Curso de extensão: AUTISMO E DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO
AUTISMO: MÚLTIPLAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
O Autismo, hoje conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA) é
uma condição para um grupo de desordem complexa no desenvolvimento do cérebro. Trata-se de um distúrbio que se apresenta no início da infância, comprometendo a comunicação, a imaginação e interação social.
O espectro surgiu na nomenclatura em 2013 quando foi lançado o
Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5, que é o critério diagnóstico utilizado no Brasil, ocorrendo alteração na nomenclatura. Todos os transtornos do neurodesenvolvimento foram englobados num diagnóstico só, sendo possível estabelecer uma classificação do espectro de acordo com os graus de comprometimento, a saber: leve, moderado e grave.
Uma criança que esteja dentro do espectro Autista apresenta as
seguintes características: dificuldade na comunicação, dificuldade na interação social, comportamentos com padrões restritos e repetitivos. Geralmente são pessoas que tem dificuldade de quebrar a rotina.
Neste contexto, encontram-se diversas áreas a interferir na
aprendizagem de uma criança autista, como: definição de objetivos educacionais e avaliação, intervenção na área de comunicação interação, intervenção na área cognitiva e nos problemas de comportamento, dentre outras. A definição de objetivos e avaliação para crianças com TEA é um dos principais problemas encontrados por famílias ao matricularem seus filhos autistas no Ensino Regular, em escolas públicas, por exemplo, uma vez que a falta de profissionais qualificados para lidar com esse tipo de criança ainda é grande. Muitas escolas não contam com a figura do mediador, profissional qualificado para facilitar as atividades da interação social com o objetivo de tornar a criança mais independente, isto é, adquirir autonomia. Na maioria das vezes, são os pais que assumem tal papel, tornando-se mediador do filho para que o mesmo não fique sem frequentar o ambiente escolar, fato que é irregular, pois o Estado deve oferecer toda estrutura necessária para facilitar o aprendizado desses alunos. Tal fato remete-nos a questão da inclusão dos alunos autistas, principalmente em escolas públicas. A inclusão é uma lei, portanto, um direito do autista, bem como da família, devendo a escola, estar preparada para recebê-los, trabalhar com eles e com as outras crianças especiais, oferecendo ambiente adequado. Isso pode acontecer quando a escola elaborar projetos envolvendo as crianças e as famílias, pois esse é um trabalho que também deve ser feito em casa. Essa parceria com a família é fundamental, visto que é no lar que essas crianças ficam maior parte do tempo e também, são os familiares que os conhecem, podendo estar compartilhando a rotina deles com os professores, facilitando o trabalho escolar e possibilitando um melhor aprendizado. Não esquecendo que as crianças ditas “normais” também devem fazer parte desses projetos de inclusão, pois é importante que saibam que crianças autistas são como elas, ou seja, como qualquer outro estudante e que podem ir além, quando se descobre sua potencialidade. Apresentam limites, mas necessitam do contato, da interação para não ser uma criança isolada. Além disso, o diagnóstico precoce é de suma importância para que os pais possam procurar tratamentos necessários para intervenção na área de comunicação, interação, na área cognitiva, bem como nos problemas de comportamento de crianças com TEA. Pois quando mais se conhece essas crianças maior as possibilidades de avanços em várias áreas de suas vidas, desde a familiar, a escolar e até mesmo no mundo do trabalho.
Diante do exposto, dentre as formas de ajudar um autista é entender
suas necessidades e trabalhar suas dificuldades com intuito de alcançar um aprendizado. O primeiro passo é fazer um diagnóstico e ser aceito pela família e ter um acompanhamento especializado, pois segundo especialistas, são pessoas que vão precisar de ajuda profissional para o resto da vida. Assim, ao frequentar escolas, além da sala de aula regular, é necessário atendimento individualizado, pois o autista processa de forma lenta, a seu tempo. Seu desenvolvimento é muito lento, necessitando de atenção e motivação. A parceria escola-família, nesse sentido, é fundamental para o bom desempenho social e intelectual da criança e a atuação do professor, através de práticas pedagógicas inclusivas, que propiciem o aprendizado do aluno. Ressaltando que, embora o autista apresente grande dificuldade em relacionamento e interação social, bem como desenvolvimento intelectual, cada vez mais há chances, de se tornar uma pessoa que possa conviver perfeitamente em sociedade, principalmente se diagnosticado precocemente e ser acompanhado pela família e por especialista, possibilitando, assim uma melhor aprendizagem, e até mesmo descobrindo potencialidades.