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INTRODUÇÃO

Não é por acaso que Nelson Mandela já dizia: “A educação é a arma


mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Essa
arma deve se estender para todas as pessoas, para promover uma
educação justa, de qualidade e igualitária em sociedade.

Isso quer dizer que as pessoas com necessidades especiais não podem ter seu direito à
educação restringido ou negado por sua deficiência. Também na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9.394/96) em seu capitulo V ‘Da Educação Especial,” no artigo 58 define como
‘modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação”. Portanto, a lei resguarda como direito aos alunos com necessidades especiais a
promoção e assistência do desenvolvimento de suas potencialidades em todo o segmento da
educação do Brasil, desde a educação infantil até a educação superior. Nessa mesma direção,
as Portarias 555/2007 e 948/2007,2008 que versa sobre a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva que tem por objetivo:

[…] assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos


globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando
os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com
participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do
ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a
educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento
educacional especializado; formação de professores para o atendimento
educacional especializado e demais profissionais da educação para a
inclusão; participação da família e da comunidade [...] (PNEEPEI, 2008, p.
14)

Segundo Orrú (2012), as pessoas autistas são ainda pouco compreendidas pela sociedade,
devido à falta de conhecimento sobre esta condição. De acordo com a narrativa da autora, a
falta de informação sobre o autismo acaba produzindo falta de compreensão sobre a síndrome,
e em consequência disto algumas pessoas produzem conceitos deturpado sobre o assunto.
[...] quando as pessoas são questionadas sobre o autismo, geralmente são
levadas a dizer que se trata de crianças que se debatem contra a parede,
tem movimentos esquisitos, ficam balançando o corpo, e chegam até dizer
que são perigosos e precisam ser trancados em uma instituição para
deficientes mentais. São falas que revelam desinformação a respeito dessa
síndrome (2012, p.37)

DESENVOLVIMENTO

tualmente o propósito da politica social e educacional é a inclusão. Quando se trata de


educação, a inclusão abrange um processo de reforma e reestruturação das escolas, com o
intuito de garantir que todos os alunos, tenham acesso às inúmeras oportunidades e atividades
educacionais e sociais dadas pela escola. O objetivo da reforma e certificar que todos tenham
informações e designo em todas as áreas de atuação relacionadas à educação

E importante lembrar que a inclusão de alunos com autismo é inevitável, pois está prevista em
lei, em escolas regulares de ensino, possibilitando a interação social e estimulando o
desenvolvimento mental das crianças.

A escola é um ambiente muito importante para qualquer criança e


não seria diferente para as crianças autistas. Este espaço é
responsável por promover relações, ajudar na construção de
autonomia no momento da resolução de problemas.

É importante destacar que é nesse espaço do saber que a criança


autista terá oportunidade de desenvolver a aprendizagem, focar
nas diversas habilidades que tem. Além de ter a oportunidade de
se integrar socialmente por meio da convivência com outras
crianças.

Vale destacar que a inclusão não pode parar no ato da matrícula, a


escola deve oferecer condições para que o ensino especial
aconteça. Sendo assim, escola inclusiva é aquela que conta com
um projeto pedagógico bem definido para que a inclusão seja
realmente posta em prática.
A educação é um tema repleto de desafios. Desempenhar a função de professor com
qualidade e competência requer competências técnicas (ex. formação especializada) e
pessoais (ex. desejo, flexibilidade). Um dos aspectos que justifica esse fato refere-se à
inclusão escolar, que impõe às escolas a necessidade de se adaptar diante da diversidade
dos alunos. Desta forma, considera-se que a inclusão escolar esteja vinculada à atenção
personalizada, bem como às características individuais de cada educando, buscando criar
e oferecer oportunidades que favoreçam o desenvolvimento integral de todas as crianças

Neste contexto, a escola surge como um novo meio de estimulação para a criança com
autismo, que passa a ampliar o seu contexto de interações sociais, auxiliando no seu
desenvolvimento. O processo de inclusão escolar tem sido também indicado por
profissionais de diversas áreas, pois estes verificaram a importância de estimular
precocemente as habilidades da criança, bem como promover a interação social da
mesma (Lemos et al.,2016).

Por se tratar de um espectro de condições, o padrão comportamental e cognitivo das


crianças com TEA pode variar bastante, o que impõe ao professor desafios específicos no
manejo com o aluno com TEA e com os demais da turma. Desse modo, o presente estudo
tem como objetivo investigar a experiência de professores em relação à inclusão de alunos
com TEA, contemplando sentimentos e práticas docentes.

Os professores desempenham um papel essencial na educação


inclusiva. Visto que são eles os responsáveis por orientar o método
de aprendizagem e criar propostas e condições necessárias para
repassar o conhecimento. O professor é quem vai mediar o
processo inclusivo em sala de aula,

A educação é a chave para promover a diversidade. Contudo, é


importante que o sistema educacional valorize e capacite o
profissional para que ele exerça sua função da melhor forma em
sala de aula.

A chegada da criança com autismo na escola regular gera grande preocupação tanto por parte
da família quanto da escola. Nesse momento a família e os profissionais da educação se
questionam sobre a inclusão dessas crianças, pois a escola necessita de adequações. Para as
autoras, Brande e Zanfelice (2012, p. 44), receber alunos com deficiência, mais especificamente
com transtornos invasivos do desenvolvimento, é um desafio que as escolas enfrentam
diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e metodológicas.

Entretanto, isso não é tarefa fácil, pois segundo Scardua (2008, p. 2), para que haja inclusão
escolar, é necessário comprometimento por parte de todos os envolvidos, ou seja, alunos,
professores, pais, comunidade, diretor, enfim, todos que participem da vida escolar 16 direta
ou indiretamente.

O ato de incluir um aluno com deficiência em uma escola regular não pode ser visto como
um mero ato obrigatório, mas sim como uma prática apoiada em um paradigma
educacional voltado à defesa da diversidade e dos direitos humanos, tratando-se, de um
processo social complexo que resulta de ações estabelecidas por agentes distintos
envolvidos (diretamente ou indiretamente) com o processo de ensino-aprendizagem
(Benitez & Domeniconi, 2015). O termo inclusão, articula-se aos direitos humanos e
democráticos, sob influências locais, globais, ideológicas, econômicas, sociais e culturais
(Nozu, Bruno, & Cabral, 2018).

Em termos históricos, verifica-se a luta das pessoas com deficiências e seus familiares
pelos seus direitos em nível mundial através das diferentes convenções e declarações. No
Brasil, a Constituição Federal (Brasil, 1988), já postula em seu artigo 208, o atendimento
educacional para as pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino. Direito garantido também pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação ( Brasil,
1996) e no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Brasil, 2015). Ainda, a Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008) garante o
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e uma série de possibilidades/recursos, a
fim de que a educação seja de qualidade para todos, considerando a diversidade dos
educandos presente na sala de aula.

O ensino de crianças com TEA torna-se complexo, em virtude ainda das dificuldades
impostas pelo próprio Espectro, que envolve déficits nas áreas de comportamento,
socialização e comunicação (Pimentel & Fernandes, 2014). Por outro lado, ressalta-se
que, mesmo apresentando um desenvolvimento desadaptado nessas áreas, essas
crianças são capazes de extrair do meio linguístico algumas pistas e as internalizar, para
utilizá-las de forma contextual em sua vida social (Pimentel & Fernandes, 2014).
Apesar da complexidade da inclusão na atualidade é possível verificar que, de alguma
maneira, este processo contribui tanto para o desenvolvimento da criança com deficiência
como para seus colegas de turma (Hehir et al., 2016). Apesar disso, professores e
funcionários, principalmente da rede pública de ensino, recebem diversas críticas advindas
de diferentes setores sociais, justamente em virtude do despreparo em relação ao assunto
por parte de alguns destes profissionais (Pimentel & Fernandes, 2014).

Diante deste contexto, a inclusão de um aluno com TEA implica na necessidade do


professor conhecer e construir primeiramente um vínculo com seus alunos, bem como
entender a relação entre eles, para então possibilitar a elaboração de estratégias de
ensino em benefício da aprendizagem da turma. Estratégias essas que devem estimular
essencialmente a participação e a interação mútua dos alunos (Favoretto & Lamônica,
2014).

O ambiente escolar inclusivo deve ser acolhedor e atrativo, ele precisa ser uma extensão do lar
para que de fato as crianças se sintam à vontade em estar ali. Ninguém é capaz de aprender
em um local que não se queira estar, que não acolhe nem é prazeroso de estar. A respeito
desse ambiente, Cunha ressalta que:

33 Não podemos pensar em inclusão escolar, sem pensarmos em ambiente


inclusivo. Inclusivo não somente em razão dos recursos pedagógicos, mas
também pelas qualidades humanas[...]. Os alunos necessitam encontrar na
estrutura do ambiente a acolhida natural que estabelece uma disciplina
espontânea, que não subjuga o espírito do homem, mas prepara-o para o
aprendizado. Muitos chegam com a vida familiar conturbada. Ativos ou
desconcentrados, abatidos ou alegres precisam ser cativados pelo espaço
escolar [...]. (CUNHA, 2017, p. 100) Por isso há a necessidade do preparo
adequado do ambiente, de modo que atenda todos os estudantes, sejam eles
deficientes ou não, a preparação deve atender a toda diversidade da
demanda escolar da instituição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente estudo foi investigar a experiência de professores em relação à
inclusão de alunos com TEA, contemplando sentimentos e práticas docentes. Com base
nos resultados encontrados, foi possível constatar que os primeiros sentimentos que
prevaleceram nas professoras, após receber um aluno com TEA em sua turma, foi o medo
e a insegurança. Porém, após o período de adaptação do aluno e a construção de
vínculos, este sentimento foi substituído, gradativamente, pelos afetos positivos e pela
prática pedagógica construída de maneira individualizada e singular.

Com relação à prática pedagógica, foi verificado que o professor passa a aliar-se à
aprendizagem dos alunos, facilitando assim o engajamento do aluno com TEA na rotina da
turma e no seu desenvolvimento integral. Assim, no que se refere à inclusão escolar,
constatou-se que, mesmo os alunos com TEA, foram acolhidos pelos seus professores e
pelas suas turmas e que não foram demonstrados comportamentos indicativos de
preconceito em relação a eles. Apesar de algumas dificuldades relatadas pelos docentes,
o estudo evidenciou um contexto de inclusão realizável e possível, corroborando outras
pesquisas realizadas com crianças com TEA (Lemos et al., 2016; Sanini et al., 2013).

Também é essencial relembrar que ninguém inclui, sem antes conhecer, nesse sentido o
professor precisa conhecer o autismo, conhecer como uma criança autista se sente mais
confortável em aprender e acima de tudo conhecer seus alunos e suas singularidades. De nada
adianta o governo instituir leis se elas não forem conhecidas e colocadas em práticas no
ambiente escolar. Em busca da compreensão do processo de ensino aprendizagem tentamos
descrever algumas condições para que a educação de fato aconteça. No entanto 39 também
sabemos que o indivíduo é um mistério e pode surpreender, que age de maneira diferenciada e
não aprende das mesmas maneiras.

Enfim, Incluir não é só depositar a criança em uma sala de aula comum, é encontrar meios para
que essa criança aprenda, se integre, se socialize e de fato faça parte de uma classe comum,
assim como as outras crianças (BRITO, 2015).

Referencias:

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