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Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação
Fundação de Apoio à Escola Técnica

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA


Disciplina: Pesquisa e prática
Professor: André Ferreira
Aluna: Milena Barbosa Amaral Turma:703

A INCLUSÃO DE CRIANÇAS QUE POSSUEM TRANSTORNO


ESPECTRO AUTISTA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM.

1. INTRODUÇÃO

Todas as crianças têm direito à educação, esse é um direito que abrange a


todas independentemente se possui alguma necessidade especial ou não, dessa
forma, ao decorrer desse trabalho será falado sobre a inclusão da criança com
Transtorno Espectro Autista (TEA) na escola, pois se todas as crianças têm direito a
educação sem restringir raça, etnia, cultura, cor, aquelas que possuem TEA estão
notoriamente inclusas nesse direito, afinal de contas, são crianças.

Com isso, deve ser pontuado sobre as situações que essas crianças passam,
que os pais dessas crianças passaram, que as escolas passam, ou seja, que todo
meio envolvido ou que deseja envolver as crianças com TEA passam. Dessa forma,
será falado especificamente sobre o quanto os pais das crianças que possuem TEA
acabam interferindo na educação dos filhos e por muitas vezes buscam facilitar a
vida deles na escola, também será falado sobre a questão da falta de qualificação
dos profissionais do meio educacional pode afetar a inclusão das crianças com
Transtorno Espectro Autista, como uma escola deve se portar e se preparar de
forma que atenda a necessidade de todo o tipo de criança sem que nenhuma possa
se sentir de alguma forma insegura naquele local pois se o ambiente escolar é para
todos, todos precisam se sentir bem.
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Desse modo, para descrever e compreender melhor as questões pontuadas


acima, será desenvolvido textos levando a melhor compreensão para aqueles que
buscam entender um pouco mais sobre a vida das crianças que possuem TEA, o
desafio que é possuir essa necessidade especial e também o desafio que é para
aqueles ao redor dessas crianças, o ensinamento que pode ser dado, a forma que
se pode agir, a preparação que seria importante ter, a aceitação por parte daqueles
que são responsáveis, toda a questão doce inclusão para fazer com que as crianças
que possuem TEA não sejam afetadas de forma que não permita-a evoluir como as
outras crianças. Com isso, o objetivo geral deste trabalho deixa perguntas como: De
que maneira deve ser a educação para uma criança que possui Transtorno Espectro
Autista? E de que forma se pode incluir as crianças que não tem TEA juntamente
com aquelas que possuem na hora de ensinar?

2. QUESTÕES NORTEADORAS

Os pais dos alunos que possuem TEA fazem do TEA que seus filhos têm um
motivo para tentar facilitar a vida deles na escola?

Será que os funcionários de uma escola têm a qualificação necessária para


ensinar a uma criança com TEA e lidar com ela sem a fazer se sentir diferente dos
outros?

Como uma escola pode se preparar da melhor forma para receber a todas as
crianças.

3. HIPÓTESE

Para que uma criança aprenda, o mínimo é que ela consiga de concentrar em
tal conteúdo que está sendo passado para ela, dessa forma, para que uma criança
tenha o desejo de se concentrar e assim prestar atenção e consegui absorver o
conteúdo determinado é preciso que chame atenção dela, que ela sinta vontade de
aprender, sendo assim, o mais viável são praticar atividades lúdicas, pois o lúdico
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na maior parte das vezes chama a atenção da criança de uma forma superior às
atividades tradicionais como caneta e lápis.

É isso, seja para uma criança que possui TEA, para uma criança que não
possui TEA, para uma criança que tem déficit de atenção, a ludicidade faz com que
a aprendizagem pareça brincadeira e assim torna tudo mais legal na visão de uma
criança e ela passa a aprender se divertindo, não tendo que forçar concentração
pois ela está gostando de tais atividades.

Uma classe com alunos de diversos tipos e jeitos é o que normalmente uma
escola possui, e a pessoa que leciona e busca levar a educação para aquelas
crianças pode se programar para realizar atividades com eles de forma que seja
mais leve e isso fará com que ela consiga incluir todas as crianças e ensinar a todas
elas de uma mesma maneira. Obviamente não dá para fugir totalmente do
tradicional e também existirão conteúdos que uma criança ou outra tenha
dificuldade, mas isso é normal, é só levar a atenção às crianças e analisar se está
havendo dificuldade e trabalhar em específico em alguns casos e conteúdos com
aquela dificuldade. Isso levará a educação para todos quem leciona atenderá a
todos de uma mesma forma.

0. JUSTIFICATIVA

Ao decorrer desse trabalho é possível observar a extrema relevância de


compreender que a criança que possui TEA não deixa de ser uma criança normal,
que possui direito como todas. Sendo assim não deve ser tratada como um ser
diferente em meio aos outros discentes, apesar ter uma especialidade que se faz
necessário uma dedicação maior da professora que leciona para ela, não significa
que são menos capazes de estarem lá ou de aprenderem. Descrever sobre esse
assunto leva a uma compreensão mais profunda sobre tal podendo ter como
consequência uma melhora na atuação dos professores com esses alunos e
também com os pais desses alunos, os fazendo entender que os filhos não
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precisam de uma escola apropriada para ele, mas sim serem incluídos de forma que
não se sintam diferentes dos outros em escolas que possuam funcionários aptos, de
qualidade e que saberão cuidar e ensinar de acordo com sua necessidade.

Com o decorrer deste trabalho também pôde-se notar o quanto as crianças


podem interagir nas brincadeiras umas com as outras possuindo TEA ou não, na
forma de ensino também pode haver grande interação entre elas e a possível
compreensão de todos sobre a matéria que está sendo passada, de uma forma
lúdica em algumas situações podendo levar assim o melhor entendimento para
todos que estão no ambiente escolar. Mostra o quão importante é um professor se
dedicar, o quão necessário é uma escola se preparar, e ainda mais, o quão
importante é que os alunos aprendam juntos levando sempre em consideração as
diferenças que eles possuem entre eles próprios de forma que entendam que todos
precisam estar inclusos na hora de aprender e que para isto todos necessitam
respeitar as diferenças e lidarem com tais para que assim evoluam juntos na classe.

0. OBJETIVO GERAL

Compreender como a educação poderá ser ensinada às crianças que possuem TEA
juntamente com as crianças que não possuem TEA.

0. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Demonstrar se os pais de alunos com TEA buscam facilitar a vida deles por
conta da necessidade especial que eles têm;

• Descrever sobre a capacidade daqueles que trabalham nas escolas com os


alunos que possuem TEA;
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• Salientar sobre a escola se preparar para receber a todos de forma que


nenhum discente se sinta excluído.

0. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

7.1 TEA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA ESCOLA

7.1.1 Tipos e níveis distintos dentro do TEA:

O TEA é caracterizado como uma dificuldade persistente na comunicação


social, na interação social e de padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
aplicados em múltiplos contextos. De forma mais específica, este transtorno
compromete a reciprocidade sócio emocional, os comportamentos comunicativos
não verbais e a capacidade de desenvolver, manter e compreender relacionamentos
pessoais e sociais (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIANTION, 2014). TEA é um
transtorno do neurodesenvolvimento, transtorno este que faz a criança que o tem
sofrer com algumas dificuldades no dia a dia dela, podendo ter uma dificuldade
muito grande, média ou pequena, isso vai de acordo com o nível que determinada
criança pode ter, podem ser eles: o nível leve que é conhecida como Síndrome de
Asperger,, o moderado que é conhecido como Transtorno Invasivo do
desenvolvimento, ou então o severo que é conhecido como Transtorno Autista.

O Transtorno do Espectro do Autismo é um transtorno do


neurodesenvolvimento e não um transtorno neuro-
degenerativo, portanto, é uma condição geral para um grupo de
desordens complexas do desenvolvimento do cérebro antes,
durante ou logo após o nascimento. O autismo é uma síndrome
intrigante porque desafia o conhecimento sobre a natureza
humana (GAUDERER, 1993).
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Explicando melhor sobre cada nível:

A Síndrome de Asperger é um transtorno que a criança tem no nível mais


leve e o sinal disso é a criança ter uma inteligência acima da média, ela também tem
dificuldade para ler as expressões faciais e a linguagem corporal do próximo, não
consegue identificar o que quer dizer, não compreende muito bem a ironia, humor e
tem dificuldade para ter contato visual. Hosbon (1995), analisou e disse que
crianças com Síndrome de Asperger possuem incapacidade para interagir
emocionalmente com os outras pessoas, sendo assim a criança com Autismo não
tem as experiências sociais necessárias para conseguir desenvolver as estruturas
cognitivas para a compreensão.

O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento tem como sinal dificuldade ao se


comportar socialmente, má desenvolvimento na fala e na linguagem, também tem
problemas para aceitar mudanças, possui dificuldade em ter interação de forma
qualificada, as habilidades de comunicação também são prejudicadas, entre outros.
O transtorno principal, é a incapacidade que tem estas crianças, desde o início de
suas vidas, para se habituar com pessoas e certas situações..

E o Transtorno Autista que é o mais severo é aquele onde a criança tem uma
difícil interação com o outro, prefere estar sozinha, problemas para dormir, distúrbios
com a alimentação, por muitas vezes não possui fala ou se possui, é uma fala
prejudicada, por poucas vezes sua fala é totalmente normal e em alguns casos o
autismo vem acompanhado de retardo mental. . Kanner denominou este transtorno
inicialmente como Distúrbio Autístico do Contato Afetivo (FACION, 2007

Esses tipos de TEA são difíceis de identificar a distinção entre os níveis em


algumas determinadas situações, mas na escola quando há uma observação e
análise do professor para com o aluno, acontece de notarem que existe uma certa
diferença e a partir disso sugerem que seja observado por um médico especialista
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para obterem um melhor diagnóstico. O diagnóstico do TEA é feito através de um


olhar clínico, em que um médico especialista vai procurar os déficits que a criança
apresenta, não levando em consideração seus potenciais (TEZZARI, 2009),
portanto, após o diagnóstico é necessário buscar integrar aquele aluno na sala de
aula para que ele tenha conhecimento e aprendizagem junto com os outros alunos,
talvez com um método diferenciado pelo fato dele necessitar de uma atenção
especial, uma atividade de modo que vá fazer ele compreender, levando o
entendimento a ele e é nessa que entra a importância da ludicidade na sala de aula,
a importância do professor compreender que os alunos têm suas diferenças e por
terem sua individualidade faz com ele como lecionados necessite lidar e levar o
conhecimento da melhor forma possível e de um jeito que eles consigam absorver,
compreender e aprender, assunto este que eu irei falar melhor mais para frente.

7.1.2 Crianças que possuem TEA são vistas com empecilho para aprendizagem:

Discentes são discentes independente de quem são. Fato é que uns tem
algumas habilidades mais progressista que outros, e isso por que existe o fato de
que cada um tem sua especificidade, por isso, enquanto um pode ser bom em
matemática e péssimo em artes, com outro pode ser o contrário, como também
pode haver algum que tenha bons resultados em ambas matérias. Isso é bem
específico de indivíduo para indivíduo, o que infelizmente vem acontecendo é que
por taxarem o nome “Transtorno Espectro Autista” em um aluno já o deixa
diferenciado e por muitas vezes levando a quem leciona para ele ao pensamento de
esse aluno é incapaz de aprender determinados conteúdos por possuir tal
necessidade sem nem ao menos compreender se aquele aluno possui o nível de
autismo leve, moderado ou severo. Sendo que, muitos esquecem o fato de que
mesmo quando não há uma necessidade específica alguns alunos ainda necessitam
de alguma atenção em determinadas matérias, assim sendo com aquele que possui
TEA, precisam de uma atenção específica em alguns conteúdos, precisam de uma
compreensão e um trabalho voltado para a interação já que isolamento social
normalmente é um sintoma de quem possui TEA, precisa de que quem ensina a ele
entenda que ele não é incapaz- apenas no caso severo quando atinge sua
intelectualidade, nesse caso pode ser incapaz de completar algumas tarefas-, só
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tem a necessidade de uma atenção diferenciada assim como talvez algum aluno
que possui dificuldade em determinada matéria. Mantoan afirma:

O professor inclusivo não procura eliminar a diferença em


favor de uma suposta igualdade do alunado – tão almejada
pelos que apregoam a homogeneidade das salas de aula. Ele
está atento aos diferentes tons das vozes que compõem a
turma, promovendo a harmonia, o diálogo, contrapondo-as,
complementando-as (MANTOAN,2015,
p.79).

E é por isso que o professor não deve fazer disseminação, ou acepção de


alunos, é preciso compreender que não deve existir uma busca por igualdade em
sua turma no quesito de querer que todos possuam habilidade e compreenda tudo e
sejam todos ótimos alunos com bons resultados, é importante que busque por uma
evolução e por um melhor entendimento dos conteúdos pondo em prática a
ludicidade para cada específico aluno, de acordo com sua necessidade para
absorver melhor. Igualdade em ver todos como seres capazes de aprender, essa
deve ser a igualdade buscada pelos que lecionam.

Ao olhar pelo lado inclusivo:

[…] objetiva não produzir uma categorização “alunos com e


sem deficiência, alunos com e sem distúrbios, e com e sem
necessidades especiais“ ( A adjetivação é ampla e influente,
conforme vários diagnósticos possíveis). Para tal abordagem
educacional não existem dois Grupos de alunos porém
somente crianças e adolescentes que compõem A
comunidade escolar e apresentam necessidades variadas.
(BEYER 2009, p.75).
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É necessário compreender que alunos que possuem uma deficiência


cognitiva tem uma distinção dos outros alunos na questão da aprendizagem
significativa, não que eles não possam aprender ou não são capazes, eles são! No
entanto, eles precisam de uma atenção de forma que, talvez, outros alunos não
necessitem tanto. Isto, na verdade pode ocorrer até mesmo com alunos que não
possuem um déficit, pois a realidade de cada aluno também conta muito na hora de
conseguirem ter uma compreensão ou não. Dessa forma, é impressionante como o
modo de lecionar faz diferença, aos professores que estão atentos e conseguem ter
um olhar que nota a dificuldade dos alunos e consegue levar eles à obterem
compreensão, dos que infelizmente não estão preparados para ter essa análise
devido ao fato de não se profissionalizarem em prol à tal objetivo. Por isso, é
imprescindível que a educação profissional seja eficiente, para que assim, os
professores que estarão à frente de turmas consigam fazer com que sua classe
alcance o entendimento do que for passado, de forma tradicional, de forma lúdica,
de forma corporal, ou a forma necessária para levar à todos a compreensão.

7.1.3 Uma escola preparada para todos:

No Art. 205 diz que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da


família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”. Ou seja, se a educação é um direito de todos, esse
“todos” inclui também aquelas crianças que possuem TEA, e por isso, é
imprescindível que as escolas dos dias de hoje se adequem melhor às
necessidades dos alunos, se preparem mais para receberem à todos naquele local,
receberem à todos aqueles que buscam por conhecimento e aprendizagem, o fato
de obterem uma necessidade especial não deve impedir que ele consiga acesso à
escola, a aprendizagem.

Apesar do direito legal de acesso à educação, a presença desse alunado na


classe comum permanece um desafio aos educadores (Nunes, Azevedo, & Schmidt,
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2013). E parte desse desafio é devido a falta de formação adequada para aqueles
que estão lecionando, de modo que infelizmente afeta a classe posteriormente. A
forma de lecionar e fazer com que todos possam compreender não é o mesmo que
simplesmente ensinar a um aluno em específico, por isso é preciso que haja uma
preparação para que a aprendizagem seja abundante para toda a turma e não só
para algumas, esse toda a turma logicamente inclui crianças com especificidades
neurológicas ou outro tipo de deficiência.

A escola deve estar preparada para formar cidadãos melhores, para fazer
acontecer uma evolução e que lá a criança possa ter uma aprendizagem aplicada e
qualificada para o seu futuro, para conviver na sociedade que seja uma preparação
para o melhor um desenvolvimento de si, fazendo com que mesmo com o seu
estado atual de possuir TEA, ela consiga ter acesso ao conhecimento devido é
necessário para sua vida.

Para isto, é necessário que as escolas tenham nela pedagogos interessados


e que busquem ter um estudo contínuo para estar sempre aprendendo com as
diversidades, pedagogos que não fazem uma faculdade e já está bom, mas sim que
busquem sempre por mais conhecimento. É um fato que além de pedagogos
interessados é necessário que a escola busque ter também no local um
especialista, como por exemplo psicopedagogos para analisar e observar a criança
caso seja preciso, para que assim, avalie através de uma consulta e direcione ao
professor qual determinado tipo de método de ensino aquela criança em específico
necessita para que ela consiga compreender os conteúdos também como os outros
alunos e colegas de turma. E dessa forma, a escola terá uma infraestrutura
composta por funcionários preparados para receber à todos e além de receber,
levar a aprendizagem para aqueles que ali estão.

7.1.4 Investimento necessário para obter aptidão necessária para lecionar para

aqueles que possuem TEA:


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A tarefa de lecionar uma turma não pode ser considerada fácil, para lecionar
é necessário saber compreender que seus alunos vivem realidades diferentes,
embora algumas vezes parecidas, existem fatos diferentes de um para o outro,
possuem lares e ensinamento em casa distintos também, entre outros, e isso faz
com que a forma de cada um ver a vida e também de se comportar no dia a dia não
seja igual, e por isso que a tarefa de lecionar para cada aluno se torna um pouco
mais delicada, pois é necessário ter uma aptidão que abrange todos e ao mesmo
tempo cada um, necessita de ludicidade para levar o entendimentos a todos os
alunos sendo, que cada um tem sua maneira de entender aquele conteúdo,
cabendo assim ao professor compreender qual a melhor forma para que a
aprendizagem seja significativa em sua turma causando um bom desenvolvendo
neles, um bom rendimento na aprendizagem. Com isso, existe o ensinamento para
aqueles que possuem TEA, que dependendo do estágio do autismo -leve,
moderado ou severo- necessita de determinada atenção, em algumas vezes uma
atenção específica, um modo de lecionar específico para que aquele aluno também
possa ter o entendimento do conteúdo, por esses casos e por outros é
imprescindível que aquele que escolheu como profissão ensinar, busque os
melhores métodos de ensinamento, se intensifique nos estudos para compreender
melhor sobre cada caso de aluno e assim consiga alcançar a sua turma atendendo
à tais.

Melhorar as condições pelas quais o ensino é ministrado nas


escolas comuns, visando universalizar o acesso, a
permanência e o prosseguimento da escolaridade do aluno, ou
seja, a inclusão incondicional de todos os alunos nas turmas
escolares não há magica. (CARNEIRO, 2013. p.149)

Esse deve ser o pensamento das instituições escolares, onde buscam identificar
aonde é necessário melhorar para levar uma melhor estimulação e uma melhor
compreensão para os discentes que ali então, possuindo eles TEA, alguma
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necessidade específica ou não, o valor em ensinar deve estar voltado para o


aprender mais, ensinar é transmitir o que se sabe e assim fazer com que aqueles
que estão na classe possam ser alcançados pelos seus ensinos e aprender se
desenvolvendo para um bem maior, uma melhora em quem é. Com isso é preciso
que haja aprendizagem para todos, e que todos saibam que apesar de sua
diferença um para com outro é tratado de forma igualitária e também que tem
capacidade de maneira distinta porém não o deixando se sentir desordenado por tal
deficiência ou diferença.

É na escola que o ser humano passa no parte da sua vida é nesse local que
muitos valores são, vistos, analisados, compreendidos e ensinados, portanto é de
extrema importância que nesse local o intuito seja total em ensinar o correto
levando assim aos que estão presentes este nas instituições aprenderem os valores
de modo que levem pra a vida. E para que isto seja benéfico é necessário um
conjunto de coisas como o fato de NÃO EXISTIR distinção entre os alunos de forma
negativa, pois, se houver uma exclusão por conta dessa destinação, poderá levar
aos alunos uma visão errada, um exemplo disso é não excluir crianças especiais,
que possuem algum déficit. Ensinar que eles precisam conviver de forma que todos
estejam sendo beneficiados e todos possam aprender na mesma instituição, juntos.
Os valores que são passados nas escolas enquanto os seres estão sendo
formados, por muitas vezes são valores que levam para toda a vida. Portanto é
necessário ensiná-los e deixá-los participar de forma efetiva na sua educação, para
mostrar que TODOS eles fazem parte de um conjunto de indivíduos com
possibilidades e aos poucos vão sendo construídos seus conhecimentos e seus
valores. Como diz na BNCC:

"A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar


as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a
necessária articulação com as experiências vivenciadas na
Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a
progressiva sistematização dessas experiências quanto o
desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação
com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses
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sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar


conclusões, em uma atitude ativa na construção de
conhecimentos. Nesse período da vida, as crianças estão
vivendo mudanças importantes em seu processo de
desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo
mesmas, com os outros e com o mundo." (BNCC, 2018).

7.1.5 A importância da colaboração da família para com a escola:

Toda família que recebe a notícia de que seu filho necessitará de um cuidado
especial por possuir alguma dificuldade no seu desenvolvimento acaba sofrendo
juntamente com o filho, e muitas vezes não sabe lidar bem com isso pois a família
estava preparada para ter uma criança que tivesse dificuldade mas sim para uma
criança que tivesse um bom desenvolvimento, portanto pode se afirmar como diz
Braselton:

A perda do estereótipo do filho desejado,


anteriormente idealizado pelas expectativas construídas no
imaginário dos progenitores, instaura uma ferida narcísica
nestes. O eu projetado pelos sonhos se desfaz, dando lugar a
um ser que precisará ser ressignificado em um novo processo
de gestação psíquica, no qual os vínculos deverão ser refeitos.
O filho agora existente precisará de uma nova identidade, na
qual sejam respeitados seus limites, dando-lhe um novo lugar
com a construção de novas expectativas (BRAZELTON;
CRAMER, 1992, sp).
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Então, dessa forma, é necessário um preparo e esse preparo é


importantíssimo que compreendam que a colaboração com a escola vai ajudar
grandemente para um melhor desenvolvimento da criança. É inegável que a escola
tem seu dever de ensinar, de buscar levar a criança a um melhor desenvolvimento
para o seu futuro e também que é necessário que a escola faça a sua parte. Mas
também, não se pode tirar a importância do dever da família, a família é onde a
criança nasce e os primeiros contatos que o indivíduo tem, é com a família, e é a
família cria laços emocionais e afetivos, mostra o que é certo e o que é errado na
vida, ensina o caminho da moralidade. E a família também precisa colaborar com a
escola, colaborar buscando incentivar seus filhos, quando o filho tem TEA é
importantíssimo que haja um convívio família/escola para que ambos estejam
sempre a par das situações diárias, é importante também procurar analisar onde
podem melhorar e o que podem fazer em conjunto para uma melhor aprendizagem
e desenvolvimento da criança, estarem sempre em contato e sendo aconselhados
um pelo outro em prol ao melhor para aquele indivíduo que está em processo de
formação e aprendizagem. O processo de inclusão escolar de crianças com TEA
necessita de maior entendimento por parte da escola e da família para que haja
uma relação efetiva entre ambas (Horrocks, White, & Robert, 2008). Sendo assim,
toda uma melhora pode acontecer a partir do momento que as partes -família e
escola- se juntam e buscam o melhor para aquela criança, sendo ela a prioridade
em toda essa situação.

7.2 Processos sobre o descobrimento do TEA:

7.2.1 Preparação da escola e responsáveis para uma nova experiência com

autista:

Quando uma família decide ter um bebê, ou descobre que está vindo um
bebê mesmo sem ter sido planejado, por muitas vezes passa a criar expectativas
para aquela criança mesmo antes dela estar ali, expectativa de ser uma criança
dócil, gentil, amigável, inteligente e com muitas qualidades. Difícil é que se planejem
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para uma criança que dê problemas, seja agressiva, ou para qualquer coisa ruim
que uma criança possa ter como característica. É muito mais fácil que idealizem
uma criança perfeita sem defeitos algum, logo, não se preparam para receberem
uma criança especial, com uma diferença como ter algum mal desenvolvimento, ou
como do que estou falando nessa monografia, o autismo.

Com isso, o fato de não se prepararem psicologicamente e nem


intelectualmente para saberem sobre as questões que tem de diferente uma criança
autista, Como dizem Andrade & Rodrigues (2010) os pais precisam de
acompanhamento e intervenções, pois como ainda não possuem informações ou
experiências sobre a temática, os sentimentos de medo e insegurança tornam-se
presente para as famílias que possuem uma criança "diferente". E muitas vezes
acabam não sendo percebidas em casa também, os pais ou responsáveis não
compreendem sobre aquela determinada circunstância da criança ser daquele jeito,
por muitas vezes podem achar que só é uma criança mimada, ou tímida, ou até
mesmo uma criança rebelde. Mas não veem o que de fato ela é, não entendem a
realidade daquela criança, taxam ela de forma que acham o que ela é sem
compreender.

Errado seria julgar essas famílias, responsáveis ou pais por não entenderem
aquela criança, afinal de contas, se os profissionais não estudassem conseguiriam
entender? Pode-se dizer que não! Sendo assim, julgar mal aquela que não entende
não seria o correto a se fazer nessa situação.

Segundo Rotta e Riesgo (2005) apud Martinoto (2012, p. 8):

os aspectos que mais influenciam na integração da


criança com autismo na família , na amocomunidade e
na escola, são os déficits sociais, cognitivos, os
problemas de comportamento e da comunicação. Nas
crianças incluem também a hiperatividade, desatenção,
agressividade e automutilação, como também algumas
respostas anormais a estímulos sensoriais: audição, tato,
visão.
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Com isso, as escolas devem sempre estar fazendo palestras, explicando para
todos pais que talvez o fato daquela criança que eles têm em casa pode obter TEA,
ou alguma questão distinta que precisa de cuidados. Palestras ajudariam muito aos
pais estarem mais por dentro das questões diferentes que as crianças podem ter em
si, e a em que ponto eles deveriam buscar um profissional para um diagnóstico para
sua criança, isso é melhor falado não só em palestra mas sim em sala de aula com
o profissional que fica no dia a dia com aquela criança, o que vou falar no próximo
ponto.

Além disso, escolas bem preparadas já possuem dentro delas alguns


profissionais que cuidam da área de deficiência cognitiva, seja um psicólogo ou um
psicopedagogo, pois assim as crianças podem ser recebidas dentro das escolas
mesmo e analisadas por tais profissionais, os pais têm a quem recorrer caso haja
uma desconfiança sobre o filho com relação a essa questão e os professores a
mesma coisa, todos tem esse profissional em que possam tirar dúvidas e talvez até
mesmo pedir uma análise para a criança.

7.2.2 A importância do professor para a descoberta do autismo:

Quando um homem ou uma mulher entram em uma faculdade, passam a


conhecer um pouco mais sobre determinados assuntos que ali estão a estudar. Por
isso, muitas vezes na questão do autismo, o (a) professor(a) consegue analisar
melhor uma criança que possa ter essa especialidade do que talvez os pais (ou
responsável) daquela criança , pois ele (a) convive com diversos tipos de crianças
todos os dias e nessa diversidade ele (a) consegue reconhecer aqueles que têm
algumas características que podem ser consideradas como características de quem
possui TEA, um conjunto ao todo como observar no dia a dia da criança que ela não
gosta de estar muito perto dos amiguinhos, que fica chateado ou agressivo quando
está no meio de muito barulho, que anda na ponta dos pés, entres outras diversas
características que faz perceber a possível especialidade da criança.
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Obviamente, quando isso é visto nas escolas, o (a) profissional não chegará
para o responsável e falará para ele que a criança possui TEA ou qualquer outra
especialidade, até porque um(a) professor(a) não possui qualificação necessária
para isto. E como fala Petersen & Wainer (2011, p. 87):

A avaliação diagnóstica de crianças com suspeita de


autismo deve compreender uma observaçãodos
comportamentos desviantes em comparação
com aqueles presentes no curso normal do
desenvolvimento infantil, em especial nas dimensões de
orientação e comunicação social, e não ser apenas uma
checagem da presença ou ausência de sintomas.
(Petersen e Wainer).

Logo, o que ele(a) deve fazer é marcar uma reunião onde esse assunto pode
(e deve) ser pautado com esses pais, onde se tenha perguntas sobre o
comportamento da criança em casa, na rua e em outros lugares públicos e fora e do
âmbito escolar. Após receber as respostas, se ainda assim tiver o pensamento de
que a criança realmente tem chance de possuir TEA (ou outros), deve recomendar
aos pais com MUITA cautela à ida ao psiquiatra para obter o diagnóstico verdadeiro
e preciso.

É possível também perceber a importância de um profissional educacional


que está com a criança no dia a dia observar e analisar a individualidade de cada
criança e perceber as diferenças que precisam ser cuidadas talvez por uma pessoa
especializada, pois quando um profissional que acompanha essa criança no dia a
dia na educação não observa tais características sendo que esse profissional
estudou para entender melhor sobre o desenvolvimento infantil, ele acaba não
fazendo seu papal como pedagogo apto. E faz com que a criança tenha mais
dificuldade no futuro por não ter sido diagnosticada cuidada antes. A LDB no seu
artigo 59:
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Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos


com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas,
recursos educativos e organização específicos, para atender
às suas necessidades; ...; III – professores com
especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino
regular capacitados ...; IV – educação especial para o trabalho,
visando a sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive condições adequadas ...; V – acesso igualitário aos
benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis
para o respectivo nível do ensino regular.(LDB, 1996)

Portanto, é imprescindível que os profissionais da educação, principalmente


os professores que estão dentro de sala de aula observem os alunos que compõem
aquela escola, aquele ambiente. Esses têm um conhecimento a mais que os pais
com relação às deficiências cognitivas e por esse motivo tem uma responsabilidade
grande com essas questões.

7.2.3 A não aceitação por parte dos responsáveis com a descoberta:

Pode-se dizer que o fato de ter um filho é sempre (ou quase sempre)
considerado uma experiência incrível, e como foi falado nos pontos anteriores, os
pais se preparam para uma criança “perfeita”, quando ouvem de alguém que aquela
criança pode possuir alguma deficiência, seja ela qual for, em muitos dos casos
essa opinião é recebida com negação por parte dos responsáveis. Até então esses
responsáveis poderiam ver aquela criança de forma totalmente perfeita e receber
essa notícia não é algo muito idealizador por tais.
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A dolorosa realidade de ser subitamente presenteado


com uma criança portadora de uma síndrome
permanente e o sentimento de total incapacidade de
mudar tal situação. Sentimentos de descrença e choque
também são genuínos. É esperado um período de auto-
piedade e lamento. Algumas auto-recriminações são
normais. É normal tentar evitar a dor. (BUSCAGLIA,
1997, p. 142).

No entanto, quando há essa negação dos responsáveis acaba sendo


prejudicial para aquela criança, caso realmente aquele profissional certo ao
diagnóstico que foi observado por ele. Quando há uma deficiência no
desenvolvimento de uma criança o correto é que existam os cuidados,
acompanhamentos e remédios necessários para que aquela criança possa levar
uma vida o mais normal possível em sociedade, na escola, principalmente na
educação de tal criança, para que ela tenha um aprendizado evolutivo, ela precisa
estar na mesma fase neurologicamente que as outras crianças de sua turma , por
exemplo. Caso a criança não tenha um acompanhamento, pode fazer com ela fique
cada vez mais introspectiva, se isolando no seu mundo e sem entender até mesmo
o que ela vive, sem chances de melhoras mas sim de piora, ao invés da criança
evoluir, ela acaba regredindo cada vez mais ou então estaciona, vai de caso para
caso, e ainda pior que isso, pode ocasionar na abertura para outros problemas que
só dificultam a vida daqueles criança e a faz estar cada vez mais longe de ter uma
vida normal como as outras, pois como o Laznik (2009, p.29) diz no comportamento
de um autista, percebe-se o isolamento, dificuldade de afetividade, atrasos na fala
entre outros. Quanto mais cedo diagnosticado, inicia-se o tratamento de adaptação
à escola, motricidade, afetividade,

[...].

Por isso é imprescindível que os responsáveis que ouvirem de alguém essa


possibilidade, deve imediatamente buscar a ajuda do profissional que possa
diagnosticar a criança conforme as características dela, e a partir disso cuidar, no
20

caso do autista, para que haja evolução no seu processo precisa ser acompanhado
por psicopedagogos e a cada sessão, de tempo em tempo, haverá a evolução.
Nunca é fácil para alguém receber uma notícia de que sua criança tem aquela
deficiência, pois segundo Sprovieri, Assumpção Jr. (2001) o fator autoestima
apresentou maior comprometimento, pois um filho com tal doença desvaloriza a
família. Mas não cuidar dela, é ainda pior pois ao invés de proteger a criança, acaba
protegendo a si mesmo de ter a possibilidade de um filho especial, tornando assim
mais difícil a vida do filho e não melhorando. Uma criança que possui TEA (ou
qualquer outra doença) jamais vai conseguir se ajudar se aquele que é responsável
por ela não levá-la às pessoas que podem ajudá-la a se ajudar.

7.2.4 Tratamento devido para as crianças que possuem TEA e suas qualidades:

Uma criança que tem algum tipo de deficiência, seja ela neurológica ou física,
necessita de um cuidado especial, cuidado esse que fará com que a criança possa
ter uma vida normal como as outras crianças, possa estar nos ambientes e
conseguindo interagir de uma forma saudável com as outras pessoas da sociedade
e dessa forma também, poderá ter uma vida futura mais completa entornar.

Pois bem, é por esse motivo que quando os pais, professores, família, ou
parentes, percebem algo diferente em uma criança, no seu dia a dia, que pode ser
TEA, deve levá-la para um diagnóstico, como foi pontuado antes, a devida
responsabilidade está sobre os mais velhos, aqueles que cuidam e não sobre a
criança, achando que ela deve “melhorar” sozinha.

A intervenção com antecedência é a melhor opção para a evolução do


indivíduo que tem a possibilidade de possuir o Transtorno. O cuidado com os
sintomas comportamentais da criança com o autismo fará com que que ela– e toda
sua família – obtenha os benefícios. Pois a criança que é diagnosticado de forma
precoce tem mais chance de obter um cuidado maior e dessa forma gerará um
resultado a longo prazo benéfico.
21

Como diz o Myers e o Johnson, em 2007, “os principais objetivos do


tratamento devem visar à minimização das principais manifestações e maximizar a
independência funcional e a qualidade de vida como também aliviar o sofrimento
familiar. Facilitar o desenvolvimento e aprendizagem, promovendo a socialização,
reduzindo comportamentos inadequados. A educação e o apoio às famílias ajudam
a atingir esses objetivos. Idealmente, as intervenções devem ajudar a atenuar as
principais manifestações do TEA, que incluem a deficiência na reciprocidade social,
déficits na comunicação e repertório comportamental restrito e repetitivo.
Intervenções educacionais, incluindo estratégias comportamentais e terapias de
habilidade são os pilares da gestão do TEA”.

Com isso, é nítido compreender a importância do tratamento correto para a


criança, para que assim ela consiga evoluir, crescer e não ser diferenciada em um
sentido ruim entre os demais, diminuindo a chance de sofrer bullying oi ser
apontado como um indivíduo doente em decorrência aos seus sintomas. É claro que
mesmo com tratamento ainda terão momentos e circunstâncias que farão com que
a criança seja um pouco diferente, tenha alguma dificuldade ou um comportamento
diferente, devido ao Transtorno que ela possui. No entanto, é diminuído em grande
parte quando há o tratamento devido para aquela criança. Tudo é questão de ter
cuidado, respeitar os limites dessa criança e procurar os especialistas certos que
irão cuidar da melhor forma desse transtorno para levar evolução para a vida da
criança em toda sua vida.

Existem limites em que não se podem ultrapassar, uma criança tratada é


totalmente diferente de uma criança que não tem o devido tratamento, mas uma
criança com TEA mesmo que com acompanhamentos corretos dos especialistas,
não conseguem ser totalmente sociável, outras não conseguem ter uma fala sem
dificuldades, ou ficar em lugar muito barulhento, pois ainda que tenha seus
tratamentos, algumas características do Transtorno permanecem, por muitas vezes
diminuído, mas não totalmente sem tais características. Porém, o tratamento não
deve parar, os acompanhamentos são extremamente necessários para uma
melhora constante em tal criança.

Além dos cuidados com tratamentos com pessoas especializadas é


extremamente necessário que tenha um bom tratamento nos lugares aonde ela vive
22

e com quem ela convive diariamente, familiares e pessoas que estão ao redor
devem ter o máximo de cuidado e se mostrarem sensíveis ao indivíduo,
compreendendo ele, mostrando a importância dele, e nunca o deixando de lado, ou
seja, nunca o excluindo por questões do transtorno, pois, isso fará com que o
tratamento especializado não tenha bons resultados, isto pelo fato de que para que
hajam bons resultados é preciso que exista uma boa relação no seu convívio
juntamente com o tratamento especializado. É um conjunto que sem sobra de
dúvidas fazem toda a diferença na realidade da criança, logo, fazendo diferença na
aprendizagem e a forma de compreender o ensino dado.

7.2.5 Dificuldades que os responsáveis por crianças com TEA têm no cotidiano:

Aquele que é responsável por uma criança com transtorno espectro autista
precisa, sobretudo, de paciência. Paciência para aprender a lidar com aquela
criança, paciência para entender cada momento que aflige ela, paciência para
entender de que forma ela vê o mundo e como pode ajudá-la para viver bem nesse
mundo. Enfim, muita paciência para todas as situações que ela vai passar. Ter
paciência é essencial pois assim conseguirá ver de uma maneira mais aberta o
comportamento e com isso conseguirá responder da forma correta aquele
comportamento em público, ou até mesmo em casa. Com a paciência pode
aprender a entender e compreender como a criança age em cada situação e o que
faz bem para ela e o que faz mal, aprendendo sobre ela, irá ajudar assim a criança
evoluir no dia a dia, conversando, tentando explicar de forma que ela entenda que o
comportamento ou algo que ela fez não deve ser feito. Mas, é óbvio que como
qualquer outro responsável por qualquer outra criança, uma hora a paciência acaba,
porque paciência também tem limite, e lidar com uma criança com transtorno nem
sempre é algo fácil, ter uma vida corrida com as idas aos especialistas
semanalmente, talvez ver seu filho ter algumas crises e assim ter um
comportamento ruim após um dia longo de trabalho do responsável, faz com que
acabe reagindo de forma ruim com o filho
23

Como diz Hambrick (2011): Entre os portadores de


dificuldades no desenvolvimento, os cuidados com
a criança diagnosticada com TEA mostram-se especialmente
estressantes para os cuidadores devido à complexidade e ao
grande número de manifestações que caracterizam o
TEA. (INGERSOLL; HAMBRICK, 2011).

O que não é muito difícil de se entender, a correria e tudo que precisa fazer
para que seu filho tenha o melhor no dia a dia, acaba fazendo com que fique
cansado, lidar com isso não é fácil. E é por isso que existe uma grande importância,
que não é muita falada mas que é importante, é o acompanhamento com os pais
também. A família precisa estar inserida no tratamento da criança em dois aspectos,
um relacionado ao campo do instrumental, ou seja, trabalhar as questões do
desenvolvimento perceptivo e motor da criança, e o outro, relacionado ao resgate
psíquico da família, proporcionando o seu lugar dentro do núcleo dos papeis
parentais e exigências externas (BAPTISTA, 2002). Nesse acompanhamento, que
seja falado sobre o dia a dia, como o responsável pode agir de melhor forma, para
que ajude os pais entenderem e lidarem melhor com as situações de crise no
transtorno e tanto como também seja uma forma para os pais fazerem uma terapia
que os ajude psicologicamente. Também é muito importante que os responsáveis
tenham apoio da família, ajuda sempre acaba sendo bem vinda, um dia de
descanso também é bom, terem lazer além da rotina. Para que assim, não seja tão
estressante a rotina e a vida que levam.

Portanto, é compreensivo que os responsáveis por crianças que possuem


alguma necessidade especial, fiquem exaustos, psicologicamente e fisicamente
também, por isso, uma das coisas que também ajuda a esses responsáveis é trocar
ideias com outros responsáveis que também passam pela mesma situação, que
compreendam na pele o dia a dia que é, as complicações e a realidade, pode ser
como uma terapia para eles. Trocar experiências, ideias, um ajudar ao outro com
relação à educação, de como tem sido a aprendizagem, métodos a serem utilizados
para que não seja algo maçante para as crianças mas que consigam compreender.
Por fim, é uma atitude boa para principalmente o indivíduo que terá ajudas vindas de
24

famílias que vivenciam o mesmo, podendo gerar uma melhora em sua vida, na
atualidade e no futuro da criança. Buscar situações que beneficiam as crianças de
modo que leve evolução sempre será incrível.

7.3 A importância do diagnóstico médico para o devido tratamento e evolução


cognitiva
7.3.1 A CID

A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à saúde


e sua fundamentalidade para educação

Existe no Brasil uma referência que utilizada para diagnóstico de autismo, o


nome é CID ( Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde, publicada pela OMS – Organização Mundial da Saúde) um grupo que foi
criado para ajudar na reavaliação das classificações de transtorno mental.
Até o final do ano 2021 a CID 10 estava em vigor. Logo depois foi atualizada
para CID 11, que é aonde o diagnóstico do autismo está mais adequado ao
espectro, o que é trazido sobre TEA. Compreendendo melhor sobre os transtornos
mentais e sendo identificado através do CID 11 em lei, as crianças atípicas serão
diagnosticadas tendo um suporte.
Explicando melhor a CID:

“A CID é uma grande ferramenta utilizada por


profissionais da área da saúde e educação para
identificar estatísticas e tendências de saúde em todo o
mundo. Em torno de 55 mil códigos estão contidos no
CID, englobando doenças, lesões, e causas de morte.
Vale lembrar que foram quase 32 anos entre a CID 10 e
a CID 11. Na CID 10 o autismo estava dentro do tronco
chamado de Transtornos Globais do Desenvolvimento
(TGO). Já na CID 11 o tronco virou o Transtorno do
25

Espectro Autista conforme o DSM 5 (Manual de


Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
(Freitas, 2022)”.

Agora, tendo em vista que a CID 11 é uma lei que engloba o autismo como
um transtorno mental é um avanço para educação dessas crianças, pois uma
criança conseguindo ter o diagnóstico, poderá ter um melhor acesso ao tratamento
específico em que ela precisa pra que obtenha um melhor resultado em seu
cotidiano.

Claramente pode-se compreender que o fato de existir a CID 11 é uma lei


que ampara a criança atípica, mas não facilita a aceitação dos pais para com o TEA
do seu filho(a), ainda que exista uma lei que ampare essa criança, não existe lei que
obrigue a aceitação dos pais. O que torna mais complexo fazer acontecer o
tratamento específico da criança, consequentemente levando a criança a não
evoluir por muitas vezes, pois o acompanhamento precoce pode ser benéfico para
minimizar os prejuízos do desenvolvimento do indivíduo.

7.3.2 O desconhecimento sobre a causa do autismo

No que se refere ao por que do Transtorno Espectro Autista ainda é


desconhecido, no entanto existem muitas pesquisas que indicam que uma das
causas, podendo ter outras, a que predomina é a genética.

Na maior parte das vezes o autismo é genético, ou


seja, decorre da carga genética de seus pais ou é uma
mutação genética ocorrida na própria criança. Estudos
recentes apontam o impacto genético no
desenvolvimento entre 80 e 90%. Pesquisa recente
informou este percentual em 83% (SANDIN, at al., 2017,
n.p. apud LARCERDA, 2017, p.21).
26

Não se tem só a presença da presença da genética como causa, há outras


causas que podem contribuir para o TEA, como questões ambientais, há também
os fatores de risco, como indica no DSM-5 (2014), a idade dos pais serem
avançada, o baixo peso ao nascer também pode ser uma causa.

Compreende-se dessa maneira que o autismo não é uma doença desde o


nascimento,, mas se ocorrer à falta de tratamento ou terapia eficaz, o indivíduo
poderá ter perdas significativas de desenvolvimento, o que leva ao transtorno
mental ser mais prejudicial à criança.

Um aspecto relevante é sobre o fato de que o autismo se apresenta para a


maioria ainda quando crianças, sendo descoberto muitas das vezes de forma muito
precoce. Segundo a DSM-5 (2014) as características comportamentais do TEA são
evidenciadas na primeira infância, pois é aonde as crianças estão em
desenvolvimento, começando a interagir e normalmente as crianças com TEA tem
dificuldade com a interação com o outro ou a falta de interesse total, isso pode ser
percebido no seu primeiro ano de vida, na escola com os amiguinhos, entre outros.

O diagnóstico precoce muda muito o desenvolvimento da criança com TEA,


pode ser descoberto em um conversa com os pais, uma observação de um clínico,
como diz Lacerda (2017, p. 55) “através de observação clínica, ou seja, o sujeito
com TEA é diagnosticado depois de se observar a presença dos sintomas que
caracterizam a condição autística”.

7.3.3 A importância da criança com TEA ter um acompanhamento


especializado

Uma criança com TEA, em seu grau mais leve, fazendo acompanhamento
especializado com suas terapias, e tratamento necessário consegue na maioria
vezes estar em uma sala de aula e ter uma compreensão da matéria explicada pelo
professor sem a necessária de obter um mediador específico para ele. No entanto,
crianças que tem um grau mais severo tem por Lei Federal 12.764 o direito de ter
uma mediação que acompanhe o autista na sua escolarização.Diz a Lei Federal
12.764: “Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do
27

espectro autista nos termos do inciso IV do art. 2º, terá direito a acompanhante
especializado.” (BRASIL, 2012)

Desse modo percebe-se que o apoio escolar é necessário para o


acompanhamento do aluno e seu desenvolvimento escolar, pois assim ele terá uma
evolução maior no seu aprendizado, tendo alguém para ajudar na compreensão do
conteúdo.

Na escola inclusiva, é demasiadamente difícil para


um único educador atender a uma classe inteira com
diferentes níveis educacionais e, ainda, propiciar uma
educação inclusiva adequada. Tudo o que for construído
no ambiente escolar deverá possuir o gene da qualidade
(CUNHA, 2012, p.55).

O que não pode ser cobrado é que apenas o professor (a) da sala de aula
seja responsabilizado por promover uma inclusão escolar qualitativa, pois além de
ter outros alunos, este dever é de todo o corpo escolar, todos os profissionais da
educação devem se empenhar para levar uma educação de qualidade para aquela
criança. Como fala Cunha (2016, p. 28) “constrói- se o currículo com a participação
de gestores, supervisores, coordenadores, orientadores, psicopedagogos,
professores e evidentemente, da família”.
Uma criança com TEA que possui um acompanhamento tem a chance maior
de conseguir compreender o conteúdo passado em sala de aula pois ela terá por
algumas vezes um material adaptado para o caso de necessitar, tem a observação
de uma pessoa específica todos os dias para notar seus avanços ou regressões,
para analisar de que modo pôde-se trabalhar melhor com essa criança e de que
modo ela recebe melhor a matéria, é essencial para seu desenvolvimento cognitivo.

As mediações pedagógicas têm uma orientação


deliberada e explícita no sentido da aquisição de
conhecimentos sistematizados pela criança e de
transformação de seus processos psicológicos. A
28

mediação do adulto, no contexto pedagógico, deve ser,


tipicamente, consciente, deliberada. (ROCHA, 2005, p.
42).

O docente da sala de aula se torna o outro no decorrer do crescimento e


desenvolvimento da criança com autismo e, por meio do acompanhamento
específico, se deve possibilitar a ajuda na aprendizagem de funções que o discente
ainda não consegue alcançar, pois

[...] o único tipo positivo de aprendizado é aquele


que caminha à frente do desenvolvimento, servindo-lhe
de guia: deve voltar-se não tanto para as funções já
maduras, mas principalmente para as funções em
amadurecimento. [...] o aprendizado deve ser orientado
para o futuro, e não para o passado. (VIGOTSKI, 2005, p.
130).

É possível notar um retardo em algumas áreas da vida de algumas crianças


autistas como a falta de desejo com a interação com os outros colegas, a falta da
fala que tem como consequência algumas vezes o utilizar fraldas pois não sabe
pedir para ir ao banheiro, o não saber brincar com outras crianças, entre outros.
Essas são áreas que em alguns momentos pôde-se trabalhar com a criança quando
se tem uma pessoa para a acompanhar no dia a dia na escola pois isso também faz
parte da vida de uma criança e poder ser mais independente ajuda no cognitivo da
criança, esse também é um benefício de que a criança tenha uma medicação, além
de ser lei.

7.3.4 A forma correta da mediação nas escolas

A medicação é benéfica para as crianças que tem uma deficiência quando a


mediadora consegue compreender o seu papel de auxiliar nas atividades e ajudar
na compreensão das atividades quando se é uma atividade mais complexa. No
29

entanto, quando a pessoa que está mediando usa desse meio para fazer a atividade
pela criança, acaba sendo um malefício para a aprendizagem da criança, pois a
partir do momento que a mediadora está fazendo pela criança ao invés de ajudar a
criança a fazer; consequentemente está tirando a possibilidade de uma
aprendizagem significativa dela.
Sendo assim, é imprescindível que uma mediação seja feita de modo correto
para que haja um melhor desempenho da criança nas atividades, um melhor
desenvolvimento cognitivo e uma aprendizagem de fato. Para isto é necessário
impreterivelmente que o indivíduo contratado para fazer a mediação em sala de
aula entenda qual é a sua verdadeira função, que segundo MOUSINHO (2010):
“O mediador é aquele que no processo de
aprendizagem favorece a interpretação do estímulo
ambiental, chamando a atenção para os seus aspectos
cruciais, atribuindo significado à informação recebida,
possibilitando que a mesma aprendizagem de regras e
princípios sejam aplicados às novas aprendizagens,
tornando o estímulo ambiental relevante e significativo,
favorecendo o desenvolvimento. A principal função do
mediador é ser o intermediário entre a criança e as
situações vivenciadas por ela, onde se depara com
dificuldades de interpretação e ação”. (MOUSINHO,
2010, p2)

Isto é, tem a função de amparar e apoiar os alunos com necessidades


especiais para que através da mediação haja uma aprendizagem aplicada de
maneira aperfeiçoada e eficaz para esses alunos, incluindo eles no cotidiano escolar
ainda que com algumas diferenças e dificuldades. Como Mousinho diz:

o mediador deve atuar como intermediário nas


questões sociais e de linguagem, ensinar a criança a
participar das atividades sociais, como se relacionar com
outras crianças, minimizar a tendência da criança ao
isolamento social, minimizar os comportamentos, no caso
dos autistas, inapropriados e repetitivos, desviar a
30

atenção das crianças das manias, rituais e atividades


repetitivas, estimular a imitação dos movimentos, sons e
atividades, ajudar a criança a organizar seu discurso,
minimizar e intervir em situações que causam desconforto
sensorial, estimular a empatia, ensinar a linguagem
corporal, encorajar a solicitar ajuda, entre outras tarefas
(MOUSSINHO, et al. 2010).

Enfim, o papel do mediador assim como o do professor é essencial no


processo de aprendizagem e socialização das crianças, inclusive e fundamental
para aquelas que apresentam alguma deficiência.
Essa mediação prepara o aluno para ter uma melhor condição de vida,
considerando que com essa mediação ele irá aprender mais, e para que isso
aconteça é preciso que esse mediador seja preparado para isto, de forma que haja
uma formação por parte desse mediador e esta formação precisa ser voltada para
área educação e não somente uma formação na área de educação, mas uma
formação continuada onde o profissional entenda a importância de estar sempre se
atualizando para ter mais possibilidades de ajudar os alunos em que ele está
mediando, tendo novas ideias e melhores formas de poder ensinar o conteúdo, de
maneiras lúdicas, que ajude na compreensão do conteúdo de forma mais leve. E
sendo assim uma forma de levar o interesse ao aluno para aprendizagem.

7.3.5 Adaptação necessária para lidar com crianças especiais

Para trabalhar com crianças especias é primordial ter a paciência como


virtude. Pelo fato das crianças terem o autismo por muitas vezes em suas casas
eles podem ter facilidade a realização de suas vontades, e quando chegam a escola
podem começar a serem contrariados com o não poder ter certas atitudes. Com
isso, a criança pode começar a ter uma resistência com a escola,
consequentemente com os colegas e com os profissionais do ambiente escolar,
consequentemente levando para criança uma dificuldade maior para aprendizagem
por conta da resistência ao ambiente e pessoas que nele estão.
31

Desse modo, é muito importante que cada profissional da educação tenha


paciência para lidar com essas crianças e quando acontecer delas demonstrarem
dificuldade o, mediador, professor, orientador ou outros profissionais que está
trabalhando com a criança busque formas diferentes de aprendizagem. Sempre
procurando compreender o máximo da individualidade dessa criança, as limitações
que ela pode ter, a “lentidão” que por algumas vezes pode acompanhar a criança
por um tempo durante o processo de aprendizagem dela, buscando também
técnicas diversificadas para a aplicação do conteúdo, mesmo que em algumas
circunstâncias seja necessário fazer a repetição do conteúdo para fixar de maneira
eficaz, que o método a ser utilizado seja diferente.

Um aluno com TEA pode obter um QI baixo, médio e até mesmo existem
aqueles que são muito inteligentes. Por isso é necessário que haja uma dedicação
na preparação das atividades, precisam ser bem planejadas e bem pensadas de
modo que alcancem a todos e se for preciso que tenha uma adaptação para
aqueles que são especiais. O que é incorreto é não incluir esses alunos na
participação das atividades diárias.

Os alunos com TEA tem seus dias bons e seus dias mais complicados na
qual não irá conseguir fluir muito bem com as realizações de atividades tradicionais,
nessas situações o aluno pode ter uma segunda alternativa de atividade lúdica em
que irá inserir o conteúdo para ele mas não irá forçar de maneira que ele não
consiga, para isto o mediador que o acompanha poderá ajudar para que ele adquira
o conhecimento. Cruz (2014), descreve que:

As inúmeras dimensões pelas quais passam os


estudantes apontam, na maioria das vezes, para
explicações conteudistas, direcionadas a todos
igualitariamente, desconsiderando as singularidades e,
consequentemente, as necessidades de cada um. Na
didática que propomos, é preciso considerar a
singularidade do sujeito para que, no processo de ensino-
aprendizagem, sejam desenvolvidas também, pelos
32

educandos, a criticidade e a compreensão da totalidade


dos conteúdos em suas multidimensionalidades. (CRUZ,
2014, p.79).

O trabalho repetitivo, a estimulação nas atividades propostas para com a


criança, as diversificações nas técnicas de ensino e aprendizagem, o auxílio na
interação com os colegas, a ajuda necessária diariamente por parte dos
profissionais, o esforço para ter paciência todos os dias com as crianças especiais,
a capacidade de compreensão das limitações e a busca para a melhor forma de
ensino de cada conteúdo, o estudo continuo para se atualizar sobre a questão de
inclusão e suas formas de melhoria são todos métodos que irão consequentemente
auxiliar no crescimento evolutivo dessas crianças que necessitam de uma atenção
especial. Cruz (2014), diz sobre esse aspecto da educação inclusiva, afirma que:

Entendemos a necessidade de processos didáticos que


visem facilitar esse processo para uma efetiva
aprendizagem escolar desses sujeitos. Esses processos,
trata-se de formas de desenvolver o conteúdo para que,
da melhor maneira possível encontrada para explicá-los,
possibilite que os educandos compreendam o que está
sendo transmitido a eles, visando que ocorra realmente o
ensino e, consequentemente, a aprendizagem.
Compreendemos, portanto, que esses processos estão
entrelaçados dialeticamente, necessitando da articulação
de diversas dimensões para que ocorram de forma
apropriada. (p.77-78).

Dessa forma fazendo da sala de aula um ambiente inclusivo e nesse mesmo


ambiente um lugar de aprendizagem significativa por parte de todos os alunos que
ali frequentam. Não permitindo que nenhum se sinta excluído, fazendo com que
todos estejam em um segmento de igualdade no quesito do ensinar. Todos tendo o
acompanhamento correto em sala de aula para que não seja um serviço total do
33

professor que dá a aula mas de todo apoio da rede pedagógica que os alunos
precisam, principalmente os alunos com necessidades especiais.

0. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para entender sobre TEA e suas consequências na escola será necessário


fazer pesquisas sobre artigos já publicados que discorra sobre o assunto introduzido
os tipos e níveis distintos dentro do TEA, também estudar sobre como as crianças
que possuem TEA são vistas, sobre a necessidade de que a escola seja preparada
para todos e também sobre a importância do investimento para obter aptidão
necessária para lidar com aqueles que possuem TEA na escola.

Para complementar essas ideias e ir mais profundo no assunto será


necessário o estudo mais aprofundado envolvendo além da parte escolar, a parte
familiar buscando em livros já publicados, artigos já publicados assuntos como os
processos sobre o descobrimento do TEA, como a preparação da escola e
responsáveis para uma nova experiência com autista é imprescindível, o quão o
importante o professor é para descoberta do autismo, a regressão que não
aceitação por parte dos responsáveis com a descoberta pode acabar ocasionando,
necessidade do tratamento devido e suas qualidades para as crianças que possuem
TEA e também sobre as dificuldades que os responsáveis por crianças com TEA
têm no cotidiano. Buscando ter uma compreensão melhor sobre a realidade das
crianças que possuem necessidades especiais, nesse trabalho especificamente
falando sobre TEA, será necessário o estudo baseado em livros e artigos já
publicados e pesquisas já feitas sobre assuntos como qual a probabilidade de uma
criança que possui TEA se tornar um adulto (a) promissor, de que modo uma
pessoa com TEA pode ter oportunidades como qualquer outra, o que é necessário
para que desde a infância o discente possa ser visto como um discente normal a
ponto de ser autista não seja o foco principal nele e quais são os cuidados
necessários para com as crianças com TEA buscando levar transformações no seu
habitual para melhor.
34

0. RECURSOS

Será necessário para a pesquisa deste trabalho na qual o assunto principal é


a inclusão das crianças que possuem transtorno espectro autista na aprendizagem,
materiais como livros, revistas que discorram sobre o assunto, internet para a
pesquisa de artigos já publicados e autores que compartilham experiências sobre
assuntos que envolvam a aprendizagem e a criança que possui TEA.

0. CRONOGRAMA

SET/
ETAPA AGO/22 OUT/22 NOV/22 DEZ/22
22

Introdução X

Questões Norteadoras X

Hipótese X

Justificativa X

Objetivos X

Referencial teórico X

Procedimentos X
Metodológicos

Recursos X
35

Referência Bibliográfica X

Defesa do X

TCC

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