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1 INTRODUÇÃO

Com base em estudos desenvolvidos por vários autores, partiu-se em busca


de analisar os problemas das dificuldades afetivas provenientes de relacionamentos
mal trabalhados, os quais interfere no processo ensino-aprendizagem.
As influências exercidas pelo meio, a falta ou o excesso de afetividade pode
desencadear sintomas prejudiciais na vida da criança, pois os relacionamentos
existentes na escola e na família também se estendem até o social, dentro de um
processo gradativo e contínuo.
Os primeiros contatos sociais se estabelecem predominantemente com os
membros da família, sendo ela, o grupo social primário de maior significação na vida
da criança que ao ingressar na escola encontra uma nova figura de autoridade, o
professor, que lhe dispensa nova série de padrões, onde ela se depara com infinitas
situações que vem a estabelecer alterações no seu dia-a-dia.
Então a criança terá que se adaptar as exigências escolares direcionadas no
processo ensino aprendizagem, além de fazer parte de um novo grupo, ao qual terá
que se relacionar afetiva e cognitivamente.
Diante da diversidade de alunos que passam pelas salas de aula, muitos
caminham sozinhos, com segurança, conseguindo construir sua base de
conhecimento pela interação social. Outros, porém, necessitam de um
acompanhamento mais individualizado, sendo necessário respeitar o seu ritmo
próprio de desenvolvimento nos aspectos cognitivo e afetivo.
Sendo assim, questiona-se: qual a influência da afetividade no
relacionamento entre professores e alunos de 1 a a 4a séries do Ensino Fundamental
da EEB Prof Mário de Oliveira Goedner para potencializar o processo de ensino
aprendizagem?
Por isso, procurou-se analisar como ocorre o relacionamento entre
professor/aluno/professor e como o mesmo está aliado na aprendizagem da criança.
Assim, pretende-se refletir acerca das emoções nas relações interpessoais
professor/aluno.
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Os modelos pedagógicos, os programas institucionais, a metodologia usada


pelos educadores, são aspectos que nem sempre se compatibilizam com a realidade
individual da criança, e as conseqüências se manifestam gerando rendimentos
deficitários, problemas de conduta, repetência, evasão.
Inúmeras vezes os educadores desconhecem a realidade pessoal e social do
educando, provocando, dessa forma, desadaptações que poderiam ser evitadas.
A partir das últimas décadas do século XX os estabelecimentos de ensino
tentam superar alguns problemas pedagógicos, e para tanto, procuram achar outras
alternativas didáticas, no entanto sabe-se que a relação afetiva entre professor e
aluno é um ponto que motiva o sucesso ou o fracasso escolar.
Dentro desse contexto de educação escolar, esta monografia objetivou
identificar a contribuição da afetividade no relacionamento entre professor e aluno de
1a a 4a séries da Escola de Educação Básica Prof Mário de Oliveira Goedner, no
município de Mafra-SC, no segundo semestre de 2005, o qual constitui a amostra
desta pesquisa, a mesma direciona-se a destacar as concepções de afetividade,
verificar o conhecimento do professor com relação à afetividade, identificar a
importância dada pelo professor à formação da auto-imagem e auto-conceito
positivo da criança.
Para melhor entendimento, esta monografia foi dividida em sete seções,
descritas a seguir:
Na introdução, é tratada a problemática de pesquisa, a justificativa e os
objetivos.
Na seção dois, elaborou-se o referencial teórico, a partir da consulta de livros
e revistas sobre o tema de pesquisa.
Na seção três, descreve-se a metodologia de pesquisa.
Na seção quatro, os dados são analisados e interpretados.
Posteriormente, elaborou-se a conclusão, referências e apêndice.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRICO DAS CONCEPÇÕES DE ENSINO E SUAS RELAÇÕES COM A


AFETIVIDADE

Na prática do ensino tradicional, o homem, no início da sua vida, é


considerado uma espécie de tábua rasa, na qual são impressas, progressivamente,
imagens e informações fornecidas pelo ambiente.
É um receptor passivo até que, repleto das informações necessárias, pode
repeti-las a outros que ainda não possuam, assim pode ser eficiente em sua
profissão, às informações são adquiridas através de modelos imitados.
Analisando esta concepção educacional do ensino tradicional, a
aprendizagem do aluno é mera cópia de modelo.
Sendo assim, o papel do professor está intimamente ligado à transmissão de
certo conteúdo, onde a escola é o local da apropriação do conhecimento, por meio
da transmissão de conteúdos e confrontação com modelos e demonstrações.
Quanto à relação professor – aluno, e os aspectos da afetividade, Libâneo
afirma diz que:

Em um relacionamento professor – aluno, predomina a autoridade do


professor que exige atitude receptiva dos alunos e impede qualquer
comunicação entre eles no decorrer da aula. O professor transmite o
conteúdo na forma de verdade a ser absorvida; em conseqüência, a
disciplina imposta é o meio mais eficaz para assegurar a atenção e o
silêncio. (LIBÂNEO, 1996, p. 24).

Percebe-se que no ensino tradicional o professor está intimamente ligado à


transmissão de certo conteúdo e o aluno à repetição automática dos dados que a
escola forneceu.
Esta relação predominante professor – aluno (individual), nega ao professor
manter um contato mais profundo com as emoções dos alunos, sendo também
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vedado a participação do aluno no processo de construção do conhecimento, sem o


menor espírito afetivo.
Para a concepção comportamentalista cabe a educação, transmitir
conhecimentos, assim como comportamentos éticos, práticas sociais, habilidades
consideradas básicas para a manipulação e controle do mundo, ambiente cultural,
social. Aos educadores cabe o controle do processo de aprendizagem, um controle
científico da educação, o professor tem a responsabilidade de planejar e
desenvolver o sistema de ensino aprendizagem, de forma tal que o desempenho do
aluno seja maximizado, considerando-se igualmente fatores tais como economia de
tempo, esforços e custos.
Segundo a teoria piagetiana:

A afetividade determina os fins do comportamento e as estruturas cognitivas


fornecem os meios ou instrumentos (...) cada conduta implica um aspecto
energético e/ou cognitivo (...) pois vida afetiva e vida cognitiva são
inseparáveis. Devemos analisar ação e a interação de uma pessoa sobre a
outra (...) para determinar uma diminuição da angústia, uma comunicação
mais franca e direta, um processo na aprendizagem e uma melhor
adaptação à realidade. (PIAGET, 1980, p. 143).

Ao tratar do desenvolvimento da inteligência, Piaget aborda o sistema de


adaptação psicológica da criança, vista como uma ação de forças funcionais entre o
indivíduo e o meio, sendo que estas permutas incluem “dois processos importantes:
o afetivo e o cognitivo”.
Faz-se importante compreender que, historicamente, foi negado ao professor
manter um contato mais profundo com as emoções dos alunos, pois encontrar
professores manipuladores e donos do saber.
Nessa concepção comportamentalista, a questão da afetividade vinculada ao
cognitivo do indivíduo em arranjar e reforçar o aprendizado dentro de um sistema
programado tanto no que diz respeito ao currículo como nas atitudes e
comportamentos.
Na abordagem Humanista o ensino é centrado no aluno, dando ênfase as
relações interpessoais e ao crescimento que delas resulta, centrado no
desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e
organização pessoal da realidade, e em sua capacidade de atuar, como uma pessoa
integrada. Dá-se igualmente ênfase à vida psicológica e emocional do indivíduo e a
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preocupação com a orientação interna, com auto conceito. Segundo Mizukami


(1986, p. 52):

A autenticidade e a congruência são consideradas condições facilitadoras


da aprendizagem, as quais, por sua vez, irão facilitar um processo de
autenticidade ou congruência na pessoa ajudada. Isso igualmente implica
que o professor deva aceitar o aluno tal como ele é compreender os
sentimentos que ele possui. Aceitando o aluno e compreendendo-o
enfaticamente, o professor fará de sua parte, tudo para a criação de um
clima favorável de aprendizagem. (1986, p. 52).

Estes preceitos da concepção humanista, a autenticidade e congruência, são


condições essenciais para a aprendizagem do aluno, principalmente quando está
interligada com o fator afetividade, o que na verdade torna-se fundamental para a
compreensão e aceitação do indivíduo como pessoa única e da forma como ele é.
Portanto a afetividade é uma condição que se relaciona diretamente com o estado
de espírito e influi significativamente na auto-realização do aluno.
Na tendência progressista a escola deve se utilizar de experiências que
permitam que o aluno aprenda num processo de construção e reconstrução, fazendo
assim uma interação na estrutura cognitiva e do ambiente, satisfazendo as
necessidades do aluno e do meio social, havendo assim uma troca entre
professores e alunos, onde o aluno contribui com sua experiência em um contexto
cultural, e o professor através dos conteúdos, orienta, abre perspectivas, exige
esforço do aluno, desenvolvendo conteúdos que estejam dentro da realidade do
aluno, onde o aluno terá uma participação efetiva, trazendo assim, um clima
harmonioso em sala de aula, e um indispensável relacionamento positivo entre o
professor e aluno.
Segundo Freire “a relação do aluno com o professor precisa ser dialógica,
pois no diálogo amoroso, estabelece um processo de confiança e juntos, crescem e
se educam mutuamente” (FREIRE apud BEHRENS, 1999, p. 83).
Neste contexto, acredita-se que, quando existe afetividade no diálogo entre
professor – aluno e aluno – professor, adquire-se um conhecimento mais rico,
amplo, acontecendo assim, uma troca no saber e aprender.
O vínculo afetivo e o respeito a realidade de cada um são referências que
auxiliam o sujeito a desenvolver um auto-conceito positivo de si mesmo levando-o a
valorizar e participar de atividades que conduzem a sua própria transformação e
realização, favorecendo o desenvolvimento do ensino aprendizagem,.
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Libâneo coloca que “embora o professor e aluno sejam desiguais e diferentes,


nada impede que o professor se ponha a serviço do aluno, sem impor suas
concepções e idéias, sem transformar o aluno em objeto” (1996, p. 37).
Diante dessa concepção percebe-se que o professor comprometido com a
ação pedagógica visa em seus objetivos propostos de atividades com sentido real e
desafiador à criança, que sejam simultaneamente, significativos e prazerosos,
incentivando sempre os momentos de descoberta e o despertar da criatividade,
criando um vínculo afetivo.

2.2 A AFETIVIDADE SEGUNDO ALGUNS PENSADORES DA EDUCAÇÃO

O pensamento pedagógico brasileiro de orientação “crítica” e “progressista”,


ganhou espaço nesses últimos anos, pelo menos nas universidades, apesar de
encontrar muita resistência, pelo enraizamento histórico de conservadorismo que é
ainda predominante.
A nossa escola ainda é tradicional em suas práticas, porém, as muitas
mudanças acometidas no ambiente escolar são provas de que os procedimentos
tradicionais relacionados a afetividade indicam que as formas de relacionamentos
entre professor – aluno tomam novos rumos, indo em direção de uma educação
mais humanista, próxima e calorosa.
As emoções, para Wallon, tem papel preponderante no desenvolvimento da
pessoa. “E por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades”.
(ESCOLA, 2003, p.31).
Nessa concepção percebe-se que a afetividade é uma fonte geradora de
potenciais, é a base sobre a qual se constrói o conhecimento cognitivo.
Marx coloca que “[...] na prática educativa podemos perceber que o homem é
um ser que constrói através de suas relações com o mundo natural e social”. (MARX
apud MIZUKAMI, 1996, p.13).
Observa-se que o professor precisa conhecer uma criança não apenas na
sua estrutura física, mas também na sua interioridade, afetividade, na sua
necessidade como um indivíduo que chora, ri, dorme, sofre e busca constantemente
compreender o mundo que a cerca e do qual ela faz parte.
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Rossini diz que “[...] a afetividade domina a atividade pessoal na esfera


instintiva, nas percepções, na memória, no pensamento, na vontade, nas ações, na
sensibilidade corporal – é componente do equilíbrio e da harmonia da
personalidade”. (ROSSINI, 2001, p. 10).
Vigotsky concebe “o homem como um ser que pensa, raciocina, deduz e
abstrai, mas também como alguém que sente, se emociona, deseja, imagina e se
sensibiliza”. (apud REGO, 1998, p. 120).
Com essa concepção teórica, fica evidente que a criança possui uma boa
relação afetiva, ela é segura e apresenta melhor desenvolvimento cognitivo.
A afetividade, conforme estudos sobre a teoria piagetiana, é um tipo de
“temperatura” de alguma atividade. Não há um fato afetivo sem um componente
cognitivo. “O comportamento inteligente e a afetividade são inseparáveis, dois
aspectos do mesmo fenômeno, porque, para que a inteligência funcione é preciso
um motor que é a afetividade”. (PIAGET apud LIMA, 1999, p.90).
A afetividade, desse modo, manifesta-se pelos interesses, pela motivação,
pelo grau de dinamismo e pela energia. E os desequilíbrios de caráter afetivos
podem ocasionar impedimento na atividade cognitiva, do mesmo modo que as
motivações afetivas geram desenvolvimento intelectual.
O sentimento de uma pessoa afeta seu comportamento, e determinados
comportamentos afetam o sentimento, mais ainda assim são distintas e podem ser
diferentes em determinado momento, pois geralmente partimos do princípio de que
sabemos o que acontece dentro das pessoas, onde determinados padrões afetivos
são desenvolvidos, e fornecem a base dessas transformações.
Podemos perceber, então, que é de fundamental importância analisarmos as
relações sociais, acreditando que estas contribuem com o processo educacional,
apontando meios para a resolução de problemas na prática pedagógica. É neste
contexto, que a afetividade deve ser cultivada com respeito e seriedade, como ponto
de referência dos relacionamentos em sociedade.
Para Saltini “[...] as escolas deveriam entender mais de seres humanos e de
amor do que de conteúdos e técnicas educativas. Elas têm contribuído em demasia
para a construção de neuróticos por não entenderem de amor, de sonhos, de
fantasias, de símbolos e de dores”. (SALTINI, 1999, p. 15).
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Percebe-se nesta concepção acima que as escolas não vêm ensinando


conhecimentos que levam a autonomia individual e solidária, e tampouco o que diz
respeito aos sentimentos, afetos e relações interpessoais.
“Aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso, prazeroso”.
(ROSSINI, 2001, p.16).
Compreende-se nesta concepção que o afeto pode ser entendido como
energia necessária para que a estrutura cognitiva passe a operar.,
“A educação é um processo que se dá através do relacionamento e do afeto
para que possa frutificar” (CHALITA, 2001, p. 154).
Na visão desse autor, o afeto desempenha um papel essencial no
funcionamento da inteligência.
Para Ferreira (1986, p. 55) “afetividade: qualidade ou caráter efetivo. Conjunto
de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e
paixões, acompanhadas sempre de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de
agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”.
As emoções existem, todos nós sentimos, de maneira regular elas efetuam
mudanças em nossos comportamentos e fisiologia.
Ter escolha de como demonstrar as emoções pode nos ajudar a nos
comunicar melhor com as pessoas, não só aos outros, mas a nós mesmos. Por isso,
as emoções são determinadas pela mistura específica de percepções e processos
mentais que temos em determinados momentos.
“Jamais pode entender a educação como uma experiência fria, sem alma, em
que os sentimentos e as emoções, os desejos, os sonhos devessem ser reprimidos
por uma espécie de ditadura racionalista”. (FREIRE, 1999, p. 165).

2.3 CONCEPÇÕES DE AFETIVIDADE

Afetividade e desejo são decisivos para o processo e bom desenvolvimento


escolar das crianças. Outro aspecto importante diz respeito as relações entre desejo
e aprendizagem, os quais têm contribuição no processo de construção do
conhecimento. E trabalhar pensamentos e sentimentos requer dos profissionais da
educação coragem para enfrentar este desafio, para buscar novas teorias e abrir
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mão de conceitos estabelecidos em suas mentes. Mas, recusando este desafio


podem estar contribuindo para a consolidação do analfabetismo emocional em
sociedade contemporânea.
Conceituando, “afetividade, define-se como a capacidade de
experimentarmos sentimentos e emoções em nossas reações e estímulos sociais e
orgânicos. Os fenômenos afetivos são, portanto fenômenos de sensibilidade” (MAIA,
1991, p. 121).
A afetividade que era inicialmente determinada basicamente pelo fator
orgânico, passa a ser fortemente influenciada pela ação do meio social.
Wallon já defendia uma evolução progressista da afetividade, cujas
manifestações vão se distanciando da base orgânica e tornando-se cada vez mais
relacionadas ao social.
Crianças que convivem com a aceitação e amizade, aprendem que o mundo
é um bom lugar para se viver, vendo esse mundo de uma forma otimista e positiva.
Para tanto é preciso estar atento às necessidades, talentos e desejos próprios de
cada criança, para dar a cada uma delas uma orientação eficiente e concreta.
Segundo Cury, “as escolas não estão conseguindo educar a emoção, elas
estão gerando jovens insensíveis, hipersensíveis ou alienados (...) por trás de cada
aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afeto”.
(CURY, 2003, p. 67; 97).
Percebe-se então que o educador deve adquirir atitudes que entendam as
necessidades do aluno, atitudes intermediárias de afeição e severidade, para então
se ter o respeito e ao mesmo tempo um ambiente harmonioso, podendo dizer que a
forma como se ensina é mais valiosa do que o próprio conteúdo, sendo o professor
um guia seguro que conduz o aluno para o aprendizado.
É preciso que o educador acredite que seu esforço não é em vão, que ele
terá qualidade pela qualidade da sua presença, que através da troca possa dar e
receber conhecimento, havendo assim um enriquecimento mútuo.
Sabe-se que em dias atuais as crianças apresentam reações de indiferença,
desrespeito e zombaria, que devem ser levados em consideração pelo professor, e
de uma forma afetiva transformar esse relacionamento hostil em um relacionamento
positivo, ocasionando a abertura da criança para um desenvolvimento interior o qual
a levará a um desenvolvimento cognitivo.
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Segundo o conceito “afetividade é um conjunto de fenômenos psíquicos que


compreende, sobretudo o prazer, a natureza, a dor e as emoções, capacidade de
experimentar estados e reações de caráter afetivo” (GARSCHAGEM, 1997, p. 16).
Ao falarmos em afetividade temos que considerar as emoções que são
expressões da vida afetiva e que são acompanhadas de reações breves e internas
do organismo em resposta de um acontecimento inesperado, sendo assim de
acordo com as emoções que o individuo tem, ele pode aliviar as coisas que lhe
acontecem, sejam elas (as emoções), de raiva, medo, vergonha, alegria, tristeza,
atração, paixão; sendo elas fortes ou fracas, passageiras ou duradouras.
As emoções fazem parte do dia-a-dia nas escolas, a todo o momento
crianças vivem uma experiência emocional se manifestando de diversas maneiras. É
preciso conviver com as emoções, aprender com elas e saber lidar com elas em
nosso dia-a-dia.
A criança é um ser emotivo e trás consigo marcas profundas desde a sua
gestação que precisam ser levadas em consideração pelo professor, que muitas
vezes a ignora em função do conteúdo que tem a vencer.
Para Cury, “[...] falar do conhecimento sem humanizá-lo, sem resgatar a
emoção da história, perpetua nossas misérias e não as cura”. (CURY, 2003, p. 133).
Percebe-se, então, que através da educação emocional cria-se um vínculo
afetivo entre professor e aluno, respeitando a individualidade de cada um.
A educação deve estar ligada ao ato afetivo, para assim existir qualidade de
ensino e satisfação no aprendizado, para que a relação ensinar e aprender,
aprender e ensinar entre professor e aluno possa acontecer constantemente. O
professor não precisa exercer autoridade, sua autoridade é conquistada pela sua
cidadania e sensibilidade, adquirindo assim, um aperfeiçoamento na relação afetiva.
Analisando alguns conceitos encontramos afetividade como “[...] faculdade de
expressar afeição. Poder de expressar-se através de palavras, a emoção que
decorre das idéias emitidas, precipitando no interlocutor reações semelhantes”
(MAIA, 1995, p. 94).
Falar de afetividade é falar das formas pelas quais tratamos ou outros e como
nos deixamos afetar pelo que nos cerca, pois o ser humano é dotado de corpo,
espírito e emoção, e com esta complexidade deve ser orientado e conduzido em sua
vida.
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Sabemos que o ser humano manifesta-se afetivamente, porém o professor


não está preparado para ensinar em um ambiente afetivo, onde se estabelece uma
relação de diálogo e sensibilidade em relação aos interesses da criança.
É preciso dar oportunidade para a criança colocar seus sentimentos na escola
e não apenas sua inteligência e capacidade de aprender.
Segundo Saltini (1999, p. 87) “[...] a criança deseja e necessita ser amada,
aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do
aprendizado”.
Percebe-se então que o afeto é por um lado um regulador da ação,
influenciando a expressividade e comunicação, então podemos entender que por
meio de um sólido relacionamento afetivo, é possível se chegar a um adulto criativo,
que reflete sobre suas condições de vida, que critica e enfrenta desafios, compete e
colabora.

2.4 A AFETIVIDADE NA SALA DE AULA

A sala de aula é, por excelência, o espaço onde se ofereceu oportunidades


de compreender, sentir, compartilhar, emocionar-se, solidarizar-se, construir
conhecimentos sólidos, desenvolver a criatividade.
Em boa parte das vezes, é um dos únicos espaços onde as crianças
desenvolvem aptidões, sentimentos e atitudes.
É preciso, no contexto da sala de aula que o professor, como agente central,
conheça os aspectos que norteiam a vida infantil, ou seja, saber quem são os
alunos, como eles são, quais suas diferenças, como interagem, quais são suas
condições de vida social e familiar, sua identidade cultural, social, religiosa e como
reagem cognitivamente.
Um dos aspectos fundamentais relaciona-se com o afetivo e o emocional.
Conhecer o aspecto afetivo do aluno é imprescindível porque a aprendizagem
pressupõe um bom vínculo afetivo entre professor e aluno, principalmente nas
experiências escolares.
A afetividade compreende vários aspectos e dimensões. Incluem
sentimentos, interesses, conflitos que a criança vivencia, necessidades e emoções.
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Essas dimensões precisam ser consideradas porque influenciam diretamente todas


as situações da vida humana.
Na sala de aula, o vinculo afetivo entre professor e aluno é responsável pelo
desenvolvimento da auto-estima, da autoconfiança da criança, tornando-se capaz de
acreditarem que são capazes de ser realmente o que são ou até mais do que podem
ser.
Em casos contrários, as crianças podem tornar-se problemáticas, lentas,
indisciplinadas, desinteressadas.
Em ambos os casos, os comportamentos e reações podem ser constituídos
na relação com os outros, de um ambiente de pouco (ou muito) reconhecimento e
valorização.
E através do estimulo à afetividade que o processo social será construído,
orientando os procedimentos e atitudes que são favoráveis a uma educação com
qualidade.
Neste texto, Sathya (1999, p. 10) recomenda que “o contexto percebe a ação.
Somente através do conhecimento do que deve ser feito é que um indivíduo pode
realmente prosseguir atuando de determinada maneira”.
Nesse caso, a âncora fundamental para o equilíbrio entre o cognitivo e a
harmonia na sala de aula é a afetividade, através da qual se pode atingir níveis
elevados de aprendizagem e conhecimento que poderão gerar novos
comportamentos e sintonias entre os envolvidos.
O professor precisa, então, aprender a lidar com as situações que sugerem,
com a diversidade de emoções e traçar estratégias que resultem no equilíbrio
emocional dos alunos, pois, se a criança se sente amada, aceita, valorizada e
respeitada, apoiada em suas dificuldades, adquire autonomia, confiança e
segurança que são fundamentais para que a aprendizagem aconteça. As estratégias
significam a contribuição para muitas conquistas, inclusive e principalmente, no que
se refere ao desenvolvimento cognitivo do aluno.
Dessa forma é possível afirmar que a emoção e intelecto são aspectos
interdependentes, articulando-se entre si e resultando em atos de comunicação, de
linguagem aprimorada e, em conseqüência na aprendizagem.
Considera-se que todo educador deve, antes de qualquer coisa, conhecer os
afetos que experimente ao trabalhar com as crianças, principalmente quando se
trata de alunos que não aceitam a si próprios ou são infelizes.
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Saber elogiar a criança quando realiza tarefas com esforço e dedicação,


incentivá-la a fazer mais e melhor, faze-la sentir-se importante, ouvindo-a e
respeitando seus limites, fazendo com que consiga realizar os trabalhos propostos.

O professor é o farol que deve guiar e liderar. Se falhar em sua função de


iluminar muitas naufragarão nas rochas. Ele deve ser vigilante e sábio para
que os corações tenros e livres das crianças sejam tratados com grande
cuidado e de uma forma reverente. E dito com muita propriedade: assim
como o mestre, assim são os pupilos. (SATHYA SAI, 1999, 31).

Diante da forma como o professor encaminha a sua prática e os seus


procedimentos com relação ao tratamento que impõe na sala de aula, assim será o
retorno dos seus alunos.
Poderá contagiar as crianças sensibilizando-as para canalizar suas emoções
para a objetividade e deixa-las expressarem aspectos da sua subjetividade (por
meio da fala, escrita, desenho, gestualidade), auxiliando-a no controle do próprio
comportamento e compreensão do seu eu, ou então, deixa-las à deriva para que
continuem num mar de conflitos.
Tal professor, agindo intencionalmente no contexto, irá proporcionar não
apenas espaços cognitivos, mas também orgânicos, estéticos, éticos, morais,
lúdicos, espaciais, sociais e principalmente afetivos. Este professor, que orienta e
estimula, possibilita ao aluno o desenvolvimento da capacidade máxima de pensar.
Assim, o mais importante é o que se faz em sala de aula.

É, sobretudo o mestre que pode, mudando de atitude, provocar um


aperfeiçoamento da relação afetiva. Toda a pedagogia desta relação leva,
pois, em última análise a uma formação do mestre que se preocupe,
principalmente, com o aspecto afetivo. É preciso primeiro, pedir ao mestre
que lute contra a tendência de considerar os alunos como abstrações ou
nomes inscritos no livro de matrículas. É preciso também, resistir à mania
de classificá-los, em definitivo, neste ou naquele grupo negando-lhe sua
possibilidade de mudança. (MARCHAND, 1985, p. 93).

No cotidiano de escola, os conflitos, envolvendo professores e alunos é


constante e é claro que a reflexão destes conflitos só pode se dar através de uma
contextualização do momento em que estão inseridos.
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2.5 ASPECTOS DE RELAÇÕES HUMANAS

Imaginamos um mundo em que todos os nossos desejos dão forma à


realidade em conduzir e ajustar, esperanças e crenças a um universo social que
existe porque o imaginamos. Nossas certezas podem facilmente confundir o que é
com o que deveria ser.
Nesta ingenuidade acabamos nos deparando com uma realidade em comum,
que o homem para viver em uma sociedade precisa aprender a reagir desta ou
daquela forma, de acordo com as circunstâncias. Diferenciar um e outro, sem
perder, interagindo com o mundo, construindo sua própria história.
Segundo Carvalho (1973, p. 19) “[...] o comportamento humano, em sua
acepção mais ampla, abrange todas as reações do indivíduo, quer estas se
exteriorizem em gestos, palavras ou atos, quer ocorram apenas no interior do
próprio ser, construindo suas tendências, desejos, interesses emoções, sentimentos,
paixões, idéias”. Sendo assim, fica evidente que é a partir desta relação pessoal que
temos de modificar nossa forma de pensar e sentir a vida de todos os seres, de
compreender o que cad um significa para o planeta, de perceber os limites e
avanços da natureza, de descobrir a importância que cada um possui na construção
de um novo ser para uma nova sociedade.
A importância das relações humanas para o crescimento do homem está
escrita na própria história da humanidade pôde construir seus valores, os seus
papéis, e a própria sociedade. Cruzando psicogênese e história, Wallon demonstrou
a relação estreita entre as relações humanas e a constituição do indivíduo. Sem ele
não haveria evolução, pois o aparato (preparação) orgânico não é capaz de construir
a obra completa que é a natureza humana, que pensa, sente e se movimenta no
mundo material.
Nesta concepção percebe-se que o indivíduo, para viver em comum, precisa
aprender a reagir de acordo com as circunstâncias. Por outro lado, necessita inibir
certas reações. Esta aprendizagem inicia-se nos primeiros dias de vida, e estende-
se através de toda a nossa existência.
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Segundo Saltini (1999, p. 38) “[...] a educação deverá ter uma certa
sensibilidade, pois quando nos colocamos diante de uma criança devemos pensar
em como prepara-la para viver”.
Percebe-se, então que é preciso renunciar a nossa vaidade, a atitudes que o
professor sabe tudo, inclusive do que se passa no íntimo do coração da criança.
Nossa posição frente ao aluno é de fazer deste “pequeno homem” um homem
verdadeiro.
A construção do relacionamento humano é fundamental para o processo
educativo. Os próprios alunos percebem uma classe unida, onde há calor humano,
respeito, aceitação, é motivo de dar gosto de ir para a escola, ajudando inclusive,
cada um a lidar com seus defeitos, com seus limites.
Não podemos perder que a construção do conhecimento em sala de aula
necessita da construção do indivíduo e este depende da construção do coletivo,
base de toda construção.
Por outro lado, o desinteresse a frieza do professor pelos alunos apresenta
como uma característica principal negativa, gerando uma relação antipática, onde o
professor muitas vezes inconscientemente, responde as reações da criança como se
ela fosse um adulto.
O papel do professo é fundamental no processo de desempenho escolar de
seu aluno, pois cabe a ele doar sem esperar retorno, ser fiel à sua consciência,
ensinar seus alunos a serem pensadores e não repetidores.
Para Goleman (2001, p. 50) “[...] a maior contribuição que a educação pode
dar ao desenvolvimento de uma criança é ajudá-la a encaminhar-se para um campo
onde seus talentos se adaptem melhor, onde ela será feliz e competente”.
Diante dessa visão, o professor deve respeitar a personalidade da criança,
entender suas necessidades individuais e valorizar seus progressos. Ele deve
incentivar sempre seus alunos a novas e agradáveis experiências.
Já Cury (2003, p. 72) diz que “[...] ser um mestre inesquecível é formar seres
humanos que farão a diferença no mundo”.
Nesta concepção cota-se que o mestre ultrapassa a função de transmissor
quando descobre um jeito de passar informações, marcando para sempre os seus
alunos. O tempo pode até passar, surgirem dificuldades mas ficará na lembrança a
imagem do mestre.
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Na visão de Tiba (1998, p. 68) “[...] um aluno formado por um mestre adquire,
além do conhecimento da matéria, o prazer de saber e o prazer de ensinar o que
sabe, tornando o mundo mais humanitário”.
Sendo assim, que o professor jamais esqueça de ser humano, criativo,
estudioso, dedicado, leal, amigo e que ame cada vez mais seus alunos e sua
profissão de educador.
Ame sempre e saiba cultivar esse amor.
Cury ainda reforça, “quanto melhor for a qualidade da educação, menos
importante será o papel da psiquiatria no terceiro milênio”. (CURY, 2003, p. 18).
Desta forma que todos tenhamos a oportunidade de atuar naquilo que nos faz
felizes de modo que possamos, assim, colaborar para a felicidade daqueles que
estão a nossa volta.

2.5 CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE AUTO-ESTIMA

Os pais podem dar alegria e satisfação para um filho, mão não há como lhe
dar felicidade. Os pais podem aliviar sofrimentos enchendo-os de presentes,
mas não há como lhes comprar felicidade. Os pais podem ser muito bem-
sucedidos e felizes, mão não há como lhes emprestar felicidade. Mas os
pais podem aos filhos dar muito amor, carinho, respeito, ensinar tolerância,
solidariedade e cidadania, exigir reciprocidade, disciplina e religiosidade,
reforçar a ética e a preservação da Terra. Pois é tudo isso que se compõe a
auto-estima. É sobre a auto-estima que repousa a alma, e é nesta paz que
reside a felicidade (TIBA, 2002, p. 1).

A auto-estima é formada pela imagem que cada pessoa tem de si mesma,


desenvolvida a partir dos estímulos e informações que se desenvolvem com a
qualidade dos relacionamentos entre a criança e aqueles que são importantes em
sua vida.
Os pais e os professores são na maioria das vezes como espelho, o reflexo
que desenvolve e torna-se a base da auto-imagem da criança, influenciando-lhe em
todos os aspectos da vida.
Para Nolte (2003, p. 111) “[...] as crianças que gostam de si próprias tendem
a ser mias autoconfiantes sem serem egoístas. Desenvolvem relacionamentos
pessoais mais estáveis e maduros, e quando crescem, seus filhos têm maiores
probabilidades de também gostarem de si próprios”. Percebe-se então que a auto-
17

estima elevada busca confiança e estímulo de metas desafiadoras, atingindo


objetivos que alimentam uma atitude positiva perante si mesma e com os outros.
Já a baixa auto-estima, suas frustrações e inseguranças dão a sensação de
não aceitação.
Para Briggs (1970, p. 5) “[...] auto-estima é a mola que impulsiona a criança
para o êxito ou fracasso do ser humano”.
Não há dúvidas que diante destas palavras a criança quando é aceita,
amada, respeitada e desejada aprender a gostar de si mesma e está preparada para
dar e receber amor.
Enquanto que a criança que não recebe estes reflexos positivos, esta troca,
não se sente amada, valorizada, é forte candidata a ter problemas de auto-estima
baixo. Pois só o que recebe no seu interior emocional são reforços negativos, ou
seja, rótulos que só o levam para baixo, sentindo-se incapazes.
Nolte; Harris (2003, p. 99) ainda consideram que “[...] toda criança precisa
viver em uma atmosfera em que se sinta confiante de que será sempre aceita e
amada a despeito de suas deficiências”.
Desta forma, fica evidente que a criança precisa de amor mesmo antes de
nascer para que possa contribuir na construção da auto-estima, sendo necessário
que o adulto acompanhe a criança e auxilie desde o início do seu desenvolvimento,
respeitando e auxiliando em todos os momentos, meios necessários de
estruturação, que ela não conseguiria apenas com suas próprias energias.
Para Tiba, (2003, p. 131) “[...] quanto maior auto-estima e capacitação para a
superação de obstáculos, maior será a autonomia dos filhos”.
Diante dessa visão a criança desenvolve a confiança em si mesma
gradualmente ao longo dos anos, a partir do momento em que ela começa a realizar
a atividade sozinha, ela está começando a se sentir segura de si mesma. Fica,
então, a função dos pais ou professores de dar oportunidades de testar suas
habilidades e capacidades, apoiá-las enquanto se arriscam em novas experiências.
Não é uma tarefa fácil, pois exige equilíbrio, tempo e espaço suficiente para estas
experiências, onde aprenderão sozinhas a ter sucesso ou até mesmo fracassar.
E é neste mesmo tempo que precisamos estar presentes para animar, guiar e
auxiliar durante o percurso, dando uma direção, e não uma superproteção, pois esta
vem a contribuir para o aumento de carência e insegurança.
18

A aprovação ou reprovação é uma forma de apoiar a personalidade da


criança, ajudando a construir uma auto-imagem positiva. Quanto mais notarmos e
ressaltarmos o que é correto, mais reforçamos as qualidades que querem que
desenvolvam.
3 METODOLOGIA

Considerando-se a natureza do problema, as pesquisadoras buscaram


durante o processo de pesquisa, investigar qual seria a intensidade da afetividade
no relacionamento professor/aluno/professor, de 1 a a 4a séries do Ensino
Fundamental e a sua influência no processo ensino aprendizagem.
Sabendo que hoje a afetividade pode ser considerada como uma
necessidade para o bom desenvolvimento do indivíduo. As pesquisadoras
procuraram mostrar neste trabalho a importância da afetividade no relacionamento
professor/aluno/professor, a sua ligação com o aspecto cognitivo e a necessidade
social que o tema revela, visto que algumas formas de sentimento podem geral uma
afetividade negativa.
A pesquisa foi desenvolvida durante o período de março a julho de 2005,
sendo o local de pesquisa a EEB Prof Mário de Oliveira Goedner, tendo como
universo: educadores e alunos de 1a a 4a séries do Ensino Fundamental da rede
municipal de ensino.
A coleta de dados foi realizada através de dois tipo de instrumentos:
- Observação da atuação do professor e aluno em sala de aula, feita através de
registros;
- Questionário aplicado aos professores de 1 a a 4a séries, contendo quatro
questões abertas e seis semi-abertas;
- Questionário aplicado aos alunos de 1 a a 4a séries, contendo sete questões
abertas.
Foi entregue aos professores um total de vinte questionários, no qual tivemos
respostas de apenas quinze. No que diz respeito aos questionários entregue aos
alunos, foi obtido respostas de todos os questionários (100%).
A amostra foi caracterizada por quinze professores de 1 a a 4a séries do
Ensino Fundamental, sendo três formados e pós-graduados, nove formados em
Pedagogia e três no processo de formação no curso superior de Pedagogia em
Regime Especial.
20

Os alunos que fizeram parte da amostra contavam com a idade de sete a dez
anos, divididos em sexo masculino e feminino.
As turmas investigadas eram separadas de acordo com o período de
disposição dos mesmos e com as possibilidades da escola, sendo que no período
matutino constavam três turmas de 1a série, três turmas de 2a série, três turmas de
3a série e duas turmas de 4a série. No período vespertino, três turmas de 1 a série,
quatro turmas de 2a série, três turmas de 3a série e três turmas de 4a série.
O desenvolvimento deste trabalho abrangeu onze etapas assim constituídas:
- contato com a direção da escola;
- contato com os professores para expor o trabalho a ser realizado;
- aplicação dos questionários aos professores;
- contato com os alunos para expor os trabalhos;
- aplicação de um pré-teste com vinte alunos;
- aplicação do questionário com os alunos;
- categorização dos dados, os quais foram categorizados por freqüência dos
dados obtidos e apresentados em tabelas e quadros;
- apresentação dos resultados; os dados foram apresentados por ordem de
freqüência dos resultados obtidos;
- interpretação dos resultados; a interpretação foi processada caso a caso
para facilitar a compreensão;
- observação com registro da atuação do professor e do aluno em sala de
aula; quanto ao roteiro de observação foram selecionados três itens:
a) procedimento do professor
b) procedimento do aluno
c) relacionamento discente / docente
- elaboração do texto relativo à análise dos dados obtidos.
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 COLETA DE DADOS JUNTO AOS DOCENTES

Tabela 1 – A importância da afetividade no relacionamento professor/aluno no


processo ensino aprendizagem.

Importância Freqüência
Grande 10
Máxima 5
Pouca 0
Não tem importância 0
∑ 15

Quadro I – A importância da afetividade no relacionamento professor/aluno no


processo ensino aprendizagem.

Justificativa Freqüência
Ligação afetiva. 5
Relação de amizade e companheirismo dentro de limites (respeito) 5
Bom relacionamento para que haja aprendizagem. 4
Relação de confiança. 2
∑ 16*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
22

Quadro II – A importância em levar em consideração o sentimento e as emoções da


criança para que haja aprendizado real.

Importância Freqüência
Para que haja aprendizagem. 6
Para conhecer o aluno. 5
Para sua autoconfiança. 3
Para que ele sinta-se seguro. 3
Para que não afete no seu aprendizado. 2
Valorização 2
∑ 21*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.

Tabela 2 – Aspectos de desenvolvimento da criança que devem ser respeitados e ou


priorizados durante o processo ensino-aprendizagem.

Aspectos Freqüência
Afetivo 11
Psicológico 11
Psico-motor 9
Motor 6
Outros – Quais: Meio em que vive. 1
∑ 38*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.

Quadro III – Justificativas dos aspectos do desenvolvimento da criança que devem


ser respeitados ou priorizados durante o processo ensino-aprendizageem.

Justificativa Freqüência
Ligação entre todos os aspectos. 8
Para ajudar no desenvolvimento da criança. 4
Ser total e único (respeito à individualidade). 3
Para que haja equilíbrio. 1
∑ 16*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
23

Tabela 3 – Concorda que a forma de ensinar é mais importante do que o próprio


conteúdo.

Freqüência
Sim 13
Não 1
Em branco 1
∑ 15

Quadro IV – Justificativa da forma de ensinar em relação ao conteúdo.

Justificativas Freqüência
Porque a forma de ensinar levará a uma aprendizagem
12
significativa.
Valorizar conhecimento que traz consigo. 1
Aguçar à vontade em aprender. 1
Em branco. 1
∑ 15

Tabela 4 – A forma que o professor pode promover um relacionamento positivo a


expressão de opinião da criança.

Freqüência
Aulas que envolvam diálogo. 19
Aulas expositivas. 1
Outas – Quais: Trabalhos em grupos. 1
∑ 21*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
24

Quadro V – A justificativa sobre a forma que o professor pode promover um


relacionamento positivo, permitindo a expressão de opinião da criança.

Justificativas Freqüência
Oportunizando momentos de expor idéias, sentimentos, emoções,
11
para melhorar seu desempenho.
Para haver interação. 5
Para dar segurança. 2
Para melhorar a auto-estima. 2
Ministrando suas aulas com prazer. 1
∑ 22*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.

Tabela 5 – Aspectos de desenvolvimento da criança que devem ser respeitados e ou


priorizados durante o processo ensino-aprendizagem.

Forma Freqüência
Ativa 13
Passiva 0
Outro – Qual 0
Em branco 2
∑ 15

Quadro VI – Justificativa sobre a forma de afetividade propiciado em sala de aula.

Justificativas Freqüência
Afetividade faz parte do desenvolvimento do ser. 3
Para manter igualdade e respeito entre o aluno. 3
Para ter um bom relacionamento e adquirir confiança. 3
Para motivar o aluno. 2
Para conhecer o aluno. 1
Para manter um ambiente agradável. 1
Em branco 2
∑ 15
25

Quadro VII – Opinião docente sobre o relacionamento professor/aluno/professor.

Opiniões Freqüência
Dar importância ao respeito para obter um bom relacionamento. 11
Precisa confiar no professor para que aprenda. 5
∑ 16*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.

Tabela 6 – O relacionamento entre docente e aluno.

Importância Freqüência
Muito bom 9
Bom 5
Regular 0
Outro – Qual 0
Em branco 1
∑ 15

Quadro VIII – Justificativa referente ao relacionamento docente / aluno.

Justificativas Freqüência
Valorização do aluno. 8
Porque tem relação afetiva. 5
Em branco. 2
∑ 15

Quadro XI – Procedimentos utilizados no cotidiano escolar do docente que


colaboram para que a auto-estima esteja em evidência.

Procedimentos Freqüência
Valorização. 10
Motivação e estímulo. 8
Elogiar. 6
Liberdade de expressão. 2
Interação e participação. 2
Diálogo. 1
Chamar a atenção na hora certa. 1
Não humilhar. 1
Acreditar na criança. 1
∑ 32*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
26

Quadro X – Opinião sobre o reflexo que o professor desenvolve no aluno e a


influência na vida dos mesmos.

Opinião Freqüência
Ponto de referência. 9
Imagem positiva e negativa. 3
A família tem maior influência que o professor. 1
Em branco. 2
∑ 21*

4.2 DADOS COLETADOS JUNTO AOS ALUNOS

Quadro XI – Do que os alunos mais gostam na escola.

Categoria Freqüência
Estudar 51
Brincar 29
Fazer Educação Física 21
Escrever 6
Estudar Matemática 4
Jogar bola 4
Recreio 3
Aulas de Arte 3
Professora 3
Aprender coisas novas 3
Conversar 3
Jogar futebol 3
Jogar vôlei 2
Aulas de informática 1
Tudo 1
Jogar handebol 1
Pintar 1
Fazer atividades 1
Fazer amigos 1
Estudar Ciências 1
Fazer o que a professora mandar 1
∑ 143*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
27

Quadro XII – Motivo pelo qual os alunos vem para a escola.

Categoria Freqüência
Para aprender coisas novas 77
Para estudar 63
Porque é legal 23
Porque é divertido 21
Para brincar 13
Para ter futuro 10
Para ficar inteligente 5
Para ler e escrever 5
Para fazer amizades 5
Para ver amigos 3
Para praticar esportes 3
Para conversar 3
Para ficar esperto 2
Porque é bom 2
Porque eu gosto 1
Para aprender a ler 1
Porque é necessário 1
Para encontrar os professores 1
Para aprender a me desenvolver 1
∑ 240*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
28

Quadro XIII – Do que os alunos mais gostam da professora levando em


consideração seu jeito de ensinar.

Categoria Freqüência
Quando ela explica 40
Quando ela fala 11
Quando ela tem paciência 11
De tudo 11
Quando ela é carinhosa 5
Quando ela ensina Matemática 5
Quando ela brinca 4
Quando ela é legal 4
Quando ela ajuda individual 4
Quando ela se preocupa com se aluno aprendeu ou não 4
Quando ela é sincera 4
Quando ensina Ciências 4
Quando ensina brincando 3
Quando explica Geografia 2
Quando apresenta coisas novas 2
Quando ela escreve 1
Quando ela conta histórias 1
Quando ela lê 1
Quando ela não briga 1
Quando ela é divertida 1
Quando ela tem bom humor 1
Quando ela faz perguntas 1
Quando ela é simpática 1
Quando ela ouve opiniões 1
Quando ela faz gestos 1
Quando ela é justa 1
Quando está alegre 1
Quando ela ensina Português 1
Nada 1
∑ 128*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
29

Quadro XIV – Do que você gostaria que mudasse no seu jeito de ensinar.

Categoria Freqüência
Nada 69
Não brigasse 15
Não gritasse 15
Tivesse mais paciência 4
Explicasse melhor 4
Falasse com mais tranqüilidade 2
Fosse mais amiga 2
Deixasse o aluno escrever livremente 1
Ser mais rápida na solução de problemas na sala 1
Não xingasse 1
Não falasse palavrão 1
Ensinasse melhor 1
Não fazer correções no quadro 1
Muitas coisas 1
Não chamar a atenção do aluno 1
Não fosse chata 1
Em branco 10
∑ 130

Quadro XV – Com quem você mais gosta de conversar na escola.

categoria Freqüência
Com os amigos 119
Com a professora 11
Com a prima 3
Com a irmã 1
∑ 134*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
30

Quadro XVI – Sobre o que conversam.

Categoria Freqüência
Várias coisas 24
Aulas 20
Brincadeiras 14
Futebol 11
Escola 11
Segredos 7
Jogos 6
Coisas legais e interessantes 6
Coisas de casa 5
Provas 4
Vida 4
Planos para o futuro 4
Programas de TV 4
Carros 3
Grupos de amigos 2
Família 2
Vídeo game 2
Piadas 2
Recreio 2
Nada 2
Férias 2
Lanche 2
Final da aula 1
Alunos 1
Próximo ano 1
Homens 1
Desenhos da TV 1
Faculdade 1
Cachorro 1
Músicas 1
Viagens 1
∑ 145*
(*) Obs.: O total de freqüência difere ao total de entrevistados em função da opção por mais de uma resposta.
31

Quadro XVII – Como o aluno se sente dentro da sala de aula.

Categorias Freqüência
Bem 60
Normal 12
Legal 8
Confortável 6
À vontade 6
Feliz 5
Inteligente 4
Ótimo 4
Nervoso 4
Ruim 2
Tranqüilo e calmo 2
Mal 2
Concentrado 2
Respeitado 1
Com raiva 1
Alegre 1
Cansado 1
Pensativo 1
Mais ou menos 1
Completo 1
Triste 1
Uma pequena aluna 1
Muito querida 1
Amigável 1
Seguro 1
Em branco 1
∑ 130*
32

Quadro XVIII – O que os alunos mudariam na escola.

Categoria Freqüência
Nada 60
Mais recreio 10
Salas maiores 9
Pátio maior 6
Quadra para jogos 6
Ter natação 5
Recreação 3
Mais disciplina entre os alunos 3
Muitas coisas 3
Que a sala fosse colorida 2
A cor das carteiras 2
Mais banheiros 2
Mais alunos 2
TVs nas salas 2
Inspetor de pátio 1
Mais lixeiras 1
Refeitório 1
Aulas de Inglês 1
Cantina 1
Armário para os alunos 1
A cozinheira 1
As provas 1
A cor da escola 1
Materiais para Educação Física 1
Em branco 1
∑ 130*

4.3 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS JUNTO AOS DOCENTES

A afetividade é uma das coisas boas do ser humano, a partir do momento que
ele começa a fazer parte do convívio escolar, o aluno sente mais confiança no
educador, o que acaba por influenciar na sua aprendizagem. Percebeu-se através
dos dados coletados junto aos professores, que é de suma importância que haja um
33

relacionamento afetivo entre educador e educando no desenvolvimento do processo


ensino aprendizagem, dizendo ser o ponto crucial, pois leva a uma aproximação,
despertando um amor maior entre disciplina/professor/aluno.
No entanto, foi possível verificar nas observações feitas em sala e na análise
dos questionários dos alunos, que este relacionamento afetivo não se concretiza,
pois os professores sentem dificuldades em relacionar o aspecto cognitivo ao
afetivo.
Por insegurança, ou por comodismo, preocupando-se mais com a
transmissão do conhecimento, percebe-se então uma certa incoerência das
respostas com a prática em sala de aula.
Uma criança não aprender enquanto não vê supridas suas carências
emocionais, muitas vezes ausentes em casa. Ela precisa sentir que o professor o
respeita, que a tem como pessoa especial, que ele, o professor, não é apenas um
transmissor de conhecimento. É necessário que se conheça o aluno, que se respeite
sua individualidade, que se valorize o seu saber para que o mesmo se sinta seguro
no seu âmbito escolar.
Porém, observou-se que na prática diária existe uma distância entre
professor/aluno, um receio em avançar nesse novo paradigma na área educacional,
acabando por transformar este convívio em um relacionamento hostil.
A opinião dos entrevistados revelou que quanto ao desenvolvimento da
criança devem ser respeitados ou priorizados os aspectos afetivos e psicológicos,
por estarem interligados, para se ter um equilíbrio e para que haja aprendizagem.
Sabe-se, porém que todo indivíduo é integralmente formado pelas áreas
cognitiva, motora, afetiva e psicológica; e para que a aprendizagem ocorra de forma
adequada é necessário haver interligação com estes fatores, bom como satisfazer
suas necessidades.
A coleta de dados junto aos professores possibilitou ressaltar que a forma de
ensinar leva a criança a uma aprendizagem significativa, e que todo o conhecimento
que ela traz consigo deve ser valorizada, despertando o gosto pelo aprender.
No entanto, nas observações feitas em sala, as pesquisadoras perceberam
que os educadores estão preocupados em repassar conteúdos para que o educado
faça a prova, e com nota razoável ou não, continue com outros conteúdos, existe
uma cobrança sem a preocupação com a aprendizagem.
Tiba ressalta que:
34

Nós, professores, temos feito é empurrar a matéria cabeça adentro dos


nossos estudantes para ver se aprendem pelo menos alguma coisa...
mesmo sabendo que não sabem, os alunos em geral não demonstram
interessa em aprender. É como se o próprio saber fosse suficiente. Se
aprender é como comer, eles não revelam apetite, sofrem de anorexia do
aprendizado. Acomodam-se ao não saber. (TIBA, 1998, p. 51).

De modo geral, as respostas dos docentes não deixaram claro como podem
promover um relacionamento positivo, sendo que não destacaram estratégias,
técnicas e recursos, apenas destacaram que o professor deve oportunizar
momentos ao aluno de expor idéias, sentimentos, emoções, para que se tenha
integração, ocasionando um melhoramento da auto-estima.
Acredita-se, porém, que a exposição de idéias e sentimentos deve ocorrer
sempre e não em momentos.
As respostas revelaram que 100% dos profissionais têm uma forma afetiva
ativa em sua prática docente.
No entanto, no trabalho de observação, as pesquisadoras constataram que a
forma de afetividade propiciada em sala de aula não é de 100% ativa. Alguns
docentes têm um relacionamento afetivo com seus alunos, tendo consciência do que
vem a ser este relacionamento e a importância do mesmo no processo ensino
aprendizagem. Porém, outros profissionais sabem da sua importância, mas não a
vivenciam.
Segundo os professores o relacionamento professor/aluno/professor nos dias
atuais está evidenciado no respeito mútuo, segundo eles, está muito bom e se tem
este relacionamento positivo através da valorização do aluno e da relação afetiva.
Sabe-se que o respeito mútuo é uma conquista diária, onde se adquire a
mesma sendo exemplo, com atos de cidadania e não com autoritarismo, porem na
coleta de dados não foi possível verificar quais os procedimentos do professor para
que se tenha esse respeito, pois não se mostrou em que aspectos o aluno é
valorizado, ou de que forma ocorre essa valorização.
Através da análise das respostas este estudo demonstrou que o professor
colabora com a elevação da auto-estima da criança através do estímulo, motivação,
elogios, liberdade de expressão, integração, diálogo, na participação e no crédito
dado ao aluno.
35

Durante a observação feita pelas pesquisadoras ficou claro de que existe um


ponto de equilíbrio, onde alguns professores usam destes procedimentos para
valorizar o saber do aluno, mostrando que ele é capaz, que tem condições de
construir um conhecimento. Mas outra parte dos professores entrevistados se
contradisse nas suas respostas, pois na prática observada, não demonstraram
interesse pela produção do aluno, aulas dadas sem motivação, usando sempre o
mesmo tom de voz, onde o aluno não tem a liberdade de expressão.
Segundo Tiba:

A medida que a criança cresce, a auto-estima se alimenta da capacidade da


realização. Cada vez que ela consegue encaixar um objeto de seu
brinquedo pedagógico no lugar correto, sente um grande prazer e o
manifesta num sorriso ou até mesmo batendo palminhas, numa espécie de
auto-aplauso. Assim se forma a auto-estima fundamental. O alimento da
auto-estima também muda conforme a idade. É como alimento físico. No
começo o corpo é nutrido somente com leite. Conforme amadurece, a
criança precisa de outros nutrientes, portanto o cardápio vai aumentando
até chegar à feijoada. Ao encaixar objetos, fazer as próprias lições e até
mesmo futuramente enfrentar desafios, a auto-estima dela se fortalece.
(TIBA, 2002, p.192).

De modo geral as respostas revelaram que os educadores concordam que o


professor influencia o aluno em muitos aspectos da vida, onde a criança tem no
professor um ponto de referencia, podendo passar ao aluno uma imagem positiva ou
negativa, mas que a família também influencia nesse fator.
Na análise das entrevistas feitas aos alunos, observou-se que muitas vezes o
aluno tem no professor uma imagem positiva, onde dizem que gostam e admiram o
professor, buscando nele um referencial positivo. Observou-se porem que em salas
onde não havia uma energia positiva o professor não era tudo como ponto de
referencia, dificultando assim a possibilidade de se ter um relacionamento positivo,
ocasionando uma rejeição, onde se percebeu que os alunos sentiam-se revoltados e
apáticos em sala de aula.
Para Tiba (1998, p. 63-5) “[...] o discípulo tem no mestre um modelo de vida.
Os alunos vêem seus professores como modelos?(...) Um mestre ao ultrapassar a
função de transmitir um conteúdo programático, ensina ao aluno em estilo de vida
que enobrece sua alma”.
36

4.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS JUNDO AOS ALUNOS

A criança precisa ir a busca de seus ideais, em direção ao equilíbrio,


elementos esses fundamentais na progressão das estruturas cognitivas e afetivas, é
neste momento que ela necessita ser amparada no ambiente escolar e familiar,
sendo respeitados suas limitações e dificuldades.
Através da análise dos questionários, as pesquisadoras constataram que o
aluno vai à escola para aprender coisas novas, estudar, para ficar inteligente e para
ter um futuro melhor.
As respostas revelaram também que grande parte dos alunos vem a escola
para ver os amigos, brincar, para fazer novas amizades, conversar, praticar esportes
e porque é divertido.
Diante das observações feitas pelas pesquisadoras verificou-se que há
oscilações quanto as respostas e que muitos alunos vêem para escola para ter um
relacionamento afetivo, cabe, então, ao educador oferecer e fazer do seu ambiente
um espaço acolhedor.
E a postura que se espera do educador consciente é aquela que promova a
integração entre a criança e o meio, que tenha flexibilidade para atuar em torno
desses dois elementos, ora criando situações-problemas, para que a criança
descubra e invente soluções, ora dando apoio no sentido de que estejam juntas
nessa busca.
Um dos pontos mais relevantes encontrados em suas respostas no que
concebe aquilo que mais gostam em seu professor, levando em consideração o seu
jeito de ensinar, é a maneira de como ele explica, seu tom de voz, a paciência, a
atenção individual e quando ensina brincando, pois assim os deixa mais seguros e
confiantes no processo ensino aprendizagem.
Para Nolte; Harris:

A criança em si mesmo vai orientar sua escolha de carreira, capacita-los a


correr riscos, lidar com responsabilidades e manter suas decisões... sem
confiança interior e crença em si mesmo será difícil aproveitarem a vida,
mesmo quando as coisas andarem bem e muito difícil, enfrentarem os
transtornos inevitáveis. Se acreditarem em sua competência, boa vontade e
capacidade em geral, restará muita pouca coisa impossível de realizar caso
estejam de fato determinados. (NOLTE, 2003, p. 163).
37

No desenvolvimento deste trabalho, foram destacados alguns relatos de


alunos na faixa de idade entre sete e dez anos.
 A professora ensina brincando, isto faz com que ela seja legal... me
sinto bem, pois todos me respeitam. (4a Série).
 Ela é meiga e atenciosa, ensina os alunos com muito carinho e
atenção... me sinto muito bem em sala de aula. (4 a Série).
 Gosto quando a professora faz brincadeiras... me sinto como se
estivesse em casa. (3a Série).
 Gosto muito do seu jeito de explicar com seu jeito suave de se
expressar... Sinto-me à vontade, pois conheço todo mundo. (4 a Série).
 Gosto quando ela conta histórias... me sinto feliz. (1 a Série).

Quando o educador mantém um diálogo com a criança pode perceber o que


está acontecendo, usando tanto o silêncio quanto o corpo, abraçando-a quando ela
assim o permitir, dando oportunidade para a criança colocar seus sentimentos na
escola, não apenas sua inteligência ou sua capacidade de aprender.
Crianças que são cercadas de afetividade (carinho, atenção, aceitação, amor)
aprendem a gostar de si mesmas. Quando ela é aceita, encorajada, animada,
incentivada, possibilita a construção da sua auto-imagem positiva.
A partir da análise das respostas, este estudo demonstra uma porcentagem
significativa que comprova ser bom o relacionamento com seus mestres. Mas
identificam conflitos com alguns professores, seja pela falta de abertura, seja pela
falta de motivação que se apresenta, ou mesmo o desprezo pela individualidade do
aluno.
A pesquisa demonstrou nas respostas dos alunos uma falta de
comprometimento dos professores com os aspectos emocionais de seus alunos e na
relação professor/aluno, onde os mesmos gostariam que seus professores tivessem
mais paciência, não gritassem não brigassem, falassem com mais tranqüilidade ao
explicar a matéria e fossem mais amigos.
Segundo Saltini:

A serenidade e a paciência do educador, mesmo em situações difíceis,


fazem parte da paz que a criança necessita. Observar a ansiedade, a perda
de controle, e a instabilidade de humor vai assegurar à criança ser o
continente de seus próprios conflitos e raivas... a serenidade faz parte do
38

conjunto de sensações e percepções que garantem a elaboração de nossas


raivas e conflitos. Ela conduz ao conhecimento de si mesmo, tanto do
educador quanto da criança (SALTINI, 1999, p. 89).

A pesquisa revelou que os alunos não têm diálogo com os educadores, onde
tem uma relação mais afetiva com os amigos da escola, podendo assim conversar
sobre várias coisas como: aulas, jogos, planos para o futuro, programas de TV,
sobre coisas de casa (família) e também sobre a vida.
Um número expressivo de entrevistados sentem-se bem em sua sala de aula,
pois o ambiente proporciona calma, segurança, o faz sentir como um ser importante,
completo, alegre e feliz. Porém, uma parcela desses alunos mostrou o espaço da
sala de aula como um lugar onde sentem-se mal, cansados, nervosos, tristes e com
raiva.
 Gostaria que a professora falasse com jeito, sem xingar e brigar...
Sinto raiva. (3a Série).
 Me sinto nervoso na sala, porque a professora poderia deixar
conversar, pelo menos baixo. (3a Série).
 Gostaria que a professora não brigasse muito com meus amigos e
comigo. (1a Série).
 Gostaria que a professora tivesse mais paciência. (2 a Série).
 Gostaria que a professora não gritasse. (3a Série).
 Não gostaria que a professora falasse palavrão. (3 a Série).
 Gostaria que a professora não gritasse... me sinto cansado. (2 a Série).
A criança deseja e necessita ser amada, aceita, acolhida e ouvida para que
possa despertar para a vida da curiosidade e aprendizagem.
A postura do educador deveria se manifestar na percepção e sensibilidade
aos interesses das crianças que em cada idade diferem em seus pensamentos e
modos de sentir o mundo. Pois a indiferença do professor a esses interesses e
necessidades pode gerar outras situações como a violência, rebeldia, indisciplina e
apatia.
Nolte; Harris nos diz:

Viver em uma atmosfera de hostilidade faz as crianças se sentireM


vulneráveis. Algumas se tornam duras, rancorosas, sempre prontas a reagir
com ímpeto às contendas ou mesmo procurando por elas. Outras passam a
ter tanto medo de brigas que evitam qualquer tipo de conflito, até os
conflitos mais amenos. (NOLTE, 2003, p. 23).
39

No que diz respeito à escola foi possível verificar que os alunos estão
satisfeitos com a mesma, no entanto gostariam que tivesse recreios mais
prolongados, salas e pátio maiores, fazendo com que o ambiente lhes
proporcionassem aulas de natação, quadra para jogos, cantina, recreio dirigido e
mais inspetores de pátio.
As crianças vão para a escola cada vez mais cedo e o contato social é muito
precoce. Esta escolha é feita pelos pais, os quais preferem deixar os filhos na escola
do que com babás. A criança entra na escola sem mesmo ter completado sua
educação familiar, tendo ela que se adaptar ao espaço físico, linha pedagógica e
estilo de educador, sendo esses itens contribuidores para a formação da sua
personalidade o que caberia primeiramente aos pais.

4.5 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES

A coleta de dados foi realizada em diferentes momentos, no ambiente


escolar, em turmas de 1a a 4a séries, nas quais as pesquisadoras estiveram
presentes na condição de observadoras, buscando identificar os procedimentos do
professor, dos alunos e suas formas de relacionamento.
Quanto aos procedimentos dos professores observou-se que a maioria dos
profissionais demonstra um bom equilíbrio entre as formas de relacionamento com
os alunos e o trabalho escolar. Elas deixaram transparecer que, para que o
conteúdo estudado seja construído com significado, é necessário existir uma boa
dose de calma, atenção, compreensão e diálogo com liberdade de expressão.
Da mesma forma, revelaram ser as molas mestras da sala de aula
conduzindo o trabalho docente sempre alerta às atitudes e comportamentos
evidenciando a necessidade de ter um bom domínio da classe.
De modo geral, a observação permitiu destacar muitos pontos positivos no
relacionamento do professor com seus alunos, o que caracterizou a presença da
afetividade, pois, somente quem valoriza, estimula, trabalha com a auto-estima e
respeita os ritmos e diferença das crianças é capaz de desenvolver um trabalho com
qualidade. A própria mediação docente precisa ser envolvente, no sentido que, o
40

professor é o condutor e instigador da aprendizagem e, por isso, é o responsável por


criar um ambiente agradável, lúdico e prazeroso para a criança.
Nesse sentido, a observação possibilitou refletir acerca de um fator
pedagógico preocupado com o bem-estar do aluno com vistas a motiva-lo para o
contexto com interesse, confiança e segurança nas suas produções escolares.
Por mais que se tenha percebido a presença de relações afetivas na maioria
das salas de aula observadas, também foi possível constatar que nem todos
pensam e agem da mesma forma. Segundo a observação realizada verificou-se que,
mesmo em minoria, existem profissionais que, por um motivo, ou outro, não
possuem a mesma facilidade para manter um bom relacionamento com seus alunos.
São aqueles professores que têm suas preferências declaradas, às vezes até
ignorando alguns alunos. A falta de comprometimento desses docentes ficou visível
quando percebido a sua falta de organização, de expressão, de respeito à
individualidade das crianças e do próprio interesse pelo que produzem.
Por esse motivo, as aulas eram monótonas e que, conseqüentemente faziam
com que os alunos se voltassem para conversas paralelas, ocasionando uma certa
“desordem” no ambiente e desinteresse pela aprendizagem.
Quanto aos procedimentos dos alunos, as pesquisadoras tiveram
oportunidades de observar uma variedade de pontos positivos com relação à
afetividade e à formação de atitudes favoráveis para o bom andamento do processo
de ensino aprendizagem. Alguns desses pontos positivos destacaram que os alunos
são participativos, respeitam regras, interagem com o professor, realizam atividades
com tranqüilidade, sabem ouvir, demonstram criticidade e responsabilidade o que os
torna dinâmica na própria vontade de aprender.
De acordo com a observação constatou-se que grande parte dos pontos
positivos relacionados são devido ao bom relacionamento existente entre os
envolvidos, pois, não é novidade que, atualmente a educação é movida também por
sentimentos, pela emoção e pela afetividade.
Uma criança bem estimulada é muito mais capaz de responder positivamente
à aprendizagem se fizer parte de um ambiente que lhe ofereça oportunidades de ser
ela mesma, de expressar o que sente, seus medos, angustias, alegrias, se tiverem
quem as ouça, as respeite e as atenda quando necessário. Alem de tudo isso, é
importante que a criança se sinta segura e, para tal, precisa compreender a
existência de limites e regras para a sua organização e a organização do ambiente.
41

Considerando que a maioria das crianças são ativas nas suas relações com
ou outros e com sua aprendizagem é possível afirmar que, nas situações em que
são envolvidas, existe uma influência importante dos adultos. Acredita-se que o
exemplo é fundamental para a formação do aluno e a interação com o meio é que
determina quem e como será o sujeito da aprendizagem.
Isto demonstra o quanto é importante o papel do professor nas suas atitudes
perante aos alunos, principalmente no que se refere ao relacionamento.
Após observar em algumas salas a reciprocidade dos alunos à afetividade
positiva dos professores, as pesquisadoras não deixaram de notar que o ânimo para
a aprendizagem era em grande parte dinâmica. Via-se as crianças interessadas em
discutir os assuntos, surgirem idéias, debater, envolver-se em situações reflexivas e
críticas.
Na maioria das vezes os professores colocavam-se na posição de
mediadores, ouvindo os alunos, questionando-os e problematizando sem deixar de
otimizar, incentivar e motivar as crianças.
Por outro lado, em outras salas de aula foi possível destacar atitudes
docentes pouco, ou quase sem afetividade positiva o que geralmente causava
transtornos em sala de aula, tanto para os professores quanto para os alunos.
Através desse estudo constatou-se que a energia das crianças para a
aprendizagem não estará canalizada tranqüilamente, nem tampouco ligada à
relação de respeito, interesse ou simpatia pelos conteúdos estudados.
O que se observou foram crianças interessadas em outros assuntos,
totalmente dispersos e desconcentrados. Esse fato demonstra que um meio mal
organizado e mal direcionado pode influenciar negativamente o comportamento das
crianças. E o que se ouve delas: “Que aula chata!”, “O tempo não passa!”.
De qualquer forma, a pesquisa evidenciou que o ambiente escolar está
caracterizado como um local de intensa necessidade de humanismo, de prática, de
emoções e de relações de afetividade. Apesar de constatar que essas formas de
relacionamento entre professor/aluno/professor estão baseadas na amizade, no
respeito, no carinho, ainda se vê o quanto é necessário alguns professores se
perguntarem: “O que faço aqui?” e muitos alunos começarem ser educados para
compreender certos valores, estabelecerem limites e regras e encararem a disciplina
como algo saudável. São coisas que a escola têm batalhado, mas que, infelizmente
não depende só dela atingir tal objetivo.
42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho foi elaborado com o objetivo de verificar o relacionamento


afetivo entre professores e alunos, pois se considera relevante a importância do
mesmo para o desenvolvimento das estruturas cognitivas e afetivas no processo de
construção do ser.
É no âmbito de um sistema educativo, com objetivo de integração que um
professor comprometido, cria estratégias ensinar na diversidade, pois quando se fala
de crianças, fala-se de uma população muito especial, e respeitar suas tentativas de
realizações é proporcionar subsídios para a construção e reconstrução do
conhecimento.
Acredita-se que a qualidade nos processos de ensino deve visar projetos
onde o sujeito possa integrar-se ao meio que o rodeia, preparando-o para o
desenvolvimento de sua auto realização e atuação como ser integral, capaz de
participar com prazer e realizar seus desejos, permitindo-lhe avançar com segurança
dentro de um processo produtivo e contínuo, indo ao encontro com as expectativas
presentes, com uma organização do espaço e do tempo para aquisição da
aprendizagem.
Que a afetividade é relevante em toda essa caminhada não há dúvida, porém,
na prática, como confirma a análise dos questionários aplicados aos alunos, os
professores ainda não se deram conta de que alguns problemas enfrentados com
seus educandos reduziram ao passo que viessem compreender as manifestações
dos sentimentos e emoções que envolvem a afetividade.
Outra conclusão deste trabalho é a certeza de que dentro de uma visão
pedagógica há muito que se fazer para melhorar a qualidade de ensino oferecido na
escola.
Há consciência por parte dos professores de que esta mudança é necessária,
apesar do conhecimento teórico dos professores, ainda há falta de compreensão em
como aplicar tais conhecimentos durante as atividades do cotidiano do processo
educativo.
43

Acredita-se que esses procedimentos estão relacionados com os ranços de


uma educação tradicional, a qual torna-se um instrumento de fácil aplicabilidade
para o professor e dessa forma, exige menos esforços da realização de seus
trabalhos.
Diz Saltini:

Educar significa ajudar a acordar, ajudar a encontrar no próprio ser o


ímpeto, a saudade, a vontade de agir, buscar e descobrir, de crescer e de
progredir... educar basicamente é ajudar a assumir a vida, é levar o ser a
procurar e aspirar à verdade, é buscar sentir e chamar a luz e a força
encobertar nele mesmo, é fazer perceber a grande possibilidade que a vida
é e que com ela podemos receber e doar amor, aprendendo ao mesmo
tempo a querê-la, a vivê-la e a doá-la se necessário. (SALTINI, 1999, p. 46).

Diante dessa visão é possível perceber que a tarefa é um grande desafio, no


entretanto, quem opta por ser educador, opta por desafios.
Falamos aqui de amor, pois não há ação transformadora, que não se sustente
através do afeto.
Então, estar presentes nesta luta, nessa busca junto com os alunos é um
grande desafio lançado a nós educadores.
Para as pesquisadoras, este estudo teve valor expressivo, visto que
colaborou para o alcance dos objetivos propostos neste trabalho, fazendo-se
necessário repensar os procedimentos pedagógicos no cotidiano escolar para que
esses atinjam o mérito de unir a teoria à prática, e assim estabelecer reais conexões
entre educação de qualidade (aspectos cognitivos e afetivo) a vida do estudante e
principalmente com a do professor.
6 REFERÊNCIAS

ANTUNES, C. Alfabetização emocional. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática


pedagógica. 2. ed. Curitiba: Champagnat, 2000.

BRIGGS, D. Criança feliz – o desenvolvimento da auto-confiança. São


Paulo: Gente, 1970.

CARVALHO, I. Introdução a psicologia das relações humanas. 6. ed. Rio


de Janeiro: FGV, 1973.

CHALITA, G. Educação – a solução está no afeto. 7. ed. São Paulo: Gente,


2001.

_____. Pedagogia do amor. São Paulo: Gente, 2003.

CURY, A. Pais brilhantes, professores fascinantes. 2. ed. Rio de Janeiro:


Sextante, 2003.

HARRIS, R. [et al] As crianças aprendem o que vivenciam. Rio de Janeiro:


Sextante, 2003.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,


1996.

GADOTTI, M. Pensamento pedagógico brasileiro. 7. ed. São Paulo: Cortez,


2000.

GARSHAGEM, D. Enciclopédia Britânica do Brasil – BARSA. São Paulo:


Melhoramentos, 1996.

GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.

LIBÂNEO, J. Democratização da escola pública – a pedagogia crítico-social


dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1992.

MAIA, R. Magno - dicionário brasileiro da língua portuguesa. São Paulo:


Edipar, 1995.

MARCHAND, M. A afetividade do educador. 3. ed. São Paulo, 1985.


45

MIZUKAMI, M. Ensino – As abordagens do processo. São Paulo, 1996.

MORENO, M. [et al] Falemos de sentimentos. São Paulo: Moderna, 1999.

NOLTE, D. As crianças aprendem o que vivenciam. Rio de Janeiro:


Sextante, 2003.

REGO, T. Uma perspectiva social da educação. 5. ed. Petrópolis: Vozes,


1998.

ROSA, U. Enciclopédia didática de informação e pesquisa educacional.


8. ed. São Paulo: Edipe, 1991.

ROSSINI, M. Pedagogia afetiva. Petrópolis: Vozes, 1998.

SALTINI, C. Afetividade e inteligência. 3. ed. Rio de Janeiro, 1999.

SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina. Florianópolis:


IOESC, 1998.

SATHYA, S. Educação em valores humanos. 2. ed. Rio de Janeiro, 1999.

SHINYASHIKI, R. A carícia essencial, uma psicologia do afeto. 116. ed.


São Paulo: Gente, 1985.

TIBA, I. Quem ama educa. 3. ed. São Paulo: Gente, 2002.

_____. Ensinar aprendendo. 10. ed. São Paulo: Gente, 1998.


6 APÊNDICES
47

APÊNDICE I
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

l - Quanto ao procedimento do professor.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 - Quanto aos procedimentos dos alunos.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 - Quanto ao relacionamento docente / discente.


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
48

APÊNDICE II
QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES

I - Na sua opinião, qual a importância da afetividade no relacionamento professor /


aluno no processo ensino aprendizagem ?
( ) Máximo
( )Grande
( ) Pouca
( ) Não tem importância

Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

2 - Para você, qual é a importância em levar em consideração o sentimento e as


emoções da criança para que haja um aprendizado real ?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3 - Enquanto educador (a) que aspectos do desenvolvimento da criança devem ser


respeitados e/ou priorizados durante o processo ensino aprendizagem ?
( )Afetivo
( ) Psicológico
( )Motor
( )Psicomotor
( ) Outros. Quais ?

Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

4 - Você concorda que a forma de ensinar é mais importante do que o próprio


conteúdo ?
( )Sim
( )Não

Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
49

5 - Ao seu modo de ver, de que forma o professor pode promover um


relacionamento positivo, onde a criança possa expressar sua opinião e experiência ?
( ) Aulas que envolvam diálogo
( ) Aulas expositivas
( )Outro.Qual?
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6- Segundo atuais concepções sobre educação, o processo de ensino /


aprendizagem se apóia numa visão humanista e, em conseqüência necessita estar
imbuído de afetividade. Como profissional de educação, como você descreve essa
afetividade na sua prática em relação aos seus alunos ?
( )Ativa
( )Passiva
( )Outro.Qual?
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7 - De sua opinião a respeito do relacionamento professor/aluno/professor, nos dias


atuais descrevendo em que ele afeta positiva ou negativamente o desenvolvimento
do aluno nas suas atividades escolares.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8 - Na sua prática diária como você se relaciona com os alunos que demonstram
problemas com a auto-estima ?
( )Muito bom
( )Bom
( )Regular
( )Outro Qual?
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9 – Cite alguns procedimentos utilizados no seu cotidiano escolar que colaboram


para que a auto-estima esteja em evidência e resulte em atitudes mais positivas de
seus alunos:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
50

10 – Os professores são, na maioria das vezes como um espelho, o reflexo que


desenvolve e torna-se a base da auto-imagem da criança, influenciando em todos os
aspectos da vida. Você concorda com essa afirmação?
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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APÊNDICE III
QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS

1. O QUE VOCÊ MAIS GOSTA DE FAZER NA ESCOLA? POR QUE?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2. POR QUE VOCÊ VEM PARA A ESCOLA?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3. PENSE NA SUA PROFESSORA:

a) O QUE VOCÊ MAIS GOSTA NO SEU JEITO DE ENSINAR?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

b) O QUE VOCÊ GOSTARIA QUE ELA MUDASSE NO SEU JEITO DE ENSINAR?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4. COM QUEM VOCÊ MAIS GOSTA DE CONVERSAR NA ESCOLA?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

a) SOBRE O QUE VOCÊS CONVERSAM?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

5. COMO VOCÊ SE SENTE DENTRO DA SALA DE AULA?


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

6. O QUE VOCÊ MUDARIA NA ESCOLA?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 1
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................................... 3
2.1 HISTÓRICO DAS CONCEPÇÕES DE ENSINO E SUAS RELAÇÕES COM A AFETIVIDADE.......3
2.2 A AFETIVIDADE SEGUNDO ALGUNS PENSADORES DA EDUCAÇÃO.......................................6
2.3 CONCEPÇÕES DE AFETIVIDADE.................................................................................................. 8
2.4 A AFETIVIDADE NA SALA DE AULA............................................................................................ 11
2.5 ASPECTOS DE RELAÇÕES HUMANAS.......................................................................................14
2.5 CONCEITOS DE FORMAÇÃO DE AUTO-ESTIMA.......................................................................16
3 METODOLOGIA............................................................................................................................... 19
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.................................................................................21
4.1 COLETA DE DADOS JUNTO AOS DOCENTES...........................................................................21
4.2 DADOS COLETADOS JUNTO AOS ALUNOS...............................................................................26
4.3 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS JUNTO AOS DOCENTES.................................32
4.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS JUNDO AOS ALUNOS......................................36
4.5 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES.................................................................................................... 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................. 42
6 REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 44
6 APÊNDICES...................................................................................................................................... 46

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