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A relação da Escola e Sociedade com a inclusão de

alunos com necessidades especiais.


Lívia Carla Menezes dos Santos
Luciene Novais dos Santos
Mayara Maia Souza Silva
Railze da Cruz Viana
Vivian dos Santos Alves

Mahele Verônica dos Santos Silva

1. INTRODUÇÃO

A Presente pesquisa tem como objetivo evidenciar a importância e o conceito da


Escola com o seu papel na Sociedade e na formação dos indivíduos. Destacando também
o valor de uma Educação Inclusiva e Democrática.
Sabemos que o artigo 205 da Constituição Federal de 1988 declara que “A
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Entretanto,
percebemos que no Brasil as leis não são, em sua totalidade, respeitadas.
Sendo assim, esta pesquisa assume o objetivo de conscientização acerca dos
direitos de todos os portadores de necessidades especiais, podendo ser visual, motora,
mental e auditiva. Deste modo promovendo o respeito as diferenças na sala de aula e
consequentemente no convívio em sociedade, estimulando de fato a ausência de
preconceitos e discriminações.
Devemos ter em mente de que quando estimulamos o conhecimento não deixamos
espaço para intolerância. Uma sociedade esclarecida assegura um convívio social
democrático.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Educação é o meio ao qual os valores, a cultura, hábitos e costumes de um povo


são passados de geração em geração. Embora a educação seja um fenômeno social,
esta metodologia não é aplicada do mesmo modo em todos os lugares e em todo o
tempo, sempre está atrelado ao processo de cidadania e sociedade, pois o processo
educativo exerce forte influência sobre a comunidade.

Lívia Carla Menezes dos Santos


Luciene Novais dos Santos
Mayara Maia Souza Silva
Railze da Cruz Viana
Vivian dos Santos Alves

Mahele Verônica dos Santos Silva.


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Pedagogia (FLC20967) – Prática do Módulo III -
21/06/2023
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Quando se fala sobre uma Educação Inclusiva pode-se perceber a multiplicidade


de conceitos, mas que diante de um povo sem conhecimento se torna uma palavra
qualquer tratada sem saber o seu real significado. Para Mantoan (2005, p.96):
Inclusão é a nossa capacidade de entender e receber o outro e, assim, ter
o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A
educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o
estudante com deficiência física, para os que tem comportamento mental,
para os superdotados e para toda criança que é discriminada por qualquer
outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no
ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já
inclusão é estar com, é interagir com o outro.
A escola tem um papel extremamente importante na inclusão, cujo principal
objetivo é reconhecer as diferenças dos estudantes acerca do processo educativo,
incentivando a participação e a evolução de todos aplicando novas técnicas pedagógicas.
Reconhecendo as suas dificuldades e facilidades para que assim seja aplicado uma
metodologia de ensino acessível e que não depende apenas de mudanças na sala de
aula, mas em toda a instituição de ensino e na sociedade. A escola costuma ser o reflexo
da vida de seus alunos, por conta disso, muitas vezes o professor precisa adaptar a sua
metodologia de ensino para estas diversas realidades.

(Projeto de Educação Física Inclusiva. Fonte: Portal Agita, site)

Como pode-se perceber na imagem acima, trata-se da inclusão de uma aluna com
limitações físicas. A gangorra foi adaptada para que a mesma, com a sua cadeira de
rodas pudesse participar da brincadeira e no lado oposto outra estudante com Síndrome
de Down. Ou seja, a atividade/brincadeira inclusiva não é somente para um grupo
específico de deficientes, mas para a inclusão de todas as pessoas com necessidades
especiais.
Para Cavalleiro (2006.p.21): “Silenciar-se diante do problema não apaga
magicamente as diferenças, e ao contrário, permite que cada um construa, a seu modo,
um entendimento muitas vezes estereotipado do outro que lhe é diferente”. É fundamental
que este problema seja reconhecido e deve-se trabalhar para combatê-lo no ambiente
escolar promovendo o respeito e reconhecimento das diferenças abordando o tema sem
preconceito.
Segundo Hengemuhle (2008, p.85):

O professor deixa de lado a responsabilidade de ser um ensinador de


coisas para se transformar em algo como um fisioterapeuta mental,
animador da aprendizagem, estimulador de inteligências que prega e faz
o aluno empregar múltiplas habilidades operatórias.
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Com isso entende-se que o espaço escolar deve ser um ambiente de total
acolhimento, onde os usuários possam se sentir seguros em compartilhar as suas
dúvidas, receios e dificuldades. Deste modo o professor da atualidade não dará
orientações somente acerca das disciplinas tradicionais como matemática e língua
portuguesa, por exemplo. O professor deve orientar e preparar estes estudantes para o
convívio em sociedade, mesmo vendo este processo caminhando lentamente, mas
garantindo um futuro mais igualitário e de respeito as diferenças.
Além da conscientização acerca da importância da inclusão outro ponto
significativo é sobre a formação continuada dos professores para receber esse aluno no
contexto educacional especial. O professor deve sempre estar preparado propondo
métodos alternativos para que consiga atender as dificuldades específicas dos educandos
considerando os aspectos do contexto educacional, da diversidade cultural e da realidade
sociocultural e suas limitações de aprendizagem.
Quando este profissional não mantém uma formação continuada não se tem a
compreensão da prática pedagógica de maneira inclusiva, portanto, não detém o
conhecimento para aplicar metodologias, buscar materiais específicos e de
aprendizagem, adaptar métodos de ensino etc. Tendo em vista que quando o profissional
consegue perceber as dificuldades e limitações dos alunos para posteriormente auxiliar o
aprendizado, passa a assimilar de forma mais humana e democrática as suas
necessidades especiais.
Romanowski (2010) destaca que os professores da escola primária, em sua grande
maioria, eram desconhecedores com pouca escolarização, ou seja, a maioria dos
educadores não possuíam formação adequada. Esta realidade só foi mudando ao longo
do tempo quando a educação passou a ser considerada responsabilidade pública e a
partir disso foi iniciado uma metodologia para criação de Instituições de Ensino para a
formação de professores.
Continuando com os estudos de Romanowski (2010, p. 53):

A dinâmica da aula caracteriza –se pela nossa interação com os alunos,


sendo mediada pelo conhecimento. Ensinar e aprender são processos
direcionados para o mesmo objeto: o conhecimento; ambos envolvem a
cognição e a relação entre sujeitos. É nesse processo dinâmico,
contraditório e conflituoso que os saberes dessa prática profissional são
construídos e reconstruídos.

A partir disso percebe-se a importância de o educador adquirir conhecimento,


visto que, durante o exercício da prática pedagógica poderá se deparar com episódios
de conflitos, em que será necessário estar minimamente preparado para solucionar a
questão.
Reconhecer que a formação pode contribuir para a melhoria da educação
significa compreender a importância da profissionalização dos professores
(Romanowski, 2010).
Toda a sociedade deve entender que os portadores de deficiência não são
incapacitados de exercer nenhuma atividade e muito menos de ter uma profissão, mas
sim pessoas com demandas adaptativas. O que realmente dificulta este processo de
ensino-aprendizagem é a debilitação da estrutura escolar ao qual estudantes e
trabalhadores da educação têm sustentado diariamente no Brasil.
Como é caracterizado por Vigotski (1983/2012, p.86):

Não é tanto a educação de crianças cegas (ou que apresente qualquer


deficiência) e sim a reeducação dos que enxergam. Estes devem mudar
sua atitude em relação à cegueira e aos cegos [em relação às
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deficiências]. A reeducação do vidente representa uma tarefa


pedagógica social de enorme importância.

Segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2022, foram quase 1,3


milhões de estudantes, em sua maior parte com deficiência intelectual, na sequência
pessoas com autismo e deficiência física, matriculados em escolas públicas e privadas
no Brasil. Um número que têm crescido no país, mas que não impede que muitos
outros portadores de deficiência passem por preconceitos, segregação etc. Um
exemplo bem claro disso é quando uma mãe deseja matricular o filho(a) em alguma
escola da rede privada ou pública e lhe é informado que as vagas para esta
“modalidade” já foram preenchidas, com a justificativa de que só aceitam um aluno
especial por turma, informação que vai na contramão da Lei Brasileira de Inclusão.
Beneficiando mais de 45 milhões de brasileiros, a LBI foi criada em 2015 com o
objetivo de “assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos
e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão
social e cidadania.”. Sendo uma adaptação da Convenção sobre Direitos da Pessoa
com Deficiência da ONU, que zela pela acessibilidade e inclusão em diferentes
perspectivas da sociedade como no mercado de trabalho, saúde, transporte, lazer,
educação, além do acesso à informação e justiça.
A LBI assegura o direito de que PNE/PCD tenham acesso a um sistema
educacional inclusivo em todos os seus níveis e modalidades, assim como o
conhecimento e instrução ao longo de toda vida. Também estabelece a implantação de
medidas coletivas e individualizadas em ambientes que potencializem o
desenvolvimento acadêmico e civil/social dos estudantes, com o apoio de profissionais
sem que as instituições de ensino cobrem valores extras por este serviço. Esse
profissional de apoio escolar é a pessoa cuja responsabilidade é exercer atividades de
locomoção, higiene e alimentação do aluno com deficiência atuando em todas as
atividades escolares e em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições
públicas e privadas. Mesmo tendo este direito garantido, é necessário avaliar a real
necessidade deste profissional, pois o objetivo deve ser a promoção da autonomia e
independência do estudante para a vida, não somente no ambiente escolar.

(Fonte: Revista Educação Pública, site)

Na imagem acima, mostra a inclusão de um aluno com deficiência auditiva e visual


na aula de Educação Física para realizar uma atividade com a bola. Perceba que neste
caso a professora guia o aluno para que ele enxergue o espaço e entenda a atividade
seguindo as suas orientações. Provavelmente a professora falou sobre a área em que
eles estão, explicou sobre a atividade, deu detalhes sobre o ambiente, sobre as pessoas
e ao segurar na mão do estudante e caminhar com ele, ela consegue dar uma noção de
espaço e distância. Sendo assim, não só promovendo e incentivando todos ali presentes
a realizarem a inclusão, mas também a exercendo de fato.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O tema abordado neste trabalho acadêmico é de imensurável importância, pois


trata-se de um assunto muito abordado na atualidade, mas pouco discutido com
propriedade os direitos assegurados das PNE/PCD. Fala-se muito sobre inclusão, mas de
fato muitos ainda não compreendem o que esta palavra carrega e o seu significado.
Com isso, destacamos na presente pesquisa pontos importantes acerca dos
direitos e da forma como deve ser administrado o ambiente educacional na busca por um
ensino inclusivo e livre de discriminação.
Como citado por muitos filósofos, o professor passa a ser um educador não
somente de coisas, mas se torna um mestre estimulador de inteligências, incentivador de
aprendizagem fazendo com que o aluno descubra múltiplas habilidades. Sendo assim,
entendemos também que a Educação Inclusiva não se refere somente a quem necessita
desse apoio, mas igualmente de quem não possui essa demanda. Assim, falamos mais
sobre a reeducação, tornando-a uma atividade pedagógica social de enorme valor para os
dias atuais e sem dúvidas para o futuro da sociedade. Quando entendemos as questões
que envolvem as minorias, passamos a compreender o respeito as diferenças e
excluímos preconceitos, violências e educamos os nossos jovens para um futuro muito
diferente do que vivemos agora, afinal a escola é o reflexo da sociedade e precisamos de
Educação/ conhecimento para evolução.

4. REFERÊNCIAS

CAVALLEIRO, Eliane. Introdução. In: BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ Secretaria


da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e ações para a
educação das relações étnico-raciais. Brasília: SECAD, 2006.

FÁVERO, Eugênia Augusta Gonzaga. Direitos das pessoas com deficiência: garantia de
igualdade na diversidade. Rio de Janeiro: WVA, 2004.

KOSCHECK, Arcelita. O Papel da Escola para a Educação Inclusiva. Revista Gestão


Universitária. 13 de abril de 2020. Disponível em:
http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/o-papel-da-escola-para-a-educacao-inclusiva

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo:
Moderna, 2003.

MANTOAN, Mª Teresa Eglér. Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. Nova


Escola, maio de 2005.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez:


Brasília, UNESCO, 2011.
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OLIVEIRA. Rosane Machado de. A importância da formação continuada dos


educadores no contexto educacional inclusivo e a influência da mediação no
ensino-aprendizagem na educação especial. Núcleo do Conhecimento . 30 de
março de 2017. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/formacao-continua-
educadores

Portal Agita. Projeto de Educação Física Inclusiva promove integração de estudantes com
deficiência nas escolas de Contagem. 30 de abril de 2019. Disponível em:
https://portalagita.com.br/projeto-de-educacao-fisica-inclusiva-promove-integracao-
de-estudantes-com-deficiencia-nas-escolas-de-contagem/

TENÓRIO, Luma Loreta Alves; SANTOS, Edivânia Ferreira dos; BRITO, Ada Mônica
Santos; SOUZA, José Clécio Silva de. O papel do Profissional de apoio no processo de
inclusão escolar de alunos com deficiência física. Revista Educação Pública, v. 19, nº20,
10 de setembro de 2019. Disponível em:
https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/20/o-papel-do-profissional-de-apoio-no-
processo-de-inclusão-escolar-de-alunos-com-deficiencia-fisica

UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de ação sobre necessidades educativas


especiais. [Adotada pela Conferência Mundial sobre Educação para Necessidades
Especiais]. Acesso e Qualidade, realizada em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho
de 1994. Genebra, UNESCO 1994.

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