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INCLUSÃO DOS PORTADORES DA SÍNDROME DE

DOWN NAS ESCOLAS DE ENSINO REGULAR

Maria José Baltar de Azambuja


Prof.ª Tatiana Brocardo de Castro
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (PED 0486) – Educação Inclusiva
18/06/12

RESUMO

A Educação Inclusiva pressupõe que todas as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso,
de permanência e de aproveitamento na escola, independente de qualquer característica peculiar
que apresentem ou não. Para que a inclusão aconteça é fundamental que as crianças com
deficiência tenham o apoio de que precisam, seja da família, da sociedade e da escola. A escola
tem uma função reguladora e formativa na vida dos alunos, acima de tudo, a escola tem o dever de
acolher e conviver com as diferenças, estas devem ser vistas como ponto de partida e não de
chegada à educação, principalmente no que se refere às crianças portadoras da Síndrome de
Down, pois estas devem ser reconhecidas como são e não como gostaríamos que fossem no
processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Inclusão; Escola; Síndrome de Down.

1 INTRODUÇÃO

A inclusão social e educacional é um movimento mundial que vem se intensificando a partir


da Conferência Mundial de Educação para Todos, da declaração de Salamanca e da Convenção da
Guatemala.

Com a ampliação da luta pelos Direitos Humanos, mundialmente, a inclusão passa a ser
discutida nos diferentes âmbitos sociais.

Na educação, esse movimento reflete a luta pelo direito a uma escola de qualidade, que
contemple as minorias sociais, historicamente excluídas.

Neste estudo, pretende-se abordar um pouco da história da inclusão de crianças portadoras


de deficiências, em especial a integração das crianças portadoras da síndrome de Down, na
sociedade e na escola, ao longo dos séculos.

Veremos ainda, como se dá a inclusão e a alfabetização dos portadores de SD e a


importância da formação dos profissionais em educação para trabalhar com este grupo de alunos.
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2 HISTÓRICO DA INCLUSÃO

Até o século XV crianças deformadas eram jogadas nos esgotos da Roma Antiga. Na idade
média; deficientes encontram abrigo nas igrejas; na mesma época ganham a função de bobos da
corte.

Do século XVI ao XIX, pessoas com deficiências físicas e mentais continuam isoladas do
resto da sociedade, mas agora em asilos, conventos e albergues.

No século XX, os portadores de deficiências passam a ser vistos como cidadãos com direitos
e deveres de participação na sociedade, mas sob uma ótica assistencial e caritativa.

Nos anos 70, os estados Unidos avançam nas pesquisas e teorias de inclusão, para
proporcionar condições melhores de vida aos mutilados da guerra do Vietnã.

Declarações e tratados mundiais passam a defender a inclusão em larga escala; entre os anos
80 e 90, a assembleia geral das Nações Unidas lança o Programa de Ação mundial para pessoas
deficientes que recomenda: ”quando for pedagogicamente factível, o ensino de pessoas deficientes
deve acontecer dentro do sistema escolar normal” (FREITAS, 2008, p.36).

No Brasil, o interesse pelo assunto é provocado pelo debate antes e depois da Constituinte.
A nova constituição, promulgada em 1988, garante atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, se ajusta à legislação


federal e aponta que a educação dos portadores de necessidades especiais, deve dar-se
preferencialmente na rede regular de ensino, havendo oferta na rede pública de cunho obrigatório e
gratuito.

Em junho de 1994, dirigentes de mais de 80 países se reúnem na Espanha e assinam a


Declaração de Salamanca, um dos mais importantes documentos de compromisso de garantia dos
direitos educacionais; ela proclama as escolas regulares inclusivas como meio mais eficaz de
combate a discriminação.
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Nos dias atuais, mesmo que as políticas públicas tragam em seus discursos, a proposta
inclusiva nas escolas, Freitas (2008, p.50) diz que: “a inclusão das crianças com Síndrome de Down
ainda é um desafio para as escolas, principalmente para os professores”.

3 A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NAS CLASSES


REGULARES DE ENSINO

Devemos deixar claro que a SD não é uma doença e ninguém pode falar, portanto, que a
criança vai sarar com tratamentos específicos.

De acordo com Martins (apud Freitas, 2008, p.53) “a síndrome de Down é uma condição de
vida do indivíduo, um estado biológico alterado, em decorrência de anormalidades cromossômicas”.

Até algumas décadas atrás era impossível pensar que crianças com SD pudessem chegar a se
escolarizar, a maioria era tida como deficiente mental e classificadas como não educáveis, por
professores e educadores que ignoravam em grande parte o campo da deficiência intelectual.

Segundo Voivodic (2004, p.24) “para favorecer a educação da criança com Síndrome de
Down, é importante o trabalho com os processos cognitivos: percepção, atenção, memória, e
organização de itinerários mentais”.

A educação das crianças com Síndrome de Down abrange desde a estimulação, passando
pela educação ministrada na escola; até chegar ao treinamento profissionalizante, visando à sua
inserção num trabalho produtivo, dentro de um ambiente o menos restritivo possível (VOIVODIC,
2004, p.32”).

Incluir o aluno com SD na escola comum, não é largá-lo sem apoio especializado necessário
ao seu desenvolvimento, uma vez que, estar frequentando a escola comum não significa que tenha
se tornado igual aos demais, pois cada um tem seu tempo e espaço e a inclusão parte do princípio da
diferença e da diversidade.

3.ALFABETIZAÇÃO DAS CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN

A escola tem uma função reguladora e formativa na vida dos alunos, ela é, em grande parte
responsável pela passagem do aluno para o nível social, a escola tem o dever de ensinar o aluno a
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trocar ideias e ideais e acima de tudo conviver com as diferenças, lidar com suas emoções e mediar
às discussões para o pleno exercício da cidadania.

A aquisição da leitura e da escrita pela criança é requisito fundamental para que ela possa ser
bem sucedida em sua trajetória escolar.

Para Voivodic (2004, p.47) “é natural que a escola regular tenha dificuldade para lidar com a
subjetividade da criança com Síndrome de Down, pois o portador desta síndrome tem uma maneira
própria de encarar o saber, diferente dos ideais da escola regular”.

A criança portadora de SD tem dificuldades em construir o saber como os demais,


encontrando muita dificuldade em assimilar e construir conceitos.

Por isso é importante que crianças com dificuldades de aprendizagem, e isto inclui os
portadores de SD, tenham acompanhamento de um psicopedagogo.

A educação destes alunos é algo que surge de dentro para fora, não deve visar à promoção
escolar, mas às aprendizagens de vida e socialização da criança.

4 FORMAÇÃO PROFISSIONAL: O PREPARO PARA TRABALHAR COM ALUNOS


PORTADORES DE SÍNDROME DE DOWN

Destacamos a importância da formação continuada e do aperfeiçoamento quanto a assuntos


do cotidiano das escolas, sendo a inclusão um aspecto importante nesse sentido.

É preciso investir na formação dos profissionais da educação para garantir-lhes uma


formação adequada que possibilite uma ação pedagógica eficaz e também que possa superar os
medos e mitos em relação à inclusão.

A este respeito diz Teixeira (apud Freitas, 2008, p.64) “como pensar em incluir, senão
conhecemos as pessoas que possuem determinadas necessidades educacionais especiais e não temos
informações a seu respeito?”.

É imperativo que se realizem estudos e preparação dos professores, principalmente no que


diz respeito ao que é síndrome de Down e suas características, conhecer as diferenças para
promover a inclusão e não para justificar a segregação.
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5 CONCLUSÃO

Como vimos às bases históricas e culturais da deficiência sempre foram marcadas pela
discriminação, preconceito e rejeição.

Embora haja avanços, os preconceitos e estereótipos acerca das pessoas deficientes


construídos culturalmente determinam e expressam nossas atitudes e ações, no contexto familiar,
escolar e comunitário.

Percebe-se claramente neste estudo que a escola precisa estar aberta para atender a todos e o
governo deve oferecer reais condições para a implantação da escola inclusiva no país.

A educação inclusiva requer que todas as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso,
permanência e aproveitamento na escola.

O professor, a família e a sociedade devem estar convencidos de que cada aluno é único e
deve ser respeitado e amado na busca de seu crescimento e desenvolvimento.

Assim, espera-se que este trabalho proporcione uma reflexão acerca da prática docente e das
relações sociais em relação aos alunos da educação inclusiva, mais particularmente dos portadores
da Síndrome de Down, levando o professor a ter consciência de sua importância e a função que
desempenha na inclusão e educação destes alunos.

6 REFERÊNCIAS

FREITAS, Soraia Napoleão. Tendências Contemporâneas de Inclusão. Santa Maria: UFSM,


2008.

VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão Escolar de Crianças com Síndrome de Down.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

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