ricardo Antunes, Ruy Braga, dentre muitos.

Estes trabalhos nos permitem refletir inclusive em que medida tais


modificações repercutem sobre o mundo social e a vida cotidiana. Quais são
as novas competências, qualificações e funções que se afirmam; e quais
correm o risco de desaparecerem – ou, no mínimo, serem profundamente
alteradas (tópico 2.5.3).

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O edital também nos exige pensar as repercussões políticas e simbólicas
desse conjunto de transformações. Como elas refletem sobre as formas de
associação e solidariedade entre os trabalhadores, em suas formas de luta:
organizadas ou latentes, tradicionais ou novíssimas (tópico 2.4). Faz-se
importante basear-se sobre contribuições teóricas que nos permitam pensar
as experiências históricas de trabalhadores e trabalhadoras. Nisto acredito
que podem ser úteis as reflexões realizadas por Adalberto Cardoso, Armando
Boito Jr, Eric Hobsbawm, Iram Jácome Rodrigues, Patrícia Trópia e Ricardo
Antunes.

Por fim, ainda haveríamos de pensar as maneiras pelas quais este


conjunto de transformações repercutem sobre o estado e suas políticas
públicas. Como, em nossa realidade histórica, essas novas formas materiais
de relações de trabalho ensejam processos de flexibilização de direitos
trabalhistas, terceirização e precarização das condições de trabalho,
produzindo novas formas de inserção econômicas, ainda que mergulhadas na
informalidade e desproteção (tópico 2.5.4). Sugere-se então os trabalhos de
Andréia Galvão, Helena Hirata, José Dari Krein, Manoel Malaguti, Maria da
Graça Druck e Marilane Oliveira Teixeira.

Ao fim deste percurso, você terá esgotado aquilo que o edital propõe. Mais
que isso, terá refletido sobre o conjunto das relações sociais sobre as quais
atuará ao ser aprovado e tomar posse em sua nova função pública. E neste
momento, deverá ser capaz de servir ao interesse público e ao bem comum.
Se isto também te motiva, junte-se a nós na construção de uma preparação
poderosa não para fazer uma prova, mas para melhorar nosso país.

Entendo bem que um conteúdo complexo como o que acabamos de ler


não é facilmente assimilável. Sobretudo se você for trilhar este caminho
sozinho. Por isso decidi que irei oferecer um curso no qual esse conteúdo
será apresentado. Sempre de maneira direcionada aos autores e, levando em
conta o perfil da banca CESGRANRIO. Sou pesquisador da área, professor de
sociologia há três décadas - do ensino médio à Pós-Graduação – e possuo
vasta experiência com preparação para processos seletivos e concursos
públicos. Eu mesmo fui aprovado em 5 concursos, todos em primeiro
lugar.
Conheço bem o caminho, com seus riscos e atalhos. E quero te sugerir um
combinado: dê a si mesmo a oportunidade de aprender Sociologia do
Trabalho e GABARITAR as questões na prova do CNU. Não perca tempo com
materiais e cursos mal adaptados e sem direcionamento teórico. A gente
assegura que, fazendo o nosso curso SOCIOLOGIA DO TRABALHO PARA O
CNU, você não terá mais que se preocupar com esse conteúdo e terá
condições para acertar todas as questões relativas à disciplina no dia da
prova, aumentando - ainda - seus conhecimentos para escrita da questão
discursiva.
Ah! aproveita para salvar e imprimir este Edital Comentado, ele é um
presente meu para você. A seguir você pode conferir um quadro com resumo
de tudo que conversamos até aqui. Muito obrigado pela atenção!

Prof. Cristhian Lima


Doutor em Ciências Sociais, apaixonado por ensinar Sociologia do Trabalho.
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AFT | CNU - SOCIOLOGIA DO TRABALHO | TEMAS E AUTORES

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