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(Vespertino)
2a avaliação
b) Compare os diferentes pesos e funções que dois desses autores atribuem ao
conhecimento histórico na explicação dos fenômenos sociais.
De acordo com Lévi-Strauss, embora as sociedades humanas sejam diferentes entre si,
conseguem estabelecer certa comunicação e possuem semelhanças em suas instituições graças
ao nível inconsciente do pensamento humano. Dessa maneira, seria possível reduzir distintos
fenômenos culturais a estruturas — princípios de inteligibilidade comuns a todas as
sociedades e compostos por símbolos, os quais são ordenados de modo particular a cada uma
delas, de maneira a engendrar as culturas como tais.
Portanto, nota-se que diferentes culturas seriam realizações variadas das mesmas
estruturas inconscientes de pensamento humano. O autor propunha uma teoria na qual o
etnólogo seria responsável por operar com essas variações comparando-as entre si, de maneira
a entender a universalidade do espírito humano, uma vez que as estruturas são as mesmas
independentemente de sua localização no tempo e espaço.1
Se, como cremos, a atividade inconsciente do espírito consiste em impor formas a um
conteúdo, e se essas formas são fundamentalmente as mesmas para todos os espíritos,
antigos e modernos, primitivos e civilizados [...], é necessário e suficiente atingir a estrutura
inconsciente,subjacente a cada instituição e a cada costume, para obter um princípio de
interpretação válido para outras instituições e outros costumes, contanto, evidentemente,
que se avance suficientemente na análise.
Assim sendo, os eventos históricos não seriam nada mais que realizações das
estruturas, pois estas fornecem um inventário lógico de possibilidades das quais eles não
escapam, uma vez que, como já mencionado, elas se referem à própria condição humana e
resistem ao tempo. É importante evidenciar que os acontecimentos não são previstos pelas
estruturas, são apenas envolvidos por elas.2 Desse modo, o historiador, por sua vez, operaria
com expressões conscientes da vida social, através de um método monográfico e funcional
atentado para o desenvolvimento das sociedades no tempo.3
Então é possível notar que o conhecimento histórico em si, sob perspectiva
estruturalista, não explica os fenômenos sociais de maneira generalizada tal qual o
antropológico, mas de maneira específica. Contudo, “[...] a análise das estruturas sincrônicas
implica um recurso constante à história. Ao mostrar instituições que se transformam, só ela
permite extrair a estrutura subjacente a formulações múltiplas e que permanece através da
sucessão de eventos”.4 Em outras palavras, o etnólogo pode utilizar-se das produções do
historiador, assim como faz uso das produções etnográficas, para acessar o fundo inconsciente
1
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia Estrutural. São Paulo: Cosac Naify, 2008. p. 35.
2
Ibidem, p. 38.
3
Ibidem, p. 18.
4
Ibidem, p. 36.
Yago Magalhães Lopes NUSP:12518712
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5
SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990. p. 186.
6
Ibidem, p. 9.
7
Ibidem, p. 15.
8
Ibidem, p. 7, 176.
9
Ibidem, p. 13.
10
Ibidem.
11
Ibidem, p. 27-29.
12
Ibidem, p. 174.
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Assim sendo, os conhecimentos histórico e antropológico são dispostos sob uma certa
horizontalidade em Sahlins, uma vez que para este autor a cultura não é determinada pela
sincronia, tal como entendia Lévi-Strauss, mas sim pela síntese de diferentes dicotomias:
estabilidade e mudança, passado e presente, diacronia e sincronia;13 de modo que a
compreensão da totalidade dos fenômenos culturais requer o uso das duas disciplinas.
13
Ibidem, p. 180.
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REFERÊNCIAS
Bibliografia Utilizada
SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.