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FACUMINAS –FACULDADES DE MINAS

A INCLUSÃO DE UM ALUNO COM AUTISMO NO ENSINO REGULAR

Camila de Carvalho Freitas


Formação em Psicopedagogia

Resumo

O Transtorno do Espectro Autista por apresentar diversas dificuldades do desenvolvimento


humano, necessita do trabalho comprometido de todos os profissionais envolvidos com a
educação e principalmente da dedicação e empenho dos seus familiares. A escola inclusiva
é um importante fator para o relacionamento social e desenvolvimento das habilidades de
todos os educandos que contemplam a mesma. Logo, das necessidades educativas
especiais apresentadas pelo autismo também, pois o mesmo é considerado deficiência por
lei, onde tem direito de fazer uso de todos os benefícios que a inclusão oferece na rede
regular de ensino. Este artigo tem como objetivo pesquisar métodos e técnicas para a
compreensão da inclusão de um aluno autista em um ensino regular, por meio de uma
revisão bibliográfica, visando analisar as dificuldades encontradas no seu dia a dia em seu
meio social, comunicativo e cognitivo. Concluiu-se que através das contribuições do
processo de inclusão para o âmbito social, cultural e histórico torna-se possível a inclusão
desses alunos no ensino regular.

Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Escola.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com o DSM-IV o autismo é um transtorno global do


desenvolvimento (TGD), que se apresenta de maneira moderada ou grave por toda
a sua vida. Frequentemente começa a assinalar com três anos de idade, lá no início
da educação infantil, pais e professores começam a perceber algumas limitações
para o indivíduo que as possui. Não se tendo causas específicas para seu
aparecimento, apresentando gestos repetitivos, fala e linguagem comprometidas ou
até ausentes, habilidades físicas limitadas e um relacionamento anormal com
objetos e pessoas (GAUDERER, 1997).
O autista não deve ser visto como alguém que não aprende possuidor de algo
interno que lhe dificulta a aprendizagem, mas sim, como uma pessoa que têm
formas diferentes para alcançar este aprendizado.

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Nesse trabalho vão ser discutidos a importância da inclusão dos alunos com
autismo no ensino regular, visando o bem-estar dos alunos no meio social.
A escolha pelo tema surgiu diante das dificuldades vivenciadas no período de
estágio no que diz respeito ao apoio às crianças com necessidades especiais,
inseridas nas salas de aula do ensino regular. Sendo assim, considera-se
necessário conhecer e compreender um pouco sobre esta síndrome e sobre as
ações pedagógicas implantadas para trabalhar o desenvolvimento global das
crianças autistas.
A garantia da lei para com esses alunos e a qualificação de professores
dispostos a inserir esse aluno ao ambiente escolar, abordando a inclusão nos dias
atuais com a utilização da tecnologia e as atividades lúdicas.
A Declaração de Salamanca (1994) fala sobre a inclusão de pessoas com
dificuldades de aprendizagem no ensino regular possibilitando oportunidades
educacionais. Não podendo confundir a inclusão como colocação, sendo assim de
assegurar a esses alunos que a permanência se dê com qualidade.
O objetivo principal do estudo é pesquisar métodos e técnicas para a
compreensão da inclusão de um aluno autista em um ensino regular. Para que se
pudesse alcançar tal objetivo foi realizado um estudo bibliográfico, tendo como base
os teóricos especialistas no tema.
No primeiro momento procurou-se descrever o que é o autismo e suas
características; o segundo a inclusão na escola, no seu período histórico e o terceiro
priorizou-se os métodos e as estratégias de ensino para o aluno autista na sala de
ensino regular, quais os métodos a serem utilizados para proporcionar sua
aprendizagem nos dias atuais.

2 AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR

O autismo é entendido por um Transtorno Global, que se apresenta de


maneira moderada ou grave durante toda a sua vida; frequentemente começa a
assinalar a partir dos três anos de idade na educação infantil, trazendo limitações
para o indivíduo que as possui, afetando a capacidade da pessoa de se comunicar,
interagir e no seu comportamento social.

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A palavra “autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para si
mesmo”. A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra austríaco Eugen
Bleuler para se referir a um dos critérios adotados em sua época para a
realização de um diagnóstico de Esquizofrenia. A expressão referia-se a
tendência do esquizofrênico de “ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao
mundo social – fechando-se em seu mundo, como até hoje se acredita
sobre o comportamento autista. (NETO, 2010, s/p.).

Em 1943 o psicólogo Leo Kanner norte americano, estudou 11 pacientes com


o diagnóstico de esquizofrenia, observando nos pacientes, o autismo com
características ausentes, neste período, teve genealogia a expressão “distúrbio
autístico do Contato afetivo”. O psicólogo chegou a afirmar que essas crianças já
nasciam com a síndrome, dando o aparecimento muito precoce, com a observação
aos pais ele deu o termo a essa falta de afeto “mãe geladeira” a qual promoveu em
seus filhos inconscientes afastamento social.
As presunções de Kanner tiveram uma forte extensão no referido psicanalítico
da síndrome que pressupunha uma causa emocional ou psicológica para o
fenômeno no qual teve seus precursores os psicanalistas Bruno Bettelheim e
Francis Tustin. O Bettelheim em sua terapêutica excitava a criança a xingar, bater e
morder em uma estátua, que para eles simbolizavam a suas mães para o Tustin,
ele acreditava que a criança estava em uma fase autística do seu desenvolvimento
normal onde a criança ainda não tinha aprendido os comportamentos sociais
chamada a fase do afeto, formando uma ponte entre este estado e uma vida social,
se a mãe fosse fria e sem afeto, a criança não conseguia atravessar a ponte e entrar
e fazer parte do desenvolvimento da vida social.
Em 1960 o psicanalista publicou um artigo no qual desfez a ideia da fase
autística do desenvolvimento, naquele tempo o tratamento psicanalítico era muito
intenso, as crianças decorriam por várias sessões e eram muito caras, muitas
famílias faziam de tudo para tentar corrigir o erro cometido na educação de seus
filhos, o diagnóstico distinguido dos quadros autíticos abrange outros distúrbios de
desenvolvimento, como a síndrome de Asperger, transtornos desintegrativos,
síndrome de Rett e os outros quadros não mencionados. Os Asperger são
reconhecidos antes dos 24 meses, com o maior acontecimento no sexo masculino,
com inteligência, interesses específicos e é caracterizada como uma forma mais
branda do autismo.

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A síndrome de Rett ocorre preferencialmente no sexo feminino, reconhecido
entre 5 e 30 meses com a desaceleração do crescimento do crânio, com retardo
intelectual e fortes quadros convulsivos, com o transtorno desintegrativo já são
analisados antes dos 24 meses, com o predomínio no sexo masculino, com a
sociabilidade e comunicações carentes e frequência da síndrome convulsiva e
prognóstico privado e os transtornos abrangentes não especificados com idade
variados, predominante no sexo masculino, comprometido na sociabilidade, com sua
comunicação e com o seu cognitivo.
As crianças são seres em desenvolvimento, desde quando nasce passam por
estímulos do seu meio e expressão compreensão e afetos, olham em direção ao
chamado, seguram os dedinhos dos pais, volta-se para sons ou vozes e até sorriem,
em contraste com as maiorias dos autistas tem bastante dificuldade em participar
deste convívio diariamente social. Mesmo nos primeiros meses não costumam ter o
contato visual, eles parecem ser indiferentes a outras pessoas como se preferissem
estarem sozinhos, não se envolvendo a apegos como abraços, beijos e carinhos
para os pais que anseiam a alegria de abraçar, educar e beijar podem sentir
esmagados por essa falta de comportamento esperado ou típico do autista. As
crianças com autismo demonstram ser mais devagar, em assimilar ou interpretar o
que os outros estão pensando, sentindo ou vivendo no momento, sem habilidades
de interpretar gestos faciais ou expressões, tendo o mundo sem significados,
desconcertante. Para dificultar o autista tem dificuldade em enxergar as coisas da
perspectiva da outra pessoa.
As crianças geralmente com mais de cinco anos compreendem que outras
pessoas têm objetivos, informações e sentimentos diferentes de outras, já a pessoa
com autismo falta a compreensão; essas dificuldades deixam incapazes de prever
ou assimilar as ações de outros indivíduos. Quando estão num ambiente estranho
ou ameaçador, ou são irritados, podem reagir com agressividade com si própria ou
com quem estiver próximo.
São grandes as dificuldades de comunicação e geralmente as crianças
autistas falam e balbuciam durante os primeiros meses de vida, mas logo param.
Desenvolvendo a linguagem entre cinco e nove anos. Algumas crianças
podem aprender a utilizar meios de comunicação alternativos, tais como figuras ou
linguagem gestual, muitos que falam utilizam a linguagem de maneira incomum,

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sendo incapazes de combinar palavras em frases, uns falam apenas palavras
isoladas enquanto outros repetem várias vezes algumas palavras que é chamada
“condição de ecolalia”. É comum falar em voz alta, cantando, monotônico ou voz de
robô.
O comportamento repetitivo pode ser sutil ou extremamente alterado,
agitando repetidamente os braços ou andando na ponta dos pés. Como crianças
passam horas alinhando os carros e trens, ao contrário de fingir que estar brincando,
quando é interrompido com o brinquedo, fica inteiramente chateado, com uma
pequena mudança em sua rotina faz com que pode ser perturbador no seu dia a dia.
A inclusão configura-se como tarefa desafiadora, podendo realmente romper
as barreiras ideológicas que marcaram na época a escola com os alunos excluídos
formando assim em práticas que proporcionem a integração, parece simples, mas é
um processo bem complexo porque implica com todo o vínculo escolar já
estabelecido, sujeito a novas descentralizações.
Quanto às características comportamentais Santos (2008), nos dá subsídios
para entender os distúrbios da criança com autismo.

Distúrbios do relacionamento: Falta do desenvolvimento de uma relação


interpessoal e de contato visual. Tanto o relacionamento com pessoas
quanto com objetos inanimados está alterado. Ausência de sorriso social,
desinteresse em participar de jogos e brincadeiras, preferência por
permanecer só, etc. Distúrbios da fala e linguagem – comunicação:
Caracterizado por enorme atraso, com fixação e paradas ou total mutismo.
A ecolalia é comum, sendo associada ao uso inadequado ou reversão do
pronome pessoal. Quando a fala comunicativa se desenvolve, ela é atual,
arrítmica, sem inflexão e incapaz de comunicar apropriadamente as
emoções. Na verdade, a comunicação como um todo está comprometida:
linguagem oral comunicativa, linguagem receptiva, linguagem gestual e
expressão facial. Distúrbios no ritmo de desenvolvimento: O ritmo mais
comum é uma descontinuidade na seqüência normal do desenvolvimento.
Distúrbios da mobilidade: São os maneirismos, complexos e ritualísticos:
exame dos dedos, borboleta- “flapping”, caminhar na ponta dos pés, jogar-
se para frente e para trás, ninar-se, balançar (acompanhado de rolar ou
balançar a cabeça no ar ou no chão ou bater a cabeça contra a parede),
rolar ou girar objetos. (SANTOS, 2008, p.18).

O diagnóstico do autismo pelo viés clínico ainda é acompanhado de


observação do comportamento da criança, e através de entrevista e conversas com
os responsáveis. O Transtorno do Espectro Autista, é proveniente de causas ainda
desconhecidas por todos, e não existe um diagnóstico claro, eles são diferentes,
variando de acordo de criança para criança.

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Cunha (2017, p. 19) afirma que, “trata-se de uma síndrome tão complexa que
pode haver diagnósticos médicos diferentes. Tem em seus sintomas incertezas que
dificultam, muitas vezes, um diagnóstico precoce. ” Percebe-se que o autismo tem
suas incertezas em relação as suas causas, e sintomas, e que em sua grande
maioria permanece desconhecido entre às pessoas. Como afirmou Cunha, o
diagnóstico tem quadros diferentes, variando de criança para criança e o grau que
apresentam. Entende-se que, um conhecimento das particularidades e
principalmente da caracterização do quadro de TEA são fundamentais para um
planejamento e aplicação prática nos ambientes escolares, a fim de proporcionar
momentos de crescimento e de formação a essas crianças.

2.1 A inclusão na escola

A cada dia a inclusão vem conquistando cada vez mais seu espaço no meio
social, exercendo seu direito na sociedade atual, mas muitas foram às lutas, até
chegar às vitórias. Segundo Carvalho, Rocha e Silva (2006) foram encontradas
diferentes formas de tratamentos ao longo desse período histórico- social, onde a
principal forma desse modelo era o abandono e o extermínio, da inclusão, da
institucionalização e da integração. Os entendimentos explicativos para as causas
com deficiência, podem ser agrupados nos modelos místicos, sociológicos e
biológicos.
De acordo com Bianchetti e Carvalho (1995), Rocha e Silva (2006), na
sociedade primitiva as pessoas com algumas dificuldades ou com restrições de
locomoção, de seguir a comunidade nômade, buscando a sobrevivência em
alimentos como pescar e caçar, as pessoas que tinham dificuldades de acompanhar
esse grupo eram deixadas para trás para morrer e expostos ao tempo.
Na sociedade grega, buscava-se o ser humano com o corpo perfeito e
preparavam para guerra. Quando nascia um indivíduo com qualquer tipo de
necessidades especiais que não faziam parte dos padrões desejados pelos gregos
eram eliminados, ato chamado por Binchetti (1995) de uma eugenia radical.
No período feudal, onde começa a valorização da alma, onde a religião o
catolicismo dominava, dizendo que se algum indivíduo nascesse com dificuldades

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era para pagar ou era alguma força demoníaca, com toda essa evolução, a antiga
visão rompeu-se gradativamente, sendo suplantada pelo progresso científico.

Para incluir é necessária uma mudança de atitude de toda a sociedade


frente às diferenças existentes no ser humano. A educação é uma proposta
que, para dar certo, necessitam de um professor aberto ás diferenças e
disponível a trabalhar nesse processo. (MANTOAN, 2004, p.40).

Proporcionar a toda essa demanda educacional, não é simplesmente inserir


esse público em sala de aula e continuar com o olhar unicamente á generalidade, e
sim oportunizar essas crianças a conviverem com outras da mesma faixa etária,
interagindo com os estímulos entre o seu meio social, pois segundo as Diretrizes
Nacionais para Educação, na Educação Básica, diz que:

Com base nos pressupostos legais da Constituição Federal de 1988, o


artigo 205 prevê o direito de todos á educação e o artigo 208 prevê o
atendimento educacional especializado, e a inclusão escolar, fundamentada
na atenção á diversidade, exigindo mudanças estruturais nas escolas
comuns e especiais (BRASIL, 1999).

Segundo Bruno (1997), a política Nacional de Educação Especial tem


priorizado o atendimento de qualidade com direito de todos, buscando assegurar o
processo de aprendizagem da criança com necessidades especiais no sistema
regular de ensino.
Inserir e aceitar todos esses desígnios, onde segundo Silva (2006), todo o ser
humano tem os mesmos direitos e deveres dentro da sociedade, construindo um
mundo que aprecie o desempenho de todos e suas potencialidades.
A Educação Especial vem progredindo com evidência a partir da década de
1990 quando o Brasil passa por um processo de descentralização do poder, na área
da educação inclusiva e especial, naquele momento o princípio de democracia da
educação atingiu a educação especial com a liberdade e o respeito social.
Na década de 1990 á educação é a promulgação da LDBEM número
9394/96, que trata da educação Especial como dever do Estado e deve ser pública,
gratuita e de preferência na rede de ensino regular (BRASIL, 1996).
O ambiente escolar é o lugar de formação de indivíduos que capacita e
ensina o ser humano em viver em sociedade com os diferentes grupos, esses

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alunos necessitam de uma metodologia de ensino diferenciada e facilitadora do
processo de ensino aprendizagem, pois cabe ao professor ser o mediador de um
conteúdo propício para atender a todos, quando não ocorre essa interação de
professor, escola e aluno no ambiente de ensino fica inapropriado o processo da
inclusão, cedendo lugar não satisfatório para todas as crianças. Isso aponta para a
reestruturação da necessidade de um ambiente prazeroso de ensino aprendizagem
que leva o sistema escolar e social para a inclusão ser efetivada.
A inclusão adequada leva diversidades de aprendizagem, mesmo que a
criança tenha alguma dificuldade de aprendizagem ou dificuldades cognitivas,
levando em relação os conteúdos curriculares comuns, podendo ser beneficiar com
estímulos de experiências com a convivência dentro da sala em suas diversas
culturas simples do seu dia a dia, podendo ser tornar mais autônomas e
independentes, conquistando o seu lugar na sociedade, na família e na escola.

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo ás


escolas organiza-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma
educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).

A escola deve colaborar dando sugestões aos pais e aos familiares de como
eles podem ajudar seus filhos no ambiente familiar, de maneira que se torne
coautores do processo de inclusão de seus filhos. Muitas vezes as estratégias
usadas na escola não são colocadas em prática em casa por vários motivos. “A
família se constitui, portanto, no fator determinante para a detonação e manutenção
ou, ao contrário, para o impedimento do processo de integração. ” (GLAT, 2003,
p.46).

2.2 O Papel do educador

O professor representa uma grande importância na aprendizagem do aluno,


proporcionando estratégias que ofereçam segurança para a criança com autismo em
sua comunicação e no interagir com o meio social.
É necessário a valorização desse profissional para o desenvolvimento de sua
prática no processo específico com essas crianças, sendo indispensável à formação
continuada desses profissionais da área da educacional.

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Alguns pontos são específicos para o atendimento para esses indivíduos.
Como por exemplo: Pronunciar seu próprio nome; verificar várias vezes as suas
atividades; ter um amigo para acompanhar em suas tarefas até que se torne a sua
rotina, sentar perto e na frente do educador; em qualquer tipo de ecolalia ou
estereotipia que o aluno se encontrar no momento o educador deve suspender o ato
e deixar para o próximo momento, integração família/aluno/professor (FACION,
2008).
É importante que o professor conheça a realidade do seu aluno especial para
sua interação com os outros, não impondo ao aluno seu interagir com o próximo é
sim fazer de uso estratégias para sua interação ao meio (FACION, 2008).
Como afirma Vygostsky, (1983), quando a criança é portadora de alguma
deficiência, isso não quer dizer que ela seja menos desenvolvida que as demais,
simplesmente ela apenas tem uma forma mais lenta de se desenvolver.
No ambiente escolar o professor estimula os alunos com elogios, motivação e
com muita calma para obter comportamentos favoráveis na sala de aula, passando
tranqüilidade e segurança para os alunos. Schwartzman e Salomão Junior (1995)
que o professor proporcione o interagir do aluno com autismo com os outros alunos
do ensino regular.
Para Papert (1994), o computador é utilizado como uma ferramenta de ensino
aprendizagem gerando nas crianças com autismo satisfação através de figuras,
desenhos educativos e imagens, auxiliando como forte recurso didático.

2.3 O Papel da família

É no laço familiar que nós aprendemos a nós relacionar como os outros.


Portanto a construção da sociedade inclusiva inicia-se no laço familiar. È na família
que são desenvolvidos os hábitos, valores e algumas idéias sobre as coisas que
estão ao redor do mundo.
A maioria da população, não está acostumada a participar efetivamente de
reuniões, escolas, grupos, associações da comunidade. Faz com que se isolem do
mundo e de informações.

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Muitos pais com a chegada da criança com deficiência, não sabe como agir
na situação deixando assim para médicos, professores, entre outros, essa
responsabilidade.
A relação dos professores com os familiares deve ser de colaboração. Em
uma sociedade inclusiva a família deve estar presente em todo momento participar e
fazer valer os direitos de todos.
Para Ackeman (1986), à família representa o núcleo, vivenciado por
experiências do cotidiano humano, é também de grande responsabilidade no
crescimento e no desempenho dos seus filhos com síndrome do autismo. Todos os
membros da família do autista são vistos como pessoas necessárias para seu
tratamento, utilizando da afetividade e de seu comprometimento com o aprendizado
dessa criança, que necessita de cuidados específicos para seu desempenho social.
A família contribui muito tendo parceria com a escola e a criança é quem se
beneficia em todos os aspectos.
É necessário o educando ter cautelas em selecionar objetos a serem
trabalhados na área psicopedagógica para não ficar acima de suas condições
cognitivas.
O professor deve ter um papel significativo para o aluno, pois maiores serão
as chances para obter as suas habilidades com a segurança explícita do professor
com o seu modo de agir em sua prática. È fundamental a rotina diária, e oportunizar
os alunos todas as suas etapas.

2.4 A criança com autismo na escola

A declaração de (SALAMANCA, 1994), diz respeito que todos os alunos têm


direito de integrar-se ao ensino regular, mesmo aqueles com deficiência intelectual,
sem defasagem idade-série. A escola deverá adaptar-se para priorizar o
atendimento desses alunos com dificuldades, inserindo em classes regulares,
portanto pondo em prática a educação inclusiva numa perspectiva de escola-
inclusiva que busque favorecer a integração e proporcionando ás práticas homo
gênicas. A educação especial é mediadora do processo de interlocução da escola X
diferença, por ter como objeto à escola é o fundamento da própria diferença.
Atualmente, existem alunos portadores de autismo que freqüentam escolas
especiais ou classes especiais, dentro da escola de ensino regular. A inclusão se da
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como um processo que passa por quatro condições: O primeiro momento, o aluno
freqüenta a classe regular todos os dias da semana, durante o período completo da
aula, o segundo momento, o aluno freqüenta a classe com horário parcial, a terceiro
momento o aluno freqüenta a classe regular apenas algumas vezes na semana
durante o tempo total da aula e a quarto momento do processo, o aluno freqüenta a
classe regular algumas vezes na semana em horário parcial. Grandes discussões da
educação inclusiva estão atreladas as adaptações curriculares e com os suportes
pedagógicos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), definiu-se adaptações
curriculares como estratégias e alguns critérios de atuação do docente, adequando à
ação educativa escolar as maneiras peculiares de aprendizagem que oportunizam
os alunos.
A escola realmente inclusiva estaria a optar a lidar com a heterogeneidade e
com a diversidade encontrados na sociedade e nos homens.
Ser capaz de diferenciar uma ação pedagógica criativa que possa sanar as
dificuldades colocadas pelo o aluno que não fala diretamente com pessoas,
entretanto demonstrando excelente memória auditiva, quando reproduz todos os
sons ouvidos, quando assiste a uma televisão. Uma escola que compreende que
seus alunos devem ser trabalhados em seu interior.
A escola tem muito a oferecer aos alunos, com a diferença faz o crescimento
e traz benefícios para eles, para a comunidade escolar, para os familiares e os
professores, na medida em que visa uma sociedade mais justa e conseqüentemente
mais humana, com a convivência em grupo, visa buscar ampliar as pessoas nas
trocas e oportuniza viver em solidariedade com o próximo. Alguns alunos fazem uso
de recursos especializados como apoio de educação especial, terapia ocupacional,
dietas especiais, fonoaudiologia entre outros.
A escola brasileira necessita romper os valores anteriores, refletir as
categorias e criar novos paradigmas, acreditando que as oportunidades de alunos
autistas tendem a aumentar, com o passar dos anos e é preciso estar preparado
para essa geração futura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante muito tempo a criança com necessidades especiais vem


conquistando o seu lugar na sociedade. Com a mudança e a evolução das reformas
na educação, elas começam a participar do contexto sociocultural. Deixando de lado
o preconceito e dando acesso a liberdade ao ensino.
Ao refletir sobre o processo da inclusão, percebi as contribuições que trouxe
para o âmbito social, cultural e histórico de maneira que se torna possível incluir um
aluno com aspecto autismo no ensino regular tornando condições favoráveis de
ensino aprendizagem, onde todos são capazes de aprender dentro das suas
limitações. É oportunizar ao indivíduo situações que atendam todas as suas
necessidades com professores capacitados para a elaboração de estratégias e
recursos, para o desenvolvimento em sua aprendizagem no seu meio social, com a
inserção de conviver com as diferenças.
O respectivo trabalho abrange á inclusão de pessoas com necessidades
especiais, tendo a principal tarefa que é de analisar como é feita a inclusão dentro
da escola e seus recursos a ser utilizados, proporcionando o desenvolvimento nas
áreas cognitivas, afetivas e sociais, com pessoas qualificadas para garantir o
atendimento e o bem-estar dos alunos especiais no ensino regular, utilizando de
práticas docentes e recursos para a flexibilização dos conteúdos programáticos.

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