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Curso: Psicopedagogia

Disciplina: Correntes teóricas- A construção do conhecimento sob o olhar


psicopedagógico
Discente: Leonor Josiane Thomaz de Melo
Tutor: Odnéia Quarteri

TAREFA 3.1
Estudo de Caso

Analise a situação com base nas contribuições da psicanálise para o campo da


psicopedagogia,  teça considerações e aponte sugestões de possíveis procedimentos,
intervenções e/ou encaminhamentos  pedagógicas  para condução desse Projeto de
modo a favorecer o envolvimento dos alunos com foco principalmente nos cinco alunos
que estão com dificuldades de aprendizagem.  

Referência:   Fernández, Alicia.A inteligência aprisionada:abordagem psicopedagógica


clínica da criança e sua família.Porto Alegre,Artmed, 1991 ..........................A mulher
escondida na Professora:uma abordagem psicopedagógica do ser mulher,da
corporalidade e da aprendizagem.Porto Alegre, Artmed, 2001.

Uma professora com 34 anos e  com 10 anos de experiência na Educação Infantil no


Ensino Fundamental assumiu na zona de periferia do Rio de Janeiro  duas ( 2) turmas de
alunos de 5ª e 6ª séries com crianças em situação de risco.  Desde o inicio do 1o
semestre de 2009 essa professora tem vivenciado  problemas graves de indisciplina. 
Após a utilização  algumas estratégias e intervenções pedagógicas conseguiu melhorar a
motivação, a aprendizagem,  o desempenho da turma e a disciplina da turma, com
exceção de cinco ( 5 alunos).  No momento essa Professora está  coordenando a
implantando de um novo Projeto interdisciplinar para trabalhar com  “Reciclagem  de
Lixo” e pretende envolver diretamente este alunos numa tentativa de melhorar tanto
seus respectivos comportamento como seu desempenho.

Estudo de Caso.

A psicanalise contribuiu muito para a psicopedagogia, onde a partir dela


começou a verificar também a subjetividade do sujeito que aprende e não apenas seus
déficits neurológicos, Pain (1992) nos relata a partir desta abordagem, o estudo do
mundo objetivo e o subjetivo, onde aponta três semelhanças entre a Psicanalise e a
Epistemologia Genética proposta por Piaget, sendo a organização estruturalista, o ponto
de vista genético e o inconsciente com seu processo de pensamento e a
intersubjetividade.
Segundo Leitão (1997), a mais importante contribuição da psicanalise enquanto
afetiva para a psicopedagogia considerando-a aprendizagem, é o fato da busca de
conhecer o como a criança se sente e não apenas o que pensa, assim poderá o professor
compreender melhor suas reações e ajuda-lo a direcionar a energia da pulsão para o
alcance do conhecimento, como prazer na leitura, escrita, a motivação para conhecer o
novo.

No caso descrito acima, é necessário que sejam analisados vários fatores, a


experiência da professora, a comunidade em que as crianças estão inseridas, classe
social conforme citado e a dificuldade apresentada por cada aluno. É importante que se
utilize com estes alunos estratégias que se adaptem ao seu universo, seu contexto,
propondo a partir de um vinculo bem estruturado entre professor e alunos uma
ampliação deste; utilizar aulas dinâmicas com materiais que se identificam com os
alunos para assim prender a atenção dos envolvidos e criar situações que façam com que
os alunos reflitam sobre sua forma de agir, seu comportamento.
O projeto tende a criar maiores vínculos, é uma porta aberta para a
aprendizagem e aceitação desta pelo grupo, assim, é interessante que a professora
coordene as atividades dividindo a classe em grupo e implantando um rodizio de
liderança com foco nos alunos que estão apresentando maiores problemas de
indisciplina, pois estará além de ensinando responsabilidade, demonstrando a aceitação
deste e de sua criatividade, trabalhando com ele a autoestima e suas possibilidades.
Segundo Fernandez (1991), uma atividade é boa e causa prazer quando pode ser
desenvolvida em um ambiente que inspire liberdade e confiança, com possibilidades de
apossar-se do produto de seu trabalho.
De acordo com Costa (2001):

O sujeito não libidinizado é alguém marcado pela falta de desejo, desejo de não
aprender. Aprender é um ato desejante e sua negação é o não aprender. Tal
desejo é movido pelo inconsciente, que nesse momento de aprender ou não
aprender responde às informações libidinadas (negação, omissão, recusa,
rejeição, etc.) percebidas nas primeiras relações maternas ou, mais
especificamente na fase da construção do ego.

Dentro deste projeto, pode-se oferecer também palestras com profissionais


diversos como artesãos, engenheiros ambientais, psicólogos, médicos que citariam sobre
a importância do bem-estar e dos problemas de saúde causados pela poluição, pela falta
de organização do lixo.
Os meninos que apresentam dificuldades na disciplina, é importante que sejam
assistidos por profissionais como fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista,
psicopedagogo, para que se avalie e seja diagnosticado e tratado a causa deste sintoma,
pois o mesmo pode ser psicológico, onde apresentam problemas com relação a
afetividade, a conflitos familiares, a falta de alimentação correta, ou até mesmo voltada
a algum distúrbio neurológico de aprendizagem.
Outra questão é a atuação do professor neste contexto, pois é importante que esta
também esteja aberta a criação de um vinculo que possa transmitir segurança a seus
alunos de forma a impulsiona-los a busca pelo conhecimento. Kupfer (2000) afirma que,
é necessária a presença de um professor para que ocorra o aprendizado e que nem
sempre este é um encontro feliz, pois dependendo da posição deste poderá ou não
propiciar a aprendizagem.

Referencias Bibliográficas:

COSTA. Auredite Cardoso. Psicopedagogia e Psicomotricidade: pontos de intersecção


nas dificuldades de aprendizagem. 4 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

FERNÁNDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora: uma leitura


psicopedagógica do ser mulher, da corporalidade e da aprendizagem. Porto Alegre:
Artmed, 1994.

FERNÁNDEZ, Alicia. A Inteligencia Aprisionada – Abordagem psicopedagogica


clinica da criança e sua família. Trad. Iara Rodrigues, 2ª ed. Porto Alegre, Artes
Médicas,1991.

KUPFER, Maria Cristina Machado. Fred e a Educação: o mestre do impossível. São


Paulo: Scipione, 2000.

LEITÃO, Heliane; ALMEIDA, Leda. Piaget e Freud: um encontro possível? Maceió:


Edufal, 1997.

PAIN, Sara. Diagnostico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Trad. Ana


Maria Netto Machado, 4ª ed., Porto Alegre, Artes Medicas, 1992.

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