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INCLUSÃO – DENTRO DO ESPECTRO AUTISTA

FERNANDA NUNES1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG
LUCIANO RODRIGUES CASTRO²

RESUMO
O presente artigo versa sobre a inclusão do espectro autista na escola, fazendo uma abordagem
da definição do que é o autismo, quando ele surgiu e com que idade normalmente é dado o
diagnóstico, mostrando como o espectro é no dia a dia e suas dificuldades, trazendo conceitos
de doutrinadores com seus foco em cada detalhe, o trabalho aborda como é o autista na escola
e como deve ser a inclusão dele desde de a sala de aula a escola como toda, porque não é só a
sala de aula e sim a escola trabalhar em conjunto para que dê certo a inclusão fazendo melhorias
e adaptações necessárias , e também a família como um apoio uma junção da escola e a família
para que faça que o aluno se sinta bem e seguro para conseguir aprender de forma efetiva e
eficaz, mostrando também os seus direitos e garantias, todo o suporte que garante uma vida
digna e mais igual a das outras pessoas, para que ele não se sinta excluído.

Palavras-chave: Autista, escola, inclusão, direitos.

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho mostra a problemática do aluno autista e sua inclusão, mostrando
a dinâmica de como funciona a inclusão do TEA na sala de aula e como é feito. A inclusão é
tarefa de notória dificuldade pois crianças especiais tem suas limitações e precisam ser sanadas

1
Fernanda Nunes, Estudante de pedagogia – e-mail: fernandanunes19@hotmail.
e o artigo mostra como superar as dificuldades do dia a dia para que o aluno se sinta bem e
seguro na sala de aula.
Diante desse tema, é importante considerar que as condições enfrentadas pelos alunos
com TEA inclusivos ainda são amplamente compreendidas pelos profissionais e que a
implementação de estratégias inclusivas é um entrave, considerado um entrave.
Compreender a dinâmica das relações familiares é fundamental para compreender o
indivíduo em particular; para que o ensino e o aconselhamento clínico sejam bem-sucedidos, o
trabalho paralelo com os familiares é fundamental, pois as intervenções promovem efeitos
recíprocos para cada membro. Então fica claro que mesmo diante das singularidades e
limitações, as crianças com autismo aprendem melhor quando os professores fazem mudanças
para estimular sua atenção.
Nesse sentido os direitos educacionais nas escolas regulares são assegurados pela
Constituição Federal de 88, a Lei nº 12.764/12, que institui a Política Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com TEA, garantindo e assegurando seus direitos educacionais, dentre outras
leis citadas no presente artigo, mostrando e garantindo seus direitos ao acesso à educação.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 AUTISMO
Autismo falando etimologicamente tem origem grega “autos” cujo o significado é
“próprio ou de si mesmo”, tendo característica de um distúrbio neurológico que surge ainda na
infância, causando atrasos no desenvolvimento, na aprendizagem e na interação social da
criança.
o autismo é visto como a “polarização privilegiada do mundo dos pensamentos, das
representações e sentimentos pessoais”, significando literalmente, viver em função de si
mesmo. Sendo assim, um significado restrito na definição do autismo pela produção teórica já
desenvolvida que aponta o que caracteriza o transtorno do espectro autista é a tríade
caracterizada por impedimentos nas áreas de interação social, comunicação verbal e não verbal
e interesses (TAMANAHA; PERISSINOTO; CHIARI, 2008).
Ele não tem uma causa definida, TEA causa dificuldades de aprendizagem sem ter
critérios, o transtorno causa uma tribulação na socialização, comunicação e na imaginação da
criança, o autista tem dificuldades de concentração, e quando concentra em algo fica fixado por
aquilo um bom tempo, com suas dificuldades de socializar prefere ficar sozinho com sua
imaginação do que ir aprender na sociedade.

O espectro autista é uma das síndromes mais difíceis de compreender devido sua
complexibilidade, porque as vezes com ele vem outras complicações como depressão, epilepsia
e hiperatividade. De formas e graus variados, como pode ser algo de alta obscuridade ou mais
simples.
O Ministério da Saúde que se aproxima das diretrizes de atenção sobre o TEA diz:
O tratamento deve ser estabelecido de modo acolhedor e humanizado, considerando
o estado emocional da pessoa com TEA e seus familiares, direcionando suas ações ao
desenvolvimento de funcionalidades e à compensação de limitações funcionais, como
também à prevenção ou retardo de possível deterioração das capacidades funcionais,
por meio de processos de habilitação e reabilitação focados no acompanhamento
médico e no de outros profissionais de saúde envolvidos com as dimensões
comportamentais, emocionais, cognitivas e de linguagem (oral, escrita e não verbal),
pois estas são dimensões básicas à circulação e à pertença social das pessoas com TEA
na sociedade (Brasil, 2012, p. 57).

Desse modo pode se ver como o TEA está sendo mais priorizado no país, hoje existe
mais intervenção, o diagnostico se acontece mais cedo, fazendo com que o tratamento seja
igualmente cedo, dando conforto para as crianças e também a família, principalmente após a
Lei nº 12.764, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista, trazendo segurança, direitos e garantias as pessoas com
autismo.
Em maio de 2013 foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-V), que trouxe mudanças significativas, dentre elas, o conceito de
Transtorno do Espectro Autista, o qual passa a ser definido como a presença de “Déficits
persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou
por história prévia”.
Para o Dr. Dráuzio Varella, o autismo:
Também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês),
recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações
muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave.
Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de
comunicação e relacionamento social. (2014, p. 01).

2.2 INCLUSÃO ESCOLAR


A introdução escolar normalmente começa aos 4 anos de idade, e o diagnostico quando
feito com antecedência se dá normalmente aos 3 anos de idade. A escola tem um grande papel,
pois é nela que se tem os primeiros contatos com outras crianças onde a socialização acontece,
é onde ela vai ter grande dificuldades de se adaptar as regras e as rotinas que são impostas.
Santos, 2008, p.09 diz:
A escola recebe uma criança com dificuldades em se relacionar, seguir regras sociais
e se adaptar ao novo ambiente. Esse comportamento é logo confundido com falta de
educação e limite. E por falta de conhecimento, alguns profissionais da educação não
sabem reconhecer e identificar as características de um autista, principalmente os de
alto funcionamento, com grau baixo de comprometimento. Os profissionais da
educação não são preparados para lidar com crianças autistas e a escassez de
bibliografias apropriadas dificulta o acesso à informação na área.

O TEA encontra grande dificuldade de concentração a obedecer às regras, a lidar com


o desconhecido, a escola é um ambiente onde tudo é novo e diferente na cabeça deles, é onde o
professor entra com o papel de suma importância pois eles encontram dificuldades. Essas
dificuldades passam a fazer parte do cotidiano de trabalho dos professores e das escolas como
um todo. Uma forma de melhorar a resiliência e assim reduzir essa contingência nas crianças e
facilitar seu aprendizado é adaptar o currículo.
O currículo deve ser abranger todos da escola, uma dinâmica onde seja bom para todos
os alunos, e os autistas não se sinta diferente por ter dificuldade de aprendizado, eles costumam
aprender com atividades dinâmicas e alteráveis que prendem a atenção fazendo com que ele
aprenda e seja participativo na aula, é muito formidável que ela aprenda o mesmo que seus
colegas, ainda que com soluções específicas e em um tempo diferenciado.
A respeito da adaptação curricular Valle e Maia (2010, p. 23), define como “o conjunto
de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de
avaliação, atividades e metodologia para atender as diferenças individuais dos alunos”.

As adequações curriculares servem para flexibilizar e viabilizar o acesso às diretrizes


estabelecidas pelo currículo regular e não possuem a intenção de desenvolver uma
nova proposta curricular, mas estabelecer um currículo dinâmico, alterável, passível
de ampliação, para que atenda realmente a todos os educandos. Isso é facilmente
realizado quando há disponibilidade do profissional da sala de recurso na escola, que
contribui para que sejam planificados as ações pedagógicas e o conteúdo que o aluno
deve aprender (Valle; Maia, 2010).

A flexibilização do currículo é uma forma de criar uma conexão e cumplicidade entre


pais e educadores, portanto, no espaço escolar, a coesão de vontades entre educadores e
famílias, a capacidade de construir para a educação dos alunos com autismo. Diante dos
desafios que as crianças com autismo enfrentam ao ingressar nas escolas formais, essa mudança
estrutural é alcançada por meio da gestão curricular.
É preciso também de todo um preparo por parte do professor, para saber como agir,
lidar e se portar com um aluno autista, na maioria das vezes falta isso na educação básica, os
professores também não tem um preparo para o TEA, para receber um aluno dessa dimensão é
preciso que toda a escola esteja em conformidade para que a inclusão funcione de forma eficaz.

No processo de aprendizagem do aluno com TEA, o professor deve ter plena


consciência do seu papel fundamental no desenvolvimento desse aluno, e acreditar na
sua capacidade. Ainda nessa perspectiva, enfatizamos que a construção de uma
educação verdadeiramente inclusiva pode ser caracterizada como uma grande utopia
por parte de alguns educadores que lecionam para pessoas com deficiência e com
TEA, mas quando os professores se interessam e modificam suas estratégias de ensino
e produzem propostas com efeitos reais no processo de inclusão, estes alcançam de
forma pragmática o fazer pedagógico com vistas à inclusão (SILVA; BALBINO,
2015).
Recursos que podem impactar positivamente no processo de inclusão de crianças com
TEA são Coparticipação de equipas multidisciplinares nas escolas. equipe existente Equipes
multidisciplinares trabalham em colaboração com educadores para permitir mais
positivamente, o processo de colocar as crianças no espectro do autismo torna maior
envolvimento de toda a escola no processo e, portanto, maior adesão e uma responsabilidade
compartilhada para permitir uma aprendizagem significativa para todos.
mas principalmente eles também destacaram a importância da colaboração entre
psicólogos escolares com familiares, especialmente no movimento de apoio teórico e
supervisão para professores quem está ensinando ou não ensinando cursos que incluem alunos
com autismo, é preciso deixar esses profissionais criarem um ambiente saudável e entender
processos e mediar interações significativas para construir conexões esses alunos desenvolvem
um relacionamento com seus pares e suas interações positivas consigo mesmos entre
professores e alunos.

2.3 ESCOLA E FAMÍLIA

Para que possa dar certo a inclusão do autista nas salas de aulas é preciso de uma
junção entre escola e família, é lacônico que colaborem um com outro passando informações,
se ajudando. A escola e os pais são o maior contexto de promoção do desenvolvimento social
e educacional que elas vão ter.
Os pais participar é significativo para a criança, não só nas reuniões, palestras, mas ir
ao colégio ver como o filho está, como ele lida com os colegas e professores, se a dinâmica de
ensinamento é eficaz para a aprendizagem, como ele está indo nas atividades proposta, e sua
socialização.
Portanto, a família e a escola emergem como duas instituições fundamentais para
desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como propulsoras ou
inibidoras do seu crescimento físico, intelectual, emocional e social. (DESSEN,
POLONIA, 2007, p. 22)

E essencialmente, isso constitui um pano de fundo diversificado desenvolvimento e


aprendizagem, onde a diversidade se une conhecimentos, atividades, regras e valores, e são
conflitantes, problemas e a diferença, de que ambas assumem o compromisso de reciprocidade,
que possam se ajudar igualmente.
Se compreende que de um lado é a família com seu filho, com sua vivencia e sabedoria,
e de outro a escola também com seu aluno e sua vivencia, não menos vivente que a família,
cabe as duas se reunir e ter o movimento de aproximação num plano mais horizontal, de
distribuição mais igualitária de responsabilidades.
Desse modo:
A família do aluno especial é a principal responsável pelas ações do seu filho com
necessidades especiais, visto que é ela quem lhe oferece a primeira formação. Na
integração/inclusão escolar, o aluno com apoio dos profissionais e da família, poderá
adquirir competências ainda maiores, se tiver um envolvimento como a "parceria".
(TANAKA, 2010, p. 115).

Partindo da supremacia que a escola e a família são a base para formar o cidadão, as
interações entre professores e pais são de suma importância para o processo de aprendizagem
do TEA, unidos eles encontraram meios e formas de facilitar e que o processo educacional seja
eficaz, pois juntos buscam superar as dificuldades que elas passam, então desse modo as escolas
precisam ser acolhedoras e inclusiva para todos, não só para o aluno autista, mas também para
sua família.
A troca de experiencia e o acompanhamento por parte familiar com a escola
predominam fatores que favorece para o sucesso entre as partes (Chimenes; Santana, 2020).
A relação participativa estabelecida entre casa e escola é fundamental para o
desenvolvimento das crianças. Para garantir a matrícula de crianças com deficiência, o
Ministério da Educação deu prioridade à prestação de serviços de educação profissional,
programa nacional de educação especial, com a organização, desenvolvimento e determinação
do ensino e remover as barreiras à plena participação do aluno, levando em consideração as
necessidades especiais, promover autonomia e independência em um ambiente conectado
(Brasil, 2011 apud ibidem).

O atendimento educacional especializado deve envolver a participação da família para


garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades
específicas das pessoas público-alvo da educação especial, e ser realizado em
articulação com as demais políticas públicas” (Brasil, 2011, s/p ibidem, p.29).

Assim pode se ver que relações afetivas bem desenvolvidas proporcionam um lugar
acolhedor e saudável, fazendo com que a criança se sinta amada e acolhida, e a família
juntamente com a escola proporciona todos esses benéficos as crianças do espectro autista
quando trabalhados em conjunto.
As emoções começam na vida familiar e se desenvolvem no contato com o ambiente
e a escola, como ambiente necessário para o aprendizado, precisa oferecer cursos que
desenvolvam tanto a cognição quanto a emoção, pois para o desenvolvimento intelectual, o
gerenciamento emocional é necessário.

2.4 LEGISLAÇÃO INCLUSIVA

No Brasil existem leis que regulamentam e assegura os direitos das pessoas especiais,
das crianças especiais, apesar de terem leis que regulamentam e defende esses direitos ainda
falta muito para que as pessoas com autista seja totalmente inclusa na sociedade.
A Lei nº 9.394/96 diz que a educação é um direito de todos e dever do Estado, em seus
art. 58 a 60 trata sobre a educação especial, a lei traz que pessoas com transtornos são capazes
de apreender e que deve e garante a inclusão delas no espaço escolar.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
I – Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender suas necessidades.
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para
a integração desses educandos nas classes comuns; (Presidência da República Casa
Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos; LEI Nº 9.394, 1996).
É preciso ver que a escola como um espaço pedagógico e inclusivo, onde ela atende
criança com seu desenvolvimento pleno, e é inclusivo e de ser inclusivo as crianças com
necessidades especiais, respeitando as diferenças de cada uma.

Sobre a legislação existe algumas leis que regulamentam o sistema educacional que
defendem as diferenças e a diversidade buscando a inclusão para todos, e é uma realidade no
nosso mundo em nossa sociedade, a Constituição Federal de 88 garante que a educação a todos,
independentemente de raça, cor, etnia, sexo, idade, origem, pois a educação é algo assegurado
a todos involuntariamente, e assegura avanços no âmbito da inclusão de alunos com
necessidades especiais na rede regular de ensino. (BRASIL, 1988).

Os pais com crianças de necessidades educacionais especificas tem tido um respaldo


muito grande com a promulgações das novas leis, e sempre buscando o melhor para que não
falte nenhum direito.

A Lei nº 12.764/12, que foi conhecida como a lei Berenice Pinha, por ser uma mãe que
lutou e luta bravamente pelos direitos dos autista. Com a promulgação da lei, a inclusão e o
suporte nas escolas se tornaram um direito e dever das escolas a abrangência e permanência dos
estudantes com algum tipo de deficiência fez com que a lei regulamentasse esse direito, e as
famílias tem buscado cada vez mais os direitos de seus filhos.

Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista:
VII – o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no
atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e
responsáveis;
Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista:
I – A vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da
personalidade, a segurança e o lazer;
IV – O acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
(Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos; LEI nº
12.764/12).

A lei do autismo fez com essas pessoas tivessem direitos básicos e fundamentais como:
vida digna com integridade física e moral; livre desenvolvimento da personalidade; segurança
e lazer; proteção contra qualquer forma de abuso e exploração; acesso a ações e serviço de
saúde; acesso à educação e ensino profissionalizante; dentre outros diversos, porém esses
direitos ainda não são garantidos em sua totalidade no Brasil, porém cada vez mais vem se
buscando fazer que cada direito do autista sea valido e eficaz , e que o TEA seja enquadrado na
sociedade normalmente sem diferenças.

A Lei 13.146/15 é a lei da pessoa com deficiência e veio para garantir a igualdade o
exercício dos seus direitos.

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as
demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. (Presidência da
República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos; LEI nº 13.146/15).

A lei veio para mostrar que devemos tratar as pessoas em condições especiais de
maneira mais normal possível, que não é porque elas são especiais que não deve se viver em
harmonia com a sociedade e muito pelo contrário que devemos abraçar essas diferenças e torna-
lá parte do nosso cotidiano.

A educação inclusiva também se tornou uma realidade na prática e, como instituição


social, todos, especialmente as famílias e as escolas, devem encarar o processo com
sensibilidade para poder facilitá-lo de maneira concreta. Integre-se a este espaço e permita que
as crianças se desenvolvam plenamente.

Para que fique frisado que as pessoas especiais tem direito a educação, uma escola que
a segure de seus direitos. A lei nº 7.611/17 mostra a inclusão das pessoas com alguma diferença,
e nela se inclui o espectro autista, pois as crianças TEA são especiais, são diferentes das normais
e isso a tornas únicas.
Art. 1º O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação
especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - Garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem
discriminação e com base na igualdade de oportunidades;
II - Aprendizado ao longo de toda a vida;
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência;
IV - Garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações
razoáveis de acordo com as necessidades individuais;
V - Oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a
facilitar sua efetiva educação;
VI - Adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão
plena;
VII - oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de ensino; e
VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins
lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. (Presidência
da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos; LEI nº 7.611/17).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O método utilizado no presente estudo é a referência bibliográfica onde foi escolhido


um tema, delimitado, e buscado sobre autores que escreveram sobre a inclusão dentro do
espectro autista.
As fontes para a escolha do assunto podem originar-se da experiência pessoal ou
profissional, de estudos e leituras, da observação, da descoberta de discrepâncias entre
trabalhos ou da analogia com temas de estudo de outras disciplinas ou áreas
científicas. (Lakatos,2003, pág 44).

De acordo com Medeiros e Tomasi 2008, as principais fontes referenciadas para a


elaboração da revisão bibliográfica são artigos em revistas científicas, livros, teses, dissertações
e resumos de congressos.
Foi realizado uma análise aprofundada sobre como é a inclusão do espectro autista na
sala de aula, podendo verificar que a inclusão é especialmente importante no espectro do
autismo porque muitas pessoas com autismo têm dificuldade em se comunicar, socializar e
entender as normas sociais, o que pode levar a sentimentos de isolamento e exclusão.
Ao fazer uma análise crítica das referências bibliográficas, foi possível identificar
abordagens eficazes, estratégias de ensino-aprendizagem, métodos de suporte e intervenções
que foram testados e comprovados por estudos científicos.
A aprendizagem é característica do ser humano. O ensino e aprendizagem são dois
movimentos que se ligam na construção do conhecimento. É uma construção
dialógica e não interpretativa; expressão imanente da nossa humanidade, que abarca
também o aprendente com autismo (Cunha, 2016, p. 15).

Os professores devem desenvolver métodos de aprendizagem para que os alunos com


autismo possam se comunicar e se desenvolver. O conteúdo dos programas para crianças com
autismo deve estar de acordo com seu desenvolvimento e potencial, de acordo com sua idade e
de acordo com seus interesses; o ensino é o principal objetivo a ser alcançado, sendo importante
sua continuidade, tornando-os independentes. Trabalhar com alunos com autismo requer
desenvolver práticas e estratégias de ensino que acolham a todos e respeitem as diferenças.
Por fim é preciso uma avaliação multidisciplinar incluindo médicos, psicólogos,
fonoaudiólogos, profissionais da educação, etc. é importante na construção de um diagnóstico
de TEA. Uma avaliação multidisciplinar centra-se não só no diagnóstico, mas também nas
possibilidades e estratégias de aprendizagem da criança com autismo, fundamentais para o seu
desenvolvimento e integração nos diferentes espaços educativos e sociais.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da análise temática foi possível identificar sobre o assunto pesquisado que o
professor juntamente com a escola com uma boa dinâmica e preparação consegue incluir o
espectro na sala de aula.
Mesmo os professores falando das dificuldades como “eu tenho só ele” “sozinha é
muito difícil” é preciso uma preparação dos profissionais da educação para lidar com as crianças
especiais pois é um direito delas e cada vez mais os pais tem buscado esse direito.
De acordo com Lira (2004), O professor precisa criar meios e desenvolver formas para
que o aluno se sinta seguro traçar planejamento adequado e que se encaixa no dia a dia da escola
para que ele não se sinta excluído dentro de suas limitações.
Segundo Cabral (2021) Mesmo entre um número pequeno de crianças, pode-se
observar que a maioria das crianças com autismo, quanto mais livres são, mais difícil é para
elas participarem de situações sociais, pois a especificidade da comunicação e interação social
minimiza o comportamento ativo. Os dados deste estudo reforçam a importância dos
professores no desenvolvimento de crianças com autismo. Entre outras coisas, este estudo
oferece a possibilidade de compreender o comportamento de crianças com autismo, levando
em consideração suas características, seu nível de comprometimento, principalmente o
horário escolar e as intervenções terapêuticas.
A interação entre pais e professores é muito importante para o processo de
aprendizagem da criança com autismo, pois eles encontrarão coletivamente formas de ação
que facilitarão um processo educacional eficaz e significativo para superar as dificuldades da
criança com autismo. Portanto, além de acolhedora e inclusiva, a escola precisa ser um espaço
onde todos os alunos produzam e socializem conhecimento sem distinção.
Segundo Ferreira (2006), alguns exemplos de atividades que permitem que as
pessoas com autismo aprendam por meio da brincadeira incluem: jogos de tabuleiro, pintura
a dedo e pincel, jogos na quadra, jogos de recorte e colagem, jogos de dados com sílabas,
pintura a guache em paredes ou calçadas. Usar um computador também é uma ferramenta de
ensino recomendada para pessoas com autismo, pois facilita o aprendizado contínuo e, por
serem alunos individualistas, se saem bem na frente de um computador.
É importante ressaltar que cada aluno autista é único, com suas próprias necessidades
e habilidades. Portanto, é fundamental adotar uma abordagem individualizada e flexível para
promover a inclusão escolar efetiva do aluno autista, respeitando suas características e
garantindo que ele tenha acesso a uma educação de qualidade, em um ambiente acolhedor e
inclusivo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base em todo estudo feito, pode se entender como ocorre o processo de inclusão
dos alunos com autismo na inserção das escolas, pode se observar que desde definido o direito
de estudo até a efetivação, melhorou muito sobre a inclusão, porém ainda é um passo pequeno
é preciso galgar todos os dias para que se tenha mais.
A relação entre professores é muito importante para o processo de aprendizagem e de
socialização, de modo que unidos conseguem arquitetar os melhores meios para a inclusão
digna do TEA, podendo oferecer um ensino de qualidade além de que andando juntos
conseguem passar uma segurança maior as crianças, ajudando a superar os obstáculos de cada
dia, mostrando segurança fazendo assim com que se socialize com outras crianças, que sejam
mais participativas.
Escola tem papel importante na formação não só educacional, mas também na
produção e socialização e conhecimentos de todos, é preciso estar preparado para os diferencias
que aparecem no dia a dia, trabalhar com espectro não é fácil, porém pode se tornar quando
bem capacitados, por isso para que a inclusão seja com total eficiência é preciso capacitação
dos profissionais que vai receber essas crianças especiais.

Dessa forma podemos ver que a inclusão escolar do aluno autista requer uma
abordagem colaborativa, na qual professores, família e profissionais de apoio trabalhem em
conjunto para desenvolver estratégias eficazes, compartilhar informações e garantir a
continuidade do suporte e acompanhamento do aluno.
Como os alunos autistas têm dificuldade em se ajustar ao mundo exterior, as escolas
devem considerar a adaptação. Não existem apenas salas de aula inclusivas, mas escolas
inclusivas.
Portanto, é necessário que as escolas criem rotinas situacionais no tempo e no espaço
como estratégia de adaptação e desenvolvimento desses alunos. É importante implementar
estratégias que facilitem a comunicação, como o uso de sistemas alternativos de comunicação,
apoio visual e o estímulo ao desenvolvimento de habilidades sociais por meio de atividades
estruturadas.
Ainda é necessário nessa trajetória que a cada dia que se passa, o espectro autista tenha
seu lugar na sociedade sem diferenças, apesar de que a muito há galgar já tiveram muitas
vitorias, com tantas leis que os ampara e garante o direito a escola e sua permanência, assegura
tanto as crianças não só no ensino fundamental, mas também os superiores, mostrando que
mesmo com suas limitações são pessoas capazes de conquistar e aprender.
Podemos então concluir que ainda a muito o que se fazer, mas o grande avanço para
sua inclusão nas escolas e sua garantia de permanência é gratificante e vez cada vez mais as
mães buscando e matriculando seus filhos para que possa aprender e ter uma vida digna mostra
que apesar de ainda ter muito que se conseguir, já se evoluiu muitos e a direitos garantidos aos
TEA.
REFERÊNCIAS

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Senado, 1988.

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