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RESUMO
2. INTRODUÇÃO
3. CAPÍTULO 1
Conceito de afetividade
Por outro lado, Spinoza nos revela que a exultação não é meramente inativa.
Como o próprio Spinoza ressalta, é uma ação por causa de algumas afecções e
paixão, nas demais ocorrências.
A partir desta premissa, Comenius (2002, p.109) fala de uma educação escolar
que, entre outras coisas,
De acordo com Cerizara (1990, p.166), a educação deve ter como objetivo o
encaminhamento do indivíduo, de forma que ele esteja preparado para viver
em uma nova sociedade, enfrentando a realidade e utilizando sensatamente
tanto a razão quanto o sentimento, sempre respeitando seu próximo. Visto
que o professor é uma das figuras mais importantes da vida do indivíduo, pois
é com ele que a criança tem suas primeiras noções de independência e
autonomia, seria ele o principal agente desta transformação.
Assim, percebemos que a teoria de Henri Wallon tinha, entre outros objetivos,
valorizar a interação entre indivíduo e meio social, bem como aprofundar a
compreensão sobre o papel da afetividade na vida psíquica e no processo de
ensino-aprendizagem (ALMEIDA; MAHONEY, 2007, p.11).
Pensamento Categorial
Neste estágio, a criança vivencia transformações significativas em seu
comportamento, reduzindo seu pensamento sincrético. Após os 9/10 anos de
idade estabelece classificações e utiliza com maior segurança a análise,
identificação, e classificação das situações e/ou objetos. A criança, portanto,
passa a obter condições de se posicionar nas situações de conflitos que
aparecem no seu cotidiano, em seu meio social. Na perspectiva da análise
walloniana da pessoa integral, cabe ressaltar que nesta fase a criança ainda
necessita fortalecer a função afetiva, preponderante na fase de
desenvolvimento seguinte. É de grande importância que o adulto
(subentende-se neste caso o professor) saiba lidar com os questionamentos
do discente, levando em consideração suas potencialidades, limites e estágios
de desenvolvimento, buscando desenvolver um trabalho em equipe, a divisão
de tarefas, proporcionando à criança um autoconhecimento e aceitação de si
própria.
4. CAPÍTULO II
A AFETIVIDADE E A APRENDIZAGEM
A afetividade e as relações interpessoais
Abordaremos agora as experiências afetivas interpessoais das crianças.
Segundo Piaget, o desenvolvimento intelectual abrange dois lados: um afetivo
e um cognitivo, ou seja, segundo Piaget é impossível desvincular a afetividade
da cognição, ou o contrário. Como não há a separação entre o
desenvolvimento afetivo e o cognitivo, o desenvolvimento social está
intimamente relacionado ao desenvolvimento cognitivo e afetivo, formando
um elo entre estes, à medida em que a criança interage com os adultos e com
outras crianças.
Piaget (1971, p.271) diz o seguinte:
Sobre este mesmo assunto, Wallon acredita que o indivíduo mantém com o
meio uma relação composta de várias transformações interdependentes.
Segundo Wallon (2008, p. 163),
Antunes (2007, p.54) diz que o professor precisa conquistar o aluno, utilizar
a transmissão de conhecimento de forma positiva, a fim de envolvê-lo,
motivá-lo com palavras de incentivo e expressões positivas, pois o grau de
envolvimento afetivo e emocional do professor interfere positiva ou
negativamente no processo de aprendizagem do aluno. Assim, Antunes
reafirma que a afetividade e as relações sociais estão intimamente ligadas,
pois o trabalho pedagógico se torna difícil, maçante e por vezes infrutífero, se
o professor e o aluno não tiverem um envolvimento emocional satisfatório.
Isso acontece porque o aluno precisa estar envolvido emocionalmente, não só
com o professor, mas com os colegas de turma e com o ambiente, para se
sentir motivado e para que o processo ensino-aprendizagem flua de forma
proveitosa:
Desta forma, a relação com o outro é benéfica, pois fortalece o vínculo afetivo
nos anos iniciais da criança e favorece avanços significativos relacionados à
questão cognitiva.
Na infância, a criança reflete o vínculo afetivo primariamente em torno da
relação pais-filho-irmão(s). No decorrer do desenvolvimento, é o professor
que começa a fazer parte do vínculo de afetividade da criança, através da
relação de ensino e aprendizagem escolar. Fernandez (1991, p. 47-52) conclui
este processo da seguinte maneira:
La Taille afirma ainda que é necessário levar o ser em consideração para que
o processo de aprendizagem pautado no afeto surta efeito, visto que a base do
saber é a internalização, e todo o processo afetivo/pedagógico é desenvolvido
por um plano interno da consciência humana que controla o processo
psicológico
5. CAPÍTULO III
Certamente uma criança que tem uma visão negativa de si mesma, sentindo-
se incapaz de lidar com o novo no contexto escolar, terá mais dificuldade de
relacionar-se, influenciando diretamente na sua capacidade de aprender.
RESULTADOS DA PESQUISA
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao abordar a afetividade na relação professor-aluno, a pesquisa se propôs a
refletir sobre a importância dos aspectos afetivos durante a construção do
processo de ensino-aprendizagem e também na formação do indivíduo,
estabelecendo a existência de uma relação entre os aspectos afetivos e
cognitivos, à luz dos pressupostos teóricos de Henri Wallon e autores
interacionistas. Foi utilizado como instrumento de pesquisa a abordagem
qualitativa, através da pesquisa bibliográfica e do estudo de caso. Buscou-se
neste trabalho identificar, através da investigação das relações entre alunos e
professor regente de uma classe de 1º ano do Ensino fundamental, a presença
da afetividade no contexto sala de aula. A presente escola, na qual realizou-se
a pesquisa, pertence à rede municipal de Nova Iguaçu, localizada na Baixada
Fluminense.
A criança é um ser corpóreo e deve ser visto como tal. Para que isso aconteça,
o professor precisa assumir uma postura crítica de seu trabalho, buscando
dentro da ética e cidadania respostas para as situações do cotidiano escolar.
Durante os seus primeiros anos na escola, a criança está iniciando seu
ingresso no mundo, pois antes fazia parte de um grupo mais restrito, formado
por familiares e amigos: um mundo de descobertas, dúvidas, frustrações,
alegrias, negação de si mesmo e do outro. O ensino nas escolas não pode estar
voltado restritamente para aspectos cognitivos. O professor deve questionar-
se: “Quem é o meu aluno?” E a partir de suas conclusões, criar oportunidades
significativas de aprendizagem que priorizem a reflexão e a criticidade,
baseadas numa relação de troca. A escola, portanto, deve estar atenta aos
aspectos que valorizem a cultura do aluno, fazendo com que o discente possa
estar relacionando os conteúdos apreendidos com suas vivência, pois como
afirma Gadotti (2003, p.47), “aprendemos “com” porque precisamos do outro,
fazemo-nos na relação com o outro, mediados pelo mundo, pela realidade em
que vivemos”. O processo de ensino-aprendizagem precisa favorecer os
conhecimentos prévios do aluno e suas múltiplas vivências, e o afeto neste
contexto proporciona não somente um ambiente agradável para professor e
aluno, mas sim uma educação humanizadora voltada para a transformação,
centrada na solidariedade.
7. REFERÊNCIAS
COMENIUS, Jan Amos. Didática Magna. São Paulo: Martins Fontes, 2002.