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DANÇA, CORPO E MOVIMENTO: FORMAS DE EXPRESSÃO NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Joane Silva da Silva1 – SEMEC/BELÉM - PA


Celita Maria Paes de Sousa 2 – UFPA

Grupo de Trabalho - Educação, Arte e Movimento


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Esta pesquisa enfoca a dança como forma de expressão, considerando-a uma das primeiras
manifestações culturais do ser humano. Na educação infantil, dançar significa muito mais do
que mexer partes do corpo ou deslocar-se num espaço. Daí a importância de investigar e
conhecer melhor sobre a dança para o desenvolvimento integral das crianças na primeira
infância. Assim, este estudo, de abordagem qualitativa e pesquisa-ação, busca analisar e
ressignificar a prática da professora que é o seu sujeito. Realizada na Unidade de Educação
Infantil Bacuri, este trabalho teve o objetivo de investigar como a professora utilizou
intencionalmente a dança na educação infantil e quais experiências foram desenvolvidas
durante a pesquisa. Os principais autores que fundamentaram a discussão sobre a dança
foram: Marques (2010), Vargas (2009) e Laban (1989), entre outros. Os apontamentos diários
das aulas foram os instrumentos de análise utilizados para o levantamento de dados, bem
como os registros fotográficos. O estudo revelou que desenvolver atividades e experiências
com dança na educação desperta a expressividade, a autonomia, a curiosidade e o prazer,
contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento integral das crianças na educação
infantil. Ciente de sua importância como matéria-prima para a consolidação dos movimentos
e para a aprendizagem do homem na sua totalidade, o corpo só alcançará o completo
desenvolvimento quando se apropriar de diferentes experiências que despertem nele sua
dinâmica de mundo. Partindo dessas formas de desenvolvimento, deve-se levar em
consideração a motivação, o prazer e o interesse das crianças, construindo, assim, novas
aprendizagens e realizações de ações espontâneas que mais tarde serão exploradas pela
linguagem da dança.

Palavras-chave: Dança. Movimento. Educação Infantil.

1
Especialista em Docência na Educação Infantil pela Universidade Federal do Pará. Professora da Educação
Infantil da Rede Municipal de Belém/Pará. E-mail: joanesammia@gmail.com
2
Doutora em Educação: Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora
Adjunta da Universidade Federal do Pará (UFPA), Professora do Curso de Pedagogia. Coordenadora Adjunta do
Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil. E-mail: celtps@hotmail.com

ISSN 2176-1396
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Introdução

O referido estudo trata da prática docente com crianças de três anos de uma turma de
maternal II, da Unidade de Educação Infantil Bacuri, situada no distrito do Mosqueiro,
pertencente à rede municipal de Belém (SEMEC).
A escolha da pesquisa surgiu da curiosidade de conhecer a importância da dança no
desenvolvimento das crianças na educação infantil, em especial por ela já fazer parte da
rotina, sendo uma linguagem utilizada diariamente nas Unidades de Educação Infantil (UEI).
Porém, essa linguagem é utilizada de forma pontual, como no momento da acolhida das
crianças e nas rodas de conversa quando as crianças chegam à instituição. Outro momento em
que se utiliza a dança é em atividades desenvolvidas para as datas comemorativas. Partindo
dessa reflexão, buscou-se investigar como a professora da educação infantil pode explorar a
dança como forma de expressão nas práticas pedagógicas da instituição.
Diante dessa inquietação, surgiu a necessidade de explorar a dança como forma de
expressão, buscando aguçar nas crianças sua curiosidade, visto que, na fase da educação
infantil, elas se expressam, principalmente, através da comunicação gestual. Compreende-se
que a pesquisa sobre dança como forma de expressão corporal na educação infantil tem
apresentado uma importante contribuição para o vasto campo de conhecimento sobre a
criança. Nessa perspectiva, pesquisar o uso da dança na prática pedagógica vem favorecer a
criatividade, além de contribuir com o processo de construção de conhecimento do ser
humano, mostrando as diversas formas de desenvolvimento que precisam ser aguçadas para
que a criança tenha um desenvolvimento completo. Dessa forma, uma parte de nós já nasce
humana, mas outra precisa se construir.
A dificuldade encontrada na pesquisa foi interligar as atividades propostas, de forma
que não atrapalhassem o andamento da instituição, visto que a importância da dança no
desenvolvimento integral das crianças mostra que ela é tão relevante quanto as diversas
formas de aprendizado que muitas vezes não são consideradas por nós, professores. Acredita-
se que seja preciso ampliar e criar novas necessidades nas crianças, sem desassociar o corpo
da mente, posto que caminham simultaneamente.
O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar a prática pedagógica da professora do
maternal II, no que diz respeito ao desenvolvimento de experiências com a linguagem
corporal envolvendo a dança.
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Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e pesquisa-ação, valeu-se de instrumentos


para a coleta de dados que vieram em seu auxílio, tais como: registros das práticas
pedagógicas, imagens fotográficas e filmagens. Da mesma forma, utilizaram-se os diversos
ambientes da instituição, tanto internos quanto externos, para as experiências com as crianças
lidando com a linguagem da dança, como, por exemplo, a igrejinha, o pátio, a sala de aula e a
praia.
Os principais autores que fundamentaram a pesquisa foram Marques (2010), Vargas
(2009) e Laban (1989), entre outros.
A investigação desta pesquisa, que tem explorado a dança como forma de expressão,
considerou sua presença em todo modo de vida do ser humano, seja no plano religioso,
pessoal ou profissional, levando em consideração que na educação infantil ela tem
contribuído de forma significativa para a forma de explorar o trabalho pedagógico,
proporcionando o desenvolvimento do sujeito na sua totalidade. Este estudo caminha no
sentido de oferecer subsídios para melhor explorar essa linguagem que está presente no
cotidiano das crianças na educação infantil, em diversas áreas da educação.

Desenvolvimento

O corpo é uma das primeiras experiências vivenciadas pelo ser humano, as pequenas
manifestações antes da aquisição da fala são através da expressão do corpo e do movimento, e
logo entra em cena a comunicação que se estabelece com o mundo. Pois, para as crianças, o
movimento significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se num espaço.
Kuhne e Silva afirmam que “A corporeidade da criança se constitui a partir do ato de brincar
como a linguagem primeira da qual ela lança mão para se relacionar com os outros, com os
objetos e consigo mesma” (2006, p. 1).
Depreende-se de Soares (1999, p.5), quando diz “o corpo como primeiro plano da
visibilidade humana, como lugar privilegiado das marcas da cultura”, que as experiências
vividas na infância influenciarão na exploração do corpo e nas marcas da cultura que ele traz
e são reveladas em certo tempo, conforme for se mostrando em toda sua dimensão.
Assim, o corpo passou a fazer parte das relações entre o sujeito e o meio, através das
brincadeiras, objetos e da valorização do mundo simbólico do indivíduo, pois é a partir do
brincar que o sujeito constrói seu conhecimento. Sant’Anna (2006) explicita que o corpo se
estabelece como lugar biológico e simbólico, caracterizando-se como ente biocultural.
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Dependendo das vivências das crianças no cotidiano das instituições de educação


infantil, podemos favorecer tempos e espaços de descobertas para elas. Assim, pensar no
corpo a partir dessa reflexão é permitir que as crianças possam expressar seu poder criador
por meio das brincadeiras e pelo contato do corpo em movimento.
Para que haja um bom desenvolvimento corporal é preciso de um ambiente que possa
favorecer a exploração do corpo em movimento. Nesse sentido, compreende-se o papel
fundamental da educação infantil, como citam as Diretrizes Curriculares Nacionais para
Educação Infantil (BRASIL, 2009), no seu artigo 9°:

As práticas da educação infantil [...] devem ter como eixos norteadores as interações
e a brincadeira, garantindo experiências que [...] promovam o conhecimento de si e
do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais
que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos
ritmos e desejos da criança.

Considerando que o desenvolvimento total ocorre a partir da relação do nosso corpo


com o espaço e por experiências diversas, como acontece no cotidiano das Unidades de
Educação Infantil (UEI), através da vivência da expressão corporal, do ritmo e das
brincadeiras, cabe às instituições oferecerem tais atividades enriquecedoras que despertem os
desejos de interação e aprendizado. Dessa forma, oportuniza-se que a criança tenha, o mais
cedo possível, seu corpo permeado por sentimentos e emoções, contribuindo para as
descobertas “de si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo” (MARQUES, 2010) e ampliando
suas possibilidades de desenvolvimento total.
As atividades propostas na educação infantil, que envolvem o corpo e suas expressões,
deixam clara sua importância para a construção da identidade e do conhecimento do mundo a
sua volta. O ser humano é emoção, mente, corpo e sentimento, processo que vai desde a
concepção, envolvendo vários aspectos, e passa pelo crescimento e maturação neurológica,
comportamental, cognitiva e social.
Nessa perspectiva, entendemos que o corpo é algo que se move, que não pode ficar
imóvel, que a expressão se dá pelo movimento e que nos humanizamos através das interações.
O corpo está presente na escola, pois o corpo é vida e sem ele não há ser humano. Assim,
entendemos o corpo em movimento como um processo que precisa ser vivenciado,
principalmente na educação infantil, onde as crianças fazem suas primeiras descobertas por
meio das vivências que são construídas nas interações com o outro e com o mundo. Bertherat
e Bernstein (1977, p.45) comentam que “o corpo é a casa onde moramos, paredes recebem e
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registram experiências vividas”. Desse modo, nossos sentimentos e vivências vão sendo
registrados nesse corpo.
Para que o corpo possa fazer essas descobertas é preciso estar em bom funcionamento,
na medida em que se constitui em espaço de vivências e comunicações com o outro e consigo
mesmo. A escola tem o papel de não transformar esse corpo em máquina, mas despertá-lo
para desenvolver sua totalidade. Antes mesmo de ir à escola, as crianças já estão inseridas na
linguagem do corpo, pois essas experiências acontecem desde o ventre materno, onde emitem
suas primeiras comunicações através do movimento. A estimulação e as vivências da
corporeidade no espaço educacional incentivam a expressividade de cada criança.
Ao falarmos na relação do corpo em movimento, é na perspectiva de ampliarmos essa
tão importante discussão, pois compreendemos que ele está presente em todos os momentos
da vida do ser humano, principalmente na relação com o mundo em sua volta, que se dá
através das brincadeiras e interações com o outro sujeito, sendo eles adultos ou crianças.
Dessa forma, é importante refletir sobre o leque de possibilidades e aprendizagens que
as experiências com a dança e o corpo em movimento trazem para a sala de aula e para a
sociedade. Seu poder criador deve despertar nas crianças padrões de consciência crítica e
social, envolvendo os alunos não como expectadores, mas participantes desse processo.
O papel da dança na sociedade depende da forma como está sendo trabalhada pelos
educadores, não deve ser simplesmente explorada de qualquer jeito, precisa ter
intencionalidade no seu desenvolver e em todas as possibilidades de vivências entrelaçadas
em ações pedagógicas e artísticas da dança, que proporcionem a interação entre a sociedade e
a sala de aula.
Assim, compreendemos o real valor que a dança tem para a educação, nos dias atuais,
seu papel transformador e as inúmeras formas de aprendizado que proporciona na vida das
crianças, não se esquecendo das inter-relações que ela estabelece com o meio. Partindo dessa
ideia e do papel inovador que deve estar integrado no dia a dia, na sociedade em que vivemos
e principalmente no cotidiano das escolas, concorda-se com Laban (1989, p.104) que:

Quando pensamos tomamos consciência de que o movimento é a essência da vida e


que toda forma de expressão (seja ao falar, escrever, cantar, pintar ou dançar) utiliza
o movimento como veículo, vemos quanto é importante entender essa expressão
externa da energia vital do interior.

A dança é uma expressão do corpo, uma linguagem que está na essência do ser
humano, sendo uma das formas de humanização e característica própria dos humanos. É por
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meio do movimento do corpo que descobrimos e conhecemos este corpo. Desse modo, a
dança expõe as marcas e memórias que ela carrega desse corpo ao longo do tempo. As
práticas da linguagem da dança são influenciadas pelo meio cultural em que o homem está
inserido, fazendo com que ela possa desenvolver competências relacionadas à construção da
sensibilidade e à conscientização, através de ações cotidianas, despertando nas crianças a
expressão de seus sentimentos, por meio de diferentes movimentos, com a finalidade da
descoberta de si mesmo.
Considera-se essencial o papel da escola de proporcionar múltiplas aprendizagens às
crianças, tendo a dança como ferramenta presente no cotidiano. Dessa forma, o uso dessa
linguagem, que desperta na criança sua real percepção, é capaz de revelar as mais íntimas
características no seu interior, ampliando sua capacidade de comunicação, autonomia e
inserção social, pois é na infância que as crianças se manifestam espontaneamente e fazem
suas descobertas de mundo.
As crianças constroem sua identidade não somente nas relações internas, mas através
também das externas que são resultantes dos aspectos sociais, afetivos e culturais vivenciados
em sociedade. Desse modo, o corpo se constitui no entrelaçar dessas relações. Portanto, a
dança é uma linguagem que se entrelaça a outras dimensões das artes e áreas do
conhecimento, como a música e as artes cênicas. Dessa forma, essa linguagem, que está
presente na vida do homem desde os primórdios, precisa ter um destaque maior,
principalmente nas instituições de educação infantil. Laban (1989 apud VARGAS, 2009. p.
240) afirma que:

[...] à medida que desenvolvemos a consciência de nós mesmos e do ambiente,


descobrimos que o corpo deve transformar-se em instrumento sensível para
possibilitar que se manifeste a inter-relação entre o mundo interior e exterior [...] um
dos mais importantes objetivos da dança na educação é ajudar ao ser humano a que,
por meio desta, encontre uma relação corporal com a totalidade da existência.

Para o autor, a dança não é só uma arte, posto que tem um valor imprescindível na
educação das crianças, na interação com o meio, na forma de expressar-se, comunicar-se e,
também, divertir-se. A inserção da dança na vida das crianças precisa estar integrada às áreas
física, mental e espiritual, facilitando suas descobertas de novas atitudes, gestos e ações para
que possam interagir de maneira segura com a sociedade em que vivemos.
Por meio da dança é possível estabelecer uma boa relação social que permita um
trabalho coletivo envolvendo o respeito, a compreensão e a colaboração. O papel da dança
não é somente educar e sermos educados, é dar sentido ao que está sendo vivido de maneira
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múltipla, criando interfases entre quem está dançando, seus conhecimentos e suas
experiências pessoais, ou seja, sua subjetividade.
Para darmos sentido aos elementos da linguagem da dança, é preciso que nos
apropriemos do ritmo, do tempo e dos movimentos, entre outros. A partir desses elementos é
possível que o professor construa ramificações, levando os alunos a estabelecerem relações
entre quem ensina e quem aprende. Para isso, é fundamental que ele planeje com
intencionalidade as experiências que pretende realizar. Desse modo, estará proporcionando às
crianças, a partir dessas vivências, condições para analisar, comparar, observar e tomar
decisões, onde elas possam construir um caminho nas infinitas relações com a dança, a arte e
o mundo. Segundo Vargas (2009, p. 63):

O movimento é a expressão particular de cada ser humano. Dançando, o indivíduo é


capaz de revelar suas mais íntimas características. Por meio dos movimentos do
corpo, podemos aprender a relacionar nosso ser íntimo com o mundo exterior.
Recebemos estímulos externos que nos fazem reagir, projetando para fora nossos
impulsos internos [...].

Sem movimento não há comunicação, portanto, não se pode ter dança. Através do
movimento é que o homem expressa suas mais íntimas formas de comunicação e manifesta as
expressões que seu corpo transmite: sentimentos, emoções e prazer, confirmando que o
desenvolvimento integral das personalidades não está isolado das emoções. Como se pode
observar, o perfeito desenvolvimento do nosso corpo não ocorre de forma mecânica, mas sim
através daquilo que é aprendido e vivenciado no meio em que a criança está inserida. Todavia,
é primordial que se respeite o ritmo de expressão de conhecimento de cada indivíduo, assim
como ocorre no trabalho com a educação infantil, que desenvolve e proporciona a percepção
dos mais diversos tipos de aprendizagem pela criança, tornando-se a ação pedagógica no
envolvimento das mais variadas formas de descobrir a expressividade, os ritmos e sons do seu
corpo e do mundo.
A dança se manifesta no corpo através de um som, de uma música. Essa dimensão
possibilita a criação do movimento, a compreensão de ritmos variados, onde a criança se
relaciona com o meio. Dessa forma, a dimensão do corpo na dança é a porta de entrada para o
desenvolvimento global do ser humano. Segundo Gaya (1997, p. 354), “de modo geral o
corpo vai à escola, mas normalmente não participa das atividades escolares ou quando
participa, o faz de maneira muito tímida”.
Para o autor, o corpo deveria ser explorado na sua totalidade na escola, aumentando as
possibilidades de percebê-lo, senti-lo onde ele possa fazer e criar suas diferentes formas de
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movimento, com autonomia para realizar um diálogo “com o mundo e consigo mesmo”.
Dessa forma, fica claro que a descoberta das crianças não se dá somente pelo pensamento,
mas principalmente pelo movimento, e que os dois estão entrelaçados no meio pessoal,
cultural e social das crianças. Como cita Laban (1989 apud VARGAS, 2009, p. 40):

A dança é a arte básica do movimento. O pensar é a parte da corporeidade humana,


assim como o movimentar, sentir e o expressar, pois também é uma forma de estar
no mundo em uma relação dialética de trocas de significados. A dança como
expressão e comunicação estimula as capacidades humanas e pode ser comparada à
linguagem oral. Assim como as palavras são formadas por letras, os movimentos são
formados por elementos, desta maneira, a expressão corporal estimula e desenvolve
as atividades psíquicas de acordo com seu conteúdo e forma de ser vivida, tal como
a palavra.

A linguagem da dança na educação tem sua relevância por provocar no sujeito a


construção de sua subjetividade, pois o movimento é traço de todas as atividades humanas,
desde as primeiras descobertas adquiridas pelas vivências em espaços não formais de
educação. O aprendizado se dá pelas experiências que o meio lhe oferece e permitem que a
criança construa sua própria cultura e história.
Considerando que a dança é a linguagem principal do corpo pelo movimento, e que a
presença deste seja necessária para qualquer outra forma de comunicação - verbal ou não
verbal -, entendemos que sua importância para a educação seja equivalente a falar, cantar e
brincar.
Diante dos aspectos apresentados, surgiu a curiosidade de conhecer mais sobre essa
linguagem tão importante e tão pouco explorada como forma de aprendizagem em algumas
Unidades de Educação Infantil, por um grande contingente de educadores, a não ser em datas
comemorativas. A partir disso, constatou-se que a UEI onde foi realizada a pesquisa nunca
havia desenvolvido um projeto que utilizasse a dança. Sendo assim, há cerca de seis meses
foram dados os primeiros passos da pesquisa, a qual trouxe novas descobertas, percepções e
transformações.
Como se pode perceber, foram explorados os conceitos e subsídios que embasam as
experiências desenvolvidas na UEI com a linguagem do corpo, envolvendo as danças
exploradas no decorrer da pesquisa. Algumas experiências desenvolvidas com as crianças da
turma do maternal II, na Unidade de Educação Infantil em que foi realizada a pesquisa,
buscaram despertar a importância da dança como forma de expressão e transformação e suas
contribuições para o desenvolvimento total das crianças na educação infantil. Como comenta
Lévy, in Kenski (1996, apud MARQUES, 2010, p.28), “ A dança, portanto, como uma das
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vias de educação do corpo criador e crítico, torna-se praticamente indispensável para


vivermos presentes, críticos e participantes na sociedade atual”.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foi possível compreender que a dança é uma
linguagem do corpo capaz de fazer grandes transformações na vida do ser humano,
permitindo que se expresse melhor, interaja, socialize e conheça a si próprio. As experiências
desenvolvidas com as crianças durante esse processo foram reveladoras desses conhecimentos
de si, do outro e produtoras de cultura. Destaco três experiências desenvolvidas com as
crianças como forma de explorar o corpo, a expressão e a dança, nos itens abaixo.

O Som e o Meu Corpo

Considerando que desde cedo o corpo passa por transformações que despertam
necessidades de comunicação, e que precisa alcançar autonomia para sua relação com o
espaço, através das descobertas que proporciona, iniciou-se a atividade proposta com as
crianças, pedindo que se lembrassem dos sons que ouviram no caminho para a creche.
Lygia logo respondeu: “eu vinha na bicicleta com a mamãe, aí passou um ônibus bem
rápido e fez fruuuummm”. Professora: “alguns sons, quando são muito altos, incomodam o
nosso ouvido e muitas vezes causam dores de cabeça, como a que o Valdinei relatou. Estou
vendo que vocês aprenderam sobre alguns sons e hoje nós vamos continuar explorando-os,
utilizando o nosso corpo para descobrir os sons que podemos fazer com ele”. Antes mesmo de
a professora poder exemplificar, as crianças já estavam curiosas. Jullia disse: “tia, eu sei” e
mostrou o som com a sua boca; Raick levantou e bateu os pés “assim também faz barulho”,
em seguida todos queriam mostrar um som que sai do seu corpo. Ligia aproximou–se da
professora e disse: “tia, coloca a mão no meu peito”, e aí a professora questionou a menina:
“o que é isso?” - perguntou à professora. A criança respondeu: “É o meu coração, tá vendo,
ele faz barulho, será que tem um bicho lá dentro?”. E de repente todas as crianças se
aproximaram e queriam também ouvir o som do coração, logo surgindo a curiosidade de
saber porque ele faz barulho. Todos queriam descobrir esse som.
Assim, através da curiosidade, cada um começou a fazer suas descobertas, criando,
sentindo seu corpo e os sons que podiam fazer com ele. Segundo Dimenstein e Alves (2003,
p. 10):
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Mas a potência que faz com que todos tenham o desejo de aprender é a curiosidade.
Sem ela, ninguém quer aprender. Quem está possuído pela curiosidade não
descansa. Não é necessário que lhe imponham obrigações, deveres porque o prazer é
motivação maior.

Então, prosseguiu-se com a atividade, levando para o centro da roda alguns


instrumentos confeccionados de sucatas, como tambor, pandeiro, chocalho, tampa de panela,
CD contendo variados sons - de motocicleta, do ônibus, do barco do avô e do latido do
cachorro – e conversando sobre os diferentes sons presentes nas músicas. Conforme se falava
sobre um som, ele era tocado para que as crianças pudessem ouvir, e enquanto isso acontecia
elas demonstravam expressão de alegria, incômodo nos ouvidos ou tristeza, entre outros.
Assim, as crianças foram fazendo outros questionamentos, como: “não gosto de som
alto porque dói no ouvido” (Gean); ou “eu não gosto do som alto porque dói a minha
barriga” (Fábio).
A partir das indagações deles, foram feitas algumas reflexões sobre o poder dos sons
presentes nas músicas, de mexer com o nosso coração, às vezes nos fazendo sentir alegria,
tristeza ou dando vontade de pular e gritar. Como exemplo, citaram-se os sons presentes nas
músicas do “Patati Patata”, que eles tanto gostam.
O objetivo dessa atividade era que as crianças que não conseguiam falar mostrassem
seus sentimentos através do movimento do corpo, que logo vai se transformando em dança e
expressão corporal.
Nessa atividade, as crianças participaram contribuindo com suas falas, fazendo
descobertas, criando sons e movimentos e mostrando a importância de conhecer e se perceber.
Foi o que ocorreu quando Ligia descobriu o som do seu coração e compartilhou a descoberta
com seus colegas, num momento de interação, socialização, prazer e alegria, demonstrados
através da expressão corporal. Observou-se que a maioria das crianças ficou bem à vontade
para falar e se expressar, criando movimentos e sons com o corpo.
Percebeu-se também o interesse das crianças com as experiências por meio dos
movimentos, pois algumas, quando solicitadas a falar ou contar uma história, revelavam
dificuldades. Porém, a partir das experiências com música, dança e movimentos, mostraram-
se mais à vontade (livre) no momento de socialização e interação entre professoras e crianças,
e demostrando expressividade por meio do corpo em movimento elas participaram das
atividades e brincadeiras com mais alegria e prazer.
Essa experiência foi significativa para as crianças, pois trouxe algo que elas conhecem
e vivenciam no seu dia a dia. Foi um momento muito rico de troca de experiências, pois é
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muito bom ouvi-las falando, trazendo suas vivências cotidianas, vendo cada uma se expressar
interligando fatos. Aprende-se muito ao ouvir seus relatos, coisas que às vezes não se percebe
e que são importantes para elas, por isso o ato de ouvir é tão importante. Também foi possível
perceber como as crianças conseguem se comunicar por meio da dança e do movimento do
corpo, criando seus próprios movimentos em uma sincronia entre a dança e música sem
precisar do apoio de coreografias definidas pela professora.

Brincando com o corpo

Para explorar a dança é necessário conhecer o corpo, pois ela é vista como uma
linguagem dele. E junto à dança está também a brincadeira, que é um dos elementos que
constituem a dança e o movimento. Como diz Garaudy (1980, p.13):

Dança é expressão - através dos movimentos do corpo organizados em sequências


significativas – de experiências que transcendem o poder das palavras e da mímica.
Sendo expressão das experiências, é uma linguagem que fala da vida e da relação do
homem (corpo) com a natureza, com a sociedade, com a cultura e a história.

Assim, exploraram-se nessa atividade algumas experiências como a dança, utilizando


o corpo em movimento, procurando sensibilizar as crianças para novas descobertas.
Dessa forma, as crianças foram levadas para a área externa da unidade, a igrejinha, um
espaço que tem a sua estrutura parecida com a de uma igreja, onde se iniciou uma conversa
sobre o nosso corpo e os movimentos que podem ser feitos com ele. No início da atividade
foram distribuídos pedaços de tecido para que as crianças fizessem suas experimentações, o
que gerou muita curiosidade no sentido de saber o que seria feito com os panos, mas logo
cada uma pegou o seu pedaço, sacudindo-o, ansioso pelo comando da professora. Em seguida,
foram apresentadas cantigas de roda da cultura popular (Atirei o Pau no Gato, Loja do Mestre
André, Pai Francisco, O cravo Brigou com a Rosa, A Canoa Virou e Xique-Xique) com
diversos ritmos: lento, rápido e muito rápido, que foram, a priori, escolhidos pela educadora.
Algumas crianças logo começaram a dançar, imitando o movimento que a professora fazia,
mas, conforme se envolviam, criavam seus próprios movimentos.
As experimentações começaram com músicas mais lentas e depois com o ritmo mais
agitado. Algumas crianças formaram pares para dançar, brincando com ritmo e criando suas
próprias regras. Ana Vitoria e Ananda colocaram o pano no chão e dançaram em cima, sem
que pudessem pisar fora dele. Durante a prática, Vitoria Gabriely ficou apenas observando,
com seu pano na mão, até que outra criança, Davi Matheus, que quase não falava durante as
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atividades, aproximou–se e convidou-a para participar da brincadeira. A menina não recusou


e os dois se deram as mãos e começaram a pular, dançando. Após esses momentos, as
crianças se cansaram e, sem querer largar seu pano, deitaram-se no chão, sobre ele. Foi
quando uma das crianças perguntou: “tia, tu sabe qual a música que eu gosto? Bonde das
Maravilhas”. A professora pediu, então, que ela cantasse a música para todos, e logo todos
quiseram falar sobre sua música favorita, explorando novas formas de dançar enquanto
apresentavam suas preferências musicais.
Algumas cantaram músicas infantis, outras, tecno, brega, funk ou forró. Elas não
conseguem somente cantar, precisam se mexer de alguma forma e, assim, finalizou-se a
atividade com a participação das crianças, que mostraram conhecer músicas de diferentes
ritmos.
Nessa atividade as crianças mostraram interesse, pois usaram suas experiências
vividas em casa, interagiram, socializaram, experimentaram, criaram, usando a dança, os
ritmos e a expressão corporal como aprendizagem, pois, quando usamos suas vivências elas
se sentem motivadas a participar e mostrar o que conhecem. Observou-se como o ritmo
influencia no movimento e na expressão, pois, de acordo com ele, as crianças se expressavam
de outra forma.
Segundo Morato (1986, p.29 apud VARGAS, 2012, p. 248), “som e movimento
sempre estiveram unidos e ao primeiro é atribuída a qualidade geradora do outro, através dos
impulsos naturais do indivíduo”. Segundo o autor, música e dança sempre influenciaram a
vida do ser humano, e dependendo do contexto social e cultural essas influências se
constituem em formas e expressões singulares de uma sociedade.
Durante a experiência foi visível o interesse das crianças pelo ritmo do funk, que
dançavam de forma diferente, expressando muita alegria. Ligia, que não queria participar no
início da experimentação, quando ouviu o funk chamou a professora para mostrar o seu
movimento, dizendo: “Olha, tia, como eu sei fazer”, e mexia somente uma parte do seu corpo,
da cintura para cima. Outras crianças faziam coreografias, como: David, Raick e Caleb.
Ediana e Gean colocaram um balão na testa, sem a professora mandar, e foram criando suas
formas de dançar, retratando algumas vivências de casa e da Unidade, interagindo,
socializando e criando.
Essa atividade foi interessante para as crianças, que se mostraram felizes e
participativas, pois criaram movimentos de diversas formas, interagiram, brincaram com o seu
corpo, experimentando mexê-lo de diversas formas diferentes, reproduzindo suas vivências
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com algumas brincadeiras e se mostraram bem à vontade para expressar sem receber
comando, mostrando autonomia para expressar-se por meio da dança, fazendo do seu jeito
próprio.
Durante essa experiência, as crianças se sentiram felizes e não brigaram, pois estavam
ocupadas criando seus movimentos sem se importar em disputar espaço.

A Poesia “Meu Corpo”

Iniciei a atividade na área externa da UEI (igrejinha) com as crianças sentadas nos
bancos, que já estavam organizados anteriormente, por um motivo de reunião. A poesia “Meu
Corpo", que estava num cartaz na parede, logo despertou a curiosidade das crianças.
A educadora explicou que se tratava de uma poesia sobre o corpo e entrou logo no
assunto, perguntando se elas iam conhecer, e fez a leitura para e com elas. Logo umas das
crianças, Raick, levantou-se e aproximou-se do cartaz, dizendo a primeira frase da poesia, de
forma diferente, como música. Após esse momento, a professora o ajudou, complementando.
A criança começou a pular, o que é uma das coisas que mais gosta de fazer quando está
cantando. As outras crianças também queriam recitar, e, nesse momento, o que era poesia se
transformou em música.
A atividade que foi planejada tomou outro caminho que, para as crianças, foi o mais
significativo, pois a música contagiou a todos, que se expressaram mostrando diferentes
gestos e criaram movimentos de dança onde exploraram suas próprias descobertas. Assim, a
professora fez a intervenção, organizando a ordem das estrofes da poesia, para que todos
pudessem recitar da sua maneira, algumas crianças dançavam e cantavam e faziam os gestos
movimentando as partes do corpo que estavam na poesia. E quando cantavam, recitando,
queriam que todos observassem e fizessem como ela. Porém, antes de recitar, perguntavam
aos colegas se já estavam prontos e iniciavam a brincadeira. As crianças conseguiram gravar a
primeira estrofe, e a educadora ajudava com as outras. Dessa forma, a atividade foi concluída
com as crianças interagindo e comandando a experiência. Como cita Lima e Porpino (2011, p.
125):

A linguagem atua como mediadora entre o homem e o mundo, estando


constantemente sendo acrescida de novos signos, convenções arbitrárias e
significações. Por isso a pintura, a dança, a música, a escultura, a fala, a poesia ao
mesmo tempo em que evocam os elementos do mundo, os transcendem,
possibilitando novas percepções ou significações .
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Nessa experiência, as crianças se envolveram de forma prazerosa, reinventaram,


criaram, expressaram-se utilizando os movimentos corporais por meio da dança, de acordo
com a sua compreensão e interação, mostrando respeito, pois, quando o colega estava
comandando a atividade na frente, todos respeitavam o seu comando.
Foi um momento de interação e troca de experiências e aprendizado, a educadora
trouxe o dispositivo e as crianças transformaram o saber. O que era poesia se transformou em
música e dança. Segundo Nanni (2002), podemos, a partir da dança/educação, procurar
desenvolver potencialidades integradas que concorrem para a educação integral. Ela é a
expressão natural e verdadeira do ser humano. Envolvidos com a dança, a sincronia entre
corpo e mente alcança, através da mesma, o processo de inclusão e exercício da cidadania.

Considerações Finais

Os resultados apresentados na pesquisa trouxeram uma melhor compreensão, tanto


teórica como prática, em torno da problemática sobre as principais contribuições que o fazer
pedagógico com a dança têm propiciado às crianças nas diferentes formas de manifestar seu
conhecimento na educação infantil. Os resultados contribuíram para a ampliação e
ressignificação de minha prática pedagógica, assim como ser humano.
Dessa forma, após a realização da pesquisa, foi possível compreender que a dança é
uma linguagem do corpo, da cultura de vários povos, capaz de fazer grandes transformações
na vida do ser humano, permitindo a ele expressar-se melhor, interagir, socializar e conhecer a
si próprio e ao outro também.
Acredita-se que não se pode amar o que não se conhece, criando novas necessidades
de diferentes manifestações de crenças, valores e no desenvolvimento total das crianças.
Portanto, as experiências realizadas de forma intencional contribuíram para o
desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social da criança. Entretanto, analisando os
dados gerais da pesquisa, observou-se que as experiências realizadas pelas crianças
contribuíram de forma significativa no desenvolvimento total das mesmas e nas minhas
práticas pedagógicas percebidas no decorrer da pesquisa, por meio dos registros que
comprovaram esse resultado.
Diante dos resultados obtidos com a dança como experiência corporal, pode-se afirmar
que ela possibilita a inserção tanto social como cultural do ser humano e a construção de
novas formas de expressão e comunicação, estabelecendo, assim, uma melhor relação
corporal.
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Nesse sentido, foi possível usar a dança como forma de conhecimento, na perspectiva
de um novo olhar, para ampliar o conhecimento que se dá não somente pela escrita e fala, pois
não podemos dissociar o corpo da mente. Assim, a educação infantil, em sua trajetória, vem
buscar o desenvolvimento das crianças na sua totalidade, não de forma fragmentada, isto é,
uma área de conhecimento, mas estimulando a criança a experimentar, criar, sentir, pensar e
participar do mundo de forma consciente e crítica.
Apesar dos resultados positivos das experiências com a dança, é preciso enfatizar a
relação que se estabelece entre adultos e crianças, ou seja, professor e aluno. Na dança
observamos várias experiências que são vivenciadas no mundo em sua volta, permitindo que
elas construam sua expressividade e subjetividade. Diante dessas concepções, a aprendizagem
na educação infantil se dá a partir da curiosidade e prazer das crianças, e pode ser ampliada
em função do tipo de experiências que elas vivenciam no seu meio.
Dessa forma, essas experiências foram exploradas a partir da linguagem da dança.
Extremamente significativo também, para mim, como professora, foi encontrar na dança uma
nova forma de trabalhar que me despertou para a diversidade. Com isso, é possível
ressignificar minha prática docente.
Assim, conclui-se que esta pesquisa abriu um caminho para que a dança, como forma
de expressão, possa entrar nas escolas, não somente como forma de descontração ou nas datas
comemorativas, mas em outras áreas, bem como na inserção das crianças e educadores como
um ser ativo, pois o corpo não é simplesmente um mero componente da mente. Porém, eles
precisam caminhar juntos para que haja um desenvolvimento de forma global. Enfim, esta
pesquisa fez com que eu reavaliasse minha prática e crescesse tanto profissionalmente como
no plano pessoal.

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