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FACULDADE DO LESTE MINEIRO

Atendimento Educacional Especializado- AEE

Bruno Santos Santana

A afetividade na educação infantil: O olhar docente

Vitória da Conquista
2023
A AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O OLHAR DOCENTE

Bruno Santos Santana1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- O presente trabalho traz a análise sobre a afetividade na educação infantil, sob a
visão do docente, destacam-se contribuições de autores renomados que falam sobre esse sentimento na
infância, como Lev Vygotsky, Jean Piaget e principalmente Henri Wallon, que é o autor que tem um
trabalho muito rico em relação a isso. Todo o estudo e observação sobre o assunto nos trazem a visão do
quão importante é a maneira com que se tratam as crianças, o impacto no desenvolvimento educacional
e a diferença que se faz no tratamento dos alunos. Além disso, foi abordado também, os aspectos
históricos do sentimento da infância que fez com que a visão sobre esta fase da vida fosse realmente de
crianças e não de mini adultos como se eram vistos outrora. Todo o trabalho foi voltado para a afetividade
e de como isso influencia no processo cognitivo, sócio afetivo e no processo de ensino aprendizagem das
crianças.
Discorre-se o fato da contribuição docente para o êxito da aprendizagem na educação infantil e
sobre a individualidade da criança, afetividade nos momentos inicias da vida como algo de suma
importância para a formação da criança. Ademais, conclui-se a importância do docente no processo de
troca, de mediação, de eficiência dentro do âmbito escolar e educacional sobre a educação na vida de
uma criança como algo preponderante na sua formação, nessa perspectiva o trabalho foi realizado.

PALAVRAS-CHAVE: Afetividade. Educação infantil. Docente.

1
santanabruno974@gmail.com
INTRODUÇÃO

A pesquisa a qual esta produção acadêmica se refere é uma compreensão sobre


a afetividade e sua relevância no processo formal, em particular à relação da
afetividade, a qualidade da prática educativa e o olhar docente sobre este tema.
A separação entre cognição e afetividade expressa, ainda hoje, a necessidade
de algumas práticas docentes que deixam claras a falta de compreensão e
entendimento sobre a afetividade em um processo de desenvolvimento e socialização
das crianças com o meio e com as pessoas com quem elas vivem. Desta forma, este
referido trabalho enseja sobre as problemáticas acerca do campo afetivo na educação
infantil e procurou observar de que modo acontece e qual é a necessidade da
afetividade entre professor e aluno no ambiente educacional, especialmente.
Destacando a importância da emoção na produção de significado às experiências
práticas, empirismo.
Nesta perspectiva a pesquisa foi realizada por meio de um trabalho analítico e
metodológico, observando detalhadamente pesquisas e estudos voltados ao ambiente
escolar, às relações afetivas, o impacto que a temática possui, suas rotinas e as
percepções dos educandos sobre o seu educador e vice-versa.
Observou-se também, o processo de construção da afetividade nas crianças
inseridas na educação infantil, bem como os aspectos afetivos que fundamentam o
contato com o mundo externo em descoberta e com as pessoas que fazem parte do
seu cotidiano social. Com a abordagem sobre a afetividade, procurou-se identificar as
ações e posturas do educador que podem estimular o desenvolvimento da criança para
uma identidade saudável e positiva. As formas afetivas de se relacionar em um
contexto formal de educação, resultaram-se em fundamentos de um processo de
desenvolvimento cognitivo estruturado sobre aprendizagens significativas.
DESENVOLVIMENTO

1.1 – A afetividade

A afetividade é uma mistura de todo o sentimento que ensina a aprender e cuidar


das emoções tais como: carinho, amor, prazer, entre outros. Sendo assim, a afetividade
é um aglomerado de manifestações emotivas, segundo Ferreira (2017), afetividade é o
conjunto dos fenômenos afetivos (tendência, emoções, sentimentos, paixões, etc.).
A afetividade tem um papel importante no processo de aprendizagem do ser
humano, por está presente em todas as áreas da sua vida, influenciando no processo
cognitivo. Segundo Piaget o afeto tem grande influência no processo da inteligência,
para o autor:
vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são
inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo
estruturação e valorização... Assim é que não se poderia raciocinar, inclusive
em matemática, sem vivenciar certos sentimentos, e que, por outro lado, não
existem afeições sem um mínimo de compreensão... O ato de inteligência
pressupõe, pois, uma regulação energética interna (interesse, esforço,
facilidade)... (PIAGET, 1977, p. 16).

Além disso, entendemos que a afetividade proporciona um laço de amizade e


compreensão em relação aos indivíduos. A afetividade está diretamente presente em
nossas vidas, seja na classe economicamente mais abastada ou na classe menos
abastada, contudo, por vezes as crianças esperam encontrar esse sentimento no
ambiente escolar, entretanto existam docentes que não compreendem o olhar do afeto
como algo significativo no ambiente escolar, alguns educadores acham que o afeto
pode atrapalhar no ensino aprendizagem, mas autores como Piaget, Wallon, Comenius,
entre outros, compreendem que a afetividade do professor com o aluno desenvolve
uma educação mais significativa.
Diante disso é importante que os docentes sejam observadores, pois a
observação é o primeiro passo para uma abordagem com o seu aluno, não exercendo
coesão sobre ele, levando em consideração a vida social dessa criança como fator de
extrema importância no seu desenvolvimento escolar.
Rousseau (apud CERIZARA, 1990, p.101) entende que:

A observação é um instrumento indispensável para o trabalho do


professor no conhecimento das particularidades do seu aluno. Tendo por
finalidade a educação pela a idade e a educação pelo caráter, ao passo que o
educador deve conhecer as características gerais da infância e as
peculiaridades de cada criança.

Além da observação relatada pelo autor anteriormente, a afetividade transcende


o conhecimento do professor-aluno, permeia um campo de suma importância no
sentido cognitivo da criança, pois a área da inteligência se desenvolve no mesmo
sentido. Além disso, os conceitos morais são construídos de acordo ou no decorrer do
seu desenvolvimento cognitivo, de acordo com Piaget (1982), embora as crianças de
quase três anos de idade, estarem ainda em processo rudimentar dos conceitos morais,
elas já apresentam conceitos afetivos formados, preferencias e o sentimento de gostar
ou não. Com isso, é necessário que a criança seja cercada de amor e cuidados, pois,
através disso irá possibilitar um desenvolvimento adequado, Cury diz:

Abraçar, beijar e falar espontaneamente com os filhos cultiva a


afetividade, rompe os laços da solidão. [...] O toque e o diálogo são mágicos,
criam uma esfera de solidariedade, enriquecem a emoção e resgatam o sentido
da vida. (2003, p.45).

A afetividade nesse momento da vida se torna um fator de grande contribuição


para um bom desenvolvimento moral, social, cognitivo e psicológico da criança e a falta
do afeto pode acarretar problemas, atrapalhando o seu progresso e esses
“desencontros emocionais” podem gerar conflitos emocionais. Maturama (2004) sugere
como “cura para tal sofrimento” a relação de mútua aceitação, as relações de
brincadeiras com sua mãe, essências para o desenvolvimento da criança.
Desta forma, a afetividade assume papel fundamental no desenvolvimento
humano, determinando os interesses e necessidades individuais da pessoa.

1.2 – Afetividade segundo Wallon.

A afetividade é um tema de grande importância para Wallon, com estudos


amplos sobre o assunto, esse grande pesquisador contribuiu e ainda contribui para uma
compreensão aprofundada e relevante sobre esta pauta.
Wallon (2008) defende que o processo de evolução depende tanto da
capacidade biológica do sujeito quanto do ambiente, que a afeta de alguma forma. Ele
nasce com um equipamento orgânico, que lhe dá determinado recursos, mas é o meio
que vai permitir que essas potencialidades desenvolvam-se. Uma das contribuições de
Wallon está em apresentar um conceito diferente sobre emoção, sentimentos e paixão,
incluindo todas essas expressões como um desdobramento de um domínio funcional
mais abrangente: a afetividade, sem, contudo, reduzi-los uns aos outros.
Assim podemos definir a afetividade como o domínio funcional que apresenta
diferentes manifestações que irão se adequando ao longo do desenvolvimento e que
emergem de uma base orgânica até alcançarem relações variáveis com a cognição,
como pode ser visto nos sentimentos, ele destaca sobre a importância da afetividade no
processo de desenvolvimento da personalidade da criança, que se iniciaria de forma
sincrética e aos poucos adquiriria contornos mais claros através dos processos de
diferenciação.
No livro “A evolução psicológica da criança”, Wallon (2007) destaca a ligação
interessante entre o desenvolvimento psíquico e o desenvolvimento biológico do
individuo, afirmando que não existe preponderância do desenvolvimento psíquico sobre
o desenvolvimento biológico, mas ação recíproca. Há, portanto, uma incessante ação
recíproca do ser vivo e do seu meio.
Torna-se compreensível entender a afetividade de forma ampla, como um
conjunto funcional que se baseia do orgânico e adquire um conceito social na relação
com o outro e que é uma dimensão profunda na formação da pessoa completa.
Assim como a afetividade, a cognição é um fator importante na psicogênese da
pessoa completa, sendo o seu desenvolvimento atribuído também às bases biológicas
e suas “rotineiras” interações com o meio. De maneira que é necessário visualizá-los
em constante interação quando do surgimento da inteligência. Pensando sobre as
origens orgânicas da inteligência, Wallon (2008) destaca que à inteligência permite este
repasse do plano motor para o plano especulativo não podendo ser explicado, no
desenvolvimento do indivíduo, pelo simples fato de suas experiências motoras
combinarem-se entre si para melhor adequar-se as exigências múltiplas e instáveis do
real. O que está em jogo são as aptidões da espécie, particularmente as que fazem do
homem um ser social.
Assim para Wallon, a cognição, como a afetividade, nasce das características
orgânicas e vai adquirindo complexidade e diferenciação na relação compreensível com
o social. Destacará também o que se chama “as duas faces de uma mesma pessoa”,
Wallon era contrário à compreensão do humano de forma fragmentada, ele
desenvolveu uma síntese de conjuntos funcionais (afetivo, motor e cognitivo) e para
integração dinâmica entre o orgânico e o social.
Segundo Wallon (2007), seria contra a natureza tratar a criança
fragmentariamente. Em cada idade, ela constitui um conjunto indissociável e original.
Na sucessão de suas idades, ela é um único e mesmo ser em curso de metamorfoses.
Feita de contrastes e de conflitos, a sua unidade será por isso ainda mais susceptível
de desenvolvimento e de novidade.
Por isso, como Piaget, Wallon também apresenta “estágios” de desenvolvimento
para cada fase de desenvolvimento da criança, que para ele são cinco:
impulsivo-emocional (0 a 12 meses), que é a fase em que a criança transmite suas
necessidades tendo reação como o choro e inquietação, estabelecendo relação com o
meio. Sensório-motor (0 a 2 anos) que é a fase da inteligência prática, reflexos de
estruturas mentais primitivas, pensamento simbólico. Projetivo (até 3 anos) estagio
onde a criança começa explorar seu meio, como espaço, sujeitos e objetos.
Personalismo (3 a 6 anos) fase em que a criança começa a construir a sua
personalidade, ter consciência da sua existência. Categorial (6 a 11 anos) fase onde a
criança começa a ser mais objetivo assim sujeito e objeto se misturam e eles já
conseguem classifica-los, obtendo sentido lógico formal. Puberdade e adolescência (11
a 16) que e a fase do conflito com o corpo, busca da autoafirmação e o
desenvolvimento da sexualidade. Nesta maneira, revezam a inteligência e a afetividade.
O afeto é um aspecto predominante nos primeiros anos de vida. No artigo

publicado no site Nova Escola, Salla (2011) diz que: O bebê a usa para se expressar e

interagir com as pessoas, que reagem a essas manifestações e intermediam a relação


dele com o ambiente. Depois, na etapa sensório-motora e projetiva, a inteligência
prepondera. É o momento em que a criança começa a andar, falar e manipular objetos
e está voltada para o exterior, ou seja, para o conhecimento. Essas mudanças não
significam, no entanto, que uma das funções desaparece.
Afetividade também pode ser compreendida como uma forma de expressão do
ser humano, no artigo da Nova Escola (Salla, 2011; apud. Wallon, 2008), relata que
Wallon diz que a afetividade é manifestada por três maneiras: por meio da emoção, do
sentimento e da paixão. Essas expressões surgem durante toda a vida do indivíduo,
mas, assim como o pensamento infantil, apresentam uma evolução, que caminha do
sincrético para o diferencial. A emoção, segundo o educador, é a primeira expressão da
afetividade. Ela tem uma ativação orgânica, ou seja, não é controlada pela razão.
O importante é ressaltar que afetividade e emoção, embora estejam ligados um a
outro, não são sinônimos. Cada uma delas tem aspectos diferentes neste contexto, a
primeira está ligada a formas diferenciadas de um possível tratamento ou
comportamento, a segunda ligada a sentimentos e sensações.
Henri Paul Hyacinthe Wallon grande teórico e importante pesquisador, deixou um
legado e colaborou para que esse tema fosse amplamente discutido e analisado, sendo
um dos fundamentos de estudo da criança até os dias de hoje.

1.3 – Os caminhos da afetividade na educação infantil: O olhar docente


Para se compreender a necessidade da relação estabelecida do aluno/professor
que se tem dado à educação infantil, faz-se relevante entender o caminho da sua
evolução, que está ligada às mudanças de pensamento da criança. Para Castro (sd,
p.02), a infância “[...] para alguns é uma fase da vida onde reina a fantasia e a
liberdade. Para outros, a infância é uma etapa da vida onde a criança é considerada um
adulto em miniatura.”. Consequente a isso, a criança não era compreendida como um
ser social que têm direitos e quereres próprios como são postos nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010, p.12) criança é:

Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas


cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e
constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Hoje, a criança é entendida como um agente social de direitos e deveres e não


simplesmente um ser raso e superficial como anteriormente e antigamente era
compreendida. Foi então, a partir desses novos parâmetros de criança e infância que a
educação infantil começou a ser um ponto e destaque central de análises e discussões.
“As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que
sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.” (RCNEI, 1998, p. 21). Há, nessa
linha de raciocínio, a importância de levar em consideração os sentimentos e desejos
das crianças, entendendo-as como seres únicos.
Entretanto, a importância da qualidade e demanda da qualidade da educação
infantil teve um grande crescimento, fazendo-se com que essa fase tivesse diferentes
formas. Com essa nova forma do ambiente escolar as crianças têm agora tido a
oportunidade de usufruir desse espaço único, que é a educação infantil, pois possibilita
às crianças uma valiosa experiência, desenvolvendo-os através das relações e
interações sociais, incluindo-as em um ambiente rico em diversidades como a escola e
a sociedade.
A complexidade do processo formativo e a especificidade da Educação
Infantil exigem uma reconsideração da prática educativa, reconhecendo a
presença, nesse processo, da subjetividade dos sujeitos implicados (professor e
crianças). (SOMMERHALDER; ALVES, 2012, p. 248).

Conforme Sousa (1998), quanto menor a criança, mais bem instruído deve ser o
professor, pois é nessa etapa que a criança se desenvolve e se deixa influenciar mais
rapidamente. A autora prossegue, dizendo: “cuidar da infância e educar a criança é
uma obrigação, sempre urgente e necessária” (2007, p. 13). Segundo Sommerhalder e
Alves (2012, p. 241), “[...] a criança não é matéria inerte, ou seja, ela reage à ação do
professor, colocando em cena desejos e demandas que podem se chocar com os
desejos e demandas do professor.”. Os professores da educação infantil tendem a
mostrarem-se ao longo do tempo mais afetuosos, esforçando-se em seu trabalho e
dispondo-se carinhosamente a colaborar assiduamente para seus alunos, ponto tão
pessoal como sua predisposição de incorporação e suas demonstrações de afeto.
(PANIAGUA; PALACIOS, 2007).
Por isso, ao se descrever sobre tal relação vale ressaltar que no processo
educacional o vínculo da criança com o seu professor é extremamente essencial, pois
esta relação em dados momentos pode influenciar no desenvolvimento desta criança,
estabelecer esse tipo de relação de afetividade positiva entre ambos é um perspectiva
significativa que deve estar presente no contexto escolar, visto que, como diz Wallon
(1986 citado em NASCIMENTO, 2004), as dimensões cognitivas e afetivas
perpassam-se e influenciam de forma inseparável toda e qualquer atividade humana.
Levando essas noções Walonianas com base, percebeu-se que, nos estudos
realizados neste trabalho, a relação entre professor-aluno deve ser marcada por uma
afetividade positiva, ou seja, por sentimentos prazerosos, de contentamento e
satisfação; essas interações não são apenas vividas com o aluno, mas demonstram-se
nos momentos das decisões que o professor assume antes mesmo de entrar em sala
de aula.
Desta forma, as crianças expressaram grande satisfação com os professores e
uma aproximação muito positiva com eles, mostrando e afirmando que tal relação é de
essencial no processo ensino-aprendizagem e que essa interação transcende o
ambiente escolar com ligações de afeto que influencia na sua vida, pois nesta fase, a
criança compreende o professor como um ser que faz parte integramente de seu
entendimento, não tendo como não reconhecer a necessidade da valorização de todos
os profissionais, especialmente os da educação infantil, pois estes educadores têm a
responsabilidade de contribuir para o processo de formação das crianças e por ter essa
parcela central, culminam por serem sujeitos que influenciam essas crianças. Dessa
maneira, segundo o RCNEI (1998, p.17-18):

[...] educação para as crianças pequenas deva promover a integração


entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança,
considerando que esta é um ser completo e indivisível.

Sem qualquer dúvida, o professor mostra através de seus atos, que sim, a
afetividade faz diferença no relacionamento professor/aluno e aluno/professor, e se
torna algo preponderante no processo de ensino-aprendizagem da criança na
Educação Infantil, a maneira com que ela, a criança, é tratada pelo docente.

CONCLUSÃO

O desenvolvimento do estudo proporcionou uma análise de como a afetividade é


importante no processo de ensino aprendizagem, professor/aluno na educação infantil.
Durante as pesquisas, foi visto que vários autores falam sobre o tema e da sua
importância, como dito em todo o trabalho, o grande impacto no processo de adaptação
escolar e do ensino-aprendizagem das crianças na educação infantil. Vale ressaltar que
o docente como parte relevante nesse processo precisa está atento às mudanças do
mundo, sejam elas: tecnológicas, contextuais, entre outras. Além disso, o profissional
necessita sempre se aperfeiçoar na procura de novas possibilidades de abordagem,
tendo um olhar mais sensível as questões que perpassam no ambiente educacional.
Salienta-se que este referido estudo compreende, também, que a prática docente
está entrelaçada às nuances e fatores que transcende ao espaço formal de educação,
como por exemplo, o ambiente familiar. Logo, entende-se que uma construção parte do
principio de união e cooperação mútua entre os atores centrais que compõe todo o
processo de desenvolvimento emocional, cognitivo e social.
Ademais, conclui-se que a afetividade é uma ferramenta potente no âmbito das
relações de ensino-aprendizagem e sociais, sendo algo que precisa ser considerado e
pontuado nas construções de formação docente, nas formulações de políticas públicas
e nas intervenções educacionais.

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