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Conceitos e
necessidades dos
estudantes com
déficit cognitivo
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Autora
Shirley Aparecida dos Santos.
Designers instrucionais
Ana Caroline de Lazzari de Oliveira
Suelen Fernanda Machado
Revisão Textual
Ana Paula Istschuk
Tatiane Valéria Rogério de Carvalho
Ilustrações
Jocelin José Vianna
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Olá, professor!
Seja bem-vindo ao módulo 2 do curso Conexão Professor: Educação Especial
– Atendimento Educacional Especializado!
No módulo introdutório, você teve a oportunidade de estudar sobre as
legislações que amparam a Educação Especial, sobretudo com relação ao acesso, à
participação e à permanência dos estudantes que compõem esse público, no ensino
comum.
O compromisso brasileiro em tornar as escolas “territórios inclusivos” não
se designa, unicamente, por admitir que estudantes com perfis distintos convivam
em um mesmo ambiente e sim que esses estudantes sejam atendidos em suas
necessidades educacionais especiais.
Agora, no módulo 2, será o momento de conhecer os conceitos, as necessidades
e as práticas em sala de aula para os estudantes com déficit cognitivo nas áreas da
Deficiência Intelectual, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Deficiência Física
Neuromotora.
Ao final deste módulo, esperamos que você, professor, possa saber como
os estudantes da Educação Especial se organizam para o processo de ensino e
aprendizagem.
Vamos então conhecer os pontos significativos que devem ser considerados
na ação pedagógica?
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1 INTRODUÇÃO
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2 AS MARCAS HISTÓRICAS
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[...] grandes civilizações antigas, a exemplo das sociedades primitivas, mantiveram
os diferentes excluídos do convívio social, evitando, segregando, abandonando
ou sacrificando seus membros “desviantes”. Mas os motivos que impulsionaram
as ações excludentes, a partir deste momento, estão relacionados com a
elitização de determinadas camadas sociais, que constroem modelos e padrões
idealizados de pessoa, para justificar regalias e manter o poder em poucas mãos.
Os deficientes como tantas outras minorias sociais, tidas como pouco ou nada
produtivas, sofreram e ainda sofrem as consequências deste tipo de organização
social (2005, p. 23).
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parte da população – com fome e desemprego –, a injusta vida
na sociedade burguesa tornara-se ponto de pauta, e mais uma
vez a pessoa com deficiência sofreu as consequências dessa
instabilidade social e econômica.
Nos séculos XVII e XVIII, ampliaram-se as concepções a
respeito da deficiência em todas as áreas do conhecimento,
favorecendo diferentes atitudes frente ao problema, isto é, da
institucionalização ao ensino especial. Você sabia ?
Principalmente, no começo do século XIX, decorrente No final do século XVIII, os
da Revolução Industrial, aparece o interesse pela educação médicos Philipe Pinel (1806)
nos países desenvolvidos. Esse interesse provocou o início e Dominique Esquirol (1845)
do atendimento aos deficientes mentais, bem como o denominaram as pessoas
com deficiência mental
aparecimento do modelo educacional destinado a um
como idiotas, cretinas e
movimento de exclusão escolar e social. imbecis, trazendo a marca
A seleção e o treinamento no trabalho tinham por do irreversível, incurável e
objetivo encontrar pessoas mais adequadas para a atividade e inapelável, estabelecendo
ajustar aqueles que não eram muito hábeis. Assim, o resultado a distinção entre o caráter
do desenvolvimento industrial gerou a necessidade de mão de transitório da doença men-
tal e o caráter permanente
obra mais qualificada, e o aumento da escolarização colocaram
dos déficits cognitivos da
a psicologia e, mais ainda, a psicometria em destaque. deficiência mental.
Nesse processo, no início do séc. XIX, na França, Binet
e Simon criam a Escala Métrica de Inteligência, passando
a considerar o fator quantitativo da inteligência (Q.I.) para
classificação e diagnóstico, bem como para prognóstico em
termos de educabilidade. O surgimento desses instrumentos,
marca, até hoje, as diferentes concepções da intervenção
educacional e vem trazendo, para milhares de estudantes
com necessidades educacionais especiais, o estereótipo de
deficientes mentais, classificados como: deficiência mental
leve ou educável, moderada ou treinável, severa ou profunda.
A partir dos anos 50, inicia-se o movimento que defende
a importância da avaliação das capacidades sociais na
determinação da elegibilidade para o Ensino Especial. Desta
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maneira, a psicologia passa a classificar e categorizar as diferenças ditando as regras
para onde se deve ser atendido aquele que apresenta um baixo potencial intelectual.
O encontro da psicologia com a educação torna evidente o propósito de
contribuir para a manutenção da ordem social, ou seja, o sistema produtivo requer
sujeitos capazes e produtivos, somando ao “Exército de Reserva” que emerge do
sistema capitalista.
Desta forma, a psicometria ocupou lugar de destaque, legitimando a perspectiva
da sociedade capitalista, na medida em que possibilitava a distinção dos sujeitos
desviantes do padrão burguês – característica que passou a ser referenciada pela
psicologia com o termo “padrão de normalidade”.
Durante várias décadas, o QI (quociente de inteligência) foi considerado
como sendo a perfeita medida da inteligência humana, abrangendo a totalidade
do potencial intelectual de um indivíduo. De fato, inúmeros estudos apontaram
para uma clara relação entre o nível de QI e o sucesso acadêmico e profissional.
Como consequência, disseminou-se rapidamente a sua utilização pelas escolas,
universidades, instituições governamentais e empresas privadas, particularmente
nos EUA, em que o referido teste foi usado tanto para acompanhamento quanto
para seleção dos discentes.
Na última década do séc. XX, observamos que a sociedade apresentava uma
visão padronizada de homem e classificava as pessoas de acordo com essa visão,
elegendo um padrão de normalidade e se esquecendo que sua constituição é de
homens diversos, devendo, portanto, assumir as diferenças humanas. A dificuldade
de superar a visão padronizada de homem se deu pelo fato de serem concebidas
as diferenças numa perspectiva qualitativa. Em outros termos, a escola produziu e
reproduziu uma visão determinista de sociedade, classificando seus estudantes em
mais inteligentes e menos inteligentes.
Muitos pesquisadores surgiram contrapondo-se a essa abordagem quantitativa
de avaliação, considerando que a dimensão intelectual não é mais suficiente para
caracterizar a deficiência mental, assim outros fatores também foram analisados,
como o funcionamento adaptativo, os fatores psicológicos, emocionais, ambientais,
físicos, etiológicos e de saúde.
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3 CARACTERIZAÇÃO
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Acesse:
Para saber mais
sobre os indicativos
de deficiência
intelectual, acesse o
“Manual Diagnóstico
e Estatístico de
Transtornos Mentais
- DSM V” (2014).
Disponível em:
https://tinyurl.com/
yy5qdbyc
Acesse o
infográfico no
site NeuroSaber.
Disponível
em: https://
neurosaber.
com.br/tdah-
tem-associacao-
com-o-tea-e-
deficiencia-
intelectual/
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3.1.2 Funcionamento adaptativo
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3.2 TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO
3.2.1 Caracterização
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3.2.2 Identificando o TEA
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cerebral (paralisia cerebral ou deficiência neuromotora); lesão
medular (paraplegia/tetraplegia); deficiências neuromusculares –
miopatias (distrofias musculares).
Para refletir:
Assista uma animação
Para uma melhor compreensão sobre essa área, vamos
de curta-metragem
assistir três recortes de vídeo da professora Fernanda Polônio: intitulada “O Presente”.
“The Present” (O
• Desenvolvimento do estudante com deficiência física Presente) é uma
neuromotora. Parte I -https://www.youtube.com/ animação de curta-
metragem de Jacob
watch?v=h0TF1cnZ35s
Frey que apresenta
• Desenvolvimento do estudante com deficiência física
dois personagens que
neuromotora. Parte II - https://www.youtube.com/ cativam os nossos
watch?v=bFs7lQld_aA corações: uma criança
• Desenvolvimento do estudante com deficiência física e um cachorro. Jacob
neuromotora. Parte III - https://www.youtube.com/ Frey baseou-se na
história em quadrinhos
watch?v=kp_spLN7_NY
“Perfeição”, do
4 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE) ilustrador brasileiro
– SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS (SRM): DA Fábio Coala. A
animação conta a
OBRIGATORIEDADE AO DIREITO
história de um menino
As Salas de Recursos Multifuncionais têm o objetivo de que passa muito tempo
jogando video-game,
ofertar o apoio complementar aos estudantes com déficit cognitivo
até que sua mãe traz
em relação ao acesso ao currículo, e devem, necessariamente,
um presente.
serem trabalhadas com a elaboração do Plano Educacional https://www.youtube.
Especializado, tendo como foco as expectativas de aprendizagem com/watch?time_con-
da série/do ano de matrícula do estudante. tinue=1&v=WWZjICL-
zKnY
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4.1 CONCEITO E TRABALHO PEDAGÓGICO
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estudantes, por outro lado, o ensino comum tem a incumbência
da escolarização desses estudantes.
Mas, afinal, o que isso significa?
Significa que o trabalho colaborativo é uma estratégia
pedagógica em que os professores planejam de forma colaborativa
procedimentos para a aprendizagem do estudante mediante
ajustes em suas ação pedagógica.
Acesse:
4.2.2 Práticas em sala de aula Saiba mais sobre o
trabalho colaborativo
Dentre muitas práticas retratadas para os estudantes lendo o texto “O
da Educação Especial, vamos resumir algumas que julgamos trabalho colaborativo
importante no cotidiano escolar. São elas: entre o professor
especialista e
• Explorar as pistas visuais. o professor das
• Estabelecer a organização da sala de aula e as rotinas disciplinas - o
diárias. fortalecimento das
• Promover interações colaborativas nos espaços da políticas públicas
para a Educação
escola.
Especial no Paraná” ,
• Estabelecer regras de forma que sejam compreendidas
disponível em:
pelo estudante.
https://bit.
• Possibilitar formas variadas de participação nas ly/2kKMC7g
atividades escolares e avaliações.
• Utilizar todos os recursos que possam auxiliar as novas
aquisições.
5 SÍNTESE DO MÓDULO
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Em relação à educação inclusiva, pontuamos aspectos fundamentais para o
processo de escolarização, no que diz respeito ao trabalho colaborativo e às práticas
em sala de aula. Tais aspectos contribuem para a melhoria da educação de forma geral
e, principalmente, possibilitam aos estudantes da Educação Especial não somente o
acesso à escola, mas também a participação com qualidade no cotidiano escolar.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
ZUTIÃO, P.; BOUERI, I. Z.; ALMEIDA, M. A. A avaliação das áreas adaptativas de jovens e
adultos com deficiência intelectual. Revista de Educação, Batatais, v. 6, n. 3, p. 25-49,
jul/dez. 2016.
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