Você está na página 1de 5

Disciplina: Educação Física

Professor: Leonardo Pinar Gomes

Dança no ensino médio


A dança é utilizada como uma forma de linguagem desde o começo dos
tempos, com o passar dos anos foi aperfeiçoada, desenvolveu-se uma técnica
que gerou a primeira escola de dança do mundo, inicialmente com o ballet
clássico, houve evolução para o jazz, depois outras modalidades. Já foi
utilizada na cultuação de deuses no passado, e hoje adquiriu aspecto lúdico
onde se fantasia histórias ou se transmite uma mensagem.
A dança pode ser aplicada em qualquer faixa etária, inicialmente com
crianças que por vezes é mais fácil de ser aplicada utilizando o lúdico como
referencial para o aprendizado, mas a dança pode ser iniciada em qualquer
momento da vida, proporcionando a cada momento sensações e benefícios
variados.
Este estudo tem como objetivo verificar o quanto a dança está presente nas
aulas de Educação Física no ensino médio, qual o interesse dos alunos nesse
tipo de atividade, se os cursos profissionais de Educação Física possuem
embasamento suficiente para realização prática.
Antigamente vivenciar a prática desde criança eram para poucos, iniciei na
dança aos 26 anos sem experiência alguma, tive muitos problemas de
equilíbrio, tempo, espaço, entre outros, pois não tive contato com a dança na
escola. As aulas de educação física eram um martírio, não possuía afinidade
com qualquer jogo com bola, o aquecimento consistia numa corrida de 10
minutos que nunca conseguia acompanhar, era muito desestimulante!
Hoje ainda sinto dificuldades, mas cada ano que se passa, consigo perceber
diferenças, isso me estimula a querer aprender mais. Hoje consigo realizar
coisas que antes nem sonhava que era capaz, nos estágios observo o quanto
uma atividade que hoje aparentemente fácil como o vôlei, quando o professor
coloca a rede, a partida não sai do saque, na época em que eu estudava não
era diferente, se hoje o é credito tudo à dança.
A dança na escola traz muitos benefícios para o aluno, poderia citar
inúmeros, mas focarei alguns, como: ajudar a desenvolver suas habilidades, o
que o torna mais sensível a percepção corporal, e num jogo, por exemplo,
conseguirá executar os movimentos utilizando músculos e articulações que
talvez antes não tivessem consciência de como utilizar.
A dança afeta o humor principalmente dos adolescentes e atua como forma
de comunicação. Alunos passam muito tempo sentados em sala de aula, logo
problemas posturais são comuns, podemos ajudá-los na prevenção do
problema, não que seja nossa responsabilidade, mas se podemos ir além dos
benefícios, minimizar problemas, por que não? Afinal somos educadores.
A dança no decorrer da história perdeu seu significado, na escola ela deve
ser aplicada em qualquer faixa etária, mas quando se fala de dança é por
vezes mais fácil pensarmos em crianças menores, pois adolescentes são mais
exigentes e pouco motivados por natureza, esse trabalho visa repensar no
significado da dança e como ela pode ajudar nessa transição.
História da Dança
A dança vem sendo uma forma de linguagem desde o começo dos tempos,
uma das atividades físicas mais significativas para o homem antigo foi a dança.
Utilizada como forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar os seus
sentimentos, era praticada por todos os povos, desde o paleolítico superior.
Desde há muito tempo o homem se apropriou de movimentos e gestos para
manifestar suas emoções, entender e ser entendido, sem perceber utilizavam a
dança pois, era uma manifestação instintiva do homem.
A dança também era utilizada em qualquer lugar ou momento histórico,
transmitiam o estado de espírito dos povos e sua cultura, ou seja, sempre
expressavam situações do cotidiano se utilizando da linguagem corporal em
momentos como na caça, na pesca, nos funerais, cultuação de deuses do
passado, como cortejar uma dama, etc., uma diversidade de manifestações em
suas emoções.
As artes deixam de estar a serviço da igreja e tornam-se como símbolo de
riqueza e poder para aristocracia. Com o passar dos anos foi aperfeiçoada,
desenvolveu-se uma técnica que gerou a primeira escola de dança do mundo,
inicialmente com o ballet clássico, sua evolução para o jazz, depois outras
modalidades.
Hoje a dança reaparece adquirindo aspecto lúdico onde se fantasia histórias
ou se transmite uma mensagem, no cotidiano volta a ser percebida e
compartilhada.
O objetivo da Dança na Educação Física
Podemos dizer que a Educação Física e a dança se completam porque
ambas possuem como eixo o movimento do corpo e suas teorias se difundem,
a Dança e a Educação Física se completam, a Educação Física necessita de
estratégias de conhecimento do corpo e a Dança das bases teóricas da
Educação Física.
Tanto a Dança como a Educação Física não priorizam o desenvolvimento de
habilidades, mas sim fazer o aluno perceber como pode se movimentar de
formas diversas, entendendo o significado e o objetivo da atividade proposta
para desenvolver autonomia e ainda dividir seus conhecimentos com a
sociedade.
A Dança enquanto atividade pedagógica ensina o aluno a capacidade de se
perceber e se posicionar na sociedade, identificando através do movimento
seus limites, isso poderá ajudá-lo na construção da personalidade, a entender
a importância das regras e o convívio em sociedade.
Fala sobre movimento consciente. É importante que as pessoas se
movimentem tendo consciência de todos os gestos pensando e sentindo o que
realizam. É necessário que tenham a sensação de si mesmos, caso contrário,
estaremos diante da deseducação física.
Na nossa vida trazemos nossa herança cultural, onde muitas vezes outros
decidem o que é melhor para nós, acabamos por acomodar esses conceitos e
acreditar verdadeiramente neles. A dança e a Educação Física possuem o
mesmo objetivo de promover situações onde o aluno possa refletir como isso o
afeta e aos demais colegas, solucionando problemas, fazendo adaptações no
decorrer do percurso conforme a necessidade, tomando decisões em grupo
sobre possíveis situações escolhendo a melhor solução com criatividade e
autonomia.
Podemos expressar nossos sentimentos também influenciados pela música,
que possui papel fundamental para a criatividade e aprendizagem de
movimentos, devemos estar em sintonia com ela, e descobrindo seu ritmo.
Pois:
Dançar sem música não libera os estímulos espontâneos e ouvir uma
música e não se movimentar é quase impossível, pois as ligações das raízes
dos nervos auditivos estão largamente espalhadas pelo nosso corpo e são
mais longas que quaisquer outros nervos.
Os benefícios da Dança na Escola. Sendo a adolescência um período de
maiores transformações corporal, psíquico e social, a dança poderá
proporcionar benefícios mais significativos nesta fase da vida.
Defende que o trabalho relacionado à dança, realizado na Educação Física
Escolar, deve ser adequado a cada etapa do desenvolvimento humano. Assim,
o trabalho será diferenciado conforme a faixa etária de crianças, adolescentes
e adultos.
Através da dança os alunos nessa fase principalmente poderão retratar e
canalizar o seu humor, transpondo seus sentimentos mais íntimos em forma de
expressão corporal, mesmo inconscientemente.
Do ponto de vista social, o conhecimento direto da dança permite uma
percepção crítica, tanto da dança quanto de suas relações consigo e com o
mundo. A dança desenvolve atenção, memória, raciocínio e imaginação, com
vantagens no estudo, no trabalho, nas amizades e no lazer. "Entre outros
benefícios, a dança proporciona: melhoria nas relações interpessoais, ajuda na
saúde mental, redução de ansiedade, stress e sedentarismo.
A Dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela,
pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e / com outros; a
explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem
novos sentidos; movimentos livres. Verifica-se assim, as infinitas possibilidades
de trabalho do / para o aluno com a sua corporeidade por meio dessa
atividade. .
Influências culturais
Podemos encontrar dificuldades para despertar no aluno o interesse em
atividades de dança, destacaremos dois aspectos que são diretamente
influenciados pela cultura: movimentos que envolvem partes íntimas do corpo e
movimentos estipulados pela sociedade com padrões estéticos influenciáveis
principalmente na adolescência (ARAÚJO, 1997).
A própria cultura faz distinção de rapazes e garotas, onde o rapaz joga
futebol e a garota é excluída, esse senso comum está mudando, e tanto na
dança como na Educação Física a vivência é para todos. O preconceito muitas
vezes acontece por parte dos rapazes, o bem conhecido machismo ou
chauvinismo masculino, como certos tipos de dança geram preconceitos, há a
necessidade de mostrar a importância do que o aluno está aprendendo, isso
ajudará a quebrar tabus que muitas vezes faz parte da sua herança cultural.
Sendo assim, há uma dicotomia entre cultura e o papel da Educação física,
pois se a Educação física é formação de seres humanos e não apenas de
homem ou mulher, e o que aprendemos é ampliação do acervo motor
utilizando a dança como forma de comunicação, por que ainda se ouve dizer
que a separação de meninos e meninas na Educação Física sempre foi assim?
É necessário um novo olhar para esse conceito.
Dançar é tão importante para uma criança quanto falar, contar ou aprender
geografia. É fundamental para a criança que nasce dançando, não
desaprender essa linguagem pela influência de uma educação repressiva e
frustrante.

Influências da mídia
A mídia exerce grande influência principalmente nos adolescentes, podemos
observar danças que são demasiadamente sensuais, ou danças mais
acrobáticas que envolvem os adolescentes com mais facilidade. Há programas
de TV que apresentam danças mais técnicas como, por exemplo, “a dança dos
famosos”, que são danças restritas para os mesmos, neste contexto o
adolescente cria uma imagem errada da dança de modo geral. O professor
pode utilizar das mídias e seus produtos para chegar até o aluno ajudando-o a
perceber o que é bom e o que é ruim para acrescentar à sua vivência.
Ainda podemos resgatar na mídia algumas danças, como por exemplo: no
comercial da lavadora de roupas podemos comparar com a dança educacional
em alguns aspectos, pois os movimentos que expressam são criativos e tem a
ver com o produto; ou comercial de remédio para dor onde se exploram os
movimentos de dança; até mesmo o comercial onde se faz a dança dos canos
de PVC.
Muitos adolescentes têm problemas com a imagem do seu corpo, e o
aumento do número de jovens que sofrem com transtornos da imagem, como
bulimia, anorexia e vigorexia (excesso de exercício), é um reflexo da obsessão
com as formas do corpo, por estereótipos estipulados pela sociedade e pela
mídia.
Esses valores dessa nova sociedade consideram os outros fora de padrão, a
obesidade, sobrepeso e formas mais arredondadas geram afastamento social e
problemas psicológicos tais como depressão e angústia. É de suma
importância o professor vivenciar para poder entender o que acontece com o
aluno, como no caso de uma professora que participou de um exercício onde
deveria ser carregada, por um momento hesitou, pois fazia uma imagem errada
de si mesma que muitas vezes não corresponde à realidade, depois do
exercício ela conseguiu refletir sobre o assunto e se sentiu bem melhor.

Você também pode gostar