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JEQUIÉ – BAHIA
2021
JULIA DE ARAUJO NASCIMENTO
Araújo
JEQUIÉ – BAHIA
2021
1
JULIA DE ARAUJO NASCIMENTO
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Profª. Dra. Lauana Vilaronga Cunha de Araújo
ORIENTADORA
__________________________________________
Profª. Ms. Edeise Gomes Cardoso Santos
EXAMINADORA
__________________________________________
Profª. Ms. Luciene Matos de Souza
EXAMINADORA
2
Pesquisa dedicada a todos os profissionais da dança que, assim como eu, estão
atuando na educação e buscando a cada dia mais aperfeiçoar-se nas diversas áreas
do desenvolvimento infantil, respeitando, entendendo cada aluno e seu
desenvolvimento nas diversas fases. Espera-se que a presente pesquisa ajude os
discentes a entender esse universo e a continuar pesquisando, afirmando assim, a
importância da dança na formação integral das crianças.
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me permitir chegar até aqui. Ele sempre foi e sempre será minha base,
me ajudando a superar todas as crises de ansiedade, que me faziam pensar em
desistir. Minha fé me ajudou a ser mais forte.
Ao meu marido Samuel Souza, que sempre ouviu meus textos, me auxiliou muito em
correções e teve muita paciência comigo (risos).
À minha família, em especial, meu pai Cassio Nascimento, minha mãe Augusta Araújo
e meu irmão Diedro Araújo, que me incentivaram a entrar na graduação em dança e
estiveram presentes em todas as minhas apresentações, acreditando, torcendo e
vibrando comigo. Gratidão a todos vocês!
À minha escola do coração, Nova Cultural, em nome da direção e coordenação,
Adriana Gomes e Ítalo Freitas, que foram meu suporte todos esses anos na
graduação, me ajudaram a construir o meu perfil de professora, incentivando e
ajudando em sala de aula, além do cuidado em flexibilizar a minha carga horária a
cada semestre, em função dos horários de aulas da graduação (risos). Registro aqui,
minha eterna gratidão a vocês.
A todos os docentes da Universidade que me tornaram essa profissional que sou hoje.
Sempre levando o melhor ensino e não me deixando desistir. Quando eu falo da
graduação em Dança na UESB, falo com orgulho, pois temos os melhores
profissionais capacitados que qualquer outro curso poderia ter. Obrigada por tudo.
À minha orientadora, a melhor que alguém poderia ter (risos). Digo sempre que
quando eu crescer quero ser igual à Lauana (risos), porque ela sabe o que faz e faz
da melhor forma possível. Torna tudo muito leve e prazeroso. Gratidão, profinha.
À minha coorientadora, Carla Lima, por me socorrer de última hora, não medindo
esforços para me ajudar a vencer mais essa etapa da vida. Obrigada Carla e já quero
te conhecer pessoalmente (risos).
À minha convidada especial, Jussara Midlej, o que seria desta monografia sem suas
aulas na minha vida? Foi você quem deu o start e fez tudo fazer sentido, suas aulas
e seus ensinamentos foram fundamentais durante meus anos na Universidade e
durante toda a minha escrita de TCC. Acredito que todos os alunos que passaram por
você saíram completamente diferentes e espero um dia ser uma profissional incrível
como você é. De coração, muito obrigada!
4
À minha banca examinadora, Edeise Gomes, que caminhou comigo desde o início da
graduação, me auxiliando, ensinando e partilhando a vida comigo. Obrigada, linda. E
à professora Luciente Matos, que aceitou gentilmente fazer parte dessa jornada
comigo, gratidão.
E por fim e não menos importante, minha turma “Las franguitas”: Alessandra, Ariana,
Bruna, Frederick, Samara e Thaína. Vocês nunca foram só uma turma: “Las
franguitas” se tornou uma família. Como costumamos dizer: Ninguém solta a mão de
ninguém, porque juntos somos mais fortes. Gratidão por cada momento que
passamos juntos. Que nossa amizade possa ir além da UESB. Amo cada um de
vocês.
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“[...] a Dança trata do resgate da própria
personalidade, do contato com o lado
mais humano através da expressão
artística: o indivíduo se expressa e se
torna capaz através da Arte que produz e
que lhe devolve toda a sua potencialidade
de viver e de se realizar plenamente”.
(Marina Ferrari)
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RESUMO
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 11
2 CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS ______________________________________ 15
3 O ENSINO DA DANÇA NAS ESCOLAS CONFORME A BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR (BNCC) _____________________________________ 22
4 A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA PARA AS CRIANÇAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS __________________________________ 31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ________________________________________ 38
6 REFERÊNCIAIS _________________________________________________ 40
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1 INTRODUÇÃO
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entre elas, ou incentivando a se expressarem corporalmente de forma livre, lúdica e
curiosa. A dança portanto, possibilita vivências diferenciadas e complementares em
relação aos padrões dominantes de ensino, que prezam pela ordem coletiva e visam
desempenhos quantitativos em sala de aula. Através da dança, portanto, elas são
instigadas a pensar, sentir, perceber e agir de forma diversa, interagindo em sala de
aula pela via do corpo expressivo e não somente pelo estímulo racional e no silêncio
da formação rígida de cadeiras, tão comuns nas escolas. Com isso, a dança pode se
configurar como uma grande aliada à promoção de mudanças no campo da
autoestima, do comportamento individual, coletivo e nos processos gerais de
aprendizagem, pois proporciona a ativação do lado humano e instintivo de volta às
aulas.
Com base nesse contexto experimental, aborda-se aqui nesta o tema
Pedagogias da dança porque é uma linha de pesquisa que investiga as questões
relacionadas à educação cognitiva das crianças, na qual o professor atua como um
mediador e provocador do conhecimento. O objeto de estudo da pesquisa é a
contribuição da vivência regular da Dança no Ensino Fundamental – Anos Iniciais (1º
ao 5º ano).
O problema abordado durante a pesquisa tem por título: Como a prática regular
da dança no contexto do Ensino Fundamental – Anos Iniciais pode colaborar para o
desenvolvimento integral de crianças de 6 a 11 anos? Trabalhou-se com a hipótese
de que a rotina semanal de aulas de dança, do 1º ao 5 ano do Ensino Fundamental,
pode contribuir no processo geral de desenvolvimento da criança, pois integrada
regularmente em cada etapa da vida, oferece experiências e estímulos corporais
técnicos, criativos, interativos e poéticos. Essas qualidades artísticas, inseridas no
contexto da educação formal, compreendem princípios sensíveis e artísticos
indispensáveis para uma existência saudável ao longo da vida. Dessa forma, na fase
escolar por exemplo, aponta indícios de progressos em diversos aspectos, sejam no
convívio com outros alunos, na segurança, criatividade em desenvolver suas
atividades ou na relação de afeto com sua família.
Como justificativa, acredita-se que essas observações e análises que foram
feitas até aqui, de ter a dança como elemento significativo e regular no
desenvolvimento afetivo, motor e intelectual das crianças do Ensino Fundamental
(anos iniciais), ajudarão outros profissionais que, assim como eu, estão iniciando na
área docente e têm se dedicado a pesquisar e instigar esse desenvolvimento por meio
10
da dança. Também considero que esse debate pode colaborar para que mais escolas
invistam na inclusão de aulas de dança para suas turmas, assim como pode auxiliar
aquelas que já oferecem essa experiência, de forma esporádica, a considerar a
possibilidade de investir no experimento de projetos-pilotos de turmas com aulas
regulares (semanais) de dança.
Tem-se como objetivo geral da pesquisa problematizar como a inserção da
dança enquanto prática regular (semanal) do Ensino Fundamental – Anos Iniciais
pode contribuir de modo mais abrangente para o desenvolvimento cognitivo das
crianças. Assim, os objetivos específicos foram: Compreender as características e
fases de desenvolvimento das crianças de seis a onze anos, analisar a proposta de
ensino da dança nas escolas, conforme à Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
e perspectivar a contribuição da vivência regular (semanal) da dança para as crianças
do Ensino Fundamental – Anos Iniciais.
Esta pesquisa utilizou a abordagem descritiva, pois dedicou-se a detalhar as
aulas de dança do Ensino Fundamental e trazer relatos sobre a relação das crianças
com a dança, observando especialmente sua vinculação aos aspectos afetivo, motor
e intelectual. Esse estudo tem caráter qualitativo e base nos procedimentos de revisão
bibliográfica, coleta de dados e observações feitas durante a experiência docente com
turmas do Ensino Fundamental (anos iniciais) na cidade de Jequié-Ba. Escolheu-se
analisar esse grupo escolar pois, segundo a BNCC, “nesse período da vida, as
crianças estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento
que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo”
(BRASIL, p. 58). Logo, cuidar de uma educação abrangente e integrada nesta fase
aponta para a possibilidade de uma vida futura saudável, empática e promissora.
Essa monografia está dividida da seguinte forma: Na seção 2, Crianças de 6 a
11 anos, contém análises do desenvolvimento das crianças a partir dos estudos de
Henri Wallon e Jean Piaget. Na seção 3, O ensino da dança nas escolas conforme a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), discorre-se sobre como a dança é
abordada no contexto do ensino das Artes na escola, bem como pelos profissionais
da Educação Física. E por fim, na seção 4, A potência das aulas de dança para as
crianças do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, propõe-se a dança como
componente essencial no desenvolvimento das crianças no âmbito escolar.
Partilhando experiências pessoais como docente do 1° ao 5° ano do Ensino
Fundamental, refletindo acerca da importância da prática regular da dança em sala de
11
aula. Se esporadicamente já surte efeitos significativos, o que aconteceria se as aulas
de Dança fossem semanais?
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2 CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS
13
se conectam, se influenciam e que estão aqui, alinhados na tríade afetividade,
motricidade e intelectualidade.
Jean Piaget, ao analisar o comportamento das crianças, estruturou uma
sequência de quatro estágios operacionais, com base nas características e
comportamentos das crianças em cada faixa etária correspondente. São elas:
1
A Lei nº 11.274 (2006) alterou a redação dos artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394 (1996), que orientavam as
diretrizes e bases da educação nacional, ampliando a duração do Ensino Fundamental de oito para nove anos,
incluindo, portanto, as crianças a partir dos seis anos de idade.
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Segundo Lorenzon, Piaget concluiu que todas as crianças passam pelos
mesmos processos de dificuldades e descobertas sobre o mundo, independente da
fase de desenvolvimento e que esses eram vistos como uma adpatação biológica
complexa. Assim, Piaget pensou em um sistema cognitivo ativo, onde a criança
seleciona e explana a informação ambiental, de forma que estabelece seu
relacionamento, recebendo dados externos, interpretando-os, transformando-os e
reorganizando-os. Vejamos como ocorrem esses processos nas palavras de
Lorenzon:
15
gradual da criança dentro de uma sociedade, a partir de uma compreensão mais
consolidada de si mesmo, como explica Amaral:
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variadas facetas. Segundo Wallon, o movimento é a tradução da vida
psíquica, antes do surgimento da palavra. (WALLON, 1995 apud DAUTRO e
LIMA [2021?]).
Isso significa que o ato motor vai além de apenas nos movimentarmos. É uma
conexão com todo o corpo e deste com o todo à sua volta. Significa uma integração
total do ser, diálogo com as pessoas, interação com o ambiente, com os pensamentos,
com as emoções e com os sentimentos.
[...] Wallon acredita que o ato motor propriamente dito vai além de executar
as ações pensadas pelo sujeito. O ato motor também tem o papel de garantir
a expressão da afetividade, seja por gestos ou expressões faciais.
Destacando ainda que este apresenta significados diferentes de acordo com
os estágios de desenvolvimento, ou seja, quanto maior o domínio dos signos
culturais e aspectos cognitivos, traduzindo, assim aprimorarão a qualificação
motora. (GRATIOT-ALFANDÉRY, 2010).
Nesse sentido, essa ênfase na motricidade oferece subsídios para uma
educação globalizante e voltada para interdisciplinaridade. (WALLON, 1995
apud DAUTRO E LIMA [2021?])
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ponto extremamente importante em sua teoria psicogenética, sendo que para ele, a
manifestação da afetividade também é anterior à da inteligência.
Antes mesmo da criança se expressar verbalmente, andar ou ter qualquer
consciência de si, ela já mantém laços afetivos com sua família. Reconhece seus pais
pelo cheiro, toque, voz, experimentando os primeiros contatos de afetividade com os
que a cercam. A afetividade influencia o desenvolvimento da personalidade da
criança, sendo essencial na edificação do conhecimento e para o próprio crescimento.
No campo educativo, sendo a afetividade um dos fatores que contribui no
desenvolvimento cognitivo das crianças, a qualidade da interação entre professor e
aluno também ajudará na elaboração plena de suas capacidades intelectuais.
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O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses aspectos
tenha identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão integrados que
cada um é parte constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária
apenas para a descrição do processo. Uma das consequências dessa
interpretação é de que qualquer atividade humana sempre interfere em todos
eles. Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda
disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação
mental tem ressonâncias afetivas e motoras. E todas essas ressonâncias têm
um impacto no quarto conjunto: a pessoa, que, ao mesmo tempo em que
garante essa integração, é resultado dela. (FERREIRA e RÉGNIER, 2010,
p.30)
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3 O ENSINO DA DANÇA NAS ESCOLAS CONFORME À BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR (BNCC)
Nesta seção, trataremos de como o ensino de Dança está sendo abordado nas
escolas, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), dentro dos
componentes curriculares Arte e Educação Física. Antes, porém, de começar a
discutir acerca do ensino da dança nas escolas, vamos entender o que de fato é a
BNCC, como esse documento norteia e organiza os componentes curriculares, tanto
de escolas públicas, quanto das privadas no Brasil.
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perpassam os saberes das quatro linguagens artísticas, sendo essas:
“criação”, “crítica”, “estesia”, “expressão”, “fruição” e “reflexão” (BRASIL,
2016, p. 113). O que diferencia esse documento, e causou manifestações
contrárias em inúmeros segmentos da dança, é que a linguagem Dança
também aparece em outro componente curricular, a Educação Física, como
prática corporal obrigatória da disciplina em todos os ciclos do Ensino Básico.
Dessa maneira criou-se um conflito sobre o ensino da dança na escola, já
que em componentes curriculares diferentes a dança poderá ser apresentada
como conteúdo, de maneiras distintas. Quais conceitos, estudos e práticas
de dança se pretendem apresentar aos alunos em sua formação como
cidadãos, afinal? Qual a visão de dança que a BNCC irá difundir na escola?
(COSTAS et al, 2018 p.13)
2
Segundo a BNCC, 2018, p. 214, as seis Unidades Temáticas são: Brincadeiras e jogos, Esportes, Ginásticas,
Danças, Lutas e Práticas corporais de aventura.
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Uso e apropriação: refere-se ao conhecimento que possibilita ao estudante
ter condições de realizar de forma autônoma uma determinada prática
corporal.
Fruição: implica a apreciação estética das experiências sensíveis geradas
pelas vivências corporais, bem como das diferentes práticas corporais
oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos.
Reflexão sobre a ação: refere-se aos conhecimentos originados na
observação e na análise das próprias vivências corporais e daquelas
realizadas por outros.
Construção de valores: vincula-se aos conhecimentos originados em
discussões e vivências no contexto da tematização das práticas corporais,
que possibilitam a aprendizagem de valores e normas voltadas ao exercício
da cidadania, em prol de uma sociedade democrática.
Análise: está associada aos conceitos necessários para entender as
características e o funcionamento das práticas corporais (saber sobre).
Compreensão: está também associada ao conhecimento conceitual, mas,
diferentemente da dimensão anterior, refere-se ao esclarecimento do
processo de inserção das práticas corporais no contexto sociocultural,
reunindo saberes que possibilitam compreender o lugar das práticas
corporais no mundo.
Protagonismo comunitário: refere-se às atitudes/ações e conhecimentos
necessários para os estudantes participarem de forma confiante e autoral em
decisões e ações orientadas a democratizar o acesso das pessoas às
práticas corporais, tomando como referência valores favoráveis à convivência
social. (BRASIL, P. 222)
3
Depoimento concedido no dia 19 de outubro de 2021.
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formação mais acessível em academias particulares nas capitais e cidades
do interior. Acontece que esta não é a mais a situação da formação superior
em dança hoje, uma vez que existem cursos específicos de graduação e
pós-graduação reconhecidos pelo Ministério da Educação em todas as
regiões do país.
Uma graduação em Licenciatura em Dança possui cerca de 3000 horas de
duração, ao tempo em que os cursos de Educação Física podem oferecer
apenas uma disciplina de 60 horas com conteúdos específicos ou
transversais em relação à dança. Salvo exceções dentro do que foi
exposto, como comparar? A questão, portanto, tem fundo histórico, mas na
prática, não se sustenta mais. Assim, acaba por apontar mais para uma
questão política de regulamentação dos espaços de trabalho de cada área.
E, naturalmente, a dança enquanto arte por essência, nunca se restringe
aos aspectos da formação técnica do corpo, nem tampouco se interessa
pelas disciplinas específicas da Educação Física enquanto campo de
atuação profissional.”
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dualidades e binômios (corpo versus mente, popular versus erudito, teoria
versus prática), em favor de um conjunto híbrido e dinâmico de práticas.
(BRASIL, 2018, p.195)
“Ele “dá conta” do jeito que dá, o que não quer dizer que faz sem
profissionalismo e responsabilidade. E, naturalmente, aprende muito nesta
roda viva artístico-pedagógica. Mas, de modo semelhante à análise anterior
em relação às competências dos Licenciados em Dança e em Educação
Física para ministrar Dança nas escolas, aqui a situação muda pouco. A
estrutura do ensino polivalente em artes é algo que remonta aos anos 1960
e 1970, já foi tema de debates e havia caído em desuso, justamente por se
compreender que cada uma das artes possui cursos de graduação
específica. Mas as secretarias de educação ainda atuam de modos
distintos. Para citar alguns exemplos aqui mesmo na Bahia, há registros de
que, nos anos 1970, o governo do Estado fazia concurso específico para
cada formação artística (ao menos para atuar em Salvador) e atualmente
seleciona docentes no contexto do ensino polivalente das Artes. Já as
Secretarias de Educação dos municípios de Salvador e Jequié, por
exemplo, realizam concurso específicos por linguagem artística.
No caso dos discentes, as experiências tendem a ser mais superficiais,
mesmo quando o docente é formado em dança, uma vez que ele precisa
dedicar um trimestre apenas para cada expressão artística e ainda
administrar os percalços estruturais comuns nas escolas, como falta de
espaço adequado para vivências práticas ou a interrupção do fluxo de
conteúdos para desenvolver produções artísticas para eventos. Então, tudo
é ruim ou inadequado? Não completamente. Tudo é processo e
aprendizado. Por isso, tanto docentes quanto discentes se beneficiam das
experiências de alguma forma.
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Entretanto, estamos discutindo aqui o espaço adequado para a dança na
rotina escolar das crianças. Neste contexto, que proposições poderiam ser
feitas? Seria possível que cada turma, por exemplo, vivenciasse apenas
uma das artes ao longo de um ano letivo, de modo que a mostra de
encerramento fizesse parte de um planejamento coeso e refletisse os
conteúdos e processos criativos efetivamente experimentados? Assim, ao
longo dos cinco anos das séries iniciais do Ensino Fundamental, uma
mesma turma poderia ter um ano de vivência artístico-pedagógica de cada
arte (dança, teatro, artes visuais e música) e ainda criar, no 5º ano, com a
orientação de um docente, um projeto artístico interdisciplinar que refletisse
o seu ritual de passagem para as séries finais do Ensino Fundamental. É
uma ideia. Pode ser de outros modos, considerando a realidade de cada
escola.”
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Portanto, a normatização proposta pela BNCC tem o objetivo de orientar como
trabalhar, planejar e efetivar as aulas dentro dos parâmetros do currículo escolar do
aluno. Porém, a dança ainda se encontra menos privilegiada, sendo pouco discutida
e abordada em sala de aula, ficando a critério de professores polivalentes, que terão
de conseguir destrinchar cada unidade temática de forma superficial, sem conseguir
dar a credibilidade específica de cada uma delas. Assim, os alunos ficam restritos
apenas em conhecer melhor e se interessar mais pela dança, em detrimento de
vivenciar a potência de sua contribuição na educação cognitiva, social e sensível das
crianças do Ensino Fundamental, fase em que é primordial o estímulo de tais
habilidades.
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componente curricular, seja este da área da Educação Física ou da Arte, é um
exemplo desses possíveis percalços. A ausência de formação específica ou de
afinidade com a dança influenciará no desenvolvimento dessa unidade temática, pois
a maioria desses docentes relata essa dificuldade para aplicar a dança na perspectiva
pedagógica. Esse despreparo abarca motivos que não devem ser alocados na conta
do professor, já que a falta de contato direto com a dança pode acontecer no contexto
de sua formação docente, ou ainda por não ter tido nenhuma relação com a dança
durante sua formação como pessoa.
A formação docente adequada em dança que citamos acima, seria uma
formação não meramente de uma técnica de dança para que seja feita reprodução de
sequências previamente concebidas, mas uma formação por meio da qual o professor
possa considerar o corpo dançante, tanto na sua realidade quanto na vivenciada pelos
alunos. Desta forma, conseguirá contemplar a dança como área de conhecimento na
escola e como experiência significativa para a formação integrada e cidadã dos
alunos.
Outro ponto a ser discutido é a falta de estrutura física, pois também é um fator
que influencia muito na ausência ou a restrição dessa prática dançante na escola. Não
ter uma sala adequada para tais aprendizados dificulta muito a sua prática, gerando
desinteresse ou desmotivação em fazê-la. Ter um lugar apropriado, aconchegante,
com piso adequado e espelhos é a condição ideal que colaboraria no contexto geral
em questão.
Uma outra questão a ser debatida é o preconceito por parte dos alunos em
participar das aulas de dança na escola. Podemos observar, no atual momento, a
geração TIK TOK4 que a todo instante quer dançar, postar vídeos, storys em suas
redes sociais. Paradoxalmente, quando propomos a dança na escola, observamos
uma resistência muito grande por parte dos alunos. Será que não estão sendo
estimulados de uma forma correta? Será que foi a falta de dança no ambiente escolar
que causou essa barreira ou será que é reflexo de um formato tradicional da escola,
cujo pensamento é ir apenas para ficar sentado em silêncio, ouvindo e copiando o que
o professor dita em sala de aula? Bom, muitos são os questionamentos para entender
4
Tik Tok é um aplicativo de mídia criado para criar e compartilhar vídeos curtos, no qual a dança tem ganhado
destaque.
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essa resistência e a dança na escola se propõe a um caminho completamente
diferente.
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4 A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA PARA AS CRIANÇAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS
Quando nos movimentamos, geramos uma energia que é partilhada com quem
nos assiste ou com quem está conosco nessa dança. Essa energia é possível de ser
sentida pela expressividade que transmitimos ao dançar, podendo ser algo técnico,
mas também, algo simples, espontâneo e verdadeiro. Quando sentimos de fato o que
estamos fazendo e quando temos a compreensão desses movimentos, essa dança
se torna consciente.
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Para Strieder, a criança tem a necessidade de movimenta-se e o faz de forma
involuntária, seja no brincar, correr, pular, ou se locomover. O movimento é essencial
na vida da criança para um bom desenvolvimento integral. Com um acompanhamento
criterioso, as habilidades motoras básicas conseguem ser estimuladas.
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experiências, o guia que orienta os alunos para uma descoberta pessoal de
suas habilidades. Através da Dança então, o aluno poderá recobrar a
confiança no ser humano que é pleno e capaz, sendo devolvida a capacidade
de se movimentar criativamente, pois é a Dança uma das expressões que
suscita o sentido de ser. Sentido este que implica não só na compreensão
psicológica da vivência corporal, mas também numa experiência física que
se torna ponto de referência para a qual se pode retornar espontaneamente
a qualquer momento que se deseje fazê-lo. Isto permitirá que o aluno se torne
mais receptivo às solicitações exteriores, seja para acolhê-las ou para delas
se defender, tanto melhor será sua resposta. (FERRARI [2021?])
A imposição isolada de técnicas por exemplo, pode fazer com que a criança se
sinta retraída, tensa e até perca a vontade de fazer as aulas, quando o importante
seria ressaltar essas aulas como um momento de aprendizagem que seja prazeroso
e divertido. O fazer dança se dá de modo que a criança possa desempenhar
autonomia e espontaneidade para criar, sentir, perceber, interagir, pensar e agir, por
isso a importância do movimento e da dança, pois quando dançamos, sentimo-nos
plenamente integrados, conectados profundamente com a experiência. Assim,
conseguimos nos comunicar por expressões de partes ou pelo corpo todo, sem
necessariamente ser intencional, mas sendo, dizendo e agindo continuamente o que
realmente somos. “O corpo aprende e é cada sociedade específica, em seus
momentos históricos e com sua experiência acumulada, que o ensina” (KOFES, 1994,
p.47 apud SANTO 2015). Isso ocorre por que a dança é uma manifestação artística
muito antiga, desde a pré-história já se dançava logo, o quanto antes aprendermos a
incluir essa arte no nosso cotidiano, mais cedo empreenderemos essa evolução motriz
e suas reverberações no todo.
A dança aponta para inúmeros benefícios, seja nos aspectos físicos, subjetivos
ou sociais, a saber: o desenvolvimento da coordenação motora, noções espaciais,
criatividade, autoconhecimento, alinhamento do corpo, apreço por outras culturas,
interação social entre outros.
Há muitas formas do ser humano expressar quem é, seus gostos e opiniões.
Acredita-se que uma das oportunidades mais completas de fazer isso é dançando, se
expressando com movimentos sensíveis. Embora se considere uma espontaneidade
nata das crianças, desde a infância podemos perceber uma dificuldade maior para
alguns, enquanto para outros uma facilidade em fazê-lo. Se pudéssemos dançar
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sempre para expressar nossos desejos e pontos de vista seria incrível, porque a dança
nos possibilita o viés da criatividade, a liberdade de movimentos, de modo que
podemos esquecer de tudo por um momento e apenas dançar. Quando somos
crianças livres de julgamentos e olhares de críticas, é natural nos colocarmos em
presença e dançar. Essa condição deve ser incentivada também na escola.
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motricidade e pelas emoções, percebi que muitas crianças saem da Educação Infantil
e chegam aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sem ter vivenciado esse contato
regular com as aulas de dança. O reflexo da ausência dessas aulas nas crianças é
facilmente perceptível, pois como a dança basicamente só se faz presente nos tempos
de festividades, percebe-se a dificuldade que elas apresentam em fazer sequências
coreográficas simples e adequadas para a idade. Com uma rotina normalmente
distante do âmbito da dança, o contato desses alunos com atividades corporais
costuma acontecer nas aulas de Educação Física quando, na maioria das vezes,
optam pelo futebol.
Minha realidade de trabalho com a dança em sala de aula acabou por se
apresentar muito restritiva, apenas em festivais. Eles não tinham nenhum contato
diário com a dança na escola, pois nas aulas de Arte, dança só estava presente nestes
momentos pontuais de apresentações. Isso acontecia por uma série de razões
associadas à rotina escolar como por exemplo: a carga horária, dentro do período
letivo é de 200 dias, sendo que é reservado um trimestre para ser trabalhado dança e
o mesmo acontecia nos últimos meses letivos, pois eram os que antecediam os
festivais. Eu contava apenas com um horário por sala e precisava aplicar as outras
Unidades Temáticas.
Dessa maneira, o contato se fazia muito restrito, mas isso não impediu que eu
observasse o diferencial da arte na vida das crianças. Como mencionado
anteriormente, esse contato dançante se fazia em momentos pontuais, especialmente
nos festivais escolares, quando eu ficava responsável em montar células
coreográficas ou cenas teatrais, para todas as turmas da escola, desde a Educação
Infantil até o 9° ano do Ensino Fundamental, pois o festival englobava toda a escola.
Porém, meu contato com Arte em sala de aula era apenas com as turmas do Ensino
Fundamental – Anos Iniciais e Anos Finais.
No contexto dos festivais, eu costumava me organizar da seguinte forma:
primeiro o tema era informado aos professores e juntamente com a coordenação da
escola, decidíamos músicas, cenários e figurinos para cada cena. Em seguida,
começávamos os ensaios, elaboração das montagens de células coreográficas com
as turmas, cujo planejamento sempre era adaptado para cada faixa etária.
As montagens coreográficas eram feitas por turma, baseadas na narrativa de
uma história, sendo que cada turma ficava responsável por determinada parte.
Através de estímulos motores e criativos, íamos avançando cada vez mais na criação,
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pois não havia nenhuma técnica corporal estabelecida para esta. Além das
abordagens metodológicas com objetos e a seleção conjunta de músicas,
passávamos esse período de ensaio no pátio da escola ou na quadra (quando não
estava fazendo muito sol). Como este era o período de maior contato que eles tinham
com a prática da dança, era comum fazermos ajustes na concepção das cenas ou até
mesmo nas músicas para que o processo fosse mais “fácil” para eles.
A falta de estrutura física adequada no cenário proposto também implicava em
alterações. Outra questão é que, com um tempo muito restrito, eu necessitava do turno
oposto para mais ensaios, ou até mesmo dos sábados, porque eram mais de 15
turmas. Em alguns anos, eu recorri a ajuda de outro profissional para me auxiliar,
porque o tempo era muito curto para tamanha produção. Assim, íamos nos adaptando
às realidades desse contexto escolar para realizar as ações propostas pela escola.
Apesar de todas essas condições adversas, minha maior dificuldade era ver a
falta de conhecimento corporal por parte dos alunos. Não estou me referindo à
assimilação de sequências coreográficas, mas à escassa compreensão corporal do
que eles estavam fazendo. Acredito que se essa experiência estivesse presente nas
suas rotinas escolares, com práticas semanais de danças, o estranhamento seria
menor, pois teriam uma organização corporal progressivamente estruturada.
Depois de meses de ensaio com cada turma, tínhamos a realização do festival.
Normalmente, as apresentações eram feitas no Centro de Cultura da cidade, nos
meses de novembro ou dezembro, encerrando assim o ano letivo da escola. Na
semana de apresentação, fazíamos alguns ensaios e a “passagem de palco”,
momento em que eles entendiam o espaço a ser utilizado na apresentação.
Ao longo desses anos, pude perceber mudanças nos alunos após esse contato
com a dança. Alunos, por exemplo, que apresentavam comportamentos taxados como
“inquietos”, “malcriados” ou “bagunceiros” agiam de forma totalmente diferente nas
aulas e ensaios de dança. A dança os atraia, fazia com que eles se conectassem
consigo mesmos e experimentassem o “aqui e agora” na arte.
Lembro de uma situação na qual um aluno se recusou a responder uma
solicitação para que participasse de algumas cenas coreográficas, por questões
afetivas que foram deflagradas no processo. Quando conseguiu partilhar o incômodo,
eu o incentivei a buscar alternativas criativas que fizessem se sentir melhor.
Funcionou. Assim ele conseguiu se expressar através dança e reavaliar a
circunstância que o bloqueava afetivamente.
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Outra situação recorrente envolvia alunos extremamente tímidos que se
recusavam a participar da cena, ou faziam de uma forma bem discreta. Com jogos
coreográficos propostos durante os ensaios, eu sempre procurava estimulá-los da
melhor forma possível. Percebi que quando havia menos alunos, eles conseguiam se
envolver mais. Neste caso, ia instigando-os a fazer vídeos e me enviar, para que assim
eles pudessem participar também. Ao final do processo com uma turma, propus a
realização de um vídeo-dança e pude perceber avanços e desenvoltura durante o
processo criativo. A timidez em estar em público também diminuía na interação com
o grupo ao longo das aulas.
Ainda que em processos intensivos e de curta duração, pude perceber avanços
significativos no desenvolvimento das crianças. É importante percebermos que,
associado às teorias de Piaget e Wallon, a faixa etária dos 6 aos 11 anos é um período
de transição entre a fase de plena espontaneidade nas investigações motoras e
afetivas para o período da adolescência, quando este grupo é desafiado por
mudanças corporais, hormonais e sociais significativas. Assim, a vivência regular da
dança nesta faixa etária pode atuar como uma ação de equilíbrio na educação
cognitiva dessas crianças, pois além de harmonizar os quatro campos funcionais
(WALLON) em relação à compreensão de que a função intelectual terá destaque
neste período (PIAGET), a possibilidade de experimentar atividades coletivas que
integrem o corpo e a convivência pode influenciar numa adolescência menos
conturbada, já que a relação cotidiana dos corpos na dança educativa ensina sobre
diversidade, respeito, subjetividade e empatia.
A dança muitas vezes pode estar em um lugar menos acessível ou em
condições restritas de ensino. Entretanto, é sabido que, quando vivenciada é capaz
de estimular as crianças nos seus potenciais criativos, intelectuais e afetivos, bem
como provocar uma mudança de atitudes em relação às circunstâncias que se
mostrem desagradáveis. Então, sigo acreditando, pesquisando e refletindo sobre o
papel significativo que a dança tem no desenvolvimento global das crianças de
diversas faixas etárias, no âmbito escolar e sobre como sua vivência regular pode ser
revolucionária.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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intensamente e termos uma troca saudável com o outro. Nos liga à sociedade
novamente, nos tira o medo, a vergonha, nos desprende dos padrões impostos de
vivencia. A dança tem e sempre terá esse poder em nossas vidas e nas vidas dos que
nos cercam.
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REFERÊNCIAS
COSTAS, Ana Maria Rodriguez. et al. Dança na educação básica: reflexões sobre o
papel dos licenciados em dança na construção de saberes artísticos no contexto
escolar, São Paulo, 2018.
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SILVA, Lúcia Maria da, O papel da dança para o desenvolvimento da cognição e da
afetividade nas séries iniciais da educação básica. Goiás, 2015
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