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FACULDADE UNYLEYA

Trabalho de Conclusão de Curso

Nome do curso: PEDAGOGIA

AUTISMO NA ESCOLA

CARLOS CÉSAR SALES MORAES

Brasília/DF
CARLOS CÉSAR SALES MORAES

AUTISMO NA ESCOLA

_________________________________________________________________
Prof. Talita da Silva Campelo – Orientador
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo esclarecer as intervenções da escola no processo


de escolarização de um aluno com transtornos globais do desenvolvimento (TGD),
neste caso, sendo específico, o autismo. Descreve às inúmeras dificuldades que
os alunos autistas encontram dentro da sala de aula, e a dificuldade do professor
em criar estratégias pedagógicas para esses alunos autistas. Foram utilizados
estudos bibliográficos, a partir do levantamento e análise de referenciais teóricos
que possibilitam maior abrangência e respaldo sobre o assunto. Por meio do
desenvolvimento do presente estudo, foi possível observar as possibilidades para
uma ação pedagógica mais eficiente, possibilitando que as crianças autistas
tenham direito a educação de qualidade.

Palavras-chave: (autismo, escola, educação, professor, desenvolvimento).


1. Introdução

O trabalho tem como tema o autismo na escola. Sendo assim, a escolha do


tema foi feita pela necessidade de entender e possibilitar novos conhecimentos e
informações sobre o autismo.

O autismo tem algumas atividades comportamentais como, problemas de


linguagem, dificuldade nas relações sociais.

Com essas características podemos ver o quanto é difícil para os pais,


escolas e para todas as interações com uma criança autista, por muitas vezes elas
se tornam agressivas, e chegam até ser capazes de não reconhecer o próprio
nome.

Logo percebe a necessidade que se tinha a uma situação que seja adequada
e eficiente para que a criança consiga viver a sua vida escolar e social.

O presente trabalho tem como objetivo compreender a inclusão escolar de


crianças autistas, identificar quais são os direitos legais do autista, investigar os
procedimentos que facilitam a inclusão escolar da criança autista na educação
infantil, e observar se os educadores da educação infantil estão capacitados para
receber os alunos autistas.

Os nossos professores precisam cada vez mais de conhecimentos novos e


se capacitar para que assim eles possam trabalhar de uma maneira adequada e
passar um ensino com qualidade para o aluno autista.

É possível notar que a inclusão de uma criança autista ainda não existe em
todas as instituições de ensino por não termos professores preparados para lidar
com situações em sala de aula. É importante que tenhamos escolas com estruturas
e com diferentes recursos didáticos e com professores de qualidade, para que
assim os alunos possam ser inseridos na sociedade.

O trabalho abordará um breve histórico sobre o autismo. Também será


destacadas as principais características da criança com autismo na escola. Logo
em seguida falaremos da inclusão, sobre o papel do professor na inclusão de
alunos autista.

Será explicado a necessidade de maior preparo dos professores para


lidarem com as diversidades dos autistas e uma continua formação, propondo
alternativas de atuação no desafio de ensinar crianças do espectro autista,
mostrando possíveis contribuições para que haja interação de ensino e
aprendizagem entre professor e alunos autistas.
1.1. Justificativa

A palavra autismo foi utilizada primeiramente pelo pesquisador Bleuler, em


1911, que significa a perda de contato com a realidade. Os primeiros estudos sobre
o autismo, começou no ano de 1943, através do psiquiatra Leo Kanner, foi quando
escreveu um artigo com estudo que foi baseado em 11 crianças, as mesmas
apresentavam algumas características individuais com relação aos demais. O
psiquiatra Kanner inicialmente chamou de “Distúrbio autistico do contato afetivo”.
Assim logo surgiram outros pesquisadores que desenvolveram vários estudos a
partir da concepção de Kanner, tendo algumas modificações. O autismo foi
relacionado a um Déficit cognitivo e social, sendo considerado como um distúrbio
do desenvolvimento.

Sendo assim importância desse trabalho é justificada para trazer ao


conhecimento os exercícios legais que tratam do seu mantimento tais como:
decretos, leis, declarações e diretrizes que fundamentam sobre as políticas
públicas da educação inclusiva com enfoque na rede regular de ensino, visto que,
tais fundamentações legais proporcionam o respaldo legal para o exercício da
inclusão na rede pública de ensino.

Com isso é reafirmado o direito do indivíduo autista à educação em escolas


da rede regular de ensino, bem como, também que o mesmo pode fazer uso de um
profissional com as devidas especialidades para seu apoio quando necessário.
1.2. Objetivos

Compreender as possibilidades para uma ação pedagógica mais eficiente,


possibilitando que as crianças autistas tenham direito a educação de qualidade.
Trazendo os seguintes pontos:

- Identificar as estratégias utilizadas pelos professores para o desenvolvimento de


ações pedagógicas em sala de aula com alunos autistas.

- Identificar as principais dificuldades encontradas pelos professores quanto à


inclusão de alunos autistas nas escolas.
1.3. Organização do Trabalho

Na organização do trabalho, iremos falar sobre:

- Conhecendo o Transtorno do Espectro Autista – Como foi descoberta e suas


variações do espectro;

- Inclusão de alunos autistas nas escolas – dificuldades de incluir e permanecer na


escoa;

- A importância da escola no desenvolvimento do aluno autista – Preocupação da


capacitação dos docentes;

- Estratégias de ensino para o processo educativo de alunos autistas – metodologia


de ensino;
2. Fundamentação Teórica ou Referencial Teórico

Segundo Mattos e Nuernberg (2011), os primeiros levantamentos sobre TEA


foram feitos com estudo de caso de onze crianças acompanhadas pelo Doutor Leo
Kanner, em 1943, que evidenciou a falta dessas crianças estabelecer relações com
outras pessoas e dificuldades com a fala (MATTOS; NUERNBERG, 2011),
publicando, em uma revista de Neuropediatria, um artigo chamado “Os distúrbios
autisticos do contato afetivo”.

A denominação do transtorno foi mudando e a nomenclatura atual, que


consta no recente Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5
(APA, 2014) é Transtorno do Espectro do Autismo.

Mori (2016) conclui que, o conceito de Transtornos Globais do


Desenvolvimento (TGD) foi alterado e deixou de incluir a Síndrome de Rett e o
Transtorno Desintegrativo da Infância. Dessa forma, Autismo, Transtorno de
Asperger e Transtorno sem Outra Especificação juntaram-se em um único
diagnóstico, chamado Transtornos do Espectro Autista.

Para Mori (2014, apud MORI, 2016, p. 53) as alterações na definição dos
transtornos mostram “os esforços de estudiosos em busca de uma unidade quanto
à definição de autismo e um afastamento do conceito inicial ligado à esquizofrenia
e psicose”, meta que está sendo alcançado devido à ênfase aos aspectos
cognitivos e ao papel da educação.

Autores como Grillo e Silva (2004), descrevem que o interesse pelo


diagnóstico precoce se evidencia pelo fato de que as intervenções precoces
poderiam abrandar dificuldades futuras nessas crianças, sendo que normalmente
essas manifestações são sutis e difíceis de serem percebidas pelos pais e pediatras
no início do desenvolvimento da criança, antes dos dois anos. Young et al (apud
GRILLO e SILVA, 2004) fala que algumas mudanças poderiam ser observadas
nessa fase do desenvolvimento, pelo fato dessas crianças apresentarem pouco
interesse por objetos e pessoas, terem dificuldade em seguir objetos e olhar para
o rosto humano, além de regressão ou atraso na linguagem verbal ou a deficiência
na gestão do apontar.

Desse modo, Schwartzman (2015), mostra que “apesar de não haver cura
para os TEAs, pacientes que tenham potencial e que sejam apresentados
precocemente ao tratamento podem ter seus prejuízos diminuídos”.

Para o diagnóstico precoce do autismo é necessária uma avaliação


composta por uma equipe multiprofissional (neuropediatra, psicólogos, psiquiatras,
psicopedagogos, fonoaudiólogos), para que se inicie uma intervenção educacional
focada. Dessa forma, poderá ser elaborado um plano de intervenção com evidência
científica de eficácia e aplicabilidade, de acordo com as necessidades individuais
de cada aluno (SCHWARTZMAN, 2015).

Agripino Ramos, Lemos e Salomão (2014) expõem que os profissionais


devem utilizar “estratégias que contemplem a aquisição de habilidades que são pré-
requisitos para que outras se efetivem” (p.119), destacando que a escola é um dos
lugares que favorecem o desenvolvimento infantil por conta da oportunidade de
convivência com outras crianças e, também, pelas importantes mediações
realizadas pelo professor, as quais favorecem a aquisição de diferentes habilidades
nas crianças.

Bosa (2002) e Camargo (2009), mostram que a falta de respostas das


crianças autistas, muitas vezes, está mais relacionada à falta de compreensão do
que está sendo exigido dela do que a uma atitude de isolamento.

Muitos são os estudos sobre o TEA, mas não existe consenso sobre a
técnica de trabalho mais eficaz com os alunos autistas. Desde modo, o modelo dos
atendimentos multidisciplinares - ou interdisciplinares – tem como foco contribuir
para a melhoria de uma das principais características do transtorno: a dificuldade
de generalização. Entretanto, isso requer a ampliação do tempo de investimento na
criação dos vínculos com cada profissional, já que a criança com autismo possui
graves problemas de interação (KWEE, SAMPAIO, ATHERINO, 2009). As bases
do tratamento envolvem técnicas de mudança de comportamento, programas de
trabalho e terapias de linguagem/comunicação (GADIA, TCHMAN, ROTTA, 2004).

Segundo Fernandes (2010), na terapia comportamental, a estruturação do


ambiente é indispensável, utilizando-se de reforçadores que aumentem a
frequência de comportamentos desejáveis. Enquanto que na psicolinguística o uso
da imagem visual gera a comunicação. Inicialmente, a linguagem não verbal vai
incorporando significados por meio da interiorização das experiências,
desenvolvendo-se progressivamente a comunicação, que poderá se manifestar de
forma oral, gestual ou escrita. No que diz respeito à terapêutica psicopedagógica,
a linguagem receptiva e a expressiva são trabalhadas simultaneamente. Ao fazer o
uso de cartões com fotos, desenhos, símbolos ou objetos concretos, preveem-se
as ações a serem desenvolvidas e a estrutura física em função da dificuldade que
a criança autista tem de compreender os espaços (o que vai fazer e onde). No
decorrer do tempo, com o desenvolvimento da habilidade em executar uma
determinada atividade, esta passará a fazer parte da rotina da criança de forma
sistemática.

Para Leon e Lewis (1997), os pontos de apoio seriam: “uma estrutura física
bem delimitada, com cada espaço para uma função; atividades com sequência e
que as crianças saibam o que se exige delas, uso direto de apoio visual, como
cartões, murais” (MOREIRA, 2016, p. 3). Além disso, a organização e sinalização
do ambiente físico promoverão o processamento das informações visuais pela
criança autista de forma mais facilitada (FONSECA; CIOLA, 2014).

Kwee, Sampaio e Atherino (2009) ressaltam que as concepções essenciais


do método implicam em disponibilizar as melhores técnicas educacionais, para que
cada indivíduo tenha a oportunidade de melhorar suas habilidades para o viver, por
meio do planejamento de estruturas ambientais que compensem déficits
implicados. Para que o programa se efetive, é imprescindível o apoio recíproco
entre pais e profissionais envolvidos, que juntos devem fixar as prioridades de um
programa individualizado, de acordo com a avaliação que contemple habilidades
atuais e prioritárias e possíveis formas de desenvolvê-las.
Percebe-se que a estruturação do ambiente educacional envolve um
programa diferenciado que estabeleça uma sequência lógica de conteúdos e de
procedimentos educacionais, a fim de alcançar os objetivos estabelecidos (COOL;
PALACIOS; MARCHESI, 1995).

Estimular a comunicação e diminuir problemas de comportamento por meio


de um contexto estruturado e concreto. É um sistema de comunicação expressiva,
no qual o indivíduo pode solicitar de forma funcional e adequada suas necessidades
e desejos, utilizando-se de referências com fotos, materiais concretos ou figuras
(CORTES, 2015). O aprendizado por meio da troca de figuras demonstra avanços
nas capacidades de comunicação, diminuição de comportamentos inapropriados e
oportuniza melhoras nas relações interpessoais das pessoas que o utilizam
(VIEIRA, 2013).

Os benefícios da utilização desses meios de materiais para crianças com


autismo são discutidos na literatura e demonstram o bom aprendizado do método
por estudantes, baseado na melhoria do comportamento sociocomunicativo,
aumento da linguagem verbal e complexidade gramatical, até a generalização de
habilidades comunicativas aprendidas (MACEDO; ORSATI, 2011).

Mizael e Aiello (2013), em um estudo de revisão de literatura brasileira e


estrangeira, acreditam que o pequeno número de participantes de cada estudo
pode indicar que é uma estratégia de ensino individual (p. 623). Para eles, “os
resultados obtidos nos estudos analisados não [têm] validade ou precisão
adequadas para se afirmar que os resultados foram devidos ao uso desses
materiais e não de outras variáveis intervenientes” (p. 624). O que demonstra a
necessidade de que se continue no aprofundamento de pesquisas a respeito do
método.
3. Metodologia / Resultados e Discussão

Foi feito pesquisa com um estudo bibliográfico, a partir do levantamento e


análise de referenciais teóricos que possibilitaram maior abrangência e respaldo
sobre o assunto.

A pesquisa bibliográfica ofereceu suporte ao conhecimento e análise das


principais contribuições teóricas existentes sobre o tema e o problema, tornando-
se um instrumento indispensável para a pesquisa.
4. Considerações Finais

O objetivo deste trabalho teve como norte alguns pontos principais:


Identificar as estratégias para a aplicabilidade na sala de aula pelos professores
que trabalham com alunos autistas, a fim de fazer acontecer uma educação
inclusiva de qualidade. Como também os principais desafios enfrentados pelos
docentes e as estratégias de ensino utilizadas pelos mesmos para o processo de
inclusão destes alunos. Abordando também a importância da escola para o
desenvolvimento de tais alunos.

Constata-se que a grande realidade vivida hoje na escola analisada e são


evidentes o despreparo e a falta de conhecimento dos profissionais quanto as
informações e manifestações do autismo. Os professores têm conhecimento
superficial das características e interação sobre o espectro do autismo,
consequentemente apresentam receio ao receber alunos autistas em sala de aula
devido os mesmos terem dificuldades na aprendizagem, na linguagem oral, no
contato visual e em alguns casos, apresentam situações de agressividade.

Sabe-se que a formação e as informações dos educadores não são


suficientes para se trabalhar de forma adequada e significativa com tais alunos.
Para que o aluno autista desenvolva suas habilidades é necessária uma estrutura
escolar eficiente, com preparo profissional de todos os envolvidos no processo
educativo. Como o aluno autista tem dificuldades de se adaptar ao mundo externo,
a escola deve pensar na adequação do contexto. Não existem apenas salas de
aulas inclusivas, mas escolas inclusivas. Por isso, é necessário que a escola crie
uma rotina de situação no tempo e no espaço como estratégias de adaptação e
desenvolvimento destes alunos.

Por fim, vislumbrou-se a indispensabilidade de expandir os estudos nesta


área através de mais pesquisas que foquem na realidade vivida por professores e
alunos autistas no espaço escolar e, só assim, a inclusão escolar destes pode sim
ocorrer com sucesso.

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