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O papel do Acompanhante

Terapêutico

Conforme os escritos de Araldi (2014) o AT auxilia o indivíduo na inserção


a sociedade, isso só é possível, pois há uma sintonia na execução das
tarefas por parte de ambos. Este profissional serve como um guia
terapêutico, não necessariamente deve estar atrelado a uma profissão em
particular, mas é necessária uma qualificação específica para atuação.

O AT realiza um tipo de atendimento clínico, onde o setting terapêutico se


dá em diversos locais tendo a intenção de promover a autonomia do
sujeito. O AT é marcado pela interdisciplinaridade podendo ser associada
com as estratégias em serviços como Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS).

Os atendimentos de AT podem variar dependendo da demanda, por


exemplo, podem ocorrer duas ou mais vezes por semana com duração de
três horas, nesse período de tempo, o acompanhante terapêutico (at) e a
pessoa acompanhada realizam suas atividades com o objetivo de alcançar o
propósito terapêutico.

Um dos principais desafios desta prática é a construção de uma rede de


atendimento que torne possível aos portadores de sofrimento psíquico uma
perspectiva de vida levando em consideração o contexto que o sujeito está
inserido (ARALDI, 2014).

A prática do AT contribui como um dispositivo para a efetivação dos


princípios da reforma psiquiátrica em que a inserção destes indivíduos na
sociedade é compreendida como um campo possível de tratamento para o
sujeito portador de transtorno mental e sofrimento psíquico (ARALDI,
2014).

AT DEPENDÊNCIA QUÍMICA

A dependência química vem estendendo-se por toda sociedade brasileira,


sendo um tema que além de delicado é um campo de estrema valia para
profissionais de AT, pois estes trabalham diretamente na reabilitação dos
dependentes, dando-lhes suporte e os acompanhando nas internações, tanto
domiciliares como em clínicas, mas também, em outras situações sociais
que possam ser importantes para uma reinserção (POLETTO, 2014).

Poletto (2014) ressalta a ideia de que os profissionais vão abordar


terapeuticamente os indivíduos, focando na sua enfermidade e possíveis
resistências. Na continuidade, o AT impõe limites, “impede” qualquer
aproximação de substâncias, adiciona o “não” na vida do paciente e atua na
prevenção de recaídas.

Conjuntamente com o paciente reconstroem o cotidiano, estimulam o


movimento para buscar uma ideologia de vida na ausência das drogas,
podendo servir até mesmo como modelo de identificação.
AT ESCOLAR

A partir de um olhar a respeito da educação, Gaviolli e Abbamonte (2002),


abordam que a atuação do AT na escola possui seus prós e contras.

O AT, segundo a autora, é uma modalidade de atendimento cuja proposta é


de auxiliar os pacientes que apresentam distúrbios graves (ou não) e que
estão à margem da sociedade, em sua reintegração social.

Para a educação, Gaviolli e Abbamonte (2002) enfatizam que o pedido da


presença de um AT não necessariamente tenha a ver com questões
subjetivas, pois na maioria das vezes, o AT na escola é solicitado para a
adaptação ou inserção da criança no universo escolar, como, por exemplo,
no caso de crianças com DGD (Distúrbio Global do Desenvolvimento), que
apresentam dificuldade em relacionar-se com os demais, possuem
resistência na aprendizagem, negação as regras, e por vezes, reação
agressiva frente ao grupo.

Neste caso, o AT atua como agente de integração nas dificuldades


apresentadas pela criança, mas também pela escola em face de sua
limitação em lidar com crianças “especiais”.

Segundo Gaviolli e Abbamonte (2002), o AT funciona como ego auxiliar e


porta-voz da criança para enfrentar situações das quais não têm
mecanismos suficientes para lidar sozinha; por exemplo, na conduta
agressiva de uma criança frente ao grupo, onde expõe, aparentemente,
energia negativa e insatisfação com a situação e/ou os integrantes (colegas
e professores).

Porém o desejo real desta criança é ser membro participante desse grupo.
Neste caso, entra o trabalho do AT no auxílio da criança em expressar-se
de maneira diferente e também para o grupo que não entende o seu
comportamento.

Enfatizam os autores que os casos mostram avanços significativos na


evolução escolar das crianças, porém se questiona até que ponto o AT está
preparado a lidar com questões escolares, quando o mesmo não se trata de
um profissional da educação (no quadro escolar), e por muitas vezes,
também não sendo um profissional da saúde no viés tradicional. Embora os
questionamentos referentes à formação do AT, fica claro que a presença
deste pode funcionar para fazer a interlocução entre os alunos e o professor
no cotidiano escolar (Gaviolli e Abbamonte, 2002).

Referenda Kupfer (2000, p. 115) que:

A proposta de Educação Terapêutica é instituir o simbólico no real (…) não


é apenas educação em seu sentido clássico, pois não visa moldar a criança
ao ideal de mim do seu educador (…). Esta precisa apresentar materiais,
sugerir caminhos (…). Ao mesmo tempo, deve escutar o pouco de sujeito
que ali por vezes emerge.

Alguns exemplos de tipos de AT:

• AT Escolar – para casos de fobia ou para possíveis interações.


• AT Viagem – acompanhamento do paciente em uma viagem.
• AT Convencional – acompanhamento do paciente em casa para fazer
atividades diárias e/ou outras atividades.
• AT Internação domiciliar – geralmente 24 horas. Neste caso há a
necessidade de mais pessoas trabalhando em conjunto.
• AT Transporte – pacientes com dificuldade de ir até o médico, por
exemplo.
• AT Almoço – almoçar com o paciente, cuidando o momento, qual a
voracidade, higiene e etc.

Acompanhamento Terapêutico escolar e autismo

O acompanhamento terapêutico é uma forma de garantir apoio


escolar para as crianças com autismo. Saiba mais, neste artigo.

Colocar em prática a inclusão das crianças com necessidades


especiais na escola, muito tem sido feito em busca das melhores
metodologias e estratégias. O espectro do autismo é bem amplo e
crianças com grau severo têm necessidade de um acompanhante
escolar para contribuir com sua inclusão e aprendizagem.
A presença de um acompanhante terapêutico, especialmente nos
casos mais graves de autismo, torna-se essencial para o
desenvolvimento da criança. Esses profissionais são
especializados — podem ser psicólogos, terapeutas ocupacionais
ou pedagogos.

A criança com autismo recebe um tratamento multidisciplinar,


com terapias fora da escola que trabalham no desenvolvimento de
habilidades sociais e de aprendizagem. O acompanhante
terapêutico trabalha em conjunto com esses profissionais e com a
família da criança para traçar as melhores estratégias.

A importância do acompanhamento terapêutico no


autismo

O trabalho do acompanhante terapêutico consiste em estar


próximo da criança, dentro e fora da escola. Contratado pela
família, muitas vezes é indicado pelos profissionais que já
trabalham com a criança, como terapeutas ocupacionais,
psicólogos, médico ou psicopedagogo.

O objetivo do acompanhante terapêutico na escola é integrar a


criança com autismo no convívio com os colegas, em primeiro
lugar. Além disso, orientá-la nas atividades em sala de aula,
garantindo recursos que facilitem a sua compreensão e
aprendizagem.

O acompanhante terapêutico também ajuda os professores a


manejar comportamentos inadequados e estimular
comportamentos adequados da criança com autismo em sala de
aula.
O acompanhante terapêutico

O acompanhante terapêutico é um profissional que contribui


muito com o desenvolvimento da criança com autismo na escola.
A sua principal função é mediar e facilitar o processo de inclusão
da criança, ajudando-a em suas dificuldades, seja de socialização
e/ou aprendizagem.

Os acompanhantes terapêuticos fornecem suporte necessário para


o bem-estar do aluno com autismo e para seu desenvolvimento
pedagógico e social. As intervenções e os objetivos de cada
acompanhamento serão diferentes para cada criança, por isso a
importância do trabalho multidisciplinar.

O acompanhamento escolar no autismo tem um viés pedagógico,


terapêutico e educativo. Ele contribui na formulação de
estratégias que favoreçam o aprendizado e a permanência da
criança com autismo dentro e fora da sala de aula.

A importância do acompanhamento escolar no


autismo

O ambiente escolar precisa ser estimulante o suficiente para que a


criança com autismo possa se desenvolver. Como ela tem atrasos
significativos no desenvolvimento, deve receber os mesmos
estímulos que os seus pares, assim como terapias extras para
potencializar sua aprendizagem.

Na escola, a criança com autismo precisa participar das atividades


com os colegas, dos momentos de interação, da aula de Educação
Física, das brincadeiras do intervalo. Da mesma forma, precisa
acompanhar as explicações da professora para não acumular
atrasos.
Quando a criança com autismo tem um acompanhamento escolar
é possível garantir que ela não fique de fora da roda ou isolada na
hora de explicações importantes. O acompanhante escolar oferece
materiais concretos para uma melhor compreensão do aluno, pois
a criança com autismo se beneficia com os recursos visuais.

Outra função importante do acompanhante escolar é manejar


comportamentos inadequados em sala de aula, acalmar a criança e
redirecionar sua atenção para as atividades.

Desafios do acompanhamento escolar no autismo

Sabemos que ainda existem muitos desafios para colocar em


prática a inclusão escolar e garantir a aprendizagem de todos os
alunos. Existem obstáculos no caminho e o acompanhamento
terapêutico nas escolas tem sido fundamental para as crianças
com autismo mais grave.

O acompanhamento escolar proporciona às crianças condições


para desempenhar suas competências educacionais e sociais. No
entanto, a presença do acompanhante terapêutico é indicada para
crianças com autismo mais severo. Ainda que os demais casos
não estejam livres de desafios, o espectro severo do autismo
necessita do acompanhamento escolar para contribuir com o
processo de aprendizagem.

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