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RESUMO
Este artigo trata de um assunto que tem sido discutido nos diversos segmentos da educação,
especialmente da educação inclusiva: as novas tecnologias. Elas se fazem presente no nosso dia
a dia e também estão em várias escolas regulares que trabalham com a inclusão escolar. São um
aliado importante para escolarização e a independência dos alunos com deficiência, diminuindo
barreiras para estes alunos possam ser escolarizados. As novas tecnologias tem trazido uma
gama de softwares e programas que auxiliam a condução da aprendizagem de alunos com
deficiências cognitivas e sensoriais. É um texto criado a partir de uma pesquisa bibliográfica
que tem como objetivos identificar novas tecnologias inseridas na educação inclusiva, com
destaque para as Tecnologias Assistivas, que são o foco para o apropriamento do saber e da
independência dos alunos deficientes e discutir com os autores estas tecnologias. Como
referencial metodológico o texto parte das diversas legislações brasileiras para a educação
inclusiva e autores renomados que tratam da tecnologia na viabilização da educação inclusiva.
Assim conclui-se que as tecnologias estão sendo inserida na escola e que esta não pode ficar à
margem da mudança tecnológica, em especial, as escolas inclusivas, mas precisa criar
estratégias inovadoras de comunicação, novos estilos de trabalho, principalmente, novas
maneiras de conduzir e ter acesso ao conhecimento, utilizando as mais variadas ferramentas
tecnológicas a fim de despertar no estudante, cada vez mais o prazer de estudar.
INTRODUÇÃO
A escola regular está sempre acolhendo desafios e por causa deles muitas vezes
ela se encontra num encruzilhada que norteia um caminho que não tem volta. A
educação inclusiva é uma destas estradas.
A pessoa com deficiência até bem pouco tempo era tida como alguém que não
tinha condições de estar numa sala de aula regular. Muitas delas sequer frequentavam
uma sala de aula de uma escola especial. Seu lugar na maioria das vezes era o seio
familiar onde também não participavam das decisões da família e por vezes ficavam
isolados em seus quartos.
1
Doutoranda em Educação. Universidade de Uberaba (UNIUBE), ana_abadia@yahoo.com.br.
Atualmente sabe-se que os indivíduos com deficiências estão mais presentes da
sala de estar das famílias, nos passeios familiares, na sociedade em geral e além das
escolas especiais que sempre os acolheram, as pessoas deficientes estão também dentro
da sala de aula da escola regular.
A educação inclusiva veio para acolher alunos com deficiências, dotá-los de
saberes escolares e para a vida, integrá-los de fato na sociedade, dar oportunidades
iguais a eles juntamente com os outros alunos representativos da normalidade, ajuda-los
numa carreira profissional, encaminha-los para um emprego mediante a conclusão de
um curso profissionalizante.
A educação inclusiva é uma modalidade de ensino que visa antes de tudo a
escolarização de pessoas com deficiências na escola regular. Ela deve estar inserida em
todas as unidades escolares públicas e/ou privadas, desde a educação infantil ao ensino
médio na educação básica.
A proposta da educação inclusiva é acolher e dar condições para a pessoa
com deficiência exercer seus direitos no que tange ao cumprimento da inclusão escolar,
isso se refere também a todos os indivíduos, sem distinção de cor, raça, etnia ou
religião.
A inclusão escolar está amparada por diversas legislações mundiais e
brasileiras que torna obrigatória a matricula e a permanência de alunos com deficiências
nas escolas regulares.
A educação inclusiva é uma modalidade de educação (BRASIL, 2008) que
convoca todas as pessoas, indiferente de sua deficiência, para estarem juntos dentro da
escola regular, pois segundo algumas legislações brasileiras (Constituição Federal/88,
LDB 9394/96, MEC/SEESP, 1994, Política Nacional de Educação Especial. Brasília:
MEC/SEESP, 2008, dentre outras) e mundiais (Declaração de Salamanca/1994,
Declaração Mundial Sobre Educação Para Todos/1990, dentre outras) e também devido
a vários estudos e pesquisas (MENDONÇA, 2014, MANTOAN & SANTOS, 2008 e
2010, GLAT, 1998, SOUSA, 2008, dentre outros), este ambiente escolar é melhor local
para que estes alunos possam desenvolver cognitivamente, psicologicamente e
socialmente.
Grandes barreiras são enfrentadas por todos aqueles que defendem a questão
legal, preconceitos, problemas conceituais, desrespeitam as interpretações tendenciosas
de nossa legislação educacional, distorcem o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a
unicamente à inserção de alunos com deficiência no ensino regular.
Refletir sobre a educação inclusiva é mais que uma questão jurídica,
fundamental a interpelação entre teoria e prática na ação docente, no sentido de garantir
de fato a entrada, a permanência e o sucesso da pessoa com deficiência em seu processo
de escolarização, nesse sentido para a efetivação da inclusão escolar, a UNESCO (1994)
objetiva que uma mudança de perspectiva social é imperativa.
Existem muitos obstáculos que impedem que a política de inclusão aconteça
plenamente em nosso cotidiano. Entre estes, a principal, sem dúvida, é o despreparo dos
professores do ensino regular para permitir que real inclusão aconteça em suas salas de
aulas, geralmente repletas de alunos com os mais variados problemas sociais,
disciplinares e aprendizagens (Bueno, 1999; Glat, 2007).
A escola regular diz que ainda não está preparada para atender alunos com
deficiências, entretanto sabe-se que a preparação só realmente acontece quando
discentes dessa natureza adentram nas unidades escolares. Não podemos falar em
educação inclusiva, sem pensar na educação de todos. O paradigma da inclusão serve de
parâmetro à gestão educacional e para a efetivação de projetos políticos pedagógicos
que privilegiem o respeito às diferenças numa transformação histórica para os processos
de exclusão presentes na educação brasileira (Mantoan, 2008). Certamente, a educação
tem hoje o grande desafio de ressignificar suas práticas frente a uma realidade social e
educacional excludente.
Pensando neste aspecto a autora Werneck (1997, p. 58) já destacava em suas
pesquisas que, "Incluir não é favor, mas troca. Quem sai ganhando nesta troca somos
todos nós em igual medida. Conviver com as diferenças humanas é direito do pequeno
cidadão, deficiente ou não".
Para a autora, incluir é a melhor forma de acabar com o preconceito, no
entanto, pode ser começado nos cursos, escolas e universidades que formam
professores, com a consciência de que os alunos deficientes são responsabilidade de
todos os educadores, e não somente pelos profissionais capacitados e interessados na
Educação Especial.
Nos tempos atuais a informática tem colaborado muito na diminuição de
barreiras para que alunos deficientes possam ser escolarizados. As novas tecnologias
tem trazido uma gama de softwares e programas que auxiliam a condução da
aprendizagem de alunos com deficiências cognitivas e sensoriais.
Esta é uma mudança que a escola regular precisa passar para fazer com que
muitos alunos deficientes sejam escolarizados.
Dentre as importantes mudanças que a escola e o professor precisam
incorporar, destaca-se a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação -
TIC, que constituem um diversificado conjunto de recursos tecnológicos, tais como:
computadores; internet e ferramentas que compõem o ambiente virtual como chats e
correio eletrônico; fotografia e vídeo digital; TV e rádio digital; telefonia móvel; Wi-Fi;
Voip; websites e home pages, ambiente virtual de aprendizagem para o ensino a
distância, entre outros (TEIXEIRA, 2010).
Este texto trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem como objetivos
identificar e refletir sobre as novas tecnologias inseridas na educação inclusiva, com
destaque para as Tecnologias Assistivas, que são o foco para o apropriamento do saber e
da independência dos alunos deficientes.
A educação é um processo, e como tal precisa ter continuidade. Não basta que
a escola básica seja inclusiva, mas é preciso que o ensino médio obedeça a mesma
rotina e até a universidade.
Nos últimos anos tem-se percebido o crescente uso das novas tecnologias em
todos os âmbitos sociais. Mas, afinal, o que é tecnologia? Segundo BUENO (2006) “é
um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e gera a sua
qualidade de vida”. De acordo com essa definição, verifica-se, que a tecnologia vai
muito além de meros equipamentos, ou seja, ela permeia toda a nossa vida.
É importante destacar que enquanto o uso da tecnologia na educação ainda
pode ser discutido, o seu uso na educação inclusiva deve ser obrigatório, já que muitos
estudantes precisam desse meio para aprender, para mostrar seu potencial, é que o uso
das tecnologias além de possibilitar uma aprendizagem significativa, aproxima e
fortalece a relação professor-estudante. Neste sentido, o estudante passa da condição de
sujeito passivo, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito ativo e
participativo. A tecnologia também auxilia o professor na busca de conteúdos
atualizados, a fim de tornar as aulas atrativas, participativas e eficazes. Portanto, a ideia
não é abandonar o quadro negro, mas inserir as novas tecnologias na sala de aula.
Em outras palavras, importa refletir acerca do modo como as tecnologias da
informação e da comunicação podem ser utilizadas para promover a inclusão
educacional e, consequentemente, social, na medida em que a literacia tecnológica
permite que todos possam superar a exclusão e a falta de acesso à informação, ou seja,
ser digitalmente incluído.
O conceito de inclusão digital significa melhorar as condições de vida de uma
comunidade com ajuda da tecnologia, minorando a “divisória digital” (Warschauer,
2003).
Incluir digitalmente não é apenas “alfabetizar” em termos tecnológicos. Mais do
que preparar os futuros cidadãos para a utilização das tecnologias da informação e da
comunicação, a educação visa, acima de tudo, apetrechá-los de novas linguagens e
representações que lhes permitam descodificar e resignificar os conhecimentos
veiculados e serem críticos e inovadores. Trata-se de integrar na sua essência a nova
linguagem, cultura, regras e normas (Morin, Ciurana & Motta, 2003). Neste sentido, as
tecnologias educativas constituem um investimento no desenvolvimento de
competências críticas e criativas (Quadros & Bahia, 2006).
A tecnologia por si só não formará o homem social, integrado, incluído e
participativo com que tanto sonhamos, ou seja, a forma pela qual ela será utilizada fará
esse diferencial. Levantamos uma reflexão sobre o papel da escola como instituição
social a partir da seguinte citação:
A tecnologia assistiva pode ser caracterizada, ainda, como uma área que tem,
estimulado novas pesquisas e o desenvolvimento de que favorecem o aumento,
manutenção e a melhora das habilidades funcionais da pessoa com deficiência, em
diferentes fases da sua vida, possibilitando condições efetivas de melhoria da qualidade
de vida, ao favorecer uma maior autonomia e permitir que se torne mais produtiva, em
síntese, mais realizada (LAUAND; MENDES, 2008).
Dentre os recursos de tecnologia assistiva disponibilizados pelo Ministério da
Educação nas salas de recursos multifuncionais figuram materiais didáticos e
paradidáticos em braile, áudio e Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, laptops com
sintetizador de voz, softwares para comunicação alternativa, entre outros que promovem
o acesso ao currículo.
PRÁTICAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Vygotsky (1987) que é sumamente relevante, para o desenvolvimento humano, o
processo de apropriação, por parte do indivíduo, das experiências presentes em sua
cultura. O autor enfatiza a importância da ação, da linguagem e dos processos
interativos, na construção das estruturas mentais superiores (VYGOTSKY, 1987). O
acesso aos recursos oferecidos pela sociedade, pela cultura, escola, tecnologias, etc.,
influenciam determinantemente nos processos de aprendizagem da pessoa.
O indivíduo com deficiência possui limitações e isso compõe uma barreira para
este aprendizado. Desenvolver recursos de acessibilidade seria uma maneira concreta de
neutralizar as barreiras e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a
aprendizagem, proporcionados pela cultura. Outra dificuldade que as limitações trazem,
são os preconceitos a que o indivíduo com deficiência está sujeito. Desenvolver
recursos de acessibilidade também pode significar combater esses preconceitos, pois, no
momento em que lhe são dadas as condições para interagir e aprender, explicitando o
seu pensamento, o indivíduo com deficiência mais facilmente será tratado como um
"diferente-igual".
É sabido que as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) têm
se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos de nossa cultura e, sua
utilização, um meio concreto de inclusão e interação no mundo (LEVY, 1999). Esta
constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando nos referimos a pessoas com
deficiências. Nestes casos, as TIC podem ser utilizadas como Tecnologia Assistiva.
O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) define tecnologia assistiva da seguinte
forma:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MANTOAN, Maria Teresa Eglér (org). O desafio das diferenças nas escolas.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MANTOAN, M. T. É.; SANTOS, M. T. T. Atendimento Educacional Especializado:
políticas públicas e gestão nos municípios. São Paulo: Moderna, 2010.