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Resumo: A dança é uma das artes mais antigas do mundo, sempre era acompanhada
carregada de significados em forma de rituais, seja em veneração aos deuses ou para pedir
chuva, curar doenças ou em cerimônias. O objetivo desse trabalho é relatar a nossa
experiência na turma de DAPD adulto e infantil do programa de dança e artes circenses -
PRODAGIN, localizado na faculdade de educação física e fisioterapia - FEFF da universidade
federal do Amazonas - UFAM e mostrar a evolução de um de nossos alunos. Esse trabalho é
de cunho qualitativo, o relato foi realizado pelos professores da turma de dança para pessoas
com deficiência - DAPD. As turmas sempre foram muito participativas, empolgadas e com
uma conexão grandiosa, pois sempre estavam atentas aos movimentos e ofereciam as suas
melhores performances. A dança ajuda no desenvolvimento motor, intelectual, psicológico e
social dos portadores de deficiência física ou cognitiva.
Palavras-chave: Dança; Deficiência ; Qualidade de vida.
Introdução
Desde a antiguidade, o homem antes da formação das grandes civilizações já dançava, alguns
imitavam animais, outros criavam movimentos em rituais e foram evoluindo e construindo o
que hoje chamamos de dança. De acordo com VERDERI (2009): “O homem primitivo
dançava por inúmeros significados: caça, colheita, alegria, tristeza, sempre em forma de
ritual”. Com isso podemos afirmar que a dança é tão importante quanto falar, cantar, andar,
praticar esportes e brincar.
Atualmente, a dança possui uma alta adesão por parte de pais de filhos(as) portadores de
deficiência motora ou intelectual, já que é uma das formas de intervenção mais aconselhadas,
isso ocorre por possibilitar os indivíduos ampliar suas vivências e descobrir seu próprio corpo,
além do aperfeiçoamento de habilidades, capacidades físicas e motoras (VERDERI,1998;
CINTRA,2002).
Métodos
Resultados
Em 2019, ao fazer parte do DAPD infantil, na época como professor voluntário, pude
observar que era uma turma incrível, pois as crianças eram participativas e sempre estavam
muito empolgadas para começar a aula que era divertida. Foi bastante perceptível o avanço de
cada aluno(a) no seu desenvolvimento motor e em noções de espaço e tempo.
O aluno denominado aqui com a letra A tinha dificuldades em fazer um contra tempo quando
entrei na turma, em 4 semanas ele já estava ensinando outros colegas com dificuldades, isso
foi uma surpresa positiva. Em outro caso, uma aluna denominada aqui como B, não conseguia
realizar o ‘dois pra lá e o dois pra cá ‘ do boi-bumbá, quando sai da turma no final do ano, ela
já estava conseguindo realizar com facilidade os movimentos. Essa paixão que as crianças
tinham por estarem dançando era visível e isso era motivo de orgulho da minha parte em fazer
com que elas evoluíssem.
Acompanhar o crescimento e a conquista de cada aluno(a) é algo que não dá pra descrever, foi
nesses momentos de felicidade em que tive a certeza que era isso que queria fazer, mudar
positivamente a vida das pessoas. No segundo semestre de 2022, retorno a ministrar aula para
turma de DADP, agora no adulto, e a experiência não poderia ser diferente. Os alunos antes
de começar às aulas, ficam esperando do lado de fora da sala, e se alegram quando vêem a
gente chegar, sempre somos bem recepcionados. Eles são fervorosos durante as aulas, uns
mais experientes até ensinam outros amigos com dificuldades em executar a coreografia ou o
exercício que está sendo feito. Sabe aquela sensação de dever cumprido? é o que sinto toda
vez que as aulas acabam.
O aluno observado, no início era o mais tímido, pouco conseguia se expressar com
movimentos, a partir da quinta semana seu comportamento passou a ser mais ativo nas aulas,
ele tem se divertido cada vez mais, tem mostrado interação e executado as coreografias
passadas em aula e se mostrando mais participativo e até tentando ajudar outros colegas da
turma a fazer igual, sem contar que seu desempenho motor tem melhorado muito. Para nós,
como acadêmicos, essas experiências são de extrema importância, podemos aprender e
ensinar com tudo isso, no início quando me deparei com a turma de DAPD – dança para
pessoas com deficiência, fiquei bem assustada pois não sabia como iriam reagir com a
mudança de professores, e sim, é de se surpreender o amor que eles tem pela dança, a maioria
chega na sala bem cedo, e ficam ansiosos se a aula já vai começar, é muito gratificante poder
ensinar ajudar e ver que é ali mesmo que eles querem estar, não precisa ninguém forçá-los já
que todos amam se expressar através da dança e da música.”
Conclusão
A dança traz benefícios para o corpo, como: tônus muscular, flexibilidade, autoestima e
estética corporal (HASS e GARCIA, 2006). Porém ainda há muita escassez de pesquisas
voltadas para a relação que uma pessoa com deficiência tem com a dança, já que para a
maioria da população ainda está enraizado um padrão cuja a qual todos devem seguir, que na
maioria das vezes é complexo e difícil demais para a acompanhar (ANCONA, 2008).
Com isso, podemos concluir que a prática da dança com o devido acompanhamento e
continuidade, favorece o bem-estar dos indivíduos portadores de deficiência física e/ou
cognitiva, como foi mostrado através do nosso relato.
Referências
HASS, Aline Nogueira e GARCIA, Ângela. Ritmo e dança. Canoas. Ed. ULBRA, 2006.
VERDERI, E. B. L. P. Dança na Escola. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
CINTRA, R. C. G. G. Educação Especial X Dança: um diálogo possível. Campo Grande:
UCDB, 2002.
ANCONA, C. (2008). A eficiência do corpo deficiênte:um estudo sobre a ótica da teoria da
complexidade. Movimento e Percepção , 200.
MAUERBERG-DECASTRO, E. Atividade física adaptada. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005