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TAPAJÓS EDUCACIONAL
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
PARAUAPEBAS – PA
2023
JOSIVALDO ALVES CHAVES
KELLIANE GUIMARÃES GAMA
PARAUAPEBAS – PA
2023
AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
PARECER
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EXAMINADOR/A
CONCEITO
DATA
AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
RESUMO
A educação inclusiva cada vez mais vem sendo tema de estudos e pesquisas cientificas
no âmbito educacional. Desse modo deve-se associar a ideia de uma educação para todos e
respeito a peculiaridade de cada indivíduo, com o intuito de possibilitar a integração e a
interação dos educandos. Nesse sentido a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
nº 9.394/96, no artigo 58, destaca que, entende-se por educação especial, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
Podemos considerar como desafio atual proporcionar uma educação de qualidade para
todos sem distinções, isso devido vários fatores, tais como qualificação dos educadores,
adaptações de pequena e grande porte nas escolas, acompanhamento especializado, entre
outros. Nesse sentido, Borges (2005, p. 3, apud Bortolozzo, 2007, p. 15) afirma que “um aluno
tem necessidades educacionais especiais quando apresenta dificuldades maiores que o restante
dos alunos da sua idade para aprender o que está sendo previsto no currículo, precisando, assim,
de caminhos alternativos para alcançar este aprendizado”.
Miranda e Filho (2012, p. 12) complementam que, “nesse processo, o educador precisa
saber potencializar a autonomia, a criatividade e a comunicação dos estudantes, e, por sua vez,
tornar-se produtor de seu próprio saber”.
Sendo assim, o aluno com autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), apresenta
características variadas que comprometem, desde as suas relações com outras pessoas até a sua
linguagem, necessitando, assim, de apoio no seu processo de ensino-aprendizagem. De tal
modo, a oferta de escolarização para todos, na perspectiva de inserir os alunos com
Necessidades Educacionais Especiais na escola regular, “aos poucos vem ocorrendo em nosso
cenário educacional” (Carneiro, 2012, p. 13).
O AUTISMO
Pensar numa proposta curricular vai além dos conteúdos. Ou são os conteúdos
mais importantes que o processo educativo? Ao educador faz-se necessário observar a
real necessidade do aprendente autista e como esse currículo vai ajudá-lo no seu
desenvolvimento cognitivo (CHAVES; ABREU, 2014, p. 6 apud BATISTI e HECK,
2015).
Ao receber uma criança autista na Escola, os professores devem lembrar que além de
conteúdos escolares, essa criança carece adquirir independência, ou seja, desenvolver
atividades do cotidiano sem que adultos façam por si só, é comum os pais ou outra pessoa da
família realizando tarefas por ela, quando que ela mesma deveria fazer sozinha. Entendendo
que se faz necessário saber o que a criança precisa aprender, é indispensável uma constante
análise do currículo, avaliando a proposta no decorrer do processo ensino e aprendizagem,
paralelo a isto, a Escola pode avaliar o aluno autista para verificar avanços e/ou oportunidades
de melhoria.
Quando consideramos uma pessoa autista levamos em conta vários detalhes nesse ser,
um deles é a tendência em perceber apenas uma parte do todo, daí a dificuldade em relacionar
as partes e o todo, e, integrar uma informação ao todo. Logo, é preciso reforçadores consistentes
entre os estímulos, respostas e consequências, a fim de estabelecer conexões para adquirir
comportamentos novos. Estímulos verbais e elogios soam como reforçadores sociais que
potencializarão a aquisição e manutenção de habilidades.
De acordo com Gauderer (1987), as crianças com autismo, em geral, apresentam
dificuldade em aprender a utilizar corretamente as palavras, mas quando participam de um
programa intenso de aulas parecem ocorrer mudanças positivas nas habilidades de linguagem,
motoras, interação social e a aprendizagem.
Geralmente, no início do convívio de um autista no ambiente escolar, é demostrado um
grau de agressividade e desinteresse com o professor e colegas de sala, mas cabe ao professor
buscar estratégias para diminuir essa situação e direcionar os conteúdos referentes ao
desenvolvimento. O professor terá que perceber as dificuldades, as limitações e as
potencialidades, gostos e estímulos que mais o auxiliarão a atingir os objetivos com esses
alunos. As atividades lúdicas são de extrema importância para o desenvolvimento social,
cognitivo, a capacidade psicomotora e afetiva da criança autista, proporcionando o prazer de
aprender e se desenvolver, respeitando suas limitações, assim, “tenho a tendência em definir a
atividade lúdica como aquela que propicia a “plenitude da experiência”, (Luckesi, 2005, p. 27).
O PAPEL DO PROFESSOR
Ao professor cabe uma das missões mais importantes “educar”, transformar, estimular,
desenvolver seres diferentes, e prepará-los para o futuro, em vários aspectos. Com isso, se antes
o docente era mestre, detentor e transmissor do conhecimento, hoje a relação se modifica: o
papel do professor na atualidade é o de mediador do conhecimento, aquele que acompanha e
orienta seu estudante no próprio processo de aprendizagem.
Com a inclusão o papel do professor também sofre mudanças, por ser fundamental no
desenvolvimento escolar de uma criança com necessidades educacionais especiais associadas
ao autismo infantil. O professor hábil desenvolve métodos e estratégias que fazem esse aluno
processar as informações de maneira mais fácil, principalmente devido à singularidade de seus
pontos fortes, interesses e habilidades em potencial.
É preciso repensar a formação de professores especializados, a fim de que estes sejam
capazes de trabalhar em diferentes situações e possam assumir um papel-chave nos programas
de necessidades educativas especiais. Deve ser adaptada uma formação inicial não
categorizada, abarcando todos os tipos de deficiência, antes de se enveredar por uma formação
especializada numa ou em mais áreas relativas a deficiências específicas (Declaração de
Salamanca, 1994, p. 27).
Nessse mesmo sentido, segundo Fumegalli (2012, p. 40), a formação continuada deve
ser objetivo de aprimoramento de todo professor, porque o educador deve acompanhar o
processo de evolução global, colocando a educação passo a passo no contexto de modernidade,
tornando-a cada vez mais interessante para o aluno, a fim de que ele possa compreender que,
na escola, ele aperfeiçoa sua bagagem. É nesse processo que o professor pode ver e rever sua
prática pedagógica, as estratégias aplicadas na aprendizagem dos alunos, os erros e acertos
desse processo para melhor definir, retomar e modificar o seu fazer de acordo com as
necessidades dos alunos.
As adaptações de pequeno porte devem ocorrer junto ao planejamento do professor,
assim o conteúdo do programa de uma criança autista deve estar de acordo com seu
desenvolvimento e potencial, de acordo com a sua idade e de acordo com o seu interesse; o
ensino é o principal objetivo a ser alcançado, e sua continuidade é muito importante, para que
elas se tornem independentes.
Atender e ensinar crianças com necessidades especiais, autistas, exige o
desenvolvimento de práticas e estratégias pedagógicas que acolham e respeitem as diferenças.
“A incapacidade de desenvolver um relacionamento interpessoal se mostra na falta de resposta
ao contato humano e no interesse pelas pessoas, associada a uma falha no desenvolvimento do
comportamento normal, de ligação ou contato. Na infância, estas deficiências se manifestam
por uma inadequação no modo de se aproximar, falta de contato visual e de resposta facial,
indiferença ou aversão a afeto e contato físico” (Gauderer, 2011, p. 14). Este comportamento,
muitas vezes, pode não ser compreendido pela comunidade escolar.
O professor deve tentar viabilizar a melhor forma de condições de seu trabalho, por isso
analisar cada caso de seus alunos para que assim sejam respeitadas suas diferenças, e
conseguindo assim de ambas as partes o melhor aproveitamento e rendimento escolar de seu
aluno especial.
(ESTUDO DE CASO)
Após um intervalo de tempo foi aplicada a segunda atividade, novamente houve interesse e
curiosidade por parte do aluno, que mais uma vez conseguiu realizar com precisão e agilidade.
Foto 5: Aplicação da aula usando o lúdico -2ª atividade
Incluir uma criança ou adolescente com TEA é muito mais do que simplesmente a
presença em sala de aula, é preciso objetivar a aprendizagem com desenvolvimento de
habilidades e competências que garantem superação de dificuldades por eles mediante a
sociedade em que vivem. Dentre as ações que desenvolve uma pessoa autista, a educação é uma
das maiores ferramentas neste papel, uma vez que, todo estudante aprende conteúdos
acadêmicos e maneiras formais de socialização.
Desenvolver o processo de ensino e aprendizagem junto a crianças autistas não é tarefa
rotineira e fácil, porém a pré-disposição para a dedicação e amor do corpo docente, uma
estrutura escolar eficiente e preparo escolar dos envolvidos no processo educativo, elas podem
adquirir qualidade de vida e independência. Espera-se ainda que tenhamos escolas inclusivas
com salas de aulas inclusivas com estratégias para rotinas didáticas diferentes da tradicional,
criando situações adaptativas no tempo e no espaço.
Sendo assim, as escolas brasileiras cumprirão objetivos expostos em lei (Brasil, 1996),
abrindo portas e para promover o aumento dos números de matrículas de crianças e adolescentes
com TEA na rede regular de ensino.
A parceria entre pais, escolas e professores é outra ação de grande importância no
processo de ensino e aprendizagem da criança e adolescente com autismo, uma vez que, juntos
serão capazes de encontrar maneiras de atuação que venha favorecer uma educação significativa
e eficaz para superar dificuldades.
Que a Escola seja inclusiva e acolhedora, se construindo como um espaço para
a socialização e a produção de conhecimento sem distinção ou seleção.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96). Brasília: 1996. Disponível
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CUNHA, G. R.; BORDINI, D.; CAETANO, S. C.; HERNANDES, M. C.; PAULA, F. V.;
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2015.
FUMEGALLI, R. C. A. Inclusão escolar: O desafio de uma educação para todos? Ijuí, 2012 –
Disponível
em: http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/716/rita%20mo
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GOMES, Souza. O lugar do sujeito na inclusão escolar: percalços e fracassos nas relações
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<http://www.bibliotecadigital.puccampinas.edu.br/tde_arquivos/6/TDE-2010-03-
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MANTOAN, M. T. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 4. ed. São Paulo:
Moderna, 2015.
RAMOS, R. Inclusão na prática: Estratégias eficazes para a educação inclusiva. 3. Ed. São
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