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RESUMO
A Educação Inclusiva pressupõe que todas as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso,
de permanência e de aproveitamento na escola, independente de qualquer característica peculiar
que apresentem ou não. Para que a inclusão aconteça é fundamental que as crianças com
deficiência tenham o apoio de que precisam, seja da família, da sociedade e da escola. A escola
tem uma função reguladora e formativa na vida dos alunos, acima de tudo, a escola tem o dever de
acolher e conviver com as diferenças, estas devem ser vistas como ponto de partida e não de
chegada à educação, principalmente no que se refere às crianças portadoras da Síndrome de
Down, pois estas devem ser reconhecidas como são e não como gostaríamos que fossem no
processo de aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
Com a ampliação da luta pelos Direitos Humanos, mundialmente, a inclusão passa a ser
discutida nos diferentes âmbitos sociais.
Na educação, esse movimento reflete a luta pelo direito a uma escola de qualidade, que
contemple as minorias sociais, historicamente excluídas.
Até o século XV crianças deformadas eram jogadas nos esgotos da Roma Antiga. Na idade
média; deficientes encontram abrigo nas igrejas; na mesma época ganham a função de bobos da
corte.
Do século XVI ao XIX, pessoas com deficiências físicas e mentais continuam isoladas do
resto da sociedade, mas agora em asilos, conventos e albergues.
No século XX, os portadores de deficiências passam a ser vistos como cidadãos com direitos
e deveres de participação na sociedade, mas sob uma ótica assistencial e caritativa.
Nos anos 70, os estados Unidos avançam nas pesquisas e teorias de inclusão, para
proporcionar condições melhores de vida aos mutilados da guerra do Vietnã.
Declarações e tratados mundiais passam a defender a inclusão em larga escala; entre os anos
80 e 90, a assembleia geral das Nações Unidas lança o Programa de Ação mundial para pessoas
deficientes que recomenda: ”quando for pedagogicamente factível, o ensino de pessoas deficientes
deve acontecer dentro do sistema escolar normal” (FREITAS, 2008, p.36).
No Brasil, o interesse pelo assunto é provocado pelo debate antes e depois da Constituinte.
A nova constituição, promulgada em 1988, garante atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Devemos deixar claro que a SD não é uma doença e ninguém pode falar, portanto, que a
criança vai sarar com tratamentos específicos.
De acordo com Martins (apud Freitas, 2008, p.53) “a síndrome de Down é uma condição de
vida do indivíduo, um estado biológico alterado, em decorrência de anormalidades cromossômicas”.
Até algumas décadas atrás era impossível pensar que crianças com SD pudessem chegar a se
escolarizar, a maioria era tida como deficiente mental e classificadas como não educáveis, por
professores e educadores que ignoravam em grande parte o campo da deficiência intelectual.
Segundo Voivodic (2004, p.24) “para favorecer a educação da criança com Síndrome de
Down, é importante o trabalho com os processos cognitivos: percepção, atenção, memória, e
organização de itinerários mentais”.
A educação das crianças com Síndrome de Down abrange desde a estimulação, passando
pela educação ministrada na escola; até chegar ao treinamento profissionalizante, visando à sua
inserção num trabalho produtivo, dentro de um ambiente o menos restritivo possível (VOIVODIC,
2004, p.32”).
Incluir o aluno com SD na escola comum, não é largá-lo sem apoio especializado necessário
ao seu desenvolvimento, uma vez que, estar frequentando a escola comum não significa que tenha
se tornado igual aos demais, pois cada um tem seu tempo e espaço e a inclusão parte do princípio da
diferença e da diversidade.
A escola tem uma função reguladora e formativa na vida dos alunos, ela é, em grande parte
responsável pela passagem do aluno para o nível social, a escola tem o dever de ensinar o aluno a
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trocar ideias e ideais e acima de tudo conviver com as diferenças, lidar com suas emoções e mediar
às discussões para o pleno exercício da cidadania.
A aquisição da leitura e da escrita pela criança é requisito fundamental para que ela possa ser
bem sucedida em sua trajetória escolar.
Para Voivodic (2004, p.47) “é natural que a escola regular tenha dificuldade para lidar com a
subjetividade da criança com Síndrome de Down, pois o portador desta síndrome tem uma maneira
própria de encarar o saber, diferente dos ideais da escola regular”.
Por isso é importante que crianças com dificuldades de aprendizagem, e isto inclui os
portadores de SD, tenham acompanhamento de um psicopedagogo.
A educação destes alunos é algo que surge de dentro para fora, não deve visar à promoção
escolar, mas às aprendizagens de vida e socialização da criança.
A este respeito diz Teixeira (apud Freitas, 2008, p.64) “como pensar em incluir, senão
conhecemos as pessoas que possuem determinadas necessidades educacionais especiais e não temos
informações a seu respeito?”.
Como vimos às bases históricas e culturais da deficiência sempre foram marcadas pela
discriminação, preconceito e rejeição.
Percebe-se claramente neste estudo que a escola precisa estar aberta para atender a todos e o
governo deve oferecer reais condições para a implantação da escola inclusiva no país.
A educação inclusiva requer que todas as crianças tenham a mesma oportunidade de acesso,
permanência e aproveitamento na escola.
O professor, a família e a sociedade devem estar convencidos de que cada aluno é único e
deve ser respeitado e amado na busca de seu crescimento e desenvolvimento.
Assim, espera-se que este trabalho proporcione uma reflexão acerca da prática docente e das
relações sociais em relação aos alunos da educação inclusiva, mais particularmente dos portadores
da Síndrome de Down, levando o professor a ter consciência de sua importância e a função que
desempenha na inclusão e educação destes alunos.
6 REFERÊNCIAS