Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Isso quer dizer que as pessoas com necessidades especiais não podem ter seu direito à
educação restringido ou negado por sua deficiência. Também na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9.394/96) em seu capitulo V ‘Da Educação Especial,” no artigo 58 define como
‘modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação”. Portanto, a lei resguarda como direito aos alunos com necessidades especiais a
promoção e assistência do desenvolvimento de suas potencialidades em todo o segmento da
educação do Brasil, desde a educação infantil até a educação superior. Nessa mesma direção,
as Portarias 555/2007 e 948/2007,2008 que versa sobre a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva que tem por objetivo:
Segundo Orrú (2012), as pessoas autistas são ainda pouco compreendidas pela sociedade,
devido à falta de conhecimento sobre esta condição. De acordo com a narrativa da autora, a
falta de informação sobre o autismo acaba produzindo falta de compreensão sobre a síndrome,
e em consequência disto algumas pessoas produzem conceitos deturpado sobre o assunto.
[...] quando as pessoas são questionadas sobre o autismo, geralmente são
levadas a dizer que se trata de crianças que se debatem contra a parede,
tem movimentos esquisitos, ficam balançando o corpo, e chegam até dizer
que são perigosos e precisam ser trancados em uma instituição para
deficientes mentais. São falas que revelam desinformação a respeito dessa
síndrome (2012, p.37)
DESENVOLVIMENTO
E importante lembrar que a inclusão de alunos com autismo é inevitável, pois está prevista em
lei, em escolas regulares de ensino, possibilitando a interação social e estimulando o
desenvolvimento mental das crianças.
Neste contexto, a escola surge como um novo meio de estimulação para a criança com
autismo, que passa a ampliar o seu contexto de interações sociais, auxiliando no seu
desenvolvimento. O processo de inclusão escolar tem sido também indicado por
profissionais de diversas áreas, pois estes verificaram a importância de estimular
precocemente as habilidades da criança, bem como promover a interação social da
mesma (Lemos et al.,2016).
A chegada da criança com autismo na escola regular gera grande preocupação tanto por parte
da família quanto da escola. Nesse momento a família e os profissionais da educação se
questionam sobre a inclusão dessas crianças, pois a escola necessita de adequações. Para as
autoras, Brande e Zanfelice (2012, p. 44), receber alunos com deficiência, mais especificamente
com transtornos invasivos do desenvolvimento, é um desafio que as escolas enfrentam
diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e metodológicas.
Entretanto, isso não é tarefa fácil, pois segundo Scardua (2008, p. 2), para que haja inclusão
escolar, é necessário comprometimento por parte de todos os envolvidos, ou seja, alunos,
professores, pais, comunidade, diretor, enfim, todos que participem da vida escolar 16 direta
ou indiretamente.
O ato de incluir um aluno com deficiência em uma escola regular não pode ser visto como
um mero ato obrigatório, mas sim como uma prática apoiada em um paradigma
educacional voltado à defesa da diversidade e dos direitos humanos, tratando-se, de um
processo social complexo que resulta de ações estabelecidas por agentes distintos
envolvidos (diretamente ou indiretamente) com o processo de ensino-aprendizagem
(Benitez & Domeniconi, 2015). O termo inclusão, articula-se aos direitos humanos e
democráticos, sob influências locais, globais, ideológicas, econômicas, sociais e culturais
(Nozu, Bruno, & Cabral, 2018).
Em termos históricos, verifica-se a luta das pessoas com deficiências e seus familiares
pelos seus direitos em nível mundial através das diferentes convenções e declarações. No
Brasil, a Constituição Federal (Brasil, 1988), já postula em seu artigo 208, o atendimento
educacional para as pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino. Direito garantido também pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação ( Brasil,
1996) e no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Brasil, 2015). Ainda, a Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008) garante o
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e uma série de possibilidades/recursos, a
fim de que a educação seja de qualidade para todos, considerando a diversidade dos
educandos presente na sala de aula.
O ensino de crianças com TEA torna-se complexo, em virtude ainda das dificuldades
impostas pelo próprio Espectro, que envolve déficits nas áreas de comportamento,
socialização e comunicação (Pimentel & Fernandes, 2014). Por outro lado, ressalta-se
que, mesmo apresentando um desenvolvimento desadaptado nessas áreas, essas
crianças são capazes de extrair do meio linguístico algumas pistas e as internalizar, para
utilizá-las de forma contextual em sua vida social (Pimentel & Fernandes, 2014).
Apesar da complexidade da inclusão na atualidade é possível verificar que, de alguma
maneira, este processo contribui tanto para o desenvolvimento da criança com deficiência
como para seus colegas de turma (Hehir et al., 2016). Apesar disso, professores e
funcionários, principalmente da rede pública de ensino, recebem diversas críticas advindas
de diferentes setores sociais, justamente em virtude do despreparo em relação ao assunto
por parte de alguns destes profissionais (Pimentel & Fernandes, 2014).
O ambiente escolar inclusivo deve ser acolhedor e atrativo, ele precisa ser uma extensão do lar
para que de fato as crianças se sintam à vontade em estar ali. Ninguém é capaz de aprender
em um local que não se queira estar, que não acolhe nem é prazeroso de estar. A respeito
desse ambiente, Cunha ressalta que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente estudo foi investigar a experiência de professores em relação à
inclusão de alunos com TEA, contemplando sentimentos e práticas docentes. Com base
nos resultados encontrados, foi possível constatar que os primeiros sentimentos que
prevaleceram nas professoras, após receber um aluno com TEA em sua turma, foi o medo
e a insegurança. Porém, após o período de adaptação do aluno e a construção de
vínculos, este sentimento foi substituído, gradativamente, pelos afetos positivos e pela
prática pedagógica construída de maneira individualizada e singular.
Com relação à prática pedagógica, foi verificado que o professor passa a aliar-se à
aprendizagem dos alunos, facilitando assim o engajamento do aluno com TEA na rotina da
turma e no seu desenvolvimento integral. Assim, no que se refere à inclusão escolar,
constatou-se que, mesmo os alunos com TEA, foram acolhidos pelos seus professores e
pelas suas turmas e que não foram demonstrados comportamentos indicativos de
preconceito em relação a eles. Apesar de algumas dificuldades relatadas pelos docentes,
o estudo evidenciou um contexto de inclusão realizável e possível, corroborando outras
pesquisas realizadas com crianças com TEA (Lemos et al., 2016; Sanini et al., 2013).
Também é essencial relembrar que ninguém inclui, sem antes conhecer, nesse sentido o
professor precisa conhecer o autismo, conhecer como uma criança autista se sente mais
confortável em aprender e acima de tudo conhecer seus alunos e suas singularidades. De nada
adianta o governo instituir leis se elas não forem conhecidas e colocadas em práticas no
ambiente escolar. Em busca da compreensão do processo de ensino aprendizagem tentamos
descrever algumas condições para que a educação de fato aconteça. No entanto 39 também
sabemos que o indivíduo é um mistério e pode surpreender, que age de maneira diferenciada e
não aprende das mesmas maneiras.
Enfim, Incluir não é só depositar a criança em uma sala de aula comum, é encontrar meios para
que essa criança aprenda, se integre, se socialize e de fato faça parte de uma classe comum,
assim como as outras crianças (BRITO, 2015).
Referencias:
BRANDE, Carla Andréa; ZANFELICE, Camila Cilene. A inclusão escolar de um aluno com
autismo: diferentes tempos de escuta, intervenção e aprendizagens. Revista Educação Especial,
Santa Maria, v. 25, n. 42, p. 43-56, jan./abr. 2012. Disponível em: . Acesso em: 10 mar. 2015.
SCARDUA, Valéria Mota. A inclusão escolar e o ensino regular. Revista FACEVV, n. 1, p. 85-90,
2008. Disponível em: . Acessado em: 25 set. 2014.
BRITO, Elaine Rodrigues de. A inclusão do autista a partir da educação infantil: um estudo de
caso em uma pré-escola e em uma escola pública no município de SinopMato Grosso. In:
Revista Eventos Pedagógicos. Articulação universidade e escola nas ações do ensino de
matemática e ciências. v.6, n.2 (15. ed.), p.82-91. jun./jul. 2015. BRASIL. Ministé