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Estágios de Desenvolvimento

Henri Wallon
Profª Clarice Alves
Wallon (2007) divide o desenvolvimento infantil
em cinco estágios:
1° estágio - impulsivo-emocional (0 a 1 ano) –
processo de ensino-aprendizagem pautado por
contatos corporais.

2° estágio - sensório-motor e projetivo (1 a 3


anos) - processo de ensino-aprendizagem pautado
por experiências diversificadas que permitam a
criança explorar espaços, texturas e situações.

3° estágio - personalismo (3 a 6 anos) -o processo


de aprendizagem se dá principalmente pela
oposição, pela descoberta do que a diferencia dos
outros.
4° estágio - categorial (6 a 11 anos) - O
processo de aprendizagem se dá pela
descoberta de diferenças e semelhanças
entre objetos, imagens e ideias, havendo o
predomínio do pensamento lógico.

5° estágio - puberdade e adolescência (11


anos em diante) - o processo de ensino-
aprendizagem deve oferecer espaço para
que haja discussões e expressões de
diferentes opiniões e ideias.
ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO SEGUNDO HENRI WALLON
ESTÁGIO I – IMPULSIVO-EMOCIONAL
0 a 2-3 meses: Estágio de impulsividade motriz pura. Predomínio das reações puramente
fisiológicas (espasmos, contrações, gritos).
3 a 9 meses: Estágio emocional. Aparição da mímica (sorriso). Preponderância das
expressões emocionais como modo dominante das relações criança-ambiente.
9 a 12 meses: Começo de sistematização dos exercícios sensório-motores.
ESTÁGIO II – SENSÓRIO MOTOR E PROJETIVO
12 a 18 meses: Período sensório-motor. Comportamento de orientação e investigação.
Exploração do espaço circundante, ampliada mais tarde pela locomoção. Inteligência das
situações.
18 meses a 2-3 anos: Estágio projetivo. Imitação, simulacro, atividade simbólica. Aparição da
inteligência representativa discursiva.
ESTÁGIO III - PERSONALISMO
Importante para a formação do caráter
3 anos: Crise de oposição. Independência progressiva do eu (emprego do “eu”). Atitude de
recusa que permite conquistar e salvaguardar a autonomia da pessoa.
4 anos: Idade da graça. Sedução do outro, idade do narcisismo.
5 a 6 anos: Representação de papéis. Imitação de personagens, esforço de substituição
pessoal por imitação.
ESTÁGIO PENSAMENTO CATEGORIAL
6 a 7 anos: Desmame afetivo, “idade da razão”, idade escolar. Poder de autodisciplina
mental (atenção). Brusca regressão do sincretismo.
7 a 9 anos: Constituição da rede de categorias, dominadas por conteúdos concretos.
9 a 11 anos: Conhecimento operativo racional, função categorial.
ESTÁGIO PUBERDADE-ADOLESCENCIA
Crise da puberdade. Retorno ao eu corporal e ao eu psíquico (oposição).
Dobra do pensamento sobre si mesmo (preocupações teóricas, dúvida).
Tomada de consciência de si mesmo no tempo (inquietudes metafísicas, orientação de
acordo com eleições e metas definidas).
Há algumas características ou leis que determinam
o desenvolvimento dos conjuntos funcionais:
• Da alternância na predominância dos conjuntos: Em cada estágio do
desenvolvimento, há o predomínio de um dos conjuntos funcionais.

• O afetivo está mais evidenciado nos estágios impulsivo-emocional,


personalismo, e da puberdade e adolescência.
• A cognição é mais evidenciada nos estágios sensório-motor e
categorial.
• Da alternância de direções: Em cada estágio de desenvolvimento há
uma alternância de movimentos ou direções com relação aos
interesses e necessidades da criança.

• Há estágios em que a criança está mais voltada para o conhecimento


de si, conhecido como força centrípeta (para dentro); o predomínio é
do afetivo.

• Há estágios em que a criança está mais voltada para o conhecimento


da realidade, do mundo externo, conhecido como força centrífuga
(para fora); o predomínio é do cognitivo.
• Segundo Wallon (2007), nos estágios impulsivo-emocional,
personalismo, puberdade e adolescência, o movimento é para
dentro, para o conhecimento de si. No sensório-motor e projetivo e
categorial, o movimento é para fora, para o conhecimento do mundo
externo.

• Atividades p. 136.
O valor da
Interação Social no
Desenvolvimento
na compreensão de
Wallon
• Segundo Wallon, o meio, em cada estágio do desenvolvimento
infantil é diferente, pois os recursos dos quais cada criança
dispõe difere de acordo com a faixa etária.

• Uma criança de 4 anos que já possui a linguagem desenvolvida é


capaz de captar um meio social muito mais complexo e amplo do
que comparado a uma criança de 1 ano e meio, que ainda se
encontra em estágio sensório-motor e projetivo e que seu meio
se restringe à sua realidade perceptível.

• Cada estágio do desenvolvimento infantil define um tipo de


relação particular da criança com seu contexto social, o que
implica dizer que a cada idade é diferente o meio da criança.
• Outro elemento importante com relação à função do meio no
desenvolvimento infantil é o fato deste se constituir como fonte
de desenvolvimento não somente pelo processo de apropriação
e identificação. O meio também é fonte para a constituição da
identidade na medida em que favorece a construção de
conflitos e oposições do sujeito com o seu contexto social,
fenômeno este bastante comum na criança.

• Henri Wallon atentou-se e buscou estudar as crises e conflitos


que encontrava no processo de desenvolvimento da criança. Ao
investigar o significado das condutas de oposição típicas da
criança de 3 anos de idade, por exemplo, demonstrou-se sua
importância para o processo de construção da personalidade,
atribuindo ao conflito eu-outro um significado positivo, sendo
um processo importante para a constituição da criança.
• A teoria de Wallon nos permite olhar de
uma outra maneira para as atitudes
opositoras presentes na criança, as quais
muitas vezes são significadas pelo adulto
como algo desrespeitoso, imoral ou
incorreto.

• As atitudes de oposição da criança, além


de importantes para a constituição de sua
identidade, também são um indício de
uma necessidade de autonomia.

• Outra ideia bastante presente nas práticas


educativas com relação ao desenvolvimento
infantil é a de que, para a criança aprender,
é necessário que ela esteja contida,
parada.
Pensamento e Linguagem

• Para Wallon (2008), entre o pensamento e a


linguagem existe uma relação bastante próxima,
uma vez que a linguagem permite a expressão do
pensamento ao mesmo tempo que o constitui.

• O conceito de linguagem utilizado por Wallon refere-


se à utilização da linguagem verbal, caracterizada
pela expressão do pensamento via palavras e
entonações. Portanto, a utilização do termo
linguagem remete ao uso de uma forma de
comunicação restrita, referente apenas à
comunicação verbal.
•O principal motivo que impulsiona o
desenvolvimento da linguagem na criança é sua
necessidade de obter a realização de seus desejos.

• As palavras que a criança enuncia em um primeiro


momento são um condensado dos objetos e dos
desejos que lhe correspondem, como, por exemplo,
“dodo” (para dormir), “mama” (para mamãe), etc.

• Em um estágio mais avançado da linguagem, ela é


empregada com a função também de organizar o
pensamento infantil. A linguagem entra como um
substituto da realidade sensória-motora, permitindo
diversos esquemas representacionais como, por
exemplo, brincar de faz-de-conta, aprender
conceitos, organizar seu tempo, etc.
Comparação
entre
algumas
ideias de
Piaget,
Vygostki e
Wallon.
Quadro comparativo

Autor Jean Piaget L. S. Vygotski Henri Wallon

Período 1896 – 1980 1897 – 1934 1879 – 1962

Pesquisador Yves de La Taille Marta Kohl de Oliveira Heloisa Dantas

Palavras- chave Construção do Interação social – Afetividade


conhecimento mediação/ movimento
dialético por meio da
interação social
Eixos da teoria Esquema/assimilação/ Mediação simbólica O movimento
Principais conceitos acomodação/equilibração Instrumentos e signos Emoções: afetividade
Estágios de Zona de desenvolvimento Inteligência
desenvolvimento proximal A construção do eu:
imitação / negação

Relação do indivíduo com Adaptação Processo de socialização Processo de individuação


• Ambos se vinculam à psicologia do
desenvolvimento, de modo que
nenhum dos dois, mas em especial o
primeiro, teceu considerações
aprofundadas a respeito do processo
educativo.
• A educação nunca foi interesse
específico de Piaget: sua preocupação
era com o sujeito epistêmico – o
sujeito que conhece.
• Pergunta básica de Piaget: como se
passa de um nível de conhecimento
para o outro?
• De onde vêm os sonhos? Quem
inventou o jogo de bolinhas de gude?
Por que o sol não cai?
• Se as respostas variavam de acordo
com as ideias dos informantes, elas
não poderiam ser inatas, porque o
inato é permanente.

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