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CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
NATAL – RN
2017
BANCA EXAMINADORA
DEDICATÓRIA
A Deus, fazendo-me ter força e coragem para questionar realidades е propor
sempre um novo mundo de possibilidades.
A todas as pessoas que contribuíram para meu sucesso e para meu
crescimento como pessoa, principalmente a minha querida e amada avó Geralda
Medeiros que, SEMPRE acreditou em mim e no meu potencial. Ela, que sempre
lutou e batalhou para me proporcionar uma vida digna, onde não me faltaram
absolutamente nada, principalmente AMOR.
A minha mãe e irmã que, mesmo com tantos atritos, sempre me deram força
e me ajudaram da forma que puderam. Que me deram forças para não desistir da
vida durante a minha doença.
Aos meus poucos, mas verdadeiros amigos, que sempre estiveram ao meu
lado quando foi preciso. Que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado durante
todo o meu tratamento, me fazendo lembrar que a vida vale mais do que qualquer
coisa e que o amor de DEUS era o principal remédio que eu precisava para,
finalmente, conseguir vencer a depressão.
Sou o resultado da minha FÉ, da confiança e da força de cada um de vocês.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me guiado nessa caminhada, sempre me encorajando a fazer
o certo e nunca desistir. Aos meus amigos do EJAC, que entenderam as minhas
ausências nas reuniões, mas nunca deixaram de rezar e pedir para que eu
conseguisse, finalmente, alcançar os meus objetivos.
Aos meus amigos de curso, a minha eterna dupla Ravenna, que sempre me
ajudou, orientou e me ajudou a tirar as dúvidas necessárias, que fez de fato o papel
de DUPLA e companheira durante boa parte do curso.
ABSTRACT
This article purpose is to show the children’s contribution in drawings as a way to
offer many opportunities for learning, contributing for the reading and writing
acquisition and children’s development. For this study it was necessary, based on the
qualitative approach research comes education, a bibliographical research through a
literature review, and for that, we had as guiding factors: Piaget (2004), Freire (1996),
Sans , Moreira (1983), Luquet (1969), Ferreira (2005), among others that anchored
us in the approaches on the subject. Therefore, we discuss some relevant points
about the use children's drawing in the literacy process, directed in the school in the
good way, develops the different languages of the child in this period. We also
present the meaning of drawing for the child and the importance in children's drawing
in literacy. In addition, we show the child's drawing as a graphic and artistic language
and it contributes significantly to the language and writing construction, as well, to
assist in the motor coordination child, especially in literacy, revealing the free
manifestation to the child, designed without use models and according to their
development in the graphics phases.
Do que foi visto, é possível afirmar que tanto Piaget como Vygotsky
concebem a criança como um ser ativo, atento, que constantemente cria hipóteses
sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o
processo de desenvolvimento. As principais delas, em resumo, são as seguintes:
Vygotsky critica a ênfase do ensino da escrita apenas como habilidade
motora: “Ensina-se as crianças a desenhar letras e construir palavras com elas, mas
não se ensina a linguagem escrita”. (VYGOTSKY et. al. 1984, p.119).
Enfatiza-se de tal forma “a mecânica de ler o que está escrito que se acaba
obscurecendo a linguagem escrita como tal (1984, p.119)". O aprendizado da escrita
é, portanto, entendido por Vygotsky, como um processo longo e complexo que é
iniciado pela criança "muito antes da primeira vez que um professor coloca um lápis
em sua mão e mostra como formar letras" (VYGOTSKY et. al. 1989, p.143).
Para o autor, o aprendizado da linguagem escrita envolve a elaboração de um
sistema de representação simbólica da realidade e Vygotsky afirma que há uma
espécie de continuidade entre as diversas atividades simbólicas: gesto, desenho e
brinquedo. Nestas atividades os signos representam significados, assim, toda
criança em algum momento pede papel e lápis para desenhar. Se ela não tiver os
materiais mais convencionais, a criança busca instrumentos, para deixar, nas
superfícies, o registro de suas ideias, suas vontades, suas fantasias e seus gestos:
se não tiver papel, pode ser na terra, na areia, na parede, nos muros, nos móveis.
Se não tiver lápis serve um giz, uma pedra, gravetos, cacos de tijolos, carvão, tinta e
outros.
Poucos adultos conseguem perceber o quanto o desenho infantil pode ser
revelador do grau de maturidade, do equilíbrio emocional e afetivo, bem como do
desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Dentre vários autores que falam
sobre a importância do desenho destacamos Pillar:
Este fato tem trazido surpresas aos educadores que apresentam muitas
dúvidas em relação ao desenvolvimento do desenho e da escrita, confundindo
alguns aspectos comuns, das duas formas de representação. Por exemplo, em
relação à garatuja desordenada, característica comum às crianças de um a dois
anos, presente no realismo fortuito, se percebe que o exercício livre no papel é
sistematicamente confundido com a imitação de escrita, que ocorre nas produções
iniciais da criança. Posto isso, pretendemos discutir dois aspectos fundamentais
que se encontram no cerne de toda a questão: a compreensão dos caminhos
paralelos entre o desenho e a escrita, abarcando os dois sistemas de representação
e a possibilidade de um diagnóstico mais preciso, no caso de o sujeito apresentar
rupturas na apropriação da linguagem.
Nesse sentido, o desenho, como manifestação semiótica que surge no
período simbólico, evolui em conjunto com o desenvolvimento da cognição
compartilhando, por um lado, as fases da evolução da percepção e da imagem
mental, que está subordinado às leis da conceituação e da percepção. Por outro
lado, também faz parte do brincar, constituindo-se em meio de expressão particular,
isto é, “... um sistema de significantes construído pela criança representando suas
vontades” e que vai representar o início da escrita (PIAGET, 1973, p. 52).
O desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo e, como o
brincar, caracteriza-se, inicialmente, pelo exercício da ação. Ele passa a ser
conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no
traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina, no desenho, a assimilação, isto
é, o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma
semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico. Na continuidade do processo
de desenvolvimento, o movimento de acomodação vai prevalecendo, ou seja, vai
havendo cada vez mais aproximação ao real e preocupação com a semelhança ao
objeto representado, que aparece também no jogo de regras (PIAGET, 1971; 1973).
Já Vygotsky destaca outras condições para o desenho das crianças. Uma
delas é relativa ao domínio do ato motor. O desenho é o registro do gesto,
constituindo passagem do gesto à imagem. A percepção do objeto, no desenho,
corresponde à atribuição de sentido dada pela criança, constituindo-se realidade
conceituada, e não material.
Este é um momento fundamental de sua evolução que se constitui na
antecipação do ato gráfico, manifestada pela verbalização, indicando a intenção
prévia e o planejamento da ação (VYGOTSKY, 1989).
Em relação ao desenvolvimento da linguagem escrita, o autor propõe
“que no brinquedo de faz de conta, o desenho e a escrita devem ser vistos como
momentos diferentes de um processo essencialmente unificado...” (op. cit., p.131),
motivo para que “... brincar e desenhar deveriam ser estágios preparatórios ao
desenvolvimento da linguagem escrita.” (op. cit., 134).
Embora focalizando diferentes aspectos do desenho, as concepções dos dois
autores, a saber, Piaget focalizando o sujeito do ponto de vista epistêmico e
Vygotsky contemplando-o do ponto de vista social, se aproximam em relação à
importância do desenho no processo de desenvolvimento da criança e à
característica de que a criança desenha o que a ela interessa, representando o que
sabe acerca de um objeto.
Garatuja: faz parte da fase sensória motora (zero a dois anos) e parte da pré-
operacional (dois a sete anos), indo aproximadamente até três ou quatro anos. A
criança demonstra extremo prazer em desenhar e a figura humana é inexistente. A
garatuja pode ser dividida em:
Figura 3: Pré-esquematismo
Fonte: Pedagogia do Desenho/Sans (2009).
Figuras 4, 5 e 6: Esquematismo.
Fonte: Pedagogia do Desenho/Sans (2009).
Realismo: Normalmente surge no final das operações concretas, tendo maior
consciência do sexo e começa uma autocrítica pronunciada. No espaço, descobre o
plano e a superposição, mas abandona a linha de base. As formas geométricas
aparecem, junto com uma maior rigidez e formalismo. Nesta etapa normalmente
usam roupas diferenciadas para cada um dos sexos (Figura 7).
Figura 7: Realismo
Fonte: Pedagogia do Desenho/Sans (2009).
Pseudo Naturalismo: Faz parte da fase das operações abstratas (10 anos em
diante). É o fim da arte como atividade espontânea e muitos desistem de desenhar
nesta etapa do desenvolvimento. Inicia a investigação de sua própria personalidade,
transferindo para o papel suas inquietações e angústias, característica do início da
adolescência. Nos desenhos aparecem muito o realismo, a objetividade, a
profundidade, o espaço subjetivo e o uso consciente da cor. Na figura humana, as
características sexuais podem aparecer de forma exageradas (Figura 8).
Realismo visual: Ocorre geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela
descoberta da perspectiva e a submissão às suas leis, daí um empobrecimento, um
enxugamento progressivo do grafismo que tende a se juntar às produções adultas.
Assim, a criança abandona as estratégias utilizadas anteriormente e a transparência
dá lugar à opacidade, ou seja, a criança desenha apenas os elementos visíveis e o
rebatimento e às mudanças de ponto de vista se coordenam, dando origem à
perspectiva (Figura 15).
Junqueira Filho (2005) nos diz que o desenho é uma linguagem com estrutura
e regras próprias de funcionamento. Linguagem esta que significa toda e qualquer
realização humana onde o desenho se enquadra num sistema de representação
como uma produção de sentido. Desenhando a criança imprime registros, portanto,
expressa e comunica.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
FORMAN, George E.; GANDINI, Lella. A C L da C. 1°. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.
FERREIRA, Sueli. Imaginação e linguagem no desenho da criança. 4°. ed. São Paulo:
Editora Papirus, 2005.
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte: um guia para os pais. São Paulo:
Mestre Jou, 1977.
MÈREDIEU, Florence. O desenho infantil. 11ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
OLIVEIRA, Vera Barros de. BOSSA, Nádia (orgs). Avaliação Psicopedagógica da criança
de zero a seis anos. Petrópolis: Rio de Janeiro, 1994.
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PIAGET, Jean ; INHELDER, Barbel. A Psicologia da Criança. 3ª. Ed. - Rio de Janeiro:
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educational Chang. Filadelfia: Open University Press, 1991.