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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DO LIMOEIRO – FACAL

Graduação em Psicologia - Disciplina de Neurofisiologia

Fisiologia do
comportamento
alimentar e sexual
Aurenice Arruda Dutra das Merces
Doutora em Biologia Aplicada à Saúde
Biomédica (CRBM 2ª região: 08981)
aurenice.dutra@yahoo.com.br
SUMÁRIO

▪ Compreender a importância e controle da fome no organismo através do:


Hipotálamo
Metabolismo
Hormônios

▪ Conhecer os principais distúrbios do comportamento alimentar: anorexia,


bulimia e obesidade;

▪ Compreender os aspectos biológicos e hormonais na determinação do


sexo masculino e feminino.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Cada indivíduo, em particular, está


sujeito a fatores genéticos na escolha
do tipo e da quantidade de alimentos a
consumir.

Este comportamento alimentar pode


ser regulado por inúmeros
mecanismos e estes podem variar
entre as pessoas e até mesmo entre
uma mesma pessoa, dependendo do
seu estado emocional.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

O comportamento alimentar tem duas


principais funções: manter a quantidade de
nutrientes necessárias a nossa
sobrevivência (processos fisiológicos) e o
prazer que o ato de comer nos proporciona,
liberando neurotransmissores (serotonina e
dopamina) responsáveis pelo prazer e bem-
estar.

Ambas as funções só podem ser realizadas


se existir motivação, ou seja, se existir
impulsos internos que levam o indivíduo a
realizar ajustes corporais e
comportamentais.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
HIPOTÁLAMO

O hipotálamo tem duas áreas que regulam a ingestão de


alimentos: a região lateral e a região ventromedial.

A primeira está relacionada com o centro da fome e uma


lesão nessa área faz com que a pessoa não sinta fome e
perda peso constantemente. Já a região ventromedial
está relacionada com a saciedade e uma lesão faz com
que a pessoa coma compulsivamente, nunca atingindo a
saciedade.

Todas as regiões do hipotálamo estão sob a influência do


Sistema Límbico, e qualquer alteração nesse sistema,
interfere na fome. Por isso, quando o indivíduo se
encontra ansioso, angustiado, estressado, come
compulsivamente ou simplesmente, não come.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
METABOLISMO

Outro fator que interfere no comportamento


alimentar é o metabolismo, que muda de acordo
com a idade.

Com o passar do tempo, ingere-se a mesma


quantidade de comida, porém os gastos
diminuem. Existe um grande número de adultos
que tem excesso de peso, mas levam uma vida
sedentária e mantém hábitos comportamentais
que prejudicam a saúde.

É preciso reavaliar a dieta, bem como inserir


atividades físicas no dia-dia, pois hábitos de
alimentação saudáveis contribuem para uma boa
saúde física e mental.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
HORMÔNIOS
A regulação de alimentos dá-se também devido a fatores hormonais.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR
HORMÔNIOS

A grelina, também conhecida como o "hormônio da fome" é um hormônio


produzido principalmente pelo estômago; quando o estômago fica vazio,
intensifica a secreção da grelina, o hormônio atua no cérebro dando a sensação
de fome; quanto mais elevado for a produção, resultando em concentrações altas
no sangue, maior será a sensação de fome. Quando nos alimentamos, a secreção
da grelina diminui e a secreção de leptina aumenta gerando saciedade.

Quando as células adipócitas estão cheias de gorduras, ocorre a liberação de


leptina (hormônio), que chega ao hipotálamo e inibe o centro da fome, ativando a
saciedade. Quando esse hormônio para de ser liberado, o núcleo arqueado
(localizado no hipotálamo) libera melatonina e a pessoa volta a sentir fome.
FISIOLOGIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

A vontade de comer é inicialmente


estimulada quando os alimentos são
percebidos pelos órgãos sensitivos
(visão, olfato, paladar). O cheiro de
uma comida saborosa, por exemplo,
desencadeia um aumento salivar,
através do bulbo olfatório (localizado no
hipotálamo). Este ativa o nervo vago,
gerando um aumento da atividade do
Sistema Nervoso Autônomo, ativando a
glândula salivar e aumentando o desejo
de se alimentar.
IMAGEM CORPORAL

O conceito de imagem corporal envolve três componentes:

▪ Perceptivo, que se relaciona com a precisão da percepção da própria


aparência física, envolvendo uma estimativa do tamanho corporal e do
peso;

▪ Subjetivo, que envolve aspectos como satisfação com a aparência, o


nível de preocupação e ansiedade a ela associada;

▪ Comportamental, que focaliza as situações evitadas pelo indivíduo por


experimentar desconforto associado à aparência corporal.
IMAGEM CORPORAL
A percepção é um processo psicológico básico no qual sensações sem
sentido são transformadas em percepções com sentindo. As pessoas estão
sempre filtrando informações sensoriais e inferindo percepção em maneiras a
fazer sentido para si. Quando nosso sistema está em desequilíbrio, há
possibilidade de desencadear alguns transtornos alimentares, como anorexia,
bulimia e obesidade.

Estes transtornos podem ser caracterizados como uma doença causada por
problemas psicológicos e emocionais que levam as pessoas a terem uma
obsessão por um determinado comportamento. No caso da anorexia e da
bulimia, a pessoa busca um padrão de beleza inatingível, enquanto que a
obesidade a pessoa come compulsivamente vendo neste ato um mecanismo
de prazer.
ANOREXIA

Há uma baixa auto-estima, fazendo com que


muitos arrisquem as próprias vidas: ao se
privarem de uma alimentação regular, ao
fazerem uso de drogas inibidoras de apetite
ou forçando uma carga excessiva de
exercícios físicos.

Dificuldade em manter o peso acima do


mínimo considerado normal para a idade e
altura; medo intenso de engordar apesar de
estar abaixo do peso; alteração na maneira
como a pessoa vivencia seu peso ou forma
corporal, sem dar importância ao peso ou a
forma em uma auto-avaliação ou negando a
seriedade do baixo peso.
BULIMIA
O principal aspecto a ser observado no
comportamento do paciente é a
compulsão periódica por comida.

Essa perda do controle em relação a


ingestão alimentar é seguida de indução
do vômito, uso de laxantes e diuréticos.
Uma das formas de aliviar a tensão
emocional é comer compulsivamente
em um curto espaço de tempo.
OBESIDADE
Chama-se de obesidade quando a ingestão de alimentos é
superior ao gasto energético. Grande parte dos obesos
comem para solucionar ou amenizar problemas dos quais,
às vezes, são inconscientes.

Esses mesmos indivíduos podem apresentar dificuldades


em obter prazer nas relações sociais, por se sentirem
rejeitados ou discriminados, o que os leva ao isolamento.
Por outro lado, esses sentimentos fazem com que os
obesos enxerguem a comida como importante fonte de
prazer, o que, devido ao preconceito, restringe e
empobrece ainda mais suas relações afetivas e sociais.

Esse processo alimenta o ciclo vicioso em que, de um


lado, há o ganho de peso e, do outro, um isolamento
social. O número de obesos no mundo cresceu de maneira
significativa, e fez desse transtorno uma epidemia mundial.
FISIOLOGIA SEXUAL
HERANÇA E DETERMINAÇÃO DO SEXO

Em biologia, a determinação do sexo do


ser humano é feita pelo sistema XY. Neste
sistema, o sexo de um indivíduo é
determinado por um par de cromossomos,
os cromossomos sexuais, presentes no
núcleo das células.

Os cromossomos sexuais são identificados


como X ou Y.

As fêmeas possuem o mesmo tipo de


cromossomos sexuais (XX) enquanto os
machos contêm os dois tipos distintos de
cromossomos sexuais, um X e outro
cromossomo Y.
HERANÇA E DETERMINAÇÃO DO SEXO
As células do organismo humano são diploides (2n) e
contêm 46 cromossomos.

Dois deles são os cromossomos sexuais: XX na


mulher e XY no homem. Os outros formam 22 pares
são os cromossomos autossomos (não sexuais). No
interior das gônadas femininas (ovários) e masculinas
(testículos) encontramos os gametas (células
haplóides) que contém 23 cromossomos.

O gameta feminino é chamado de óvulo e contém 1


cromossomo X e 22 cromossomos autossomos.

O gameta masculino é chamado de espermatozoide e


alguns contém 1 cromossomo X e 22 cromossomos
autossomos ou 1 cromossomo Y e 22 cromossomos
autossomos.
HERANÇA E DETERMINAÇÃO DO SEXO
Através da fecundação, os gametas se unem
e formam o zigoto (célula diploide = 2n),
primeira célula do embrião. E então qual
será o seu sexo? Se o espermatozoide
fecundante for portador de X, forma-se uma
menina (XX); se for portador de Y, forma-se
um menino (XY).

Sendo assim, a determinação do sexo é feita


no momento da fecundação, de acordo com
o tipo de espermatozoide que fecunda o
óvulo. O zigoto deverá multiplicar-se
seguidamente, produzindo os trilhões de
células do nosso corpo.
HERANÇA E DETERMINAÇÃO DO SEXO

Na espécie humana, nas primeiras seis semanas depois da fecundação, os


embriões masculino e feminino são idênticos. Só então o gene determinador do
sexo masculino começa a influir nos esboços das gônadas, fazendo-os formar um
par de testículos.

No embrião feminino (XX), a ausência do gene do Y faz as gônadas primitivas


continuarem seu desenvolvimento original, dando os ovários. O “plano” básico da
espécie é, portanto, o feminino. Esse plano tem de ser alterado pelo gene do Y
para que se forme um menino. Os testículos começam a produzir testosterona,
que determina a diferenciação do resto da genitália masculina (conjunto de órgãos
reprodutores). Na ausência do cromossomo Y, as gônadas se desenvolvem
formando ovários, que produzem o hormônio estrógeno. Este coordena, com
outros hormônios, a fisiologia sexual feminina.
FISIOLOGIA MASCULINA
TESTOSTERONA

Os testículos secretam uma família de hormônios que são globalmente chamados


de andrógenos (ou androgênios), que inclui: a testosterona, diidrotestosterona e a
androsteriediona.

A testosterona é produzida em maior quantidade sendo responsável pelas


características peculiares do corpo masculino, além de ser imprescindível para a
espermatogênese.
FISIOLOGIA MASCULINA
TESTOSTERONA

A testosterona tem uma série de efeitos sobre o organismo masculino, tanto sobre
os caracteres primários (órgãos genitais) quanto os secundários (características
masculinas secundárias). A ação da testosterona produzida durante a fase
embrionária e fetal é responsável pela formação da genitália masculina,
estimulando a diferenciação dos órgãos externos e internos.

Na puberdade, a testosterona promove as mudanças que levam ao


desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, sendo responsável:

▪ pela distribuição dos pêlos característicos do sexo masculino e as alterações


cutâneas;
▪ pela mudança do timbre da voz;
▪ pelo crescimento corporal típico da puberdade;
▪ pela remodelagem corporal e determinação das formas masculinas.
FISIOLOGIA MASCULINA
TESTOSTERONA

Sob o efeito da testosterona, a laringe sofre espessamento e a voz muda de


tonalidade, tornando-se mais grave. Ocorrem mudanças cutâneas importantes,
envolvidas com o aumento no número e espessamento dos pêlos, que, muitas
vezes, levam ao desenvolvimento de acne. O crescimento corporal acelera
muito, resultando da ação conjunta da testosterona com o GH e os hormônios
tireoidianos. A associação dos dois primeiros acelera o crescimento das partes
cartilaginosas dos ossos e de outros tecidos e órgãos. A associação da
testosterona com T3 e T4 aumenta o metabolismo basal e a produção de
hemácias, dando suporte para os processos de distribuição da gordura e o
desenvolvimento muscular. Pelo aumento da fixação do cálcio na matriz óssea,
a testosterona promove a remodelagem e o fechamento do crescimento dos
ossos.
FISIOLOGIA FEMININA
Há duas classes de hormônios ovarianos: os
estrogênios e a progesterona, sendo, por
isso, chamados de hormônios femininos. Os
estrogênios consistem em uma família de
hormônios ovarianos formada por estradiol,
estriol e estrona, sendo o estradiol o mais
importante.

São os hormônios de maior importância na


maturação sexual da mulher e na
preservação e manutenção das
características físicas femininas.
FISIOLOGIA FEMININA
A ação dos hormônios femininos na puberdade acarreta
muitas alterações no organismo feminino, como o
aparecimento dos pêlos pubianos, o alargamento dos
quadris, o desenvolvimento das mamas e a proliferação
de seus elementos glandulares e levam o tecido adiposo
a concentrar-se em áreas como os quadris e as coxas,
dando-lhes o arredondamento típico do sexo.

Assim, os estrogênios são responsáveis pelos


caracteres secundários femininos e preparam a mulher
organicamente e psicologicamente para o ato sexual e a
fertilização.

A progesterona é produzida após a ovulação, pelo corpo


lúteo sob ação do LH. Está relacionada, principalmente,
com a preparação do útero para a aceitação do óvulo
fertilizado e a preparação das mamas para a secreção
de leite.
Bons estudos!

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