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Pós Graduação em Psicopedagogia

CAMILA SILVA NOGUEIRA BATISTA


KALLINE LORENA OLIVEIRA DINIZ LEITE

ORIENTADOR
PROF.M.S.c. RICARDO

IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA E SUA


INTERAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

RESUMO

O artigo visa abordar as dificuldades de aprendizagem na educação infantil


para o educador em se tratando de uma criança autista; pois aqui iremos tratar
da interação do autista no âmbito social e quais os primeiros sinais de
identificação de uma criança autista e também trataremos sobre a participação
e aceitação da família. Existe uma grande cobrança da sociedade e das
famílias em relação aos educadores que trabalham com crianças autistas,
durante o nosso período de estudo vimos que o assunto é complexo e extenso
nesta área; sendo necessário o envolvimento entre a escola e a família
contando com uma equipe multidisciplinar para que se consiga evoluções e
garanta à criança a oportunidade de aprendizagem e superação de suas
dificuldades. A inclusãoainda não garante que os professores assegurem um
ensino de qualidade e isso não é falta de comprometimento e sim de recursos;
que também não nos impede de reinventar e qualificar-se para se capacitar
cada dia mais. Assim a metodologia da pesquisa dará destaque sobre os
desafios do professor, para inserir este aluno na sala de aula, pois grande parte
dos profissionais que irão trabalhar diretamente com essa classe especial não
têm uma formação adequada para trabalhar com crianças autistas. Entre as
dificuldades que irão ser deparadas pelo professor éa linguagem do aluno,
entre a agressividade da criança, a difícil compreensão, o receio por parte do
professor, as dúvidas em relação às práticas pedagógicas vindas de um
professor que não é especializado no assunto, a falta de recursos que dificulta
um ensino de qualidade, principalmente um espaço adequado e acolhedor para
o aluno, e finalmente o apoio e a participação familiar. Por fim fizemos uma
pesquisa de uma forma branda, ou seja, esclarecendo pontos relevantes para
melhorar as dificuldades de interação do autista na educação infantil.

PALAVRAS-CHAVE: Autista. Interação. Dificuldades. Metodologia.


ABSTRACT

The article aims to address the difficulties of learning in early childhood


education for the educator in dealing with an autistic child; because here we will
deal with the autistic social interaction and what are the first signs of
identification of an autistic child and also about the participation and acceptance
of the family. There is a large collection of society and families in relation to
educators working with autistic children, during our study period we saw that the
subject is complex and extensive in this area; being necessary the involvement
between the school and the family counting on a multidisciplinary team so that
the evolutions are obtained and guarantee the child the opportunity of learning
and overcoming its difficulties. Inclusion still does not guarantee that teachers
ensure quality teaching and this is not a lack of commitment but rather a
resource; which also does not prevent us from reinventing ourselves and
qualifying ourselves to become more and more empowered. Thus the
methodology of the research will highlight the challenges of the teacher, to
insert this student in the classroom, since most of the professionals who will
work directly with this special class do not have adequate training to work with
autistic children. Between the difficulties that will be encountered by the teacher
and the language of the student, between the aggressiveness of the child, the
difficult comprehension, the fear on the part of the teacher, the doubts regarding
the pedagogical practices coming from a teacher who is not specialized in the
subject, the lack of resources that hinders quality teaching, especially an
adequate and welcoming space for the student, and finally support and family
participation.Finally we did a research in a soft way, that is, clarifying relevant
points to improve the difficulties of autista interaction in early childhood
education.

KEYWORDS : Autistic. Interaction. Difficulties. Methodology.


1 INTRODUÇÃO

O intuito ao fazer esta pesquisa sobre a criança autista; é a sua


inclusão no meio escolar, objetivando superar suas reais necessidades e as
dificuldades não só da criança, mas também da aceitação familiar, o que gera
um obstáculo maior ainda.
A inclusão do autista na educação infantil, deve se avaliar a criança,
pois ao ela criar o seu “mundinho” no qual se excluem completamente das
pessoas, elas podem apresentar certos momentos de agressividade por não
corresponderem tão facilmente ao que se espera, por motivos que não são
fáceis de identificação para o professor. O fato é que a inclusão escolar vem
crescendo cada vez mais (Sousa et al. 2017).
E por esta e outras razões temos a finalidade de adequar a inclusão
partindo da própria escola com à ajuda da família; por mais que existam as
dificuldades eles precisam estar envolvidos com profissionais qualificados, para
que possa e seja feitoum trabalho gradativo, porque se o educador não tiver
experiência e capacitação para lidar com elas e superar as dificuldades desta
síndrome, não terá avanços satisfatórios em sua interação e aprendizagem.

Nesse sentido diz Leitão (2010, p.1), inclusão é:

(…) um esforço de mudança e melhoria da própria escola, de forma a


proporcionar a todos as melhores condições de aprendizagem, sucesso
e participação, na base das circunstâncias específicas de cada um.
Inclusão é, antes de tudo, uma questão de direitos e valores, é a
condição da educação democrática.

A inclusão nos aflige e ao mesmo tempo nos motiva, por oportunizar


ocasiões e a necessidade de incluir estas crianças, objetivando-as suportes
adequados, informação, reformulando o ambiente educacional onde se deve
oferecer um tratamento distinto e preciso no processo de aprendizagem.
2 DEFINIÇÃO E HISTÓRIA DO AUTISMO

O autismo é um substantivo masculino, de origem grega que


significa por si mesmo, se faz referência a um sujeito introvertido que não gosta
de qualquer contato com o mundo exterior e pode chegar inclusive ao silêncio
total; sendo um distúrbio neurológico que prejudica o desenvolvimento da
comunicação e das relações sociais.
O autismo tipifica-se por respostas anormais a estímulos auditivos
ou visuais, e por problemas graves quanto ao entendimento da linguagem
falada. A fala é demorada, ela custa a aparecer e quando isto acontece é
perceptível a ecolalia, ou seja, o uso inadequado dos pronomes, a estrutura
gramatical, uma incapacidade na utilização social, tanto da linguagem verbal
quanto corpórea (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1993). 
A história do autismo começa com o psiquiatra Leo Kanner (1943),
que foi o primeiro médico a falar de crianças que pareciam viver em seu próprio
mundo, porque elas não interagiam e nesta época ele se equivocou e citou o
conceito de mães geladeira, dizia ser mães frias que não interagiam com a
criança, e ao notar que eram as crianças que não interagiam, pouco mais tarde
se retratou quanto a isto. Em 1952, o psiquiatra trouxe a primeira história de
autista, porém ainda confusa porque relacionava o autista com o
esquizofrênico, e em 1980 foi separada definitivamente essa relação.
Hans Asperger, psiquiatra também examinou crianças autistas e
usou o termo “autismo” para descrevê-las. Asperger, de quem vem o nome
“Distúrbio de Asperger”, um dos distúrbios do espectro do autismo, viu algo
nessas crianças que denominou “psicopatia autista na infância”. Ele as
chamava “Psicopatas Autistas”. Os dois psiquiatras falavam sobre a mesma
coisa, porém nunca se conheceram. Asperger publicou na Alemanha, e
Kanner, o fez nos Estados Unidos. (SEJAS, 2017).
Conforme os estudos foram evoluindo foram publicadas
classificações, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (1993), o
autismo está presente desde o nascimento, na classificação no DSM-IV em
1994 o autismo foi considerado como um espectro denominado Transtornos do
Espectro Autista (TEA) algumas vezes também chamados de Transtornos
Generalizados do Desarrolho (TGD); eram várias possibilidades.
Com o passar dos anos, o Autismo recebeu diversos nomes para ser
representado, entre eles estão: Transtorno do Espectro Autista, Condição do
Espectro do Autismo, Autismo Clássico, Autismo Kanner, Transtorno Invasivo
do Desenvolvimento, Autismo de Alto Funcionamento, Síndrome de Asperger e
Demanda Patológica Avoidance.
Em maio de 2013 foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), que trouxe algumas mudanças
importantes, entre elas novos diagnósticos e alterações de nomes de doenças
e condições que já existiam. Nesse manual, o autismo, assim como
a Síndrome de Asperger, foi incorporado a um novo termo médico, chamado de
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Com essa nova definição, a
Síndrome de Asperger passa a ser considerada, portanto, uma forma mais
branda de autismo. Dessa forma, os pacientes são diagnosticados apenas em
graus de comprometimento e o diagnóstico fica mais completo. (CHAVES
ISABEL, 2011).
O DSM-V, divide o autismo (TEA) em três níveis de severidade: nível 1, o mais
leve; nível 2, meio ou moderado e o nível 3, considerado o mais severo.

3 INDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA AUTISTA

A desordem quase sempre começa a aparecer nos primeiros dois


anos de vida e pode se manifestar de maneiras diferentes, dificultando sua
identificação pelos pais, infelizmente a realidade é que a maioria dos pais
desconhecem os sinais iniciais do autismo.
Em alguns casos os pais podem começar a notar diferenças quando
seus filhos têm mais ou menos seis meses apenas, claro que nem em todas as
crianças é possível, mas algumas, sim, e pode começar já nessa idade, as
crianças com autismo não interagem uma com as outras, seja com adultos ou
crianças e preferem ficar isoladas no seu canto e isto é percebido desde bebê,
desde quando a mãe amamenta, pois, o bebê não olha para a mãe (AGUIAR,
2016).
Os primeiros indícios do autismo aparecem normalmente nos
primeiros anos de vida da criança, é uma síndrome que define um
agrupamento de sintomas ligados ao comprometimento de três áreas básicas,
o comportamento, a interação social e comunicação. (BELTRAME, 2018).
Conforme a pesquisa do presente artigo o autista não se socializa,
tem resistência ao contato físico, agem como surdos, não gostam de mudanças
utiliza as pessoas como ferramenta, são repetitivos, as vezes hiperativos, tem
sensibilidade auditiva e visual, apegos a objetos (podem ser objetos
diferentes), alguns agressivos e tem atrasos na fala e também não tem noção
de perigo.

Neste contesto fala Christian Gaudere (1985), fala de alguns


aspectos do autista:
[...]sua falta de compreensão faz com que ignorem perigos reais. Elas
podem atravessar a rua na frente do tráfego, ou se equilibrar
perigosamente em bordas estreitas de um muro alto, sem medo
algum. Às vezes riem de coisas que lhe dão prazer, como uma luz
piscando ou a sensação macia de algo que estejam segurando.
Outras vezes, sem razão aparente, choram lágrimas de profunda
tristeza – como se o mundo fosse demais para eles – e parecem
perdidos, desnorteados e assustados. Podem, porém, ser confortados
com o carinho e o contato físico de sua mãe ou alguém que
conheçam e confiem. (GAUDERER, 1985, p. 120).

Segundo LornaWing (Wing& Gould,1979), sobre a identificação de


autismo, pode ser perceptível através das perturbações do autismoque se
manifesta em três domínios:
- Domínio social: o desenvolvimento social é perturbado, diferente
dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A
criança com autismo pode isolar-se mas pode também interagir de forma
estranha, fora dos padrões habituais.
- Domínio da linguagem e comunicação: a comunicação, tanto
verbal como não verbal é deficiente e desviada dos padrões habituais. A
linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com
autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante
toda a vida.
- Domínio do pensamento e do comportamento: rigidez do
pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos
ritualistas e obsessivos, dependência em rotinas, atraso intelectual e ausência
de jogo imaginativo.
Nesse mesmo sentido Leo Kanner (1943) fala sobre de
características do autismo como: um profundo afastamento, desejo autista pela
conservação da semelhança, boa capacidade de memorização mecânica,
expressão inteligente e ausente, mutismo ou linguagem sem intenção
comunicativa efetiva, hipersensibilidade aos estímulos, relação estranha e
obsessiva com objetos.
Estes comportamentos supramencionados devem ser observados
pelos pais, pois uma criança considerada normal responde aos mais simples
incentivos como um choro, ou quando sente fome, dor, tristeza, já a criança
autista não corresponde da mesma forma.

4 INTERAÇÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A relação e o convívio com a criança autista são um problema, mas


no dia a dia os ganhos vão se estabelecendo, quanto a resistência ao contato
físico do autista, o educador pode melhorar conforme a afetividade, ou seja, a
intimidade que se cria no dia a dia.
Quando eles agirem como surdos, o melhor é não gritar porque eles
focam na atividade e a tática é o educador chegar próximo e falar no seu
campo visual para que a criança o entenda, já sobre a resistência ao
aprendizado, não tem jeito, pois é preciso ter paciência, pois o tempo de
aprendizagem da criança autista é diferente em relação ao tempo da criança
sem o autismo.
É preciso uma atenção maior do educador e principalmente para a
família quanto aos perigos existentes em seu meio como as coisas de casa,
fósforo, chaves, tomadas, todos os objetos cortantes e enfim várias coisas
exigindo um supervisionamento, pois como já mencionado estes não têm a
noção de perigo.
Sobre a característica de “ferramenta” a criança usa o adulto para
conseguir o que deseja, te puxa pela mão e aponta para o que quer e depois
que conseguiu fica ali com aquele objeto e esquece o mundo. (ULLIANE,2017)
A intolerância na mudança da rotina é uma barreira a ser vencida, o
ideal é manter uma organização e introduzir as mudanças aos poucos, pois
eles gostam de fazer sempre a mesma coisa e do mesmo jeito, as mudanças
na rotina causam um desconforto.
Não todos os autistas, mas alguns podem apresentar características
hiperativas, elas ficam correndo de um lado para o outro e não param de
brincar, não sentam para fazer as atividades, não focam em nenhuma atividade
e em alguns momentos apresentam características agressivas e até se alto
agridem, se beliscam, se mordem e também são destrutivas quebram tudo e
sem um real motivo. (ULLIANE,2017).
É preciso evitar o barulho pois a sua sensibilidade auditiva e visual é
diferente da nossa, em festas de aniversários é comum na hora dos parabéns,
por exemplo o autista tampar o ouvido, pois o barulho o incomoda. Se entram
em um ambiente com muita informação visual se desorganizam, tem algumas
manias como apego as coisas, ou seja, objetos diferentes como pedras,
paninhos e sem esses objetos se transtornam, é preciso fazer que não
percebam e tirar aos poucos, pois como já referenciado costumam ter crises de
choro ou risos sem um motivo aparente.
Já o atraso na fala é uma característica comum, as vezes até
começam a falar mamãe, papai, água e depois regridem, geralmente isso
ocorre depois de dois aninhos e por isso alguns pais acreditam que elas não
nascem autistas e sim se tornam autistas; mas não, as crianças autistas são
autistas desde o nascimento. (LOPES,2018).
A criança autista faz movimentos repetitivos, gostam de girar em
torno de si mesmo, giram roda de carrinhos, bicicletas e geralmente tem
fascínio por ventiladores e uma característica marcante é que além de girar
eles gostam de empilhar e também separar objetos por cores.

4.1 Dificuldades e desafios do Educador

Quando se tem um autista em sala de aula na educação infantil, é


necessário que o professor faça uma reunião com os pais do autista, pergunte
para eles como a criança é, quais seus interesses, os seus personagens
preferidos, o que a desagrada, se ela tem alguma alergia e o que causa as
crises.
Utilize sempre matérias de preferência da criança, como
mencionado a criança não senta, então coloque um objeto de sua preferência
na mesa dela e ela vai se atrair para sentar, mas nunca trabalhe atividades
longas, use sempre atividades curtas, de 3 a 5 minutos pra que não perca o
interesse, acrescente as novidades com cautela.
O material tem que ser sempre didático, com contrastes, figuras e
fotos definidas e com significados mais concretos, com elementos do dia a dia,
evitando muitas coisas no papel e a partir do que está trabalhando procure
desenvolver atividades sequenciadas, e não trabalhe espaços pequenos, você
pode estabelecer jogos (com as figuras), como quebra cabeça sempre
iniciando do simples ao mais complexo. (RIBEIRO, 2016).
Fale pouco e exatamente o que você quer que a criança faça de
maneira literal e nada de duplo sentido, pois não conseguem identificar nada
abstrato só no concreto e com muitas palavras o cérebro delas não processam,
utilize comandos curtos e use mais figuras.
Estabelecer a linguagem, observar sinais de contentamento e
descontentamento, converse e fale frases inteiras e evite nomear terceira
pessoa, a linguagem deve ser clara, até que se desenvolva mais, lembrando a
necessidade de estabelecer o vínculo afetivo, compreender este aluno isso é
de extrema importância.
Em ênfase, os autistas são únicos e nada que um bom trabalho
didático pedagógico que explore o máximo da criança dará a ela incentivos e
isso não irá diminuir sua “necessidade”, porém, poderá a auxiliar na
socialização, na interação, no cognitivo e afetivo.
5 A FAMÍLIA

Vivenciamos em uma classe social com requisitospré-definidosonde


tudo que esteja fora dos padrões, é excluído do contexto da sociedade. Essa é
uma regra que precisa sersuperada pelos educadores e principalmente pela
família.
A aceitação de umfilho ou filha autista, é muito complicada;pois
quando se desconfia que algo não vai bem até a certeza do diagnósticoexiste
uma vastidão de angustias, medos, sentimentos de esperança que envolvem a
família e sua inclusão no ambiente escolar se torna cada vez mais difícil.
A família exerce uma função primordial sobre o desenvolvimento da
criança, no progresso de sua identidade na sociedade. É no ambiente familiar
que a criança aprende as primeiras bases educativas, diferenciando a função
de cada coisa, além de proporcionar à criança as suasnecessidades de
sobrevivência, possui à função de desenvolver capacidades de autoestima e
independência na criança, que fará dela uma pessoa tranquila e segura em
seus sentimentos, desenvolvendo sua formação de valores (Almeida, 2012a).
Por isso é de grande importância a aceitação e o reconhecimento da
criança autista, para que assim possa alcançar e suprir as necessidades dela,
sendo preciso uma ligação dos pais e da escola; e dentre essa relação deve
existir informaçõespara que a escola desenvolva um trabalho eficaz conjunto
com a família.

6 A INCLUSÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

Como já supramencionado é de extrema importância o


reconhecimento e a aceitação da criança autista e isso também vale para os
educadores; pois não é uma situação de se deixar de lado e sim uma
dificuldade a ser vencida, dando para essa criança alternativas de convivência
e superação de obstáculos.
O papel do educador é muito relevante para esta criança, no ensino
regular deve adotar estratégias variadas para trabalhar devendo se pensar num
ambiente aconchegante, para que a criança se sinta bem, obtendo uma
organizaçãofavorável em sala, deixando ela desenvolver uma atividade
estruturada de acordo com o seu tempo, idealizando tarefas que a induz a ter
pequenas responsabilidades para facilitar o seu processo de aprendizagem em
relação a novas situações (Lima, 2014).

Nesse sentido Cool et al (1995) faz menção de como deve ser esta
estrutura para educação do autista:

[...] 1) em primeiro lugar, refere-se à necessidade de que o


ambiente não seja, excessivamente, complexo, senão, pelo
contrário, relativamente simples. As crianças autistas têm um
maior aproveitamento, quando são educadas em grupos
pequenos [...], que possibilitem um planejamento bastante
personalizado dos objetivos e procedimentos educacionais em
um contexto de relações simples e, em grande parte, bilaterais;
2) em segundo lugar, o ambiente deve facilitar a percepção e
compreensão, por parte da criança, de relações contingentes
entre suas próprias condutas e as contingências do meio[...]; 3)
além disso, o educador deve manter uma conduta
educadora[...] estabelecendo, de forma clara e explícita, seus
objetivos, procedimentos, métodos de registro, etc. (COOL et
al, 1995, p. 286).

A escola e a família precisam estar em comunicação, para que


juntos a família e os educadores da escola possam compreender e entender
mais rapidamente os motivos para no caso de eventuais de reações desta
criança.

No caso de alterações diz José Belizário et al (2010), sobre os


momentos de reações:

[...] há momentos quesão feitas alterações de


medicamentos pelo profissional da área médica, nesses
momentos, há um período de adaptação ao novo
medicamento ou nova dosagem, o que muitas vezes
explica estados de sonolência ou agitação incomuns.
Para que haja sucesso no diálogo e parceria entre a
escola e a família, os profissionais da escola devem
sistematicamente dar retorno à família sobre todo e
qualquer progresso apresentado pela criança no ambiente
escolar, evitar a tendência que observamos de se
relatarem apenas as dificuldades vividas com a criança.
(BELISÁRIO FILHO et al, 2010)

Deve ser lembrando aos professores que muitas vezes a família se


encontra em um estado de vulnerabilidade, peladescoberta de um filho autista
e a união da escola com a família deve ocorrer o quanto antes, sendo
primordial para o desenvolvimento pedagógico do filho; sendo muito importante
a “motivação” todos os dias, tudo vai dar certo, devendo ser observado a
evolução da criança deste o início.

7 CONCLUSÃO

Com a consciência de que a inclusão de crianças autistas no ensino


regular ainda é um processo em construção, concluímos apresentar diversas
dificuldades, necessidades em o educador buscar novos métodos
educacionais, novos conhecimentos para assim, à criança autista possa se
envolver ao meio social, tendo uma aprendizagem e um desenvolvimento
escolar significativo.
Como dito, à inclusão ainda não garante que os professores
assegurem um ensino de qualidade, não simplesmente pela falta de
comprometimento, mas pela falta de recursos. O que não deve ser
impedimento para se reinventar e qualificar, nos capacitarmos cada dia mais,
para aelaboração das atividadesvoltadas para essas crianças, podemos
perceber que a criança autista tem muito a aprender e principalmente a nos
ensinar, basta aprendermos trabalhar o potencial que esta criança possui, e
assim realizar um trabalho gratificante, agradável e apropriado.
A compreensão entre o professor e aluno autista é extremamente
importante, mesmo as crianças se comunicando de maneira diferente uma das
outras, ainda assim expressam o que querem ou sentem de outras maneiras,
com atitudes e gestos.
Temos a compreensão de que a educação é direito de todos, mas a
inclusão ainda não é uma realidade vivida, pois, nem todos estão preparados
para trabalhar com crianças “diferentes”, a inclusão não deve ser somente
introduzir o aluno em uma sala de aula regular, mas fazer com que ele se
adapte as circunstâncias, que adquira e construa novos conhecimentos á seu
tempo e à sua maneira. A aprendizagem deve se dar sempre acompanhada
pelo professor, tornando o relacionamento mais agradável e que ambos
enriqueçam seus conhecimentos.
Para mais, precisamos tomar consciência que a instituição deve
estar preparada para receber alunos com necessidade educacionais especiais,
para realmente haver à inclusão são necessárias mudanças e principalmente a
união entre escola e sociedade, pois esta deve se ocorrer não apenas no
ambiente escolar e sim em todo e qualquer ambiente, assim todos estarão
contribuindo para a criação de um mundo melhor, possibilitando o respeito
acima de tudo.
No entanto destaca-se a relevância da necessidade de uma
formação mais completa e especializada, para que os professores sejam
capazes de receber em sala de aula a diversidade de alunos e consigam
compreender e suprir suas diferentes necessidades.

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