Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DANÇA DE SALÃO
UMA FORÇA CIVILIZATRIZ
1ª Edição
CURITIBA
COMFAUNA CONSERVAÇÃO E MANEJO DE FAUNA SILVESTRE LTDA.
2016
1
Copyright © 2016 by Maristela Zamoner.
Direitos desta edição: Maristela Zamoner. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial desta obra,
desde que mencionados os créditos e sem objetivo de venda ou qualquer fim comercial.
1ª edição – 2016
Z25d
Zamoner, Maristela
Dança de salão: uma força civilizatriz / Maristela Zamoner. –
Curitiba: Comfauna, 2016.
100 p.: il. color. ; 14x21cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-66017-03-8
CDU 793.3
CAPA: Mário S. Trella. Imagem de fundo da capa do livro: Recorte da capa do livro “La danse des salons” de Henri
Cellarius, editado em 1847 por J. Hetzel. Outras imagens: Recorte do Papiro Prisse. Egyptien 186. Sessão introdutória
dos ensinamentos (1-73), disponibilizado pela Biblioteca Nacional da França; Recorte da capa do livro Book of
Curtesye. Reimpressão datada de 1868. Edição: Frederick J. Furnivall, M. A. Londres. Humphrey Milford, Oxford
University Press; Recorte da página de abertura do livro “Il Libro del cortegiano”, de Baldassarre Castiglione. Edição:
Ludovico Dolce. Publicado por G. Scoto. Edição de 1556. Exemplar eletrônico disponibilizado pela Universidade de
Princeton; Recorte da abertura do livro “Dancing and prompting, etiquete and deportment of society and ball room” de
Professor Bonstein. Library of Congress, Washington, Estados Unidos; Recorte da folha de rosto do livro “La danse
des salons” de Henri Cellarius, editado em 1847 por J. Hetzel. Recorte da folha de rosto do Manual de Dança de Alvaro
Dias Patricio, disponibilizado pela Biblioteca Nacional da Espanha (Biblioteca Digital Hispánica).
2
Maristela Zamoner
3
DANÇA DE SALÃO
UMA FORÇA CIVILIZATRIZ
ISBN 978-85-66017-03-8
4
Prefácio
“Onde o conhecimento está apenas num homem, a monarquia se impõe. Onde está num
grupo de homens, deve fazer lugar à aristocracia. E quando todos têm acesso às luzes do
saber, então vem o tempo da democracia”.
Victor Hugo, poeta, dramaturgo e estadista do século XIX
Recentemente, foi sancionada no Brasil uma lei que inclui a dança, a música, o teatro e
as artes visuais no currículo da educação básica. Apesar de comemorada por muitos,
surpreendeu-me ver outros tantos criticando a medida, por não acreditarem no valor do
ensino das artes na educação de crianças e adolescentes. Acredito que um pouco de estudo
sobre a história da evolução das civilizações poderia clarear as opiniões de alguns sobre
o tema. Acredito, ainda, que o saber que leva à democracia, citado pelo francês Victor
Hugo, passa também, inevitavelmente, pelo aprendizado das artes.
Se hoje, quem inicia sua aventura no universo das danças de salão o faz, em sua grande
maioria, em busca de lazer, atividade física ou socialização, houve tempo em que o
aprendizado desta arte era parte essencial, e restrita, da formação de homens e mulheres
da elite. Muito além de passos e figuras de dança, as aulas de dança de salão ensinavam
as boas maneiras de acordo com os costumes sociais vigentes.
Mas, em pleno século XXI, teria ainda a dança de salão o poder de educar para a
convivência em grupo?
Neste livro, por meio de uma apresentação cronológica e comportamental das regras de
etiqueta e sua relação com a dança, desde o Antigo Egito até os dias atuais, Maristela
Zamoner apresenta fatos e seus motivos, buscando incentivar a análise do que podemos
extrair de positivo das experiências que a história nos legou.
Dança de Salão – Uma Força Civilizatriz, poderia ser intitulado “Manual de Etiqueta e
Dança de Salão no século XXI”, não fossem as palavras “manual” e “etiqueta” muito
limitadoras a uma obra que pretende estimular a reflexão sobre ações e reações nossas,
do outro e do grupo, com o objetivo de seguir aperfeiçoando nossa civilidade para muito
além das formalidades e da polidez social, buscando como finalidade principal o respeito
mútuo e sincero entre as pessoas.
Keyla Barros
Jornalista, assessora de comunicação e diretora do portal Dança em Pauta
5
Agradecimentos
6
Dedico este livro ao futuro.
7
Os dançarinos em evidência, em todos os bailes, se fazem presentes querendo
provar a si mesmos do que são capazes de fazer na pista de dança, como se
isto provasse alguma coisa. Infelizmente, esta evidência é momentânea,
demora poucos meses até ele cair no ostracismo e no lugar comum. Já os
dançarinos consagrados são reconhecidos por tudo o que fizeram e continuam
fazendo, permanecendo em evidência ao longo do tempo, de maneira digna e
correta dentro do mundo da dança.
Estes não tem necessidade de provar mais nada.
8
Sumário
ABERTURA ...................................................................................................... 11
PARTE I ........................................................................................................... 13
CONCEITOS INICIAIS.................................................................................. 14
HISTÓRIAS E REGISTROS ......................................................................... 15
SALÃO E APRIMORAMENTO DA CONDUTA ............................................. 48
PARTE II .......................................................................................................... 50
DAMAS E CAVALHEIROS, DA VIDA PARA O SALÃO ............................... 51
DAMA ........................................................................................................... 71
CAVALHEIRO............................................................................................... 74
QUEM PODE SER UMA DAMA OU UM CAVALHEIRO .............................. 81
CAVALHEIROS E DAMAS NO SALÃO DE BAILE ....................................... 83
PARTE III ......................................................................................................... 84
COMUNICAÇÃO CIVILIZATRIZ NA PISTA DE DANÇA: CONDUÇÃO ....... 85
HISTÓRIA E CONCEPÇÕES DE CONDUÇÃO ........................................... 86
PARTE VIII ....................................................................................................... 90
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 91
Bibliografias ...................................................................................................... 92
OUTRAS PUBLICAÇÕES DA AUTORA NA ÁREA DA DANÇA DE SALÃO . 101
9
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
10
ABERTURA
Boa leitura!
12
PARTE I
CONCEITOS INICIAIS
HISTÓRIAS E REGISTROS
SALÃO E APRIMORAMENTO DA CONDUTA
13
CONCEITOS INICIAIS
14
HISTÓRIAS E REGISTROS
15
Prisse d'Avennes, que encontrou o rolo com cerca de sete metros de
comprimento em Tebas, no Egito.
O documento, escrito em hierático e datado de 2040-1650 a.C. é
conservado na Biblioteca Nacional da França, em Paris, havendo fragmentos
seus no Museu Britânico, em Londres, Inglaterra e no Museu Egípcio do Cairo,
no Egito.
Conta a história que o oitavo e penúltimo faraó da V dinastia (Antigo
Império), teria aceitado o pedido de Ptah-hotep, administrador público da cidade,
para retirar-se do cargo devido à idade avançada. Entretanto, condicionou sua
aposentadoria à tarefa de registrar seus ensinamentos para seu filho e substituto
Akhet-hotep. Assim, Ptah-hotep teria escrito o Papiro Prisse.
O conteúdo do papiro estaria dividido em dois textos: “Instruções para
Kagemni” e “Preceitos de Ptah-hotep”. Kagemni fora um administrador público
da IV dinastia que teria deixado registros de instruções. Entretanto, o texto que
nos interessa aqui é o de Ptah-hotep, composto por três partes: um pedido de
retirada do cargo em favor de seu filho, um conjunto de ensinamentos e um
epílogo.
Conforme a própria Biblioteca Nacional da França, Ptah-hotep foi
divulgado como o autor sem sê-lo, considerando, para tal, que o texto dataria do
final da VI Dinastia. Alguns autores supõem que isto tivesse como finalidade
conferir credibilidade aos ensinamentos.
O conteúdo contido no documento aborda preceitos de boas maneiras,
curtos e sem sequência lógica, propondo o cultivo de virtudes como a justiça,
gentileza, moderação e autocontrole. É considerado um manual de boas
maneiras completo, que teria inspirado as regras de conduta das sociedades
ocidentais.
Figura 1 – Papiro Prisse. Egyptien 186. Sessão introdutória dos ensinamentos (1-73),
disponibilizado pela Biblioteca Nacional da França.
16
No período em que este documento foi escrito, a dança era uma prática
importante no Egito. É possível saber um pouco sobre ela ao apreciar a arte que
permanece até hoje em esculturas, pinturas, desenhos e papiros. A tradição
impunha parâmetros apenas para a representação dos deuses, do faraó e de
seus familiares. Por isto, os artistas retratavam mais livremente, dançarinos em
movimento. É assim que se percebe a dança frequentemente relacionada a
festividades religiosas e, mais raramente, à guerra ou outras temáticas.
A partir da V Dinastia, notam-se registros de danças religiosas com a
participação de anões entre as dançarinas religiosas. Para alguns autores, Bes,
um deus que seria anão, teria inventado a dança. Entretanto, outros atribuem
sua invenção à Hathor, uma deusa que trazia sobre a cabeça o disco solar, entre
dois chifres de vaca. Essa deusa também era representada com a cabeça inteira
de uma vaca. As normas da dança eram ditadas por Hathor que, segundo
alguns, seria a encarnação da dança. Seu principal centro de devoção estaria na
região de Saqqara, a mesma em que Ptah-hotep fora sepultado, havendo,
inclusive, pinturas de cenas de dança na tumba de Kagemni. Tanto Hathor
quanto Bes eram divindades protetoras da dança. O culto a estes deuses já vinha
dos tempos anteriores às dinastias e suas representações aparecem com
mudanças ao longo do tempo.
A dança em pares ocorria principalmente entre pessoas do mesmo sexo,
composta por movimentos de simetria rigorosa. Entretanto, há quem relate
danças entre homens e mulheres, porém, relacionadas a funerais.
Todos os anos, antes da cheia do Nilo, havia um festival de culto a Osíris,
deus da fertilidade e da agricultura, com uma procissão em que os sacerdotes
eram acompanhados por músicos e dançarinas na entrada do templo. A
interpretação de diferentes registros egípcios a respeito das danças, embora
seja complexa, permite a alguns estudiosos entender que havia angulosidade
nas posturas e estavam inclusos movimentos acrobáticos, entretanto, raramente
contendo saltos. Na dança religiosa destacavam-se dançarinas. Às vezes nuas
ou usando somente uma saia com desenhos geométricos, os olhos com
maquiagem bem destacada, traziam tornozelos e pulsos adornados.
Comumente, elas dançavam em pares entre músicos que tocavam tambores,
chocalhos, sistros e flautas.
17
Nesta época, a dança existia no âmbito cênico, realizada de forma
coreografada e não improvisada, sendo entretenimento a ser assistido por quem
desfrutava de eventos sociais.
18
provocante e acrobática. Alguns autores registram que as danças eram gravadas
em vasos e escritos dos filósofos mais interessados por esta arte.
19
Mas sua leitura permite notar que são abordados três objetivos da vida
hindu antiga, denominados: dharma – vida virtuosa; artha – acúmulo de riqueza;
e kamadeva – gozo dos sentidos. Entretanto, alguns trechos trazem conteúdos
de conduta reprovável pela sociedade atual, como por exemplo, a ideia de
relacionar-se com uma mulher casada, matar seu marido e ficar com seus bens
(Capítulo V da Parte I).
De qualquer forma, segundo Fábio Marton, em seu artigo “Kama Sutra: O
côncavo e o convexo”, publicado no Guia do Estudante da Editora Abril em 2008,
o livro:
20
como a maquiagem, acompanha expressões marcadas, movimentos precisos
envoltos por música. O deus Brahma seria o inventor da dança que estaria
registrada nos Vedas, os livros sagrados hindus.
21
amigos e conselheiros, importância da verdade, dos valores morais, observância
da lei. Contraditoriamente, chama a atenção o modo preconceituoso com que
aborda a mulher, sendo considerada tola e incapaz de preservar-se de
complicações sexuais. Esta seria uma das razões que teriam levado os judeus
a considerar o livro como apócrifo.
Nesta época, Jerusalém estava sob domínio dos selêucidas, sucessores
de Alexandre, o Grande, da Macedônia. Os hábitos e a vida religiosa dos
hebreus eram respeitados, mas misturavam-se à cultura grega que Alexandre
queria expandir sobre os territórios conquistados. Alexandre foi rei aos vinte
anos, após o assassinato de seu pai, Felipe II, macedônico que conquistou a
Grécia. É conhecido como o maior conquistador do mundo antigo. Aluno de
Aristóteles, seu objetivo era formar um Império Universal unificado pela cultura
grega, fato que ficou conhecido como Helenismo. Assim, o modo com que o povo
grego cultivava a dança teria, provavelmente, uma influência sobre os hebreus
na época em que a Sirácida fora escrita. Há um consenso sobre a dança ser
apreciada e disseminada na Grécia e fora dela como as outras artes nesta
época, fazendo parte da vida social como a música, a poesia e o teatro, tanto
em festividades religiosas e cívicas quanto na vida privada.
Assim, os hebreus apreciavam a expressão corporal pela dança. Havia
muitas festas religiosas em que se praticavam danças ritualísticas com formação
de rodas, filas, giros e improvisação, sempre com cunho religioso.
Conta a história que em 220 a.C, a dança se tornaria moda também nos
costumes de famílias romanas. Era comum que famílias de patriarcas
mantivessem um professor grego para o ensino de coreografias aos seus filhos.
Afinal, nesta época, os romanos interessavam-se pelas danças gregas e
etruscas. Também foram abertas cerca de trezentas escolas de dança em Roma.
Em 150 a.C., Cipião Emiliano tenta acabar com estes estabelecimentos,
fechando muitos deles. Mas, por influência de latinos, os romanos começam a
realizar as primeiras danças de círculos, denominadas ballista e ballistorum,
palavras que deram origem ao termo “baile”. A partir de 20 a.C, as danças que
faziam parte dos banquetes adquirem um caráter erótico, provocando, mais
tarde, reações das comunidades cristãs e até mesmo de outros grupos romanos,
o que levaria sua prática à obscuridade e teatralidade. Esta linha de
acontecimentos resultou, tempos depois, em um longo período no qual a dança
22
foi proibida pela Igreja Católica. É difícil saber se houve ou não modificação nos
textos originais bíblicos no que se refere à dança, mas, mesmo assim, é possível
notar uma prática social de danças, por exemplo, em:
23
palavra significa “estudo”. Embora os registros escritos do Talmud datem dos
primeiros séculos depois do nascimento de Cristo, sua transmissão oral vem de
muito antes. A necessidade do registro escrito veio por força da preocupação
dos judeus com a opressão romana e dispersão do seu povo. Assim, o Talmud
registra as discussões rabínicas vinculadas à Torá, sobre a lei, ética, história e
costumes do judaísmo. Diz-se que o Talmud define e dá forma ao judaísmo,
facilitando o cumprimento de leis e mandamentos ao explicar, discutir e
esclarecer os cinco livros da Torá.
O Talmud foi alvo de ataques por grupos, principalmente de cristãos, que
se sentiam ameaçados pela força unificadora e modeladora que exercia sobre
os judeus, como também por repudiar a idolatria e a imoralidade. Devido a isto,
teve trechos removidos, muitos de seus exemplares queimados em eventos
públicos entre os anos de 1242 e 1933, tendo períodos em que foi proibido, sob
pena de morte para os transgressores. Em 1559, foi incluído no Index Librorum
Prohibitorum (lista de livros proibidos) da Inquisição. Mas chegaram aos dias de
hoje duas versões do Talmud: o de Jerusalém e o Babilônico, este último mais
detalhado.
O Talmud é dividido em duas obras principais: Mushná, sobre a lei judaica
e Guemará, que comenta e elucida o Mishná. Incorporados ao Talmud, estão
alguns outros tratados menores relacionados aos “bons modos” e que dizem
respeito ao nosso objetivo, destacando-se os textos chamados de “Derech
Eretz”. Os textos orientam sobre como interagir bem com os outros, havendo
recomendações detalhadas, por exemplo, de que os pedaços de pão devem ser
partidos com a mão, convenção de boas maneiras que permanece até os dias
de hoje e não somente entre os judeus.
O próprio Talmud já faz referência a danças praticadas popularmente. Em
casamentos, a noiva senta-se em um trono e os partícipes dançam em sua
honra. Há também citação sobre uma dança praticada pelas filhas de Jerusalém
nos vinhedos, com o objetivo de atrair jovens solteiros em busca de uma noiva.
Tratam-se, portanto, de danças praticadas socialmente pelos partícipes dos
eventos, sem cunho cênico.
24
De arte saltandi et choreas ducendi, de Domenico da Piacenza (1455 d.C.)
25
de 1470, outras registram 1476, na cidade de Ferrara. Ficou conhecido na
história como bailarino, professor, coreógrafo e teórico do balé italiano. Assinava
suas danças, sendo compositor das músicas de muitas delas.
Começou a ensinar dança na cidade em que nasceu e, posteriormente,
mudou-se para Ferrara com a finalidade de trabalhar na corte do Marquês
Leonello d’Este, entre os anos de 1441 e 1450. Chegou a organizar as danças
das comemorações do casamento do Marquês Leonello d'Este de Ferrara com
Margherita Gonzaga. Após 1450, Piacenza trabalhou na corte de Sforza, em
Milão, onde teria criado a Escola Lombard de Dança, havendo registro de
trabalhos com a participação de seus assistentes discípulos Antonio Cornazano
e Guglielmo Ebreo, em 1455. No ano seguinte, 1456, voltou para Ferrara, onde
continuou trabalhando até o fim da vida. Atualmente, vários estudiosos
concordam que o manuscrito “De arte saltandi et choreas ducendi” de Domenico
Piacenza teria sido escrito em 1455 e produzido pela Biblioteca Ducal, data
compatível com o auge da produtividade do autor, em Ferrara. Alguns
pesquisadores concordam que os textos introdutórios podem ter sido produzidos
alguns anos antes. Entretanto, há outros autores que sugerem datas anteriores
para todo o manuscrito, como 1435 e 1436.
Embora não impresso, este manuscrito tem importância histórica. O livro
é dividido em duas partes principais, ambas voltadas à dança. Na primeira parte,
Piacenza propõe uma gramática para a dança e na segunda descreve passos a
serem aprendidos. Embora os conteúdos voltem-se essencialmente para a
dança, Piacenza cita, já nos textos introdutórios, a Ética de Nicômaco, principal
obra de Aristóteles, dedicada à Ética.
A este manuscrito seguiram-se outros na mesma linha, inclusive dos
alunos de Domenico Piacenza.
26
Consta que o primeiro livro impresso sobre boas maneiras teria sido Book
of Curtesye, no ano de 1477, por William Caxton. A obra trazia instruções para
crianças nos seus primeiros anos de atividades na igreja, escola, família e
participação à mesa. A redação, em versos, seria da autoria de um monge
desconhecido. Assim, além de orientações para o aprimoramento pessoal, o livro
trazia um componente literário. O texto dedicou-se extensamente a mostrar os
benefícios sociais do estudo e da leitura, favorecendo a absorção dos gostos
literários da elite e também suas formas de expressão.
Caxton teria impresso outros dois livros com instruções para jovens: The
Book called Caton (1483 d.C.), The Book of Good Manners (1487 d.C.).
Já no início do Renascimento, a dança começa a fazer parte dos eventos
sociais festivos nos salões da corte de Florença, na Itália, denominados trionfi.
Alguns autores consideram que a primeira destas festas teria ocorrido no ano de
1459, em comemoração ao casamento do Duque de Milão com Isabella de
Aragão. Conta-se que a apresentação de cada um dos pratos nupciais foi feita
por danças. Muitos consideram este o primeiro ballet de cunho especificamente
teatral. A partir deste marco e da disseminação da prática pela Europa, era
comum que os próprios nobres participassem como intérpretes das coreografias,
uma vez que a dança passou a fazer parte da sua educação.
Assim, também surgem os primeiros mestres que ensinavam aos nobres,
criavam as coreografias e organizavam os espetáculos. Algumas vezes, estes
mestres participavam das apresentações dançando, iniciando-se desta maneira,
o profissionalismo de professores e bailarinos. A partir daí a dança alcançaria
dois diferentes âmbitos: o ballet, voltado para os palcos; e o baile, para o
entretenimento. Este último, é particularmente interessante para o estudo da
dança de salão. Há registros textuais do século XII que se referem a danças
como estampie e saltarello, sobre as quais pouco se sabe. Outra dança
referenciada para a época denominava-se carole. Mais bem documentada,
admitia formação de roda em que os dançarinos cantavam, iniciando com a
atuação de um solista ao qual se uniam os demais. Neste século, começa a
moda de dançar aos pares de forma lenta e solene, o que era muito apropriado
para os trajes e ornamentos pesados da época. Estas danças contrastavam com
aquelas populares, praticadas pelos camponeses. No século XIII, há o que, para
alguns, é o primeiro registro textual de uma basse danse: o poema “Quar mot
27
ome fan vers”, de Raimon de Cornet, um padre francês poeta, cuja data de
nascimento é desconhecida, mas a de falecimento é 1340. Há quem diga que
as danças coreografadas, como a basse dance, levaram ao desenvolvimento
posterior da pavane e, mais tarde, do minueto, que abririam caminho para a
chegada da valsa em 1780, a primeira dança de salão.
Figura 2– Capa do livro Book of Curtesye. Reimpressão datada de 1868. Edição: Frederick J.
Furnivall, M. A. Londres. Humphrey Milford, Oxford University Press.
28
L’Art et Instruction de bien danser, Michel de Toulouze, (entre 1496 e
1501 d.C.)
29
Figura 3 – Página de abertura do livro “Il Libro del cortegiano”, de Baldassarre Castiglione.
Edição: Ludovico Dolce. Publicado por G. Scoto. Edição de 1556. Exemplar eletrônico
disponibilizado pela Universidade de Princeton.
30
De civilitate morum puerilium, de Erasmo de Rotterdam (1530 d.C.)
31
Figura 4– Folha de rosto do livro “De civilitate morum puerilium libellum” de Desiderius Erasmus
Roterodamus. Publicado por Frobenius em 1530. Disponibilizado pela Universidade Ghent,
Bélgica.
32
O primeiro livro publicado por Erasmo em 1503, recebeu o título de
"Enchiridion Militis Christiani", cuja tradução mais conhecida para nosso idioma
é "Manual do cavaleiro cristão". Já nesta obra, o autor se dirige a um soldado
apresentando algumas regras de comportamento. Entretanto, parece proferir um
sermão, considerando a vida humana como a vida militar. Escancara as
fraquezas da sociedade e ressalta a importância de perceber a diferença entre
a sabedoria verdadeira e a falsa.
Em um livro publicado no ano de 1509, Encomium Moriae Erasmus
também mostrou sua visão sobre o comportamento respeitoso de um indivíduo,
criticando os “filósofos” até o ponto de abordar a forma com que dançavam em
um baile. Vale a pena ler o recorte deste texto:
Para nossa surpresa, este livro é conhecido em nosso idioma pelo título:
“Elogio da Loucura” e se trata de uma sátira em que até mesmo membros da
Igreja, detentores da filosofia da época, são ironizados. Pelo trecho destacado,
é possível perceber que o autor relaciona a habilidade social do indivíduo com
sua competência para dança e sua capacidade como governante.
33
L'Etiquette, de Luis XIV (1643-1715 d.C)
34
Figura 5– Óleo sobre tela: Retrato de Louis XIV da França, 1701. Autor: Hyacinthe Rigaud (1659-
1743). Localização da obra: Museu do Louvre. Imagem em domínio público.
35
O Palácio de Versalhes foi construído por Luis XIV na periferia de Paris.
Passou a ser sua residência oficial, para onde a corte foi transferida em 1682,
ficando longe dos grandes centros que favoreciam tumultos e doenças. O
palácio, em um terreno de 700 hectares, tem centenas de quartos, chaminés,
lareiras, sendo considerado o mais luxuoso da Europa. Foi também neste palácio
que Luis XIV faleceu, vítima de gangrena, em 1715. O local passou a ser
reconhecido como símbolo do estado absoluto, quando a vida na corte orbitava
em torno da figura do monarca. Entre 1682 e 1789 (quando a Revolução
Francesa iniciou), o palácio abrigou o poder da França. No ano de 1837,
conservando suas características, tornou-se um museu de História, com enorme
acervo de obras de artistas dos séculos XVII e XVIII. Hoje, é o ponto turístico
mais visitado da França, superando o Museu do Louvre e a Torre Eiffel.
36
As atividades culturais foram muito incentivadas no reinado de Luis XIV.
A dança tinha importância destacada neste contexto. Já em seu primeiro ano de
reinado, Luis XIV inaugura, em Paris, a Academia Real de Dança. O rei se
apresentou muitas vezes em bailes palacianos, inclusive como bailarino principal
de encenações para a corte. Conta a história que se autoproclamou Rei-Sol,
como ficou conhecido. Diz-se que assim o fez, por considerar-se o Sol da França
e aspirava sê-lo para o mundo. Muitos consideraram Luis XIV vaidoso e
egocêntrico, desejoso por estabelecer seu país como centro da elegância no
mundo. Seus feitos, de fato, não se limitaram à França. Mesmo que suas razões
não tenham sido as mais nobres para mover um rei, o resultado foi de
significativo incremento tanto para a dança quanto para as relações humanas.
Foram patrocinados bailados que difundiam técnicas de dança, de etiqueta e
espetáculos envolvendo várias modalidades de Arte como a música, o teatro e
a dança. Na corte de Luis XIV, ocorreram tanto as apresentações de dança que
originaram o ballet, quanto os bailes, que se tornariam o foco irradiador da dança
de salão em décadas posteriores. Segundo alguns autores, o que se bailava de
forma predominante era, primeiramente, a courante, dançada nas pontas dos
pés, com pequenos saltos e várias mesuras. Depois, o minueto e, mais tarde, as
contradanças, assimiladas da Inglaterra.
A Academia Real de Dança trabalhava muitas danças padronizadas,
executadas em solos ou em grupos e cada uma delas com características
próprias. A veloz gigue contava com muitos saltos, ao contrário da sarabande
que tinha um visual mais rigoroso e lento. A entre grave cunhava-se em um foco
cerimonial e o minueto trazia graciosidade ágil. E ainda haviam outras danças
como chaconne, passepied, passacaille, davotte, rigaudon. A Academia
sobreviveu até cerca de 1780, período em que a valsa, a primeira dança de
salão, começou a se difundir pelos salões aristocráticos europeus, caracterizada
pelo par enlaçado e independente de outros casais.
Habituado a promover festas com muita dança e presença de uma
diversidade de nobres, o rei criou bilhetes, ou etiquetas, chamados de
L'Etiquette, com normas de conduta para o ingresso em suas festas,
frequentemente, anexados aos convites. Sua motivação seria um
descontentamento com o linguajar e os modos dos nobres que frequentavam
suas festas, o que exigia uma estratégia para imposição de limites. Estas regras
37
também eram distribuídas por escrito aos convidados antes de sua entrada em
eventos promovidos pelo rei ou afixadas nas paredes do palácio de Versalhes.
Assim, notamos que a palavra “etiqueta”, referindo-se aos códigos de
comportamento, foi utilizada pela primeira vez nesta corte e, inicialmente, com o
significado original de “anexo”. O verbo francês “estiquer” significa anexar.
Suas regras incluíam a forma de falar com o rei, de cavalheiros e damas
se portarem e o que podiam e deviam fazer, estando aí incluída a dança. Esta
determinação do que um nobre deveria fazer é interpretada por estudiosos como
uma estratégia de dominação.
Contraditoriamente, o viés da imposição de uma hierarquia, da exclusão
e discriminação que permeavam a conduta segundo uma etiqueta não se
configuraria como o melhor exemplo de etiqueta para um rei. O contraste, que
ocorria ao lado do luxo palaciano, revelava o desprezo pelo homem miserável,
cujo trabalho sustentava todo aquele esplendor, através da opressão
consolidada por impostos aviltantes. A instabilidade desta situação seria a
responsável por seu fim.
De qualquer forma, a palavra etiqueta popularizou-se a partir de então,
tendo como significado o conjunto de regras de boas maneiras. Percebemos, já
no surgimento da etiqueta propriamente dita, sua relação próxima com o salão
de bailes.
38
Uma curiosidade sobre Henri Cellarius é que foi um professor de dança
nascido em 1805 na cidade de Paris, que veio para o Brasil em 1826, retornando
posteriormente à Europa. Estudos em periódicos brasileiros do século XIX
revelam que um professor de dança de nome “Henriques Cellarius” anunciou
aulas de dança entre os anos de 1826 e 1827, no Rio de Janeiro.
39
Figura 8– Capa do livro “La danse des salons” de Henri Cellarius, editado em 1847 por J. Hetzel
40
Figura 9– Folha de rosto do livro “La danse des salons” de Henri Cellarius, editado em 1847 por
J. Hetzel.
41
Nouveau manuel complet de la danse, Traité théorique et pratique de cet
art depuis les temps les plus reculés jusqu´à nos jours, de Carlo Blasis
(1866 d.C)
42
É geralmente adoptado após qualquer dança, o cavalheiro
convidar a sua dama a um passeio pela sala.
43
Figura 10- Folha de rosto do Manual de Dança de Alvaro Dias Patricio,
disponibilizado pela Biblioteca Nacional da Espanha (Biblioteca Digital Hispánica)
44
Figura 11- Folha de rosto do Nouveau manuel complet de la danse, Traité théorique et pratique
de cet art depuis les temps les plus reculés jusqu´à nos jours, de Carlo Blasis, disponibilizado
pela Biblioteca Nacional da Espanha (Biblioteca Digital Hispánica)
45
Dancing and prompting, etiquete and deportment of society and ball room,
de Professor Bonstein (1884 d.C)
46
Figura 12- Abertura do livro “Dancing and prompting, etiquete and deportment of society and ball
room” de Professor Bonstein. Library of Congress, Washington, Estados Unidos.
47
SALÃO E APRIMORAMENTO DA CONDUTA
48
Sem dúvida, salões nos quais reverberaram as mais lindas valsas contribuíram
em muitos momentos para que alternativas a conflitos violentos fossem
encontradas. É como o citado Wanderley Pinho registra ter ocorrido no Brasil
durante século XIX:
49
PARTE II
50
DAMAS E CAVALHEIROS, DA VIDA PARA O SALÃO
51
No livro “Dança de Salão, conceitos e definições fundamentais”, publicado
pela Editora Protexto em 2013, apresento a construção dos conceitos que
seguem, para dama e cavalheiro no âmbito da dança de salão.
52
O belo dança a formosura; o empático sabe fazer seu par feliz;
o inseguro dança desconfiança; o arrogante dança desprezo; o
exibido pode dançar olhando seu par, mas, move-se para que
outros o vejam; o inteligente dança a sabedoria e desfruta do
sentimento que quer; o competidor dança concorrendo; o
hedonista dança a liberdade; o criativo dança a fantasia; o
sensível dança amor, paixão, raiva, graça, sexo; o carinhoso
dança doçura; o Gerson dança vantagem; o sonhador confunde-
se com o personagem; o dominador dança determinando; o
traidor dança perfídia; o feio dança fealdade; o sujo dança fedor;
o limpo dança aroma; o verdadeiro dança o imaginário sem
esquecer o que ele é. E o mentiroso… este dança o embuste, e
pode fazê-lo na mais estupenda e sorridente dança.
53
que nos preocupar. Sobraria, para administrar, apenas infortúnios inevitáveis
como doenças e desastres naturais.
Pensemos ainda, apresentar-se às pessoas pelas boas maneiras,
civilidade, refinamento, é conduta que abre portas na vida pessoal, profissional
e, obviamente, em um salão. Em contraponto, a falta de polidez, aspereza,
grosseria, inabilidade, fazem com que as portas se fechem. É caminho certo para
provocar reações negativas, contrárias à paz e harmonia.
Se a dança de salão motivar quem a escolheu para que conheça melhor
a si mesmo, desejando ser melhor, contribuindo para um mundo mais belo, mais
forte, mais verdadeiro... seu valor ultrapassará o patamar de mero
entretenimento, e até mesmo de Arte, assumindo uma dimensão social muito
mais poderosa. Cada pessoa a mais na Terra que absorver integralmente a ideia
do respeito com o próximo, será um passo a mais na caminhada em direção à
paz universal. Sem dúvida, este é um dos papeis mais intensos e invisíveis da
dança de salão na sociedade como um todo.
Mas, infelizmente, não somos divinamente damas ou cavalheiros. Somos
apenas humanos, ora damas, ora cavalheiros, todos sempre sujeitos a falhar.
Temos ainda muito a aprimorar em nossa conduta, aceitando a realidade de que
precisamos aprender a admitir nossos próprios erros, reduzindo ao máximo suas
ocorrências. É preciso entender o que é ser uma dama ou ser um cavalheiro
para termos referências do sonho de um planeta mais perfeito.
Ainda é essencial frisarmos que os ambientes de convivência humana,
hoje, são os mais variados. Os intercâmbios entre diferentes grupos nos
oportunizam contato com valores distintos e cada dia mais precisamos estar
aptos a viver solidariamente com o diferente. A conduta aceita como positiva em
um espaço pode não o ser em outro, daí a necessidade de percepção de onde
estamos e adequação de nosso comportamento em favor do respeito e da
harmonia. É um desafio colossal.
Mesmo assim, arriscarei delinear, sob uma visão parcial, genérica e
fortemente influenciada por nosso tempo e espaço, características que damas e
cavalheiros idealizados teriam em comum.
54
Empatia
55
Sorrisos
56
Esta obra intriga pesquisadores, amantes da Arte e pessoas de todo tipo,
porque a dama nela representada tem um sorriso indecifrável, que pode
expressar muitas coisas diferentes. Há pesquisadores que dizem ser o
autorretrato do próprio cavalheiro Da Vinci. Portanto, é um sorriso de uma dama,
mas também o é de um cavalheiro.
Um sorriso pode mostrar: satisfação, insatisfação, sedução,
agradecimento, timidez, modéstia, arrogância, irreverência, acolhimento,
rejeição, ironia, indiferença entre tantos outros sentimentos. Damas e
cavalheiros sabem sorrir de forma receptiva e agradável, sem serem
inconvenientemente sedutores ou arrogantes. Sabem usar o sorriso certo na
hora exata. A falta de um sorriso também pode dizer muito.
Hoje, não se aconselha mais travar diálogos verbais durante uma dança.
Logo, os significados dos sorrisos de damas e cavalheiros podem assumir uma
dimensão de comunicação ainda maior, capaz de tornar a dança inesquecível.
Bom humor
57
mais o humor. Este é um ótimo motivo para mantermos nosso corpo sempre nas
melhores condições, evitando maltratar alguém por estarmos nos sentindo mal.
Já o bom humor e boas risadas são relaxantes naturais, dão a sensação
de plenitude. Conforme alguns, melhoram a circulação, a resistência à dor e até
o sistema imune, tudo isto devido à descarga de endorfina, conhecida como
hormônio do prazer.
Mas parte do que podemos chamar de bom humor pode ser treinado.
Pessoas que tem a capacidade de usá-lo conscientemente são, em geral, muito
agradáveis. É mais fácil conviver com alguém que vê a vida com leveza, brinca
com as dificuldades e sabe rir até de si mesmo. Buscar o otimismo ajuda muito
nesta caminhada. Quando começamos a nos tornar adultos e percebemos as
limitações que temos para mudar o mundo como sonhávamos na juventude,
nossa autoestima e, principalmente, nosso otimismo começam a sofrer um dos
golpes mais brutais da existência consciente. É aí que precisamos cuidar mais
com o que colocamos para dentro da mente. O que assistimos na TV, os filmes
que escolhemos, o que ouvimos, lemos, sobre o que falamos, ao que dedicamos
nosso tempo livre. Alimentar o cérebro com belezas, coisas agradáveis e boas é
uma forma de nutrir o otimismo. Certamente, um desafio diário que vale a pena.
Claro que, neste aspecto, o bom senso é uma exigência. Nada mais
indigesto que uma brincadeira em uma situação trágica. Sem dúvida, devemos
fazer o que está ao nosso alcance para sermos felizes, mas sempre viveremos
tristezas. Elas fazem parte da vida e nos trazem amadurecimento. As
tristezas precisam ser vividas como episódios de interrupção da felicidade, que
deve ser a regra.
O bom humor é uma faceta da inteligência e pode acabar com muitas
saias justas. O avesso da dama e do cavalheiro é aquela pessoa que sente certo
prazer sádico em ser o causador do constrangimento alheio, sem ao menos se
dar conta desta característica.
Bom mesmo é querer que ninguém fique mal e, para isto, uma certa
presença de espírito e perspicácia são de grande valia. Manter-se alerta para
identificar situações embaraçosas e treinar atitudes de atrair as atenções para
outro foco pode ajudar muito. Isto é típico de damas e cavalheiros. Primeiro,
perceber o constrangimento de alguém, depois, habilmente desfazê-lo,
desviando a atenção para algo bem humorado.
58
O bom humor é um grande aliado de damas e cavalheiros, um recurso de
alta qualidade para dominar situações a favor de um clima agradável nas
relações interpessoais.
.
Atitudes
59
oferecem sua presença, embora haja situações em que sutilezas já não
funcionam mais, que exigem atitudes austeras, firmes, que não deixam dúvida.
Lembrar sempre: é nas atitudes, e não nos discursos, que se revela
o caráter.
Autocontrole
Ouvido moderado
60
dança e outra, comentando o vestido de fulana, o namoro de fulano e a vida de
beltrano. Nada de mais, se os comentários forem inconsequentes. Damas e
cavalheiros, porém, não participam de fofocas maldosas: pedem licença e se
retiram.
Outro caso é o das pessoas que não param de falar. Emendam uma
conversa em outra, levando os ouvintes a perderem o fio da conversa. Damas e
cavalheiros não “cortam” a pessoa que está falando, muito menos a deixam
falando sozinha. Aguardam educadamente a primeira oportunidade para
pedirem licença e se afastarem estrategicamente.
Fala moderada
61
pontual. Ou seja: em algum momento, todos sempre sabem alguma coisa melhor
que outros e vice-versa. O mesmo vale para o sucesso afetivo, profissional,
financeiro, acadêmico, intelectual ou qualquer outro.
Damas e cavalheiros não se aproveitam da convivência social para
convencer as pessoas de suas convicções políticas ou religiosas. E isto se aplica
também às suas linhas técnicas na dança. Esta atitude é muito invasiva,
absolutamente desagradável e provoca o afastamento. Cada ser humano tem o
direito de pensar o que quiser e ser respeitado por isto, seja adepto de qualquer
religião, agnóstico ou ateu, seja de direita, centro ou esquerda, tenha vindo da
linha do Carlinhos de Jesus ou do Jaime Aroxa. Em situações de sociabilização
e, especialmente em um salão de dança, não é confortável discursar ou discutir
este tipo de assunto.
Outros detalhes também são importantes. Damas e cavalheiros procuram
sempre falar em um tom agradável, não muito alto nem muito baixo, erguendo a
voz somente para prevenir alguém de algum acidente ou pedir socorro. Falar alto
demais é desrespeitar quem o acompanha e o ambiente todo. Gritos ou berros
são absolutamente condenados em qualquer circunstância. Podem revelar falta
de inteligência para argumentar em tom de voz civilizado. Por outro lado, falar
baixo demais também pode se tornar muito incômodo, obrigando o interlocutor
a pedir seguidas vezes que se repita o que foi dito.
Ao conversar ou dançar, damas e cavalheiros dominam seus bocejos.
Eles devem ser tenazmente controlados porque demonstram tédio, mas se não
for possível evitá-los, precisam ser eficientemente disfarçados, colocando-se
discretamente uma das mãos sobre a boca.
Definitivamente, palavrões não pertencem ao vocabulário de damas e
cavalheiros. Houve um tempo em que determinados grupos intelectuais usaram
muito este linguajar em suas falas e escritos, considerando esta prática como
“liberdade intelectual”. Este tempo passou. Hoje, os palavrões em momentos de
sociabilização não passam de falta de polidez.
Portanto, quando damas e cavalheiros não têm nada de bom a dizer,
ficam sabiamente em silêncio.
62
Alimentação moderada
Escolha de amigos
Os amigos que fazemos ao longo da vida dizem muito sobre nós, dão um
recado claro sobre o que somos, o que preferimos. Damas e cavalheiros
escolhem seus amigos criteriosamente, mas com base em personalidade,
comportamento e caráter. Jamais por sua aparência física, condição financeira,
social ou favores que lhes possam fazer.
"Para ter êxito na vida, é preciso ter amigos. Para manter seu êxito é
preciso mais amigos". Esta frase que circulou pela internet ignora que êxito
precisa estar ligado à integridade e não apenas à “política”. A amizade com
pessoas influentes para somente obter cargos, chefias ou quaisquer outros
benefícios tem seu preço. O tempo mostra que esta caminhada não resulta em
um acervo de relações verdadeiras.
Na área da dança de salão, há os que buscam amizade com quem dança
bem ou galgou algum relevo apenas para pertencer a um grupo que está em
destaque momentâneo ou obter algum outro favorecimento qualquer.
Amizade não é escada para alcançar sucesso profissional, financeiro ou
projeção social. É compatibilidade de caráter, afinidade emocional, compromisso
afetivo.
Damas e cavalheiros sabem ver, antes de mais nada, o ser humano que
acompanha cada corpo.
63
Modéstia
Escrita e tecnologia
64
uso excessivo de abreviaturas e siglas mostram preguiça e, não raro, ignorância.
Novamente, a leitura é fundamental para a qualidade da escrita. Difícil alguém
escrever bem, de forma correta, consistente, objetiva, concisa, se tem pouca
leitura. Vale lembrar, os corretores ortográficos podem ser aliados preciosos ou
desastrosos. Hoje, muitos convites para tardes dançantes, bailes e festas de
escolas de dança são feitos pela internet, por e-mails ou por redes sociais que
os apresentam em grandes quantidades. Antes de clicar “enviar” é indispensável
uma revisão.
Cavalheiros e damas usam o celular com bom senso, respeitando as
pessoas que estão em sua presença e a natureza do local em que se encontram.
Não ficam deselegantemente escrevendo ou recebendo mensagens enquanto
estão na companhia de alguém. Em caso de emergência, pedem licença e logo
que terminam, retornam ao diálogo. Estão sempre atentos ao toque e
atendimento do celular. Escolhem sons discretos e baixos ou preferem o módulo
silencioso, para não serem inconvenientes. Entendem que recursos de viva-voz
são inadequados para uso em público, salvo quando o interlocutor solicitar ou
estiver de acordo e houver uma boa justificativa para seu uso. Durante uma
dança, é absolutamente desaconselhável qualquer uso de celular.
Damas e cavalheiros sabem reconhecer e respeitar um ambiente de
trabalho, seja um escritório ou uma escola de dança. Por isto, sempre pensam
se o uso pessoal de um equipamento pode atrapalhar quem está perto. Se
pretendemos realizar uma atividade individual ruidosa que de alguma forma
afetará quem está desenvolvendo outra tarefa nas proximidades, devemos nos
certificar que não traremos desconforto ao outro. Neste caso, o uso de fones de
ouvido pode ser ótimo recurso. O mesmo vale para o uso de ar condicionado,
aquecedor, consumo de alimentos que exalam odores, mastigação audível,
lembretes sonoros, movimentos bruscos, batidas de portas, falas inflamadas e
tudo mais que possa tirar o colega de seu foco, que é o labor. Qualquer som,
odor, temperatura ou visual que produzimos são capazes de atrapalhar o
trabalho de alguém. Geralmente, aparelhos eletrônicos são os que provocam
mais incômodos. Seu uso precisa ser evitado, ou acompanhado de um pedido
de desculpas, cessando-se a inconveniência o mais breve possível.
65
Apresentação e higiene
Generosidade
66
Companhia
Postura
Naturalidade
Honra
67
demais qualidades, “sua essência é, pois, a soberania interior”. O texto registra
que o respeito próprio leva ao autocuidado corporal e intelectual, ao bom
comportamento, polidez, controle dos instintos e à imperiosa necessidade de
independência. Em 1882, George Gaskell publica o livro “Happy homes and the
hearts that make them or thrifty people and why they thrive”, no qual ressalta: o
verdadeiro cavalheiro tem como qualidade maior seu valor moral. O mesmo se
aplica a uma dama.
Cavalheiros e damas têm honra. Isto significa que assumem atitudes
essencialmente honestas, respeitosas, verdadeiras, íntegras e moldadas por um
profundo senso de justiça.
Bons anfitriões
68
Bons convidados
Bons dançarinos
69
elementos fundamentais da prática social e nunca perdem a noção de que sua
dança precisa ser, antes de qualquer coisa, prazer para seu par e respeito com
o salão.
Etiqueta
70
DAMA
Silêncio
71
Uma boa dama sabe ainda como se vestir para dançar de forma a não
trazer desconforto para seu par, para si e nem chamar demasiadamente a
atenção.
Em geral, uma dama caminha como se estivesse sobre uma linha reta.
Mantém as pernas unidas, coluna alinhada, sem jogar os braços. Olha para
frente, sem erguer nem baixar demais a cabeça.
Damas, especialmente quando usam saias, procuram sentar com as
pernas fechadas. Quando as cruzam, o fazem preferencialmente na altura dos
tornozelos, mantendo-as discretamente inclinadas. Estes cuidados são ainda
mais valorizados por uma dama que está no salão de dança.
Feminilidade
72
cavalheiro a conduza em uma dança. Esperar indevidamente uma atitude
cavalheiresca poderá causar muita frustração.
Entre os anos de 1830 e 1897, na Philadelphia, Louis Antoine Godey edita
a revista “Godey’s Lady’s Book and Magazine”. Numa edição de 1850, alerta:
uma dama que se atrasa para determinado evento e já encontra os partícipes
acomodados, não pode esperar que os cavalheiros passem pelo inconveniente
de ceder-lhe o lugar.
Independência
Boa dançarina
Uma verdadeira dama sabe dançar. Não precisa ter decorado uma
enormidade de passos. Precisa saber entregar-se à condução do cavalheiro,
entrar em seu equilíbrio corporal e fazer parte dele durante toda a dança. Uma
dama, como regra geral, não conduz, mas responde com personalidade,
inspirando novas conduções e promovendo a comunicação corporal. Ser uma
boa dançarina é muito mais fácil que ser um bom dançarino, logo é menos
compreensível quando se abdica de ser dama.
73
CAVALHEIRO
74
Vestimenta de um cavalheiro
Masculinidade
75
treinada. Existe farto material em livros, sites, blogs ou escolas de etiqueta.
Algumas atitudes, no entanto, são elementares como:
Ceder a passagem;
Abrir as portas e aguardar que a dama passe;
Puxar a cadeira para que ela sente ou, se um profissional o fizer, aguardá-
la sentar;
Ajudar a dama ao tirar e colocar o agasalho;
Pagar a conta do jantar, mas se a dama demonstrar ser independente,
pode aceitar dividir a despesa, não antes de insistir discretamente;
Evitar limpar eventual mancha de batom em presença da dama que a
deixou;
Atentar ao copo da dama para não deixar faltar sua bebida, servindo-a
sempre em primeiro lugar. Em determinados restaurantes, o vinho pode
ser servido antes para o cavalheiro, que irá avaliá-lo com um gole,
autorizando então, que as damas e demais cavalheiros da mesa também
sejam servidos;
Ceder seu assento quando uma dama surge e todos os lugares estão
ocupados. Usar do bom senso e observar se é a atitude mais adequada
para o momento;
Levantar-se quando uma dama entra em um ambiente, se a natureza do
evento e local o indicar;
Oferecer o braço para amparar uma dama desacompanhada,
especialmente se usa saltos altos;
Permanecer atento ao conforto das damas. Oferecer uma bebida, buscar
alimento sem, contudo, tornar-se inoportuno;
Ficar do lado externo da calçada ao acompanhar uma dama. Esta atitude
vem de um hábito antigo de proteger as damas, deixando-as caminharem
debaixo de marquises e sacadas. Atualmente, a mesma atitude ainda
protege a dama do tráfego e de jatos de água espirrados por veículos.
Cena clássica de cavalheirismo é a do cavalheiro que tira seu casaco e o
coloca sobre uma poça d’água para que a dama passe sobre ela sem se
76
molhar. Na prática, esta atitude pode acabar sendo um tanto
inconveniente...
Dar a frente para a dama em uma escada que sobe. Caso ela perca o
equilíbrio, poderá ser amparada pelo cavalheiro que vem atrás. O inverso
também é verdadeiro: na descida, o cavalheiro vai à frente;
Abrir a porta do carro para a dama. Para isto, passa à sua frente, aguarda
que sente, fecha a porta e segue, por trás do carro, para seu lugar. Ao
deixar o veículo, sai antes, abre a porta e oferece a mão para a dama
apoiar-se;
Oferecer o casaco à dama, às vezes até com certa insistência, quando a
temperatura está mais baixa do que o confortável para ela;
Ter sempre um guarda-chuva disponível para o conforto de uma dama
que dele possa precisar. Abrir e segurar o guarda-chuva, lembrando que
o primeiro objetivo é manter a dama seca, o segundo, manter-se seco;
Em um restaurante, o cavalheiro conversa e decide com a dama sobre o
pedido; só então o faz ao garçom;
Manter a atenção exclusivamente na dama que está em sua companhia.
Para um verdadeiro cavalheiro, não existem outras damas;
Ser sempre gentil e delicado. Nunca agressivo ou grosseiro, seja com
olhares ou palavras, muito menos com atitudes;
Após um encontro, ligar atenciosamente para a dama, mesmo se não tem
interesse em manter um relacionamento. Usar de tato para não gerar
falsas esperanças. A boa educação evita constrangimentos
desnecessários;
Atualmente, um cavalheiro não fuma próximo de não fumantes,
especialmente diante de uma dama.
Bom dançarino
Um bom cavalheiro sabe dançar. Sabe que sua dama espera ser
conduzida. Ela se deixará conduzir mais facilmente se sentir que seu par está
absolutamente atento e sabe o que está fazendo. A ausência de condução
durante a dança dá à dama a sensação de abandono, levando-a à pressão
77
psicológica de acreditar ser responsável por acertar todos os passos para não
se constranger diante das outras pessoas no salão.
Muitos cavalheiros experientes em palco, com uma dança visualmente
bela, simplesmente são incapazes de uma condução de salão minimamente
agradável. Boa parte deles não sabe que é detestado pelas damas que
percebem esta sua incompetência. Estes cavalheiros trazem frustração para a
dama, fazem-na infeliz durante sua dança.
Por outro lado, dançando de forma elaborada ou muito simples, o
verdadeiro cavalheiro mantém a essência do salão fazendo sua dama sentir-se
uma deusa inteligente, uma grandiosa dançarina, mesmo se é uma iniciante com
dificuldades.
Assim, o cavalheiro de verdade observa seu par antes de convidar para
uma dança e, logo no primeiro abraço, avalia suas reações. Percebe,
inicialmente, como sua dama transfere o peso e assume o comando desta
transferência. Lentamente, faz a base da dança até entender como a dama
responde melhor. Disponibiliza, com absoluta tranquilidade, todo o tempo que
ela precisa para adquirir confiança. Não arrisca qualquer movimento que tenha
dúvida se sua parceira será capaz de acompanhar ou que ele próprio seja capaz
de corrigir em caso de falha. O cavalheiro verdadeiro pede desculpas quando a
dama erra porque sabe que ele é que não foi capaz de perceber que a dama não
saberia realizar o passo que conduziu. É isto que faz a dama se sentir a melhor
dançarina do mundo naqueles braços e é esta a missão primordial do cavalheiro
na pista de dança.
78
Por que um homem deve ser cavalheiro
79
equilibrar estas diferenças, mas é um reconhecimento doce que torna tudo mais
leve e suportável.
As poucas razões citadas como exemplo já são suficientes para justificar
porque homens devem ser cavalheiros com mulheres. A opção pelo
cavalheirismo, no entanto, é individual e intransferível.
80
QUEM PODE SER UMA DAMA OU UM CAVALHEIRO
Hoje, para buscar o ideal de ser uma dama ou um cavalheiro não é preciso
ter dinheiro ou posição social, pertencer a uma elite ou algo similar. É
fundamental assimilar a importância deste ideal para si e para os outros, querer
e decidir. Depois, almejar desenvoltura intelectual, adquirida com leitura de
qualidade, o que está amplamente acessível em livros, manuais, revistas,
jornais, sites, blogs entre outros. Assim, qualquer um poderá ser uma dama
ou um cavalheiro, basta ter despertado o interesse pelas características
destes protagonistas de um salão de dança, buscar informações, se apropriar
delas e treinar.
81
Figura 15– Pintura de Guys, Constantin-Ernest-Adolphe-Hyacinthe (1802-1892), aguada com
tinta cinza, produzida entre 1852 e 1860. Localização da obra: Museu do Louvre, Paris, França.
82
CAVALHEIROS E DAMAS NO SALÃO DE BAILE
83
PARTE III
84
COMUNICAÇÃO CIVILIZATRIZ NA PISTA DE DANÇA:
CONDUÇÃO
85
HISTÓRIA E CONCEPÇÕES DE CONDUÇÃO
86
ou não uma pressão social para que uma dança não fosse negada. E, uma vez
aceito, esmerava-se para agradá-la e atender aos seus desejos, o que é muito
difícil fazer se a posição é de simples comando. É esta regra de objetivo do
cavalheiro em fazer a dama feliz que assegura controle do seu poder de decisão
quanto aos movimentos que serão executados, promovendo uma relação de
harmonia, uma relação civilizatriz no ato da condução.
Portanto, assim desenhou-se o princípio histórico da condução na dança
de salão. Um cavalheiro, concentra-se em satisfazer sua dama, obtendo assim
sua própria satisfação. E a dama, reage de forma a revelar o que deseja,
permitindo assim que o cavalheiro possa atendê-la. Em seu surgimento, a
essência da condução está, portanto, intimamente ligada à etiqueta que, por sua
vez, orienta a forma de relacionamento entre cavalheiros e damas na pista de
dança, caracterizando os princípios da condução.
Inicialmente, este modelo esteve restrito à aristocracia, servindo inclusive
como forma de diferenciação social, afirmação hierárquica e até mesmo de
dominação. As práticas de dança que imitavam as danças de bailes da nobreza
não estavam imersas no escopo da completa formação de cavalheiros e damas.
Assim, minúcias do desenho da condução que partia do princípio de “satisfazer
a dama” podem ter sido facilmente desviadas para “comandar a dama”, o que
parece natural, considerando que a sociedade sem acesso à formação da
nobreza assim estava consolidada.
Ao longo do tempo, surgiram outras concepções de condução, além desta
de cunho histórico e de sua corrupção. Venho discutindo estes aspectos na
literatura já há alguns anos, mas destaco para aprofundamentos, alguns artigos
publicados na Revista Dança em Pauta, que compilam informações
interessantes:
87
“Damas também são veículos” (14 de fevereiro de 2011);
“Cavalheiros são veículos” (18 de janeiro de 2011);
88
cavalheiro é o condutor preponderante e a dama, sem sair de seu
papel, pode propor conduções para o cavalheiro nos moldes históricos;
Concepção histórica compartilhada: da mesma forma, conforme a
concepção histórica, o cavalheiro é o condutor preponderante e a dama,
sem sair de seu papel, pode pedir corporalmente, de forma sutil e sem
comprometer a ideia inicial do cavalheiro, para assumir, por exemplo, a
definição do tempo em que o movimento proposto pelo cavalheiro será
feito, compartilhando com ele uma das esferas da condução;
Concepção revolucionária: dissolução da condução.
89
PARTE VIII
CONSIDERAÇÕES FINAIS
90
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A arte de viver
É simplesmente a arte de conviver...
Simplesmente, disse eu?
Mas como é difícil!
91
Bibliografias
92
Coleman, William L. Manual dos tempos e costumes Bíblicos. Minas Gerais:
Betânia, 1991.
Costa, Leonor. A dança de salão é um jogo. E a condução é pressuposto
necessário para que esse jogo funcione. Rio de Janeiro. Jornal Falando de
Dança. Fevereiro de 2008.
Cury, Fernanda. 23 lições de etiqueta à mesa. M de Mulher. Editora Abril. 20 de
dezembro de 2012. Disponível em:
http://mdemulher.abril.com.br/casa/reportagem/organizacao/23-licoes-
etiqueta-mesa-613572.shtml. Acesso em: 23 de abril de 2013.
Day, Charles William. Hints on etiquette, Otis Broaders & Co. Boston. 1843.
Demário, Leonor. e Zamoner, Maristela. Curinga: a nova proposta para
terminologia do “dois e dois”. In: Anais. CONGRESSO SUL-AMERICANO DE
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE, Ponta Grossa, Pr. p. 22. 1999.
Dodworth, Allen. Dancing and its relations to education and social life : with a
new method of instruction...,, by Allen Dodworth. New and enlarged ed. New
York, Harper & Brothers, vi, 302 p. front. (port.) illus. 20 cm. 1888.
Eighteen Distinguished Authors [sic], Correct Social Usage: a course of
instruction in good form, style and deportment.New York. The New York
Society of Self-Culture, 1903.
Elias, Norbert. A Sociedade de Corte. Lisboa: Editorial Estampa, 1987.
Elias, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Tradução de
Ruy Jurgman. 1v.2 ed., Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
Feitoza, Jonas Karlos S. Cocondução: procedimento corporal de comunicação
relacional nas Danças de Salão. In: Perna, Marco Antonio [org]. 200 anos de
Dança de Salão. Volume 2. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de
Janeiro. 2012.
Fornaciari, Gino. Como aprender a dançar 4º ed. São Paulo: Liv. Teixeira, 1990.
Giffoni, Maria Amália Corrêa. Considerações históricas sobre as danças sociais
no Brasil. Revista do Arquivo Municipal de São Paulo. 1971.
Godey, Louis Antoine. Godey's Lady's Book and Magazine,
Philadelphia. Volume 40-41, 1850.
Grieger, Maria Christina Anna. Escritores-fantasma e comércio de trabalhos
científicos na internet: a ciência em risco. Faculdade de Medicina de Itajubá –
MG. Rev Assoc Med Bras; 53(3): 247-51. 2007.
93
Hallewel, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: Edusp, 1985.
Heiberg, Johan Ludvig. Corpus Medicorum Graecorum, v. 1. Leipzig / Berlin,
1927.
Hoenig, Samuel N. The Talmud on Trial. The Jewish Review. Volume 4, março,
1991.
Houghton, Walter R. et al. Rules of etiquette and home culture or what to do and
how to do it. Chicago. Rand, McNally & Co. 1886.
Jones, William Henry Samuel. Hippocrates, Volume I. London, Harvard
University Press, p. 298-300, 1923.
Kalil, Gloria. Chic (érrimo) Moda e etiqueta em novo regime. Editora Codex.
2004.
Kalil, Gloria. Chic: um guia básico de moda e estilo. Editora Senac. 8ª ed. 1997.
Kassing, Gayle. History of dance: an interactive arts approach. Chmpaign.
Human Kinetics. 2007.
King, Charles, 1844-1933. The colonel's daughter; or, winning his spurs.
Philadelphia, J. B. Lippincott & co., 2 p. l., 440 p. 19 cm. 1883.
Martine, Arthur, Martine's handbook of etiquette and guide to true politeness; a
complete manual for those who desire to understand the rules of good
breeding, the customs of good society, and to avoid incorrect and vulgar
habits. New York, Dick & Fitzgerald, 1866--As republished in Civil War Era
Etiquette, R.L. Shep editor and publisher, 1988.
Marton, Fábio. Kama Sutra: O côncavo e o convexo. Aventuras na história. Para
viajar no tempo. Guia do Estudante. São Paulo. Editora Abril. 2008.
Maschio, Itamar, Perfume em excesso. Webartigos.com. Saúde e beleza. 3 de
janeiro de 2011. Disponível em:
http://www.webartigos.com/articles/58403/1/PERFUME-EM-
EXCESSO/pagina1.html. Acesso em 10 de agosto de 2011.
Massena, Mariana. A sedução do brasileiro: Um estudo antropológico sobre a
dança de salão. Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-Graduação em
Sociologia e Antropologia, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais,
Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2006.
Mathias Netto, Antonio K. À Sombra do Barbaquá. Rio de Janeiro. O Editor,
2004.
94
Mesquita, Jomar. Transposição da linguagem coreográfica dos salões para os
palcos – Dança de Salão como arte. In: PERNA, M. (org.) 200 anos de Dança
de Salão no Brasil. Volume 1. Número 1. Rio de Janeiro. Amaragão Edições
de Periódicos. 2011.
Minicucci, Agostinho. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais.
6.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
Mirandola, Pico della. A dignidade do Homem. São Paulo: Editora Escala. 2006.
Nunes, Edinho. Forró do Zé Anísio. Programa Fusão. 27 de março de 2009.
Disponível em: http://programafusao.blogspot.com/2009_03_01_archive.html
Acesso em 10 de agosto de 2011.
Oliveira, Linda. Perfumes – A Arte de sentir bem. Cosméticos.com. s/d.
Disponível em: http://www.cosmeticos-cia.com.br/artigo4.html. Acesso em: 11
de agosto de 2011.
Ortolan, Braga Glorinha. Educação e requinte. Bauru: Graphpress, 1999.
Ossona, Paulina. A Educação Pela Dança. São Paulo: Summus, 1988.
Paiva, Ana. A magia da dança indiana. Kuchipudi. 2008. Disponível em:
http://anakuchipudi.blogspot.com.br/2008/06/magia-da-dana-indiana.html.
Acesso em: 23 de maio de 2013.
Patricio, Alvaro Dias. Novíssimo e completo Manual de Dança, Tratado Theorico
e Pratico das Danças de Sociedade. Rio de Janeiro. B. L. Garnier, Livreiro –
Editor. 1890.
Perin, Leonardo. Guia para Cavalheiros do século XIX. Alpheratz. Sem data.
Disponível em: http://www.alpheratz.org/index2.php?page=cav. Acesso em
23 de janeiro de 2013.
Pisani Martini, Cristiane Oliveira. Indícios de educação do corpo nos manuais de
dança de salão. In: Perna, Marco Antonio [org.]. 200 anos de dança de salão
no Brasil. Volume 4. Amaragão Edições de Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.
Ransom, J. Clinton. Successful life: designed to teach the young how to attain
the highest success and to lead both old and young to a more useful, happy
and prosperous life /, Philadelphia, PA : L. P. Miller & Co, 1891, 606 p.
Reid, Robin A., ed. Women in Science Fiction and Fantasy. Westport, CT:
Greenwood Publishing Group. V 1. V2. 2009.
Rezende, Cláudia. Há algo no ar. Revista Ciência Hoje. 21 de julho de 2011.
95
Rotterdam, Erasmo. De Pueris (dos meninos)/A Civilidade Pueril. São Paulo:
Editora Escala, s/d.
Rowland, Helen, Reflections of a bachelor girl/, New York, dodge Publishing
Company, 1909.
Rybolt, John E. Sirácida. In: Bergant, Dianne; Karris, Robert J. (orgs). The
Collegeville Bible Commentary. The Order of St. Benedict, Inc. The Liturgical
Press Collegeville, Minnesota. 1989.
Saldanha, Milton. Dama da Gafieira - Maria Antonietta. São Paulo. Phorte. 2010.
Saldanha, Milton. Mulheres no comando da condução. São Paulo. Jornal
Dance. Junho de 2006.
Santos, Priscilla. Danceteria Busca Sustentabilidade. Teclim UFBA. Acesso em
21 de setembro de 2011: http://teclim.ufba.br/site/noticia.php?id=29. 2007.
Santos, Sheila. O diálogo dançante da dama contemporânea. Revista Dança
em Pauta. 20 de maio de 2013. Disponível em:
http://site.dancaempauta.com.br/o-dialogo-dancante-da-dama-
contemporanea/. Acesso em 03 de junho de 2016.
Sasportes, José. Storia della danza italiana dalle origini ai giorni nostri. EDT srl.
Torino. 2011.
Schemes, Claudia. Pedro Adams Filho: empreendedorismo, indústria calçadista
e emancipação de Novo Hamburgo. Tese. PUCRS. Porto Alegre, 2006.
Schwarcz, Lilia Moritz. As barbas do imperador, D. Pedro II, um monarca nos
trópicos. São Paulo. Companhia das Letras. 1998.
Sedycias, Roberto. Os benefícios de usar perfume. Saúde e Beleza.
Webartigos.com. 10 de setembro de 2007. Disponível em:
http://www.webartigos.com/articles/2193/1/Os-Benefiacutecios-De-Usar-
Perfume/pagina1.html. Acesso em 11 de agosto de 2011.
Semmens, Richard Templar. The Bals Publics at the Paris Opéra in the
Eighteenth Century. Pendragon Press, 2004.
Soca, Ricardo. La fascinante historia de las palabras. Tomo I. Editorial
Associação Cultural Antonio de Nebrija, Río de Janeiro, 2004.
Strack, Míriam Medeiros. Dama ativa e comunicação entre o casal na dança de
salão: uma abordagem prática. Monografia. Especialização em Teoria e
Movimento da Dança com Ênfase em Danças de Salão da Faculdade
Metropolitana de Curitiba. 2013.
96
Tanno, Janete Leiko. Clubes recreativos em cidades das regiões sudeste e sul:
identidade, sociabilidade e lazer (1889-1945). UNESP – FCLAs – CEDAP, v.7,
n.1, p. 328-347, jun. 2011.
Toledo, Cézar de Alencar Arnaut de. Sobre o Enchiridion Militis Christiani, de
Erasmo de Roterdão. Portal de Periódicos UEM, Paraná, v. 26, n. 1, p. 95-
101, 2004.
Tonial, Tiago. Dança de Salão e lazer na sociedade contemporânea: um estudo
sobre academias de Belo Horizonte. Dissertação de mestrado. Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Universidade Federal
de Minas Gerais. 2011.
Torre, Della M. B. L. O homem e a sociedade: uma introdução à sociologia. São
Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1981.
Torres, Monica. Vai levar o filho ao teatro? Preste atenção nas dicas de etiqueta
Especialistas dão dicas para adultos e crianças curtirem a experiência. Jornal
Zero Hora. 16/09/2010. Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-
e-estilo/donna/noticia/2010/09/vai-levar-o-filho-ao-teatro-preste-atencao-nas-
dicas-de-etiqueta-3040841.html. Acesso em: 15 de maio de 2012.
Trollope, Anthony Thomas, 1815-1882. North America. Philadelphia, J.B.
Lippincott, 1862.
Trollope, Fanny & Neville-Sington, Pamela. Domestic Manners of the Americans
Originally. Penguin Books. 1842.
Tuoto, Elvio A. “O juramento de Hipócrates (Texto completo)”. In: História da
Medicina by Elvio A Tuoto. Brasil, 2011. Acesso em 12 de abril de 2013.
Disponível em: http://historyofmedicine.blogspot.com.br/2011/03/o-
juramento-de-hipocrates-texto.html
Tymoczko, Maria. Translation, resistance, activism. Amherst and Boston.
Universidade de Massachusetts. 2010.
Tymoczko, Maria. Translation, resistance, activism. Amherst and Boston.
Universidade de Massachusetts. 2010.
Vatsyayana. Vatsyayana Kamasutram. Sem Editora. Pataliputra. Sem data
definida, aproximadamente 400 d.C.
Weber, Caroline. Rainha da moda: como Maria Antonieta se vestiu para a
Revolução. 1v. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. 2 ed., Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2008.
97
White, Annie R.. Polite society at home and abroad: a complete compendium of
information on all topics classified under the head of etiquette /, Chicago IL:
L.P. Miller & Co, 448 p. 1891.
Young, John H.. Our deportment : or, The manners, conduct and dress of the
most refined society /, compiled by John H. Young. Harrisburg, PA :
Pennsylvania Publishing Co, 415 p. 1879.
Zamoner, Maristela. A heterossexualidade da dança de salão. Revista Dança em
Pauta, 20 de novembro de 2011. Disponível em:
http://site.dancaempauta.com.br/a-heterossexualidade-da-danca-de-salao/.
Acesso em 03 de junho de 2016.
Zamoner, Maristela. Conceitos e definição de Dança de Salão. Lecturas:
Educación Física y Deportes. Revista Digital. Argentina, Año XX, nº 17. No.
171. Agosto, 2012.
Zamoner, Maristela. Conduzir e mandar, histórias diferentes. Curitiba. Revista
Dança em Pauta. 12 de agosto de 2013. Disponível em:
http://site.dancaempauta.com.br/conduzir-e-mandar-historias-diferentes/.
Acesso em 03 de junho de 2016.
Zamoner, Maristela. Dança de salão a caminho da licenciatura. Protexto. 2005.
Zamoner, Maristela. Dança de salão e o ápice da autorealização. Revista Dança
em Pauta, 21 de fevereiro de 2012. Disponível em:
http://site.dancaempauta.com.br/danca-de-salao-e-o-apice-da-
autorrealizacao/. Acesso em 03 de junho de 2016.
Zamoner, Maristela. Dança de Salão, conceitos e definições fundamentais.
Protexto. 2013.
Zamoner, Maristela. Dança de Salão, uma análise das referências bibliográficas
utilizadas na produção científica. Lecturas: Educación Física y Deportes.
Revista Digital. Argentina, Año XX, nº 17. No. 171. Agosto, 2012.
Zamoner, Maristela. E se as damas conduzissem? Curitiba. Revista Dança em
Pauta. 14 de março de 2011. Disponível em:
http://site.dancaempauta.com.br/e-se-as-damas-conduzissem/. Acesso em
03 de junho de 2016.
Zamoner, Maristela. Educação ambiental para dança de salão. Protexto. 2007.
Zamoner, Maristela. Música, cavalheiro, dama e autoconhecimento. Curitiba.
Revista Dança em Pauta. 19 de novembro de 2014. Disponível em:
98
http://site.dancaempauta.com.br/musica-cavalheiro-dama-e-
autoconhecimento/. Acesso em 03 de junho de 2016.
Zamoner, Maristela. Passos aéreos e dança de salão, ainda há dúvida? Revista
Dança em Pauta, 10 de maio de 2011. Disponível em:
http://site.dancaempauta.com.br/passos-aereos-e-danca-de-salao-ainda-ha-
duvida/. Acesso em 03 de junho de 2016.
Zamoner, Maristela. Sexo e dança salão. Protexto. 2007.
Sites consultados:
1. http://blog.ambientebrasil.com.br/?p=243
2. http://jorgebichuetti.blogspot.com/2011/04/sociedade-de-amigos-poesia-
da-danca-os.html
3. http://letrasdespidas.wordpress.com/2008/07/18/danca-da-vida-edvard-
munch/
4. http://osmedieval.wordpress.com/2011/02/08/placas-e-anuncios-de-
nosso-brasil/
5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Depila%C3%A7%C3%A3o
6. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Aur%C3%A9lio_de_Figueiredo_-
_O_%C3%9Altimo_baile_da_Ilha_Fiscal_(Manaus).JPG
7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Wilhelm_Gause_Hofball_in_Wien.jpg
8. http://pt.wikipedia.org/wiki/Roupa
9. http://www.01ns.eu/lacornice/imp039.htm
10. http://www.apontador.com.br/local/pr/porto_vitoria/enderecos_empresari
ais/C404860354194U194B/prefeitura_mun_de_porto_vitoria.html
11. http://www.casamentocarioca.com.br/site/conteudo_artigos_materias_de
talhes.asp?titulo_link=moda&id=444
12. http://www.centroculturalcarioca.com.br/cursos_danca.php
13. http://www.cobra.pages.nom.br/bmp-mesatalheres.html
14. http://www.construtoradepalavras.com.br/2010/06/guria-da-capital-na-
regiao-noroeste-do.html
99
15. http://www.diariodemulher.com/Beleza-e-Estilo/a-maquiagem-perfeita-
para-cada-ocasiao
16. http://www.editorafolha1.com.br/tintura.html
17. http://www.galeriaaberta.com/sara_vieira/gordas/slides/Dan%C3%A7a%
20nocturna%20-%20acr%C3%ADlico%20sobre%20tela%20-
%2050x60cm%20-%202007%20-%20400%E2%82%AC.html
18. http://www.londrix.com.br/noticias.php?id=15056
19. http://www.netcult.com.br/netcult.qps/Ref/QUIS-7LDV4G
20. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mulher-maquiagem/historia-
da-maquiagem.php
21. http://splendors-
versailles.org/StudentGuide/Customs/index.middleFrame.html
22. http://www.chateauversailles.fr/l-histoire/versailles-au-cours-des-
siecles/vivre-a-la-cour/les-courtisans
23. http://www.historianet.com.br/main/
24. http://todocomposto.wordpress.com/
25. http://www.dancenews.com.br/edicoes/anteriores/ed70.pdf
26. http://todocomposto.wordpress.com/2010/02/17/os-beneficios-da-danca-
de-salao/
27. http://www.pucrs.br/manualred/maiusculas.php
100
OUTRAS PUBLICAÇÕES DA AUTORA NA ÁREA DA DANÇA DE SALÃO
Livros
101
28. Música, cavalheiro, dama e autoconhecimento. Curitiba. Revista Dança em Pauta, 19
nov, 2014.
29. Comportamento de risco na Dança de Salão. Curitiba. Revista Dança em Pauta, 23
ago, 2014.
30. Breve histórico de comportamento de risco na Dança de Salão. Revista Dança em
Pauta, 23 ago, 2014.
31. Condução, diferentes possibilidades a cada dança. Curitiba. Revista Dança em
Pauta, 28 nov, 2013.
32. Condução e prazer. Curitiba. Revista Dança em Pauta, 17 set, 2013.
33. Entre Flores de Mimulus. Editora Protexto. 3 de setembro de 2013.
34. Conduzir e mandar, histórias diferentes. Revista Dança em Pauta, 12 ago, 2013.
35. Imagem do Cassino Fluminense é uma Fraude. Jornal Falando de Dança. Rio de
Janeiro. Página 8. Ano 6. No 68. Maio, 2013.
36. O que a Dança de Salão tem a ver com sexo? Revista Dança em Pauta, 25 abr, 2013.
37. A aventura infantil na Dança de Salão. Revista Dança em Pauta, 11 out, 2012.
38. Opiniões de autores sobre o artigo "Plágio ou Colagem? Em textos de Dança de
Salão", de Marco Antônio Perna. Página 9. Jornal Falando de Dança. Edição 60,
setembro, 2012.
39. A dança do albatroz. Revista Dança em Pauta, 07 jul, 2012.
40. O poder da metamorfose feminina na dança de salão. Revista Dança em Pauta, 07
mai, 2012.
41. Dança de salão e o ápice da autorrealização. Revista Dança em Pauta, 21 fev, 2012.
42. A heterossexualidade da dança de salão. Revista Dança em Pauta, 20 nov, 2011.
43. Uma década do livro “Samba da Gafieira e a História da dança de salão
brasileira”. Jornal Falando de Dança. Pág. 4. Edição nº 49. Ano IV. Rio de Janeiro.
Out, 2011.
44. Um toque de infidelidade. Revista Dança em Pauta. Cinema. 27 set, 2011.
45. Sobre o artigo “Passos aéreos e a dança de salão, ainda há dúvida?” Revista Dança
em Pauta, 8 jun, 2011
46. Passos aéreos e dança de salão, ainda há dúvida? Revista Dança em Pauta, 10 mai, 2011.
47. Dançamos o que somos. Revista Dança em Pauta, 11 abr, 2011.
48. E se as damas conduzissem? Revista Dança em Pauta, 14 mar, 2011.
49. Damas também são veículos. Revista Dança em Pauta, 14 fev, 2011.
50. Cavalheiros são veículos. Revista Dança em Pauta, 18 jan, 2011.
51. Dançar é pecado? Revista Dança em Pauta, 18 dez, 2010.
52. O reencontro das culturas através da dança de salão. Revista Dança em Pauta, 16
nov, 2010.
53. Confissões sobre o ponto G da dança de salão. Revista Dança em Pauta, 11 out, 2010.
54. Porque o ser humano sempre quer mudar sua aparência? Revista Dança em Pauta,
21 set, 2010. Em co-autoria com: Marcel Luis Franciscon e Clóvis Eduardo
Escarabelin.
55. A natureza artística da dança de salão. Revista Dança em Pauta, 10 ago, 2010.
56. A arte como produto comportamental. Revista Dança em Pauta, 9 jul, 2010.
57. Doutores aprendizes - Editora Protexto, 2010.
58. Trabalhos acadêmicos - Bancas examinadoras - Editora Protexto, 2010
59. Pedagogia do ranço - Editora Protexto, 2009.
60. O que há de biológico nas histórias da dança e ... - Editora Protexto, 2009.
61. Dança de salão em um concurso público. Jornal da Dança, Rio de Janeiro, número
107, página 9, 2008.
102
62. Dança de salão em Curitiba. Jornal Dance News, Rio de Janeiro, número 88, página
10, abril de 2008.
63. Sexo e Dança de Salão, uma análise. Rio de Janeiro. Jornal da Dança, número 100,
página 4, 2007.
64. Discutindo Conceitos: Dança de Salão e Curinga. Jornal da Dança, Rio de Janeiro,
número 101, página 7, 2007.
65. Você faz parte de qual grupo? Jornal da Dança, Rio de Janeiro, número 103, página 9, 2007.
66. Prática e ensino de Ciências, Biologia e dança de salão. Jornal da Dança, Rio de
Janeiro, número 104, página 4, 2007.
67. Criança, cidadania e as professoras curitibanas. Jornal da Dança, Rio de Janeiro,
número 105, página 9, 2007.
68. FAMEC encerra a primeira turma de pós graduação em dança de salão com
magnífica produção científica. Jornal da Dança, número 99, página 9, 2007.
69. Kilve Costa e a reprovação aprovada. Jornal Dance, São Paulo, número 141, página
10, 16 julho. 2007.
70. Ciência e Dança (entrevistada por Luiz Leite). Dance News, Rio de Janeiro, p. 8 - 9,
01 jun. 2007.
71. Conceitos e premissas da Educação Ambiental e a pertinência de seu trabalho pela
dança de salão. Editora Protexto, Curitiba. 2007.
72. Divulgação científica Educação Ambiental para melhor idade: uma experiência na
Paraíba. Editora Protexto, Curitiba. 2007.
73. Divulgação científica Educação Ambiental para crianças e adolescentes: a
contribuição da dança de salão. Editora Protexto, Curitiba. 2007.
74. Divulgação científica Biodiversidade e dança de salão. Editora Protexto, Curitiba, 02 out. 2007.
75. Encerra-se a primeira turma de Pós-graduação em Dança de Salão com magnífica
produção científica. Curitiba. Editora Protexto. 2007.
76. Divulgação científica Conceitos e premissas da Educação Ambiental e a
pertinência de seu trabalho pela dança de salão. Editora Protexto, Curitiba, 2007.
77. História da Dança de Salão no Brasil: Sergipe do século XIX. Lecturas Educación
Física y Deportes (Buenos Aires), Ano 20, N. 214. Março, 2016.
78. História da Dança de Salão no Brasil: Santa Catarina do século XIX. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 210. Dezembro, 2015.
79. História da Dança de Salão no Brasil: Minas Gerais do século XIX. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 209. Outubro, 2015.
80. História da Dança de Salão no Brasil, recortes do Rio de Janeiro do século XIX.
Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 207. Agosto, 2015.
81. História da Dança de Salão no Brasil, Bahia do século XIX. Lecturas Educación
Física y Deportes (Buenos Aires), v. 195. Agosto, 2014.
82. História da Dança de Salão no Brasil, Maranhão do século XIX. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 194. Julho, 2014.
83. História da Dança de Salão no Brasil: Pernambuco do século XIX. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 192. Abril, 2014.
84. História da Dança de Salão no Brasil: Curitiba e Paraná do século XIX. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 188. Janeiro, 2014.
103
85. História da Dança de Salão no Brasil: mestres no Rio de Janeiro do século
XIX. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 187. Dezembro, 2013.
86. História da Dança de Salão no Brasil do século XIX e os irmãos Lacombe. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 186. Novembro, 2013.
87. História da Dança de Salão no Brasil: São Paulo, SP do século XIX. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 185. Outubro, 2013.
88. História da Dança de Salão no Brasil: século XVIII e alguns antecedentes. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 184. Setembro, 2013.
89. ‘Um baile no Cassino’ x ‘Un baile en la Casa de Gobierno’:indícios de uma
fraude. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 173. Outubro, 2012.
90. Conceitos e definição de Dança de Salão. Lecturas Educación Física y Deportes
(Buenos Aires), v. 172. Setembro, 2012.
91. Dança de salão, uma análise das referências bibliográficas utilizadas na produção
científica. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 171. Agosto, 2012.
92. Reflexões sobre o Bolero e sua história. Em Co-autoria com Cristovão Christianis. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 159, 2011.
93. Produção textual em dança de salão no Brasil, um recorte. Lecturas Educación
Física y Deportes (Buenos Aires), v. 154, 2011
94. Dança de salão, um panorama sobre a produção de trabalhos acadêmicos. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 153, 2011.
95. Dança de salão e publicações em eventos científicos, um recorte. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 152, 2011
96. Dança de salão: uma análise dos registros de livros na Fundação Biblioteca
Nacional. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 151, 2010
97. Dança de Salão e publicações científicas em periódicos indexados. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 150, 2010
98. Educação Ambiental na dança de salão (danças sulistas): Uma experiência no Rio
de Janeiro. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 120, 2008.
99. Aulas de dança de salão em Curitiba: meio ambiente, saúde, sociabilização e
técnica. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 119, 2008.
100.Prática e ensino de dança de salão, comportamento sexual e drogadição: confusões e
preconceitos. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 107, p. 1-6, 2007.
101. Educação ambiental e educação em saúde na dança de salão para melhor idade:
uma experiência na Paraíba. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v.
109, p. 1-7, 2007.
102. Árvores genealógicas e cladística como base para o estudo das relações
históricas entre as danças de salão: uma proposta. Lecturas Educación Física y
Deportes (Buenos Aires), v. 113, p. 1-6, 2007.
103. Especialização em dança de salão (Faculdade Metropolitana de Curitiba
FAMEC): análise das apresentações de monografias da primeira turma.
Movimento & Percepção (Online), v. 8, p. 81-98, 2007.
Capítulos de livros
104
105. Zamoner, Maristela. Árvores genealógicas e cladística como base para o estudo
das relações históricas entre as danças de salão: uma proposta. In: Perna, Marco
Antonio [org]. 200 anos de Dança de Salão no Brasil. Volume 3. Amaragão Edições de
Periódicos. Rio de Janeiro. 2012.
105
EDIÇÕES COMFAUNA, OUTRAS PUBLICAÇÕES
106
ISBN 978-85-66017-03-8
107