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EDUCAÇÃO INFANTIL
Resumo
Esta pesquisa enfoca a dança como forma de expressão, considerando-a uma das primeiras
manifestações culturais do ser humano. Na educação infantil, dançar significa muito mais do
que mexer partes do corpo ou deslocar-se num espaço. Daí a importância de investigar e
conhecer melhor sobre a dança para o desenvolvimento integral das crianças na primeira
infância. Assim, este estudo, de abordagem qualitativa e pesquisa-ação, busca analisar e
ressignificar a prática da professora que é o seu sujeito. Realizada na Unidade de Educação
Infantil Bacuri, este trabalho teve o objetivo de investigar como a professora utilizou
intencionalmente a dança na educação infantil e quais experiências foram desenvolvidas
durante a pesquisa. Os principais autores que fundamentaram a discussão sobre a dança
foram: Marques (2010), Vargas (2009) e Laban (1989), entre outros. Os apontamentos diários
das aulas foram os instrumentos de análise utilizados para o levantamento de dados, bem
como os registros fotográficos. O estudo revelou que desenvolver atividades e experiências
com dança na educação desperta a expressividade, a autonomia, a curiosidade e o prazer,
contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento integral das crianças na educação
infantil. Ciente de sua importância como matéria-prima para a consolidação dos movimentos
e para a aprendizagem do homem na sua totalidade, o corpo só alcançará o completo
desenvolvimento quando se apropriar de diferentes experiências que despertem nele sua
dinâmica de mundo. Partindo dessas formas de desenvolvimento, deve-se levar em
consideração a motivação, o prazer e o interesse das crianças, construindo, assim, novas
aprendizagens e realizações de ações espontâneas que mais tarde serão exploradas pela
linguagem da dança.
1
Especialista em Docência na Educação Infantil pela Universidade Federal do Pará. Professora da Educação
Infantil da Rede Municipal de Belém/Pará. E-mail: joanesammia@gmail.com
2
Doutora em Educação: Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora
Adjunta da Universidade Federal do Pará (UFPA), Professora do Curso de Pedagogia. Coordenadora Adjunta do
Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil. E-mail: celtps@hotmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
O referido estudo trata da prática docente com crianças de três anos de uma turma de
maternal II, da Unidade de Educação Infantil Bacuri, situada no distrito do Mosqueiro,
pertencente à rede municipal de Belém (SEMEC).
A escolha da pesquisa surgiu da curiosidade de conhecer a importância da dança no
desenvolvimento das crianças na educação infantil, em especial por ela já fazer parte da
rotina, sendo uma linguagem utilizada diariamente nas Unidades de Educação Infantil (UEI).
Porém, essa linguagem é utilizada de forma pontual, como no momento da acolhida das
crianças e nas rodas de conversa quando as crianças chegam à instituição. Outro momento em
que se utiliza a dança é em atividades desenvolvidas para as datas comemorativas. Partindo
dessa reflexão, buscou-se investigar como a professora da educação infantil pode explorar a
dança como forma de expressão nas práticas pedagógicas da instituição.
Diante dessa inquietação, surgiu a necessidade de explorar a dança como forma de
expressão, buscando aguçar nas crianças sua curiosidade, visto que, na fase da educação
infantil, elas se expressam, principalmente, através da comunicação gestual. Compreende-se
que a pesquisa sobre dança como forma de expressão corporal na educação infantil tem
apresentado uma importante contribuição para o vasto campo de conhecimento sobre a
criança. Nessa perspectiva, pesquisar o uso da dança na prática pedagógica vem favorecer a
criatividade, além de contribuir com o processo de construção de conhecimento do ser
humano, mostrando as diversas formas de desenvolvimento que precisam ser aguçadas para
que a criança tenha um desenvolvimento completo. Dessa forma, uma parte de nós já nasce
humana, mas outra precisa se construir.
A dificuldade encontrada na pesquisa foi interligar as atividades propostas, de forma
que não atrapalhassem o andamento da instituição, visto que a importância da dança no
desenvolvimento integral das crianças mostra que ela é tão relevante quanto as diversas
formas de aprendizado que muitas vezes não são consideradas por nós, professores. Acredita-
se que seja preciso ampliar e criar novas necessidades nas crianças, sem desassociar o corpo
da mente, posto que caminham simultaneamente.
O objetivo geral deste trabalho foi pesquisar a prática pedagógica da professora do
maternal II, no que diz respeito ao desenvolvimento de experiências com a linguagem
corporal envolvendo a dança.
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Desenvolvimento
O corpo é uma das primeiras experiências vivenciadas pelo ser humano, as pequenas
manifestações antes da aquisição da fala são através da expressão do corpo e do movimento, e
logo entra em cena a comunicação que se estabelece com o mundo. Pois, para as crianças, o
movimento significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se num espaço.
Kuhne e Silva afirmam que “A corporeidade da criança se constitui a partir do ato de brincar
como a linguagem primeira da qual ela lança mão para se relacionar com os outros, com os
objetos e consigo mesma” (2006, p. 1).
Depreende-se de Soares (1999, p.5), quando diz “o corpo como primeiro plano da
visibilidade humana, como lugar privilegiado das marcas da cultura”, que as experiências
vividas na infância influenciarão na exploração do corpo e nas marcas da cultura que ele traz
e são reveladas em certo tempo, conforme for se mostrando em toda sua dimensão.
Assim, o corpo passou a fazer parte das relações entre o sujeito e o meio, através das
brincadeiras, objetos e da valorização do mundo simbólico do indivíduo, pois é a partir do
brincar que o sujeito constrói seu conhecimento. Sant’Anna (2006) explicita que o corpo se
estabelece como lugar biológico e simbólico, caracterizando-se como ente biocultural.
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As práticas da educação infantil [...] devem ter como eixos norteadores as interações
e a brincadeira, garantindo experiências que [...] promovam o conhecimento de si e
do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais
que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos
ritmos e desejos da criança.
registram experiências vividas”. Desse modo, nossos sentimentos e vivências vão sendo
registrados nesse corpo.
Para que o corpo possa fazer essas descobertas é preciso estar em bom funcionamento,
na medida em que se constitui em espaço de vivências e comunicações com o outro e consigo
mesmo. A escola tem o papel de não transformar esse corpo em máquina, mas despertá-lo
para desenvolver sua totalidade. Antes mesmo de ir à escola, as crianças já estão inseridas na
linguagem do corpo, pois essas experiências acontecem desde o ventre materno, onde emitem
suas primeiras comunicações através do movimento. A estimulação e as vivências da
corporeidade no espaço educacional incentivam a expressividade de cada criança.
Ao falarmos na relação do corpo em movimento, é na perspectiva de ampliarmos essa
tão importante discussão, pois compreendemos que ele está presente em todos os momentos
da vida do ser humano, principalmente na relação com o mundo em sua volta, que se dá
através das brincadeiras e interações com o outro sujeito, sendo eles adultos ou crianças.
Dessa forma, é importante refletir sobre o leque de possibilidades e aprendizagens que
as experiências com a dança e o corpo em movimento trazem para a sala de aula e para a
sociedade. Seu poder criador deve despertar nas crianças padrões de consciência crítica e
social, envolvendo os alunos não como expectadores, mas participantes desse processo.
O papel da dança na sociedade depende da forma como está sendo trabalhada pelos
educadores, não deve ser simplesmente explorada de qualquer jeito, precisa ter
intencionalidade no seu desenvolver e em todas as possibilidades de vivências entrelaçadas
em ações pedagógicas e artísticas da dança, que proporcionem a interação entre a sociedade e
a sala de aula.
Assim, compreendemos o real valor que a dança tem para a educação, nos dias atuais,
seu papel transformador e as inúmeras formas de aprendizado que proporciona na vida das
crianças, não se esquecendo das inter-relações que ela estabelece com o meio. Partindo dessa
ideia e do papel inovador que deve estar integrado no dia a dia, na sociedade em que vivemos
e principalmente no cotidiano das escolas, concorda-se com Laban (1989, p.104) que:
A dança é uma expressão do corpo, uma linguagem que está na essência do ser
humano, sendo uma das formas de humanização e característica própria dos humanos. É por
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meio do movimento do corpo que descobrimos e conhecemos este corpo. Desse modo, a
dança expõe as marcas e memórias que ela carrega desse corpo ao longo do tempo. As
práticas da linguagem da dança são influenciadas pelo meio cultural em que o homem está
inserido, fazendo com que ela possa desenvolver competências relacionadas à construção da
sensibilidade e à conscientização, através de ações cotidianas, despertando nas crianças a
expressão de seus sentimentos, por meio de diferentes movimentos, com a finalidade da
descoberta de si mesmo.
Considera-se essencial o papel da escola de proporcionar múltiplas aprendizagens às
crianças, tendo a dança como ferramenta presente no cotidiano. Dessa forma, o uso dessa
linguagem, que desperta na criança sua real percepção, é capaz de revelar as mais íntimas
características no seu interior, ampliando sua capacidade de comunicação, autonomia e
inserção social, pois é na infância que as crianças se manifestam espontaneamente e fazem
suas descobertas de mundo.
As crianças constroem sua identidade não somente nas relações internas, mas através
também das externas que são resultantes dos aspectos sociais, afetivos e culturais vivenciados
em sociedade. Desse modo, o corpo se constitui no entrelaçar dessas relações. Portanto, a
dança é uma linguagem que se entrelaça a outras dimensões das artes e áreas do
conhecimento, como a música e as artes cênicas. Dessa forma, essa linguagem, que está
presente na vida do homem desde os primórdios, precisa ter um destaque maior,
principalmente nas instituições de educação infantil. Laban (1989 apud VARGAS, 2009. p.
240) afirma que:
Para o autor, a dança não é só uma arte, posto que tem um valor imprescindível na
educação das crianças, na interação com o meio, na forma de expressar-se, comunicar-se e,
também, divertir-se. A inserção da dança na vida das crianças precisa estar integrada às áreas
física, mental e espiritual, facilitando suas descobertas de novas atitudes, gestos e ações para
que possam interagir de maneira segura com a sociedade em que vivemos.
Por meio da dança é possível estabelecer uma boa relação social que permita um
trabalho coletivo envolvendo o respeito, a compreensão e a colaboração. O papel da dança
não é somente educar e sermos educados, é dar sentido ao que está sendo vivido de maneira
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múltipla, criando interfases entre quem está dançando, seus conhecimentos e suas
experiências pessoais, ou seja, sua subjetividade.
Para darmos sentido aos elementos da linguagem da dança, é preciso que nos
apropriemos do ritmo, do tempo e dos movimentos, entre outros. A partir desses elementos é
possível que o professor construa ramificações, levando os alunos a estabelecerem relações
entre quem ensina e quem aprende. Para isso, é fundamental que ele planeje com
intencionalidade as experiências que pretende realizar. Desse modo, estará proporcionando às
crianças, a partir dessas vivências, condições para analisar, comparar, observar e tomar
decisões, onde elas possam construir um caminho nas infinitas relações com a dança, a arte e
o mundo. Segundo Vargas (2009, p. 63):
Sem movimento não há comunicação, portanto, não se pode ter dança. Através do
movimento é que o homem expressa suas mais íntimas formas de comunicação e manifesta as
expressões que seu corpo transmite: sentimentos, emoções e prazer, confirmando que o
desenvolvimento integral das personalidades não está isolado das emoções. Como se pode
observar, o perfeito desenvolvimento do nosso corpo não ocorre de forma mecânica, mas sim
através daquilo que é aprendido e vivenciado no meio em que a criança está inserida. Todavia,
é primordial que se respeite o ritmo de expressão de conhecimento de cada indivíduo, assim
como ocorre no trabalho com a educação infantil, que desenvolve e proporciona a percepção
dos mais diversos tipos de aprendizagem pela criança, tornando-se a ação pedagógica no
envolvimento das mais variadas formas de descobrir a expressividade, os ritmos e sons do seu
corpo e do mundo.
A dança se manifesta no corpo através de um som, de uma música. Essa dimensão
possibilita a criação do movimento, a compreensão de ritmos variados, onde a criança se
relaciona com o meio. Dessa forma, a dimensão do corpo na dança é a porta de entrada para o
desenvolvimento global do ser humano. Segundo Gaya (1997, p. 354), “de modo geral o
corpo vai à escola, mas normalmente não participa das atividades escolares ou quando
participa, o faz de maneira muito tímida”.
Para o autor, o corpo deveria ser explorado na sua totalidade na escola, aumentando as
possibilidades de percebê-lo, senti-lo onde ele possa fazer e criar suas diferentes formas de
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movimento, com autonomia para realizar um diálogo “com o mundo e consigo mesmo”.
Dessa forma, fica claro que a descoberta das crianças não se dá somente pelo pensamento,
mas principalmente pelo movimento, e que os dois estão entrelaçados no meio pessoal,
cultural e social das crianças. Como cita Laban (1989 apud VARGAS, 2009, p. 40):
Considerando que desde cedo o corpo passa por transformações que despertam
necessidades de comunicação, e que precisa alcançar autonomia para sua relação com o
espaço, através das descobertas que proporciona, iniciou-se a atividade proposta com as
crianças, pedindo que se lembrassem dos sons que ouviram no caminho para a creche.
Lygia logo respondeu: “eu vinha na bicicleta com a mamãe, aí passou um ônibus bem
rápido e fez fruuuummm”. Professora: “alguns sons, quando são muito altos, incomodam o
nosso ouvido e muitas vezes causam dores de cabeça, como a que o Valdinei relatou. Estou
vendo que vocês aprenderam sobre alguns sons e hoje nós vamos continuar explorando-os,
utilizando o nosso corpo para descobrir os sons que podemos fazer com ele”. Antes mesmo de
a professora poder exemplificar, as crianças já estavam curiosas. Jullia disse: “tia, eu sei” e
mostrou o som com a sua boca; Raick levantou e bateu os pés “assim também faz barulho”,
em seguida todos queriam mostrar um som que sai do seu corpo. Ligia aproximou–se da
professora e disse: “tia, coloca a mão no meu peito”, e aí a professora questionou a menina:
“o que é isso?” - perguntou à professora. A criança respondeu: “É o meu coração, tá vendo,
ele faz barulho, será que tem um bicho lá dentro?”. E de repente todas as crianças se
aproximaram e queriam também ouvir o som do coração, logo surgindo a curiosidade de
saber porque ele faz barulho. Todos queriam descobrir esse som.
Assim, através da curiosidade, cada um começou a fazer suas descobertas, criando,
sentindo seu corpo e os sons que podiam fazer com ele. Segundo Dimenstein e Alves (2003,
p. 10):
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Mas a potência que faz com que todos tenham o desejo de aprender é a curiosidade.
Sem ela, ninguém quer aprender. Quem está possuído pela curiosidade não
descansa. Não é necessário que lhe imponham obrigações, deveres porque o prazer é
motivação maior.
muito bom ouvi-las falando, trazendo suas vivências cotidianas, vendo cada uma se expressar
interligando fatos. Aprende-se muito ao ouvir seus relatos, coisas que às vezes não se percebe
e que são importantes para elas, por isso o ato de ouvir é tão importante. Também foi possível
perceber como as crianças conseguem se comunicar por meio da dança e do movimento do
corpo, criando seus próprios movimentos em uma sincronia entre a dança e música sem
precisar do apoio de coreografias definidas pela professora.
Para explorar a dança é necessário conhecer o corpo, pois ela é vista como uma
linguagem dele. E junto à dança está também a brincadeira, que é um dos elementos que
constituem a dança e o movimento. Como diz Garaudy (1980, p.13):
com algumas brincadeiras e se mostraram bem à vontade para expressar sem receber
comando, mostrando autonomia para expressar-se por meio da dança, fazendo do seu jeito
próprio.
Durante essa experiência, as crianças se sentiram felizes e não brigaram, pois estavam
ocupadas criando seus movimentos sem se importar em disputar espaço.
Iniciei a atividade na área externa da UEI (igrejinha) com as crianças sentadas nos
bancos, que já estavam organizados anteriormente, por um motivo de reunião. A poesia “Meu
Corpo", que estava num cartaz na parede, logo despertou a curiosidade das crianças.
A educadora explicou que se tratava de uma poesia sobre o corpo e entrou logo no
assunto, perguntando se elas iam conhecer, e fez a leitura para e com elas. Logo umas das
crianças, Raick, levantou-se e aproximou-se do cartaz, dizendo a primeira frase da poesia, de
forma diferente, como música. Após esse momento, a professora o ajudou, complementando.
A criança começou a pular, o que é uma das coisas que mais gosta de fazer quando está
cantando. As outras crianças também queriam recitar, e, nesse momento, o que era poesia se
transformou em música.
A atividade que foi planejada tomou outro caminho que, para as crianças, foi o mais
significativo, pois a música contagiou a todos, que se expressaram mostrando diferentes
gestos e criaram movimentos de dança onde exploraram suas próprias descobertas. Assim, a
professora fez a intervenção, organizando a ordem das estrofes da poesia, para que todos
pudessem recitar da sua maneira, algumas crianças dançavam e cantavam e faziam os gestos
movimentando as partes do corpo que estavam na poesia. E quando cantavam, recitando,
queriam que todos observassem e fizessem como ela. Porém, antes de recitar, perguntavam
aos colegas se já estavam prontos e iniciavam a brincadeira. As crianças conseguiram gravar a
primeira estrofe, e a educadora ajudava com as outras. Dessa forma, a atividade foi concluída
com as crianças interagindo e comandando a experiência. Como cita Lima e Porpino (2011, p.
125):
Considerações Finais
Nesse sentido, foi possível usar a dança como forma de conhecimento, na perspectiva
de um novo olhar, para ampliar o conhecimento que se dá não somente pela escrita e fala, pois
não podemos dissociar o corpo da mente. Assim, a educação infantil, em sua trajetória, vem
buscar o desenvolvimento das crianças na sua totalidade, não de forma fragmentada, isto é,
uma área de conhecimento, mas estimulando a criança a experimentar, criar, sentir, pensar e
participar do mundo de forma consciente e crítica.
Apesar dos resultados positivos das experiências com a dança, é preciso enfatizar a
relação que se estabelece entre adultos e crianças, ou seja, professor e aluno. Na dança
observamos várias experiências que são vivenciadas no mundo em sua volta, permitindo que
elas construam sua expressividade e subjetividade. Diante dessas concepções, a aprendizagem
na educação infantil se dá a partir da curiosidade e prazer das crianças, e pode ser ampliada
em função do tipo de experiências que elas vivenciam no seu meio.
Dessa forma, essas experiências foram exploradas a partir da linguagem da dança.
Extremamente significativo também, para mim, como professora, foi encontrar na dança uma
nova forma de trabalhar que me despertou para a diversidade. Com isso, é possível
ressignificar minha prática docente.
Assim, conclui-se que esta pesquisa abriu um caminho para que a dança, como forma
de expressão, possa entrar nas escolas, não somente como forma de descontração ou nas datas
comemorativas, mas em outras áreas, bem como na inserção das crianças e educadores como
um ser ativo, pois o corpo não é simplesmente um mero componente da mente. Porém, eles
precisam caminhar juntos para que haja um desenvolvimento de forma global. Enfim, esta
pesquisa fez com que eu reavaliasse minha prática e crescesse tanto profissionalmente como
no plano pessoal.
REFERÊNCIAS
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SOARES, C. L. (Org.). Corpo e educação. Caderno Cedes. Campinas, v. 19, n. 48, p.5 – 108,
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