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Uma Viagem Inesperada é um filme dirigido por Juan José Jusid, com Pablo
Rago, Tomás Wicz. Baseado em uma história real (1996), aborda a experiência de
Corinne, uma mãe de gêmeos de cinco anos, Steven e Phillip, que recebem o
diagnóstico de autismo. A princípio a mãe busca ajuda de profissionais para
compreender o comportamento dos filhos, pois percebe que há algo de diferente
neles. Após consultar vários profissionais as crianças recebem o diagnóstico de
autismo. Essa notícia deixa a mãe momentaneamente abalada.
De forma geral o autismo dos gêmeos naquela época é apresentado como
uma doença e se buscava uma cura, um dos trechos do filme refere-se a um evento
esportivo como “corrida busca para o autismo” o autismo é uma desordem cerebral
que afeta a interação social e as habilidades de comunicação, padrão restrito e
repetitivo de comportamento. As características do indivíduo com autismo estão de
acordo com a descrição do De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, DSM-5.
Os prejuízos em relação à interação social e habilidades de comunicação
social podem ser observados quando eles são entrevistados durante a consulta com
a médica. Ele tenta manter o contato, mas, não tem resposta direta.
Ao analisarmos a relação desses indivíduos com TEA e os espaços de
aprendizagem verificamos que a casa da família é o primeiro espaço de
aprendizagem das crianças e o trabalho desenvolvido pela mãe antes mesmo do
diagnóstico de Autismo foi determinante para o reconhecimento dos déficits e
excessos comportamentais dos filhos, o que posteriormente facilitaria a elaboração
de um plano de intervenção mais eficaz.
A postura da escola diante da sua inabilidade para trabalhar com alunos com
TEA transfere sua frustração e fracasso para os alunos ao sugerir que os mesmos
não têm condições para aprender e orienta a mãe a transferi-los para um centro que
trabalha com doenças mentais (sanatório).
Diante das ameaças, a mãe busca o direito das crianças com TEA e garante
que eles continuem ia ser atendidos pelo sistema educacional e recebe auxilio do
Estado com os serviços de um professor de educação especial que passa a atender
em casa fazendo as adequações curriculares para que as crianças possam
desenvolver determinadas habilidades e adaptar-se à rotina uma classe regular.
Os direitos dos filhos a uma educação inclusiva que a mãe buscou em linhas
gerais:
O que fica posto nessa relação inicial entre estes alunos com TEA e o espaço
educacional é que elas eram consideradas um estorvo, trabalhosas e que aquela
escola não era o lugar deles (fala de uma professora). Observamos aqui uma
imposição de que barreiras que dificultam a integração deles ao ambiente, ao
acompanhamento e à intervenção de acordo com as suas necessidades individuais.
O que foi descrito anteriormente demonstra que antes do atendimento
educacional especializado havia baixas expectativas da escola em relação à
aprendizagem das crianças, já que a escola acreditava ser impossível desenvolver
as habilidades sociais destes alunos, que conviviam com a não aceitação por parte
de alguns educadores e alunos.
A partir do filme é possível discutir que cada indivíduo dentro do espectro do
autismo é único e que as aprendizagens deles dependem do nível de autismo que
cada um apresenta, ou seja, do quanto de ajuda é preciso para desenvolver as
habilidades. Assim,
[...] é preciso adaptar-se às necessidades individuais de seus alunos e, não
excluir aqueles julgados como “diferentes”, o que reflete no ensino-
aprendizagem e nas relações interpessoais estabelecidas no contexto
escolar. Essa mudança paradigmática, por sua vez, ocasiona a construção
e desconstrução de crenças acerca das deficiências e suas
(im)possibilidades. (Weizenmann; Pezzi e Zanon, 2020, p. 25).
Referencial Bibliográfico