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1 INTRODUÇÃO
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Graduação em Matemática pela Faculdade da Região dos Lagos, Especialização em Educação
Infantil pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal – SP. E-mail:
michellemacedofaria@gmail.com Orientadora: Prof.ª Esp. Luciana Mialich Scadelai.
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Wallon (1987) citado por Galvão (2008) ressalta que a emoção é o primeiro e
mais forte vínculo entre os seres humanos. Para ele, as emoções podem ser causa
de progresso no desenvolvimento, podem ser fonte de conhecimento, pois enquanto
expressões do sujeito, as emoções precedem, acompanham e orientam as
atividades de relação, sem as quais elas não teriam como capturar o mundo exterior.
Segundo Galvão (2008), a afetividade é um conceito amplo que abrange
várias manifestações de emoções e sentimentos que podem ser tanto negativos
quanto positivos como o carinho, amor, atenção, raiva, confiança, dentre outros.
A criança começa a criar vínculos afetivos, desde recém-nascida quando é
acolhida pelas pessoas mais próximas que interpretam seus movimentos como
estados afetivos. O pequeno humano inicia a manifestação com vários tipos de
emoções que visam a expressão e a comunicação de algo ao outro, que pode ser o
desconforto ou a alegria, a dor por meio do choro etc.
Para Galvão (2008), é através da afetividade que irá surgir várias
manifestações como a emoção e o sentimento. “As emoções, assim como os
sentimentos são manifestações da vida afetiva”. (p.61).
No intuito de compreender o psiquismo humano, Wallon (1987) citado por
Galvão (2008) volta sua atenção para a criança, destacando que por meio dela é
possível ter acesso à gênese dos processos psíquicos. Para isso busca investigar a
criança nos vários campos de sua atividade e nos vários momentos de sua evolução
psíquica. Para tal compreensão enfoca o desenvolvimento em seus domínios
afetivo, cognitivo e motor.
Segundo Piaget (1964) citado por Almeida (1993), é por meio da interação
familiar que a criança adquire seus primeiros valores e estímulos positivos ou
negativos, que formam os primeiros afetos.
Wallon (1987) citado por Galvão (2008) mostra as diferentes etapas e
vínculos, bem como suas implicações com o “todo” representado pela
personalidade, considerando que o sujeito se constrói na sua interação com o meio.
Jean Piaget (1964) citado por Almeida (1993), outro grande estudioso da
psicologia do desenvolvimento e da inteligência infantil, dedicou-se exclusivamente
ao estudo do desenvolvimento cognitivo. Em sua Teoria Construtivista da
Inteligência, Piaget (1964) afirma que o conhecimento é construído com o tempo e
por meio da interação entre os indivíduos e o meio social.
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Vygotsky (apud REGO 1995, p. 59) enfoca que os fatores biológicos têm
preponderância sobre os sociais somente no início da vida da criança. No decorrer
do tempo as influências mútuas com as pessoas do seu convívio social e com os
objetos de sua cultura passam a exercer a conduta e o desenvolvimento do seu
pensamento.
Pode-se afirmar, então, que o contexto do desenvolvimento da criança
envolve a linguagem, o espaço físico, a cultura e principalmente as pessoas
próximas, deixando evidente que, a criança retira do meio no qual ele cresce
recursos para o seu desenvolvimento, e que esse meio transforma-se juntamente
com a criança. Portanto, a afetividade exerce um papel fundamental nas correlações
psicossomáticas básicas, além de influenciar decisivamente a percepção, a
memória, o pensamento, a vontade e as ações, e ser, assim, um componente
essencial da harmonia e do equilíbrio da personalidade humana.
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O ambiente escolar, onde as crianças passam grande parte dos dias, deve
ser aconchegante e transmitir aos alunos a sensação de que ali é a sua segunda
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casa, pois muitas são excluídas, buscam sanar suas carências na escola, e
pretendem encontrar as referências e exemplos que não encontram em casa no seu
professor.
Wallon foi o primeiro a sugerir que se levasse para a sala de aula a criança e
a suas emoções (NOVA ESCOLA, 2009). Para ele, as emoções têm um papel muito
importante no desenvolvimento de uma pessoa.
No entanto, Galvão traz uma diferenciação entre afetividade e emoção:
tecnologia”, que passam mais tempo com aparelhos eletrônicos como o computador
e o vídeo game do que com seus pais. E a educação e o afeto onde ficam?
Aí podem-se citar os murmúrios sobre a hipótese dos professores um dia se
tornarem desnecessários, serem substituídos pelas máquinas. Isto certamente não
acontecerá, pois professores, assim como os pais, têm um papel tão importante na
vida afetiva dos alunos que máquina nenhuma conseguiria suprir.
Chalita enfatiza que “A máquina reflete e não é capaz de dar afeto, de passar
emoção, de vibrar com a conquista de cada aluno. Isso é um privilégio humano”
(2004, p. 161).
É preciso então que tenhamos em sala de aula professores apaixonados pelo
que fazem, que não medem esforços para alcançar os verdadeiros objetivos de um
educador, e que estejam dispostos a fazer a diferença em uma época em que a
maioria das pessoas preferem a indiferença. Alves traz o questionamento:
“Educadores onde estarão? [...] Professores há aos milhares. Mas professor é
profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário,
não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma
grande esperança” (1993, p.11).
Essa esperança deve nortear o trabalho do educador, que tem em suas mãos
a capacidade de fazer uma criança feliz. Tiba (2002) destaca a importância de uma
criança sentir-se amada, pois o amor transforma-se em auto-estema que vai
acompanhando o seu crescimento e alimentando-se de suas realizações.
Uma pequena conquista reconhecida pelo professor pode significar muito na
vida de um aluno que não tem nenhum tipo de reconhecimento por parte da família.
Isso contribui para que ele se sinta importante e útil na sociedade.
3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. 28. ed. São Paulo:
Cortez, 1993.
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 17. ed. São Paulo: Gente,
2004.