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CONHECENDO O
ALUNO COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA
Professor(a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Me. Fernanda Regina Cinque de Brito

Objetivos de aprendizagem
• Conhecer os conceitos e terminologias de deficiência, bem como o contexto histórico da deficiência.

• Entender a classificação e características da deficiência física.

• Conhecer as causas e consequências que acometem a pessoa com deficiência física.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Conceitos de Deficiência

• Compreendendo a deficiência

• Fatores de risco que levam à deficiência física

Introdução
Caro(a) aluno(a), neste estudo, destacaremos o fato de que se envolver com as questões relacionadas à prática de atividades que
promovam a educação inclusiva, que atendam às necessidades e expectativas de crianças e adolescentes com e sem deficiência
física e ao atendimento especializado as necessidades educacionais é uma práxis que se efetiva em cumprimento de necessidades
que se constituíram ao longo da história da sociedade.

Historicamente, a deficiência física, bem com as demais deficiências, tem sido tratada e compreendida a partir de diferentes
perspectivas e análises, de acordo com cada sociedade e contexto histórico. Em cada período histórico, a pessoa com deficiência
foi vista e compreendida de uma forma, de acordo com as exigências da organização social, política e econômica da época. Por isso,
a importância de entender as mudanças que ocorreram no interior da sociedade e de que forma influenciaram e influenciam nas
ações voltadas para a pessoa com deficiência.

Em se tratando das questões históricas que envolvem a temática da deficiência, temos como exemplo a necessidade de se olhar
para o diferente e para a diversidade, respeitando as limitações e considerando suas potencialidades.

Tendo esse entendimento, apresentamos a você a discussão acerca de conceitos básicos que envolvem o campo da deficiência,
bem como do uso adequado das terminologias, ou seja, é preciso perceber que as pessoas com deficiência devem ser respeitas e
isso perpassa também pela forma de como vamos nos referir a elas.

A partir destas questões, avançaremos em nossos estudos, discutindo sobre as causas, os fatores de risco que acarretam a
deficiência física.

Caro(a) aluno(a), o diálogo estabelecido possibilitará que você navegue no uni- verso das questões da diferença, da diversidade e
das deficiências, para que possamos conhecer os fatores que estão envolvidos nesse contexto. É isso que veremos, com maiores
detalhes, agora.
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CONCEITOS DE DEFICIÊNCIA

Para discutir sobre a temática do atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência, faz-se necessário
esclarecer, de antemão, alguns aspectos importantes, por exemplo, a compreensão do que se trata conceitualmente deficiência.
Importante destacar que as definições de deficiência podem ser divergentes devido aos aspectos culturais, crenças e atitudes
(SMITH, 2008). Em nosso estudo, buscamos na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (OMS, 2004)
os principais conceitos e termos utilizados para usarmos de forma correta em nossa atuação, sendo:

Deficiência: refere-se à perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou
permanente. Representa a exteriorização de um estado patológico, refletindo um distúrbio orgânico, uma perturbação no
órgão (OMS, 2004).
Incapacidade: relaciona-se à restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade para desempenhar uma atividade
considerada normal para o ser humano. Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma deficiência
psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação da deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa, nas
atividades e comportamentos essenciais à vida diária (OMS, 2004).

Entendemos que, na atualidade, alguns autores da área tem adotado a terminologia Deficiência Motora em
substituição ao termo Deficiência Física, entretanto, como este ainda não é um consenso da área e os
documentos oficiais ainda tratam como sendo Deficiência Física, esse será o termo utilizado ao longo do
texto.

Fonte: Fernanda Regina Cinque de Brito.


Algumas Considerações
Históricas
Em termos históricos, podemos afirmar que as pessoas com deficiência eram excluídas da sociedade. Durante o
processo de civilização do homem, a sociedade se apresentou de diversas formas, situando-se de maneira adversa aos
aspectos ligados às questões físicas. Por exemplo, na Antiguidade, a sociedade estava dividida entre os que sabiam
pensar e os que estavam aptos ao trabalho. Nesse contexto, as pessoas com deficiência não se enquadravam nas
exigências da sociedade, por conseguinte, eram excluídas da sociedade, podendo até mesmo serem levadas à morte.

Já no período Feudal, as pessoas com deficiência poderiam exercer algumas atividades no contexto de produção
familiar. Entretanto, aquelas pessoas que apresentavam uma deficiência mais acentuada eram totalmente excluídas do
contexto social, prevalecendo, práticas de abandono e segregação. Posteriormente, na organização do modo de
produção capitalista, em que impera o excedente de mercadorias, as pessoas passam a produzir sua existência nas
cidades de forma mais livre e autônoma. Contudo, as pessoas com deficiência não atendiam às exigências do capital e,
por isso, foram direcionadas a asilos e hospícios.

Somente na segunda metade do século XVIII que: “[...] surgem na Europa as primeiras instituições educacionais
destinadas às pessoas com deficiência, contudo, a educação destinada às pessoas com deficiência se limitou à
institucionalização desse segmento social, adotando novas formas de restrição delas”(FERRAZZO et al. 2015, p. 243),
,

ou seja, institucionalização corresponde à ideia de que para oferecer atendimento às pessoas com deficiência, o
caminho seria inseri-la em ambientes isolados da sociedade (MORI; COSTA, 2013). Observa-se que a discussão sobre
as pessoas com deficiência ocorreu para atender as diferentes exigências da sociedade produtiva, mantendo a
exclusão social e os direitos inerentes ao ser humano.

O século XX marca o momento a partir do qual um contingente maior de pessoas com deficiência consegue
permanecer vivo, ocupando um lugar na população em geral, até pelo elevado número de mutilados de guerra que se
constitui, particularmente após a II Guerra mundial e a Guerra do Vietnã.

A tabela a seguir mostra como eram vistas as pessoas com deficiência nos dados períodos :

Fonte: adaptado de Lopes (2013).

No Brasil, o modelo de institucionalização, no que diz respeito às pessoas com deficiência, acompanhou os mesmos princípios
disseminados na Europa e Estados Unidos da América do Norte (MAZZOTTA, 2011). No final do século XIX e início do XX, com o
processo de industrialização e urbanização no país, exigiu-se mudanças no que se refere à pessoa com deficiência. Neste momento,
não bastava apenas pensar em escolas de segregação e sim um modelo que pudesse atender ao novo cenário constituído
socialmente, acarretando na “[...] criação de escolas especiais comunitárias e de classes especiais em escolas públicas” (MORI;
COSTA, 2013, p. 5). Tal fato não corresponde ao atendimento adequado aos indivíduos com deficiência ou a inclusão social destes.
A partir da década de 90 e o início do século XXI, ocorreu um avanço no processo de mobilização política das pessoas com
deficiência. Atualmente, existe um movimento organizado de pessoas com a releitura da deficiência que, por meio da lente da
inclusão, faz-se urgente e necessária. Dessa forma, desmistifica os rótulos aos deficientes que, ao longo da história, produziram
sentimentos como repugnância, piedade, segregação e isolamento a essas pessoas, fortalecendo e ratificando os preconceitos
existentes. Preconceito esse, seja à pessoa com deficiência mental, sensorial ou física que acaba excluindo, deixando-a à margem
da sociedade.

Esclarecendo a terminologia
Agora que você já sabe os conceitos básicos sobre a deficiência e como as pessoas com deficiência eram vistas em distintos
períodos históricos, é momento de esclarecer o uso correto das terminologias para que prevaleça relações de respeito com as
pessoas com deficiência. Quando nos referimos à terminologia utilizada no campo da Deficiência, temos que ter a compreensão de
que o termo utilizado não se refere à personificação do sujeito em estar ou ser deficiente, mas compreende o sujeito aceitando
que, antes de apresentar a deficiência, o deficiente é uma pessoa.

E, tendo essa compreensão, segundo Mantoan (1998), a partir de 1981, por in- fluência do Ano Internacional das Pessoas
Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa,
passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa
e espanto diante da palavra pessoa: “Puxa, os deficientes são pessoas!?” Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora
de deficiência, frequentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, de acordo Mantoan
(1998), entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje.

Logo, fazer a utilização da terminologia correta não é apenas acolher ou aceitar o outro nas suas limitações, mas é, antes de tudo,
respeitar o sujeito, entendendo que existem limitações e potencialidades que se devem fazer constantes nas relações
estabelecidas no convívio social, com destaque às ações no ambiente escolar. Assim, convido você, aluno(a), a continuar a leitura e
compreender as características da deficiência física.
COMPREENDENDO A DEFICIÊNCIA
Caro(a) aluno(a), a deficiência física, de acordo com os conceitos estabelecidos, considera as condições motoras causadas por
lesões, sejam de ordem musculoesquelético ou de ordem anatomofuncional, que poderão compreender e/ou modificar o processo
de desenvolvimento motor do sujeito, em qualquer fase de sua vida, ou seja, no nascimento, infância, adolescência e vida adulta.

A partir dessa perspectiva, precisamos nos atentar aos aspectos centrais que envolvem uma determinada deficiência, e no nosso
caso, em específico o trato com a deficiência física, temos que considerar suas especificidades. A deficiência física, de acordo com
as diretrizes do Ministério da Educação (BRASIL, 2006, p. 19-22) pode apresentar-se como sendo de ordem temporária,
recuperável ou permanente.

Temporária: ocorre, por exemplo, em uma situação em que uma pessoa sofre um grave acidente de carro, fraturando ambas as
pernas, necessitando de cadeira de rodas por um ano. Nesse caso, a deficiência é temporária, pois, em um determinado tempo, será
possível retornar os movimentos realizados anteriormente, como o andar. Recuperável: entende-se aquela em que o sujeito
acometido por uma debilidade, doença, acidente ou outra situação, por meio de acompanhamento médico, fisioterapêutico,
reabilitação ou outra ação, possa conseguir uma melhora.

Permanente: ocorre quando não há possibilidade de tratamento ou uso de prótese.

Caro(a) aluno(a), tendo tratado dos aspectos que devem ser considerados com relação à deficiência, ou seja, ao conhecermos os
tipos e características da deficiência, sabemos se haverá ou não uma progressão ou melhora da pessoa com a deficiência. Há que se
entender também que a deficiência física ocorre a partir de algumas causas específicas, e para explicá-las, retomamos as
normativas estabelecidas pelo Ministério da Educação, que afirma que as causas da deficiência física podem ser de origem
hereditária, congênita ou adquirida.

Veja a seguir, as definições apresentadas pelo Ministérios da Educação em relação às causas da deficiência
física.

Hereditária: quando resulta de doenças transmitidas por genes, podendo manifestar-se desde o
nascimento ou aparecer posteriormente .

Congênita: quando existe, no indivíduo, ao nascer e, mais comumente, antes de nascer, isto é, durante a fase
intrauterina .

Adquirida: quando ocorre depois do nascimento, em virtude de infecções, traumatismos, intoxicações.

Fonte: adaptado de Brasil (2006).

Nesta seção, apresentamos a você que as causas da deficiência física podem ser de ordem hereditária, congênita ou adquirida,
podendo apresentar de forma temporária, permanente ou recuperável. Além de entender a classificação da deficiência física, o
educador deve compreender o que aconteceu com o aluno, discussão que apresentaremos a seguir, ou seja, os fatores de risco que
podem levar à deficiência física.
FATORES DE RISCO QUE LEVAM À
DEFICIÊNCIA FÍSICA
Refletir e tratar acerca da deficiência física requer, primariamente, entender que se trata das especificidades do sujeito de forma
integral, o que significa dizer que temos, a princípio, que olhar para a pessoa e só depois para a deficiência física que a acomete. É
imprescindível entender que a deficiência física pode ter causas tanto intrínsecas quanto extrínsecas. As causas de ordem
intrínsecas envolvem, por exemplo, as condições biológicas. As extrínsecas se referem às condições ambientais.

De acordo com Mantoan (1998), os riscos ambientais, causados por fatores extrínsecos ao longo da vida do sujeito, estão
relacionados ao meio familiar e ao ambiente geral em que a criança e o adolescente vivem, manifestam-se pela omissão ou ação,
como oferta precária da assistência à saúde, falta ou desinteresse de recursos sociais e educacionais, ausência de políticas e ações
de prevenção de acidentes, violência e outros.

Contudo, na prática cotidiana, verificamos a valorização dos fatores biológicos em detrimento dos ambientais.

Analisar os fatores de risco de ordem ambiental significa considerar que temos que estabelecer um diálogo com os contextos
sócio-político-econômicos que se firmam na realidade da sociedade, considerar que as condições que são apresentadas em geral
possam inviabilizar o acesso e o desenvolvimento do sujeito em relação às suas potencialidades.

Agora, aluno(a), sempre que mencionamos os fatores intrínsecos, estamos nos referindo às questões relacionadas a fatores
biológicos, neurológicos, fisiológicos ou anatomofuncionais.
Apresentamos a você um exemplo de deficiência física causada por lesão neurológica.

Acidente Vascular Cerebral: advém de qualquer interrupção significativa da circulação sanguínea do


cérebro ou em alguma parte do encéfalo. Em geral, a pessoa fica com sequela física de hemiplegia (paralisia
total de um lado ou hemídio do corpo) ou hemiparesia (paralisia parcial de um hemídio corporal). Conforme
a gravidade, local e extensão da lesão neurológica, é possível, também, apresentar sequelas na face, na fala e
na cognição.

Fonte: adaptado de Israel (2010).

Iniciar o trabalho pedagógico com o deficiente físico requer conhecimento específico das causas prováveis dessa deficiência, que,
de acordo com Bueno (2010), pode-se destacar as causas da deficiência a partir de fatores Pré-natais, Perinatais e Pós-natais.
Observe, a seguir, o que caracteriza cada um, conforme exposto por Bueno (2010): Pré-natais: são os problemas ocasionados no
período da estação, como diabetes, doenças infecciosas como a rubéola, incompatibilidade sanguínea, alcoolismo, uso de drogas
pela mãe e fumo.

Perinatais: são problemas que ocorrem no momento do parto ou logo após o parto, por exemplo, infecções hospitalar,
prematuridade, acidente ou erro médico.

Pós-natais: são problemas como traumas cranioencefálicos, intoxicações (medicamentosa, anestésica, de radiações), asfixia e
infecções do sistema nervoso central. Neste sentido, tratar da deficiência física requer a compreensão das condições de
desenvolvimento, as potencialidades e as limitações que acometem o sujeito, isso porque essas indicações serão significativas para
que se possa promover um desenvolvimento didático-pedagógico adequado às necessidades e individualidades de cada aluno.

Algumas especificidades do deficiente físico já foram tratadas, mas ainda existem outras relações que devem se fazer presente, por
essa razão, faz-se necessário conhecer o universo das possibilidades que acometem à deficiência para que possamos desenvolver
um trabalho orientado às necessidades e expectativas da criança. Observa-se que são inseridas nesta categoria inúmeras
condições que podem estar associadas às más - formações congênitas, epilepsia, distrofia muscular, asma, febre reumática, paralisia
cerebral, dentre outras. A seguir, elencamos alguns problemas por apresentar associações mais frequentes.
De acordo com Bueno (2010), os problemas ortopédicos incluem as deficiências musculares e/ou neuromusculares e as
deformidades ósseas e as más-formações.

No quadro a seguir, apresentamos os problemas que compõem a categoria deficiências musculares e/ou neuromusculares,
conforme o autor referido (2010, p. 70-73):

INÍCIO DESCRIÇÃO – O quadro possui duas linhas e três colunas. A primeira linha com os nomes das deficiências musculares em cor de fundo cinza
e letra branca. Distrofia muscular progressiva, Poliomielite e Esclerose múltipla. Abaixo, na segunda linha, temos as explicações de cada deficiência.
Na primeira coluna Distrofia muscular progressiva : Está relacionada à perda gradual e progressiva da força e o enfraquecimento progressivo dos
músculos. Neste caso, os músculos mais comprometidos são os esqueléticos, podendo afetar também os músculos do coração. Aos dois anos de
idade é possível perceber sintomas, a criança anda sobre as pontas dos pés e aos três anos a criança pode perder as contrações no joelho. A partir
dos 10 anos, em geral, não conseguem mais andar. Na segunda coluna Poliomielite : Conhecida como paralisia infantil, pode paralisar qualquer parte
do corpo, mas principalmente as pernas, contudo, não é progressiva. Sua causa está relacionada a três tipos diferentes de vírus, ou seja, poliovírus 1,
2 e 3, estes vírus atacam as células nervosas da massa cinzenta da medula espinhal e, por consequência, causam uma destruição completa das
células motoras. A poliomielite acontece geralmente nos primeiros anos de vida. Na terceira coluna Esclerose múltipla : É uma doença degenerativa
progressiva do sistema nervoso central. Os sintomas podem incluir: espasmos das extremidades, intensa fraqueza em algumas fases, tremores,
tontura, fadiga, problemas visuais e dificuldades com o controle urinário. FIM DESCRIÇÃO.

Em relação às deformidades ósseas e más-formações são divididas em:

• Amputações: refere-se à falta de membros, sendo a remoção parcial ou total do membro.

• Deformidades e alterações posturais: referem-se aos tipos de deformidade na composição óssea, por exemplo, lordose,
escoliose, cifose, tumores ósseos e deslocamento congênito do quadril (BUENO, 2010).

Além das deficiências ortopédicas, também há as deficiências motoras neurológicas, sendo divididas em más-formações
(mielomeningocele ou espinha bífida) e a paralisia cerebral.

• Paralisia cerebral: é considerada a deficiência física mais comum nos primeiros anos de vida. Pode ser acarretada antes,
durante ou logo após o parto, podendo apresentar problemas em suas funções motoras e posturais, consequência de uma lesão
cerebral que pode ocorrer em diferentes níveis. A Paralisia Cerebral pode comprometer diferentes partes do corpo. Dessa forma,
caro(a) aluno(a), é importante que os profissionais da educação identifiquem a sua tipologia, assim, poderão desenvolver
estratégias de trabalho adequadas (BUENO, 2010). O mesmo autor apresenta quatro padrões típicos, dependendo do membro
atingido (das partes do corpo atingidas): monoplegia, hemiplegia, paraplegia e tetraplegia (quadriplegia). Veja, as caraterísticas de
cada um, conforme o autor referido.

Monoplegia: quando apenas um dos membros é atingido (inferior ou superior).

Neste caso, ocorre a debilidade ou paralisia de todos os músculos de um membro (braço ou pena).

Hemiplegia: quando compromete metade do corpo, ou seja, a perna, o braço e, às vezes, a face de um lado do corpo.

Paraplegia: quando há fraqueza ou paralisia dos membros inferiores (ambas as pernas são afetadas). Neste caso, geralmente a
parte superior do corpo não é afetada.

Tetraplegia ou Quadriplegia quando há paralisia ou fraqueza dos quatro membros. As principais manifestações podem ser:
:

hipertonia dos músculos dos membros superiores e inferiores e a hipotonia (perda muscular) dos músculos eretores da cabeça e
do tronco. A fala pode ser rudimentar ou ausente.

Caro(a) aluno(a) a partir das considerações apresentadas neste tópico, você pode perceber a importância de compreender os
problemas associados à deficiência física com o objetivo de desenvolver um trabalho adequado e que seja significativo para a
aprendizagem e desenvolvimento do aluno.

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ATIVIDADES
1.Na atualidade, além de entender os conceitos acerca da deficiência, é importante que os profissionais da educação e a sociedade
em geral conheçam a terminologia adequada sobre o campo da deficiência para evitar expressões inapropriadas. Nesse sentido,
marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( )Nos dias atuais, o correto é utilizar a expressão “portadores de deficiência física”, pois é uma terminologia que denota respeito e,

por conseguinte, não acarreta possíveis constrangimentos.

( )Expressões como aleijados, incapacitados ou defeituosos já foram utilizados no contexto social, no entanto, na atualidade, tais
termos não devem ser aceitos.

( A terminologia utilizada no campo da deficiência deve compreender o sujeito, considerando que, antes de apresentar
) a
deficiência, o deficiente é uma pessoa.

( )Somente a partir da década de 70 passou-se a utilizar a terminologia pessoas com deficiência física, expressão que perdura até a
atualidade.

A sequência correta é:

a) V, F, V, F.

b) V, V, V, F.

c) F, V, F, V.

d) F, V, V, F.

e) V, F, F, V.

2.Para que a prática pedagógica seja efetiva e contribua para o desenvolvimento integral do aluno com deficiência, é essencial que
o professor tenha conhecimento no que tange ao conceito e características da deficiência física. Sobre este assunto, leia as
afirmativas que seguem e assinale a alternativa correta.

I A deficiência física inclui as condições motoras causadas por lesões esqueléticas, psicológicas, anatômicas, sociais,
-

alimentares e emocionais.
II - A deficiência física pode modificar o processo de desenvolvimento motor do indivíduo em diferentes fases da vida, ou seja,
nascimento, infância, adolescência e vida adulta.

III A deficiência física está estritamente relacionada ao comprometimento motor que ocorre logo após o nascimento da
-

criança ou, então, no período da infância.

IV - A deficiência física compreende a alteração parcial ou completa de um ou mais segmentos do corpo humano,
comprometendo, por conseguinte, a função física do sujeito.

a) Estão corretas apenas I e II.

b) Estão corretas apenas II e III.

c) Estão corretas apenas II e IV.

d) Estão corretas apenas I, II e III.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

3. Analisar a respeito da deficiência física exige do profissional a compreensão das possíveis causas e consequências da deficiência
para que o trabalho pedagógico seja realizado, visando o processo de aprendizagem do aluno. Nesse sentido, leia as afirmativas e
assinale a alternativa correta.

I As causas da deficiência podem ser definidas a partir de fatores Pré-natais, ou seja, problemas acarretados após o nascimento
-

da criança, por exemplo, diabetes, malformações, condições sociais e maus tratos.

II A deficiência física pode ser provocada por acidentes, violência, cuidados precários à saúde e fatores socioeconômicos. Estes
-

são alguns exemplos ocasionados após o nascimento, isto é, ao longo do desenvolvimento do sujeito.

III - O problema do baixo peso de nascimento, sobretudo, o peso inferior a 1.300 g, é caracterizado como fator Pós-natal, ou
seja, é ocasionado após o nascimento.

IV - As causas Pós-natais são aquelas ocasionadas por meningites, encefalite ou outras infecções graves, além de traumatismos
intencionais ou não intencionais.

a) Estão corretas apenas I e II.

b) Estão corretas apenas I, II e III.

c) Estão corretas apenas I, III e IV.

d) Estão corretas apenas II e IV.

e) Estão corretas I, II, III e IV.

Resolução das atividades

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RESUMO
Iniciamos nossas discussões refletindo as questões conceituais que envolvem o campo da deficiência e, posteriormente, da
deficiência física. Em seguida, discutimos acerca de algumas considerações históricas pertinentes à temática, enfatizando o uso
correto das terminologias e como a sociedade via e entendia as pessoas com deficiência em diferentes períodos. Este percurso
histórico permite a você, aluno(a), entender as dificuldades, desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência ao longo dos anos.

Tratamos, ainda, a respeito de algumas especificidades da deficiência física, quais sejam: classificação, características, causas e
fatores de risco. Os respectivos assuntos se constituem importante para esta discussão, uma vez que oferece a você os subsídios
teóricos para melhor compreensão sobre a pessoa com deficiência. Por conseguinte, entendemos que tais discussões são
necessárias para que os profissionais da educação desenvolvam metodologias diferenciadas, estratégias que, de fato, favoreçam a
aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos com deficiência física, por isso, justifica-se a inserção de questões conceituais,
históricas e teóricas nesta etapa de nossos estudos.

Destarte, tratamos dos aspectos que circunscrevem, de forma consubstancial, a importância de reconhecer na diversidade uma
possibilidade de intervenção que subsidie as ações educativas para além dos paradigmas da racionalidade técnica, pois
consideramos a criança como um ser em construção, que passa por fases, mas que deve ser respeitada enquanto sujeito, com
individualidades e necessidades próprias, indiferente de ser ela acometida por uma deficiência ou não.

Por fim, esperamos que você tenha conseguido chegar ao final desse texto entendendo que, para o professor mediar e intervir por
meio de atividades adequadas as possibilidades dos sujeitos em integrar à realidade, obtendo autonomia, autoconfiança e
liberdade, é fundamental que conheça e compreenda que é o aluno com deficiência física.

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Material Complementar

Leitura
Nome do livro : Educação especial e inclusão escolar: história e
fundamentos

Autor: Aline Maria da Silva

Editora: Ibpex

Sinopse a obra apresenta o surgimento, a evolução e a consolidação da


:

educação especial, enfatizando os fundamentos teóricos e as


características dos momentos históricos que a marcaram. Este estudo
tem o objetivo de possibilitar aos profissionais da educação um panorama
desta temática, promovendo o conhecimento a respeito dos aspectos
históricos e políticos da área, visando uma visão crítica a respeito das
ações desenvolvidas em diferentes períodos históricos. O tema da
inclusão escolar é enfatizado na obra e oferece bases teóricas e práticas
para a escolarização dos alunos com necessidades educacionais especiais
na escola regular.

Filme
Título: O oitavo dia

Ano: 1996

Sinopse: Harry (Daniel Auteuil) é um empresário estressado, que


trabalha no departamento comercial de um banco belga e foi abandonado
por sua esposa e filhas há pouco tempo. Deprimido, ele se dedica ao
trabalho durante os 7 dias da semana. Até que um dia ele decide vagar
pelas estradas da França, sem rumo definido. Após quase atropelar
Georges (Pascal Duquennes), que sofre de síndrome de Down, Harry
decide levá-lo para casa mas não consegue se desvencilhar dele.

Comentário: O filme aborda situações de conflito da família e do


trabalho, fato este muito firmado em nossa atual sociedade e também
retrata bem os sonhos e alucinações que o deficiente tem. Ao assistir a
obra, fica evidente que o sentido de normalidade depende do ângulo do
qual vemos o mundo a nossa volta, pois se analisarmos friamente o filme,
fica uma questão crucial em nossas mentes: “será que somos normais só
porque deixamos de transmitir nossos sentimentos, desejos, anseios,
paixões ou porque julgamos que somos melhores que os outros”.

Na Web
Sugerimos a você a leitura do artigo “As pessoas com deficiência no
contexto da educação escolar brasileira” que discute os condicionantes
históricos e políticos em relação às pessoas com deficiência.

Acesse

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Brasília DF, 2006. ,

BUENO, Jocian Machado. Deficiência motora: intervenções no ambiente escolar. Curitiba: Ibpex, 2010.

ISRAEL, Vera Lúcia; BERTOLDI, Andréa Lúcia Sério. Deficiência físico-motora: interface entre educação especial e repertório
funcional. Curitiba: Ibpex, 2010.

LOPES, G. C. O preconceito contra o deficiente ao longo da história. EFDeportes.com, Revista Digital Buenos Aires, ano 17, n. ,

176, 2013. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd176/o-deficiente-ao-longo-da-historia.htm Acesso em: 10 maio 2021. .

MANTOAN, M. T. E. Compreendendo a deficiência mental: novos caminhos educacionais. São Paulo: Scipione, 1998.

MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas 6 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
.

SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma Sociedade Para Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

SCHIRMER, Carolina R. et al. Atendimento educacional especializado: deficiência física. SEESP/ SEED/ MEC: Brasília, DF, 2007.

SILVA, Aline Maira da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2010.

SMITH, Deborah Deutsch. Introdução à educação especial: ensinar em tempos de inclusão. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

WILSON, M. P. Crianças com deficiências físicas e neurológicas. Rio de Janeiro: Ao livro técnico S A, 1971.

REFERÊNCIAS ON-LINE

FERRAZZO, Gedeli; FRUTUOSO, Claudineie; PATRICIA, Márcia Ângela; GOMES, Marco Antônio de Oliveira. O processo de
inclusão/exclusão das pessoas com deficiência no contexto da reestruturação produtiva do capital. Revista HISTEDBR On-line,
campinas, nº 61, p. 237-254, mar. 2015. Disponível em:
< periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640525 >. Acesso em: 19 fev. 2017.

LOPES. G.C. O preconceito contra o deficiente ao longo da história. Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd176/o-
deficiente-ao-longo-da-historia.htm >. Acesso em: 27 abr 2017.

MORI, Nerli Nonato Ribeiro; COSTA, Maria Piedade de Resende da. Educação e inclusão: um pano- rama histórico. Revista Teoria
e Prática da Educação, v. 16, n. 3, p. 65-81, Setembro/Dezembro, 2013. Disponível em:
< periodicos.uem.br/ojs/index.php/TeorPratEduc/article/download/22796/ pdf_17 >. Acesso em: 18 fev. 2017.

OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde, 2004. Trad. e
rev. de Amélia Leitão. Lisboa, 2004. Disponível em: < http://www.inr.pt/uploads/docs/cif/CIF_port_%202004.pdf >. Acesso em: 18
fev. 2017.

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), para aprofundar nossos estudos sobre o campo da deficiência física, discutimos a respeito de conceitos,
terminologias, questões históricas, classificação e causas da deficiência física. Tais conhecimentos se justificam pela importância
de o professor conhecer a deficiência que acomete a criança que está trabalhando, visando auxiliar e contribuir significativamente
para o seu desenvolvimento social, intelectual, social, afetivo e motor. Agora, chamo sua atenção para analisarmos os níveis de
comprometimento da deficiência física.

Para isso, buscamos respaldo em Bueno (2010), que nos esclarece que os níveis de comprometimento estão relacionados ao grau
de complexidade e de acometimento da ação motora que foi afetada e são classificados da seguinte forma: imaturidade funcional,
disfunção cerebral e lesão. Vamos apresentar cada um, explicando suas características.

Imaturidade Funcional: está relacionado “aos níveis de dificuldades que afetam a estrutura cerebral com potencial mais limitado
de melhora após o tratamento” (ANTONIUK, 2003, p. 1 apud BUENO, 2010, p. 65), neste caso, ou seja, na imaturidade, a criança
adquire um ritmo normal ou praticamente normal de aprendizagem e, em questão de alguns meses de trabalho, a dificuldade é
sanada. Para exemplificar, podemos citar aquelas crianças que nascem no tempo esperado, mas que se atrasam ou são mais lentas
em algumas aquisições, por exemplo, falar, correr ou andar (BUENO, 2010).

Disfunção cerebral: neste caso, trata-se de um obstáculo funcional, isto é, as dificuldades acontecem em áreas específicas do
cérebro que não apresentam respostas adequadas. Pode ser chamado também de distúrbio cerebral. Pessoas com disfunção
cerebral apresentam dificuldades na execução de tarefas e não estão relacionadas com questões intelectuais. Um exemplo que
podemos apresentar é a Dispraxia motora. A criança com Dispraxia motora é mais lenta para aprender atividades do tipo: guardar
o material e amarrar o sapato (BUENO, 2010).

Lesão: está associada à perda de função em uma área cerebral específica. Tal perda acarreta a ausência de resposta a
determinados estímulos. É importante entender que lesão é diferente de disfunção. Vamos esclarecer!

Na lesão, ocorre a perda de uma função, com a morte dos neurônios, assim, não há como recuperar determinada ação. Já em
relação à disfunção, pode ocorrer uma resposta a determinados estímulos. Para melhor compreensão, enfatizamos que uma
criança com lesão apresentará mais dificuldade para uma evolução, repercutindo na execução correta da ação. Uma criança com
disfunção pode recuperar determinados padrões de movimento, por exemplo, melhorar a coordenação motora fina para se vestir,
abotoar um casaco ou puxar um zíper da calça (BUENO, 2010).

O comprometimento da função física ainda poderá ocorrer quando existe a falta de um membro (amputação), sua má-formação ou
deformação (alterações que acometem o sistema muscular e esquelético). Além disso, podemos citar as alterações funcionais
motoras decorrentes de lesão do Sistema Nervoso e, nesses casos, alterando, sobretudo, a alteração do tônus muscular
(hipertonia, hipotonia, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e incoordenados) (SCHIRMER, 2007).

Caro(a) aluno(a), apresentamos a diferenciação desses termos para que você entenda os tipos de comprometimento e, por
conseguinte, tenha condições de entender a temática proposta neste estudo de forma mais ampla. Isso significa afirmar que o
trabalho do professor terá êxito à medida que ampliar o leque de informações e conhecimentos da área, visando o
desenvolvimento das habilidades do aluno. Conforme preconiza Israel e Bertoldi (2010), a partir do momento que o professor está
munido da compreensão de seu aluno, do que aconteceu e dos recursos pedagógicos, poderá promover o processo de
aprendizagem de forma mais eficiente.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho

Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha

Head de Produção de Conteúdo Rodolfo Pinelli

Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia

Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo

Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo

Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey

Projeto Gráfico Thayla Guimarães

Design Educaciona Giovana Vieira Cardoso


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Design Gráfico Ellen Jeane da Silva


C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SOUZA, Vânia de Fátima Matias
de; BRITO, Fernanda Regina Cinque.

Atendimento Educacional Especializado para pessoas com Deficiência Física. Vânia de Fátima Matias de Souza;
Fernanda Regina Cinque de Brito.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

29 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Especial. 2. Deficiência Física. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 371 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
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Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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ATENDIMENTO
ESPECIAL: ASPECTOS
LEGAIS E ESCOLARES
Professor(a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Me. Fernanda Regina Cinque de Brito

Objetivos de aprendizagem
Oportunizar a análise e reflexão acerca das ações políticas para o Atendimento Educacional Especializado direcionado à pessoa
com deficiência física.

• Apresentar a temática sobre a inclusão escolar.

• Perceber a relação entre a deficiência física e o atendimento educacional especializado.


Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Aspectos legais da educação inclusiva

• Educação inclusiva: alguns apontamentos

• A deficiência física e o atendimento educacional especializado

Introdução
Caro(a) aluno(a), entender as características da deficiência é fundamental para o trabalho, mas temos que entender, também, os
processos legais que legitimam a atuação e efetivam a práxis. Precisamos compreender a legislação que norteia a educação no
Brasil e, por conseguinte, a educação inclusiva. Destacaremos, desse modo, os principais textos legais, tais como a Constituição
Federal, Declaração de Salamanca, Convenção de Guatemala, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) e
Decretos pertinentes a nossa temática.

A compreensão dos aspectos legais é fundamental para você continuar nesta jornada de estudos, pois oferecem os subsídios para
entender como o atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência se configura no cenário brasileiro.

A partir disso, convidamos você a adentrar no contexto escolar, considerando, especificamente, a deficiência física, percebendo a
relação entre está com o atendimento educacional especializado. Nesse contexto, abordaremos as barreiras em relação à inclusão
escolar, tais como: estruturais e pedagógicas. Contudo, não é nossa pretensão destacar apenas os problemas e os desafios, mas as
possibilidades e sugestões para que a educação inclusiva seja uma realidade, isso envolve repensar na acessibilidade das pessoas
com deficiência física no ambiente escolar, bem como nas estratégias didáticas e pedagógicas, visando o pleno desenvolvimento do
aluno. Além disso, é fundamental repensar como a sociedade e profissionais da educação entendem as pessoas com deficiência
física, pois a forma de entendê-las contribuirá ou não para o desenvolvimento da independência e autonomia dos alunos.

A partir desses conhecimentos prévios, o texto trará a você uma possibilidade e um momento de reflexão para pensarmos e
entendermos como ocorreu o processo de inclusão da pessoa com deficiência física. Vamos aos estudos!

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ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO


INCLUSIVA
Para iniciarmos nossos estudos, entendemos a importância de você, caro(a) aluno(a), conhecer os principais documentos legais que
norteiam a educação especial no Brasil. Segundo Edler (1998), a partir das propostas de Educação para todos, passou-se a discutir
o paradigma da inclusão que traz, no seu bojo, o desafio à universalização de uma escola de qualidade que não segregue e expulse
alunos “com problemas”; uma escola que enfrente – sem adiamentos – a grave questão do fracasso escolar e que atenda à
diversidade de características do seu alunado.

A discussão sobre a educação para todos já estava presente na Constituição Federal de 1988. O art. 205 apregoa que “a educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A Constituição
representou importante conquista em relação ao debate da educação no país. O atendimento educacional especializado é
apresentado no art. 208 da seguinte forma: “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino”. Observe, aluno(a), que a lei apresenta o termo “preferencialmente” admitindo que o
atendimento educacional especializado pode ser ofertado fora da rede regular de ensino (MANTOAN, 2003).

Em 1994, foi aprovada a Declaração de Salamanca, na Espanha. Bueno (2010), afirma que esta declaração proporcionou uma
oportunidade de inserir a educação especial na estrutura de educação para todos. Este documento, então, “[...] reafirma o
compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência de que seja providenciada educação para
as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino” (BARRETTA; CANAN,
2012, p. 8-9).

Em 1996, é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional (Lei nº 9.394/96). E é com esta lei que a Educação
Especial se tornou uma modalidade da educação. No art. 58 da referida lei, tem-se a afirmação: “Entende-se por educação especial,
para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”. Portanto, o grande
debate no final do século XX e início do século XXI se concentra em construir uma escola inclusiva que garanta o atendimento à
diversidade humana. É neste contexto que temos a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, conhecida como a Convenção de Guatemala. Mantoan (2003, p. 24)
assevera que:
O Brasil é signatário desse documento, que foi aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto
Legislativo nº 198, de 13 de junho de 2001, e promulgado pelo Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001,
da Presidência da república. Esse documento, portanto, tem valor legal, já que se refere a direitos e
garantias fundamentais da pessoa humana.

Em termos de política nacional voltada para a educação inclusiva, é importante citarmos a Resolução do Conselho Nacional de
Educação e da Câmara de Educação Básica (RESOLUÇÃO CNE/ CEB n. 2/2001). Este documento, conforme ressalta Silva (2010),
instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, considerando todas as modalidades e etapas da
educação.

O Decreto nº 5.296/2004 assegura a elaboração e implantação de projetos arquitetônicos e urbanísticos,


tendo como base as normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Fonte: Silva (2010).

É em 2007, por meio do Decreto n. 6.949/2009, que o Brasil se torna signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos das
pessoas com Deficiência. Conforme nos pontua Silva (2010, p. 121) “o objetivo dessa convenção é promover, proteger e assegurar
às pessoas com deficiência o direito pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais, além de promover
o respeito pela sua dignidade”.
Apresentamos a você, aluno(a), alguns documentos legais relevantes para nossa discussão, isto é, políticas de educação especial
que asseveram, em seus objetivos, a inclusão escolar. Sabemos que este debate já ganhou proporções significativas, por outro lado,
não devemos acreditar que já é suficiente. Assim, convido você, a continuar a leitura do material e ampliar seus conhecimentos
sobre as mudanças necessárias no contexto escolar para que possamos, de fato, falar em inclusão de todos.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALGUNS


APONTAMENTOS

Quando pensamos no universo escolar, na atualidade, nos remetemos a pensar em um espaço de interlocução com a diversidade,
da multiculturalidade, do diferente, do espaço do novo a ser conquistado. Contudo, será que as condições que estão postas no
contexto escolar brasileiro permitem essa interlocução? Será que nossas escolas apresentam práticas que valorizam a diversidade
e o respeito ao outro? Até que ponto o debate acerca da inclusão escolar é uma realidade? Esses são alguns questionamentos que
devem instigá-los a analisar o cenário da educação, as conquistas, bem como os desafios da inclusão escolar.

Ao discutir essa diversidade, Mantoan (2003, p. 31) pontua que “[...] não estamos caminhando decisivamente na direção da
inclusão, seja por falta de políticas públicas de educação apontadas para estes novos rumos, seja por outros motivos menos
abrangentes, mas relevantes, como pressões corporativistas, ignorância dos pais, acomodação dos professores”.

A autora explica, ainda, que os problemas conceituais, desrespeito a preceitos constitucionais, interpretações tendenciosas de
nossa legislação educacional e preconceitos distorcem o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos
com deficiência no ensino regular. Isto porque, desconsideram-se os benefícios que essa inovação educacional propicia à educação
dos alunos em geral, ao provocar mudanças de base na organização pedagógica das escolas e na maneira de se conceber o papel da
instituição escolar na formação das novas gerações. Por outro lado, temos avançado do ponto de vista legal, e há novos caminhos
pedagógicos que nos permitem retraçar a trajetória de nossas escolas, norteados pela inclusão.

É importante lembrar que o ambiente, as estratégias metodológicas e as ações devem promover o desenvolvimento global da
criança ou adolescente com deficiência física. Este desenvolvimento acontece na interação do indivíduo com o meio em que vive.
Nesse sentido, o professor deve se atentar de como ocorre o desenvolvimento humano em suas diferentes etapas para que as
atividades oferecidas aos alunos sejam apropriadas à faixa etária e às características e necessidades individuais. A partir disso,
ressaltamos a importância de o professor conhecer as potencialidades do aluno. A ideia central é que a prática pedagógica seja
desenvolvida a partir do que o aluno é capaz de fazer e não priorizar suas limitações e dificuldades.

Nesse contexto, destacamos que se deve pensar acerca do papel do especialista, pois seu trabalho deve estar concatenado com o
do professor e não acontecer de forma fragmentada. Juntos, devem analisar a forma de trabalho e adequá-las, se necessário,
visando o atendimento às necessidades dos alunos, proporcionando as condições necessárias para que os alunos com deficiência
se interaja de forma efetiva.

É importante destacar que o processo de inclusão é um processo dinâmico que, considera tanto o conhecimento prévio e o nível
atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura. Sabemos que, para isso, a escola deve agir no
conjunto de suas relações, organizando com suporte necessário ao professor e ao aluno, disponibilizando, por exemplo, de um
monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção entre outras, que
exijam auxílio constante no cotidiano escolar.

Esses aspectos são essenciais para que a criança tenha um processo de inclusão significativo no ambiente escolar. De acordo com
Mantoan (2003), os dois vocábulos: integração e inclusão, conquanto tenham significados semelhantes, são empregados para
expressar situações de inserção diferentes e se fundamentam em posicionamentos teórico-metodológicos divergentes.

A integração escolar tem sido entendida de diversas maneiras. O uso do termo “integração”, de acordo com Mantoan (2003),
refere-se mais especificamente à inserção escolar de alunos com deficiência nas escolas comuns, mas seu emprego é encontrado
até mesmo para designar alunos agrupados em escolas especiais para pessoas com deficiência ou mesmo em classes especiais,
grupos de lazer, residências para deficientes.

Quanto à inclusão, a autora entende que ela é incompatível com a integração, pois prevê a inserção escolar de forma radical,
completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceções, devem frequentar as salas de aula do ensino regular.
O objetivo da integração é inserir um aluno ou um grupo de alunos que já foram anteriormente excluídos, e
o mote da inclusão, ao contrário, é o de não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo
da vida escolar. As escolas inclusivas propõem um modo de organização do sistema educacional que
considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades.

A inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita aos alunos com deficiência e
aos que apresentam dificuldades de aprender, mas a todos os demais, para que obtenham sucesso na
corrente educativa geral.

Fonte: Mantoan (2003, p. 16).

Para que o atendimento à criança com deficiência seja significativo, exige refletir sobre a formação dos profissionais que atuam
com esta problemática. A partir dos anos 2000, muitas instituições de ensino superior inseriram, na matriz curricular do curso de
Pedagogia, disciplinas e conteúdos curriculares sobre a educação especial. Conforme pontua Pires (2011, p. 86), “é evidente que o
processo de inclusão exige do educador um lastro de formação que lhe permita ter consciência e clareza das problemáticas com
que se defronta na escola”.

Contudo, será que os profissionais da educação estão preparados tanto no que diz respeito aos pressupostos teóricos que
subsidiam a prática pedagógica, bem como os aspectos de ordem metodológica? Este questionamento deve levar a uma reflexão
sobre a formação inicial e continuada de professores no contexto da sociedade brasileira e do olhar desses professores acerca da
inclusão.

Para esta problemática, Pires (2011, p. 87) enfatiza que “o desenvolvimento do conhecimento influencia o comportamento, sugere
caminhos a seguir, fornece meios para a consecução dos fins, mas só o reconhecimento dos valores de tais fins se constitui a razão
de ser da conduta”. Isso significa afirmar que a atitude do indivíduo, diante da inclusão, deve ser permeada pela ética e pelo
compromisso, e ser ético é ter condições de ver as pessoas independente de suas limitações, valorizando-a como pessoa. Tal
atitude culmina na postura de respeito frente às diferenças e diversidade.

Até aqui, aluno(a), ressaltamos o papel dos profissionais da educação; mas e o papel da família? Como deve ser a interação entre
professores e família frente à criança com deficiência? Em relação a essas perguntas, compartilhamos com as ideias de Silva
(2010), de que a parceria entre família e professores pode favorecer na compreensão das necessidades e possibilidades da criança.
Os professores podem adquirir mais informações sobre as características positivas das crianças. Já a família pode ser beneficiada
ao ter conhecimento de seus direitos e responsabilidades, reforçando o trabalho desenvolvido pelo professor no ambiente
familiar.

Apesar de termos clareza quanto à importância da interação de professores e família no atendimento das crianças com deficiência,
não podemos afirmar que isso ocorre na prática de forma significativa, já que alguns profissionais desconsideram a importância da
participação da família ou, então, acreditam que se trata de trabalho extra e, por isso, não estão dispostos a buscar essa interação.
A DEFICIÊNCIA FÍSICA E O
ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
Caro(a) aluno(a), as relações estabelecidas entre o processo de aprendizagem e o desenvolvimento global da criança envolvem
questões que transcendem aos fatores exclusivos centrados nas especificidades metodológicas de ação, ou seja, para o trato com
as relações estabelecidas por meio do diálogo com a diversidade, o diferente no ambiente escolar, é preciso ir além dos parâmetros
de normalidade e romper com as linearidades contidas nos manuais de educação.
Vamos esclarecer, neste momento, o que é o Atendimento Educacional Especializado. Entenda que, de acordo com o Ministério da
Educação, estamos falando de um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades educacionais
específicas (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2006).

E em relação ao atendimento às pessoas com deficiência física?

É o Atendimento Educacional Especializado, ministrado, preferencialmente nas escolas do ensino regular,


que deverá realizar uma seleção de recursos e técnicas adequados a cada tipo de comprometimento para o
desempenho das atividades escolares. O objetivo é que o aluno tenha um atendimento especializado capaz
de melhorar a sua comunicação e a sua mobilidade. Incentivo você, aluno(a), a consultar este material na
íntegra no site: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf

Fonte: a autora.

O papel do professor, nesse momento, é tornar possível a formação do aluno em uma perspectiva e orientação para torná-lo um
sujeito autônomo e independente para as tarefas no ambiente escolar e demais atividades do contexto social e familiar. A
necessidade de atendimento especializado compreende relações que vão para além das questões centradas no diálogo com a
diversidade, conforme segue: alunos com deficiência e com necessidades educacionais especiais necessitam ser atendidos nas
suas especificidades, para que possam participar ativamente do ensino comum.

Necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência


física
Incluir o aluno com uma necessidade educacional especial que seja acometido por uma deficiência física torna relevante e
significativo a participação do aluno não apenas em sala de aula, mas em todo o ambiente escolar. No entanto, este atendimento
não ocorre de forma tranquila, visto os obstáculos que ainda fazem parte do cotidiano escolar. Além desses fatores estruturais,
podemos incluir como barreiras a falta de recursos financeiros e a falta de conscientização da sociedade e da comunidade escolar
no que se refere à inclusão. Muitas pessoas ainda são resistentes às mudanças, sendo que a justificativa de algumas é de que a
inserção da criança com deficiência na rede regular de ensino pode atrapalhar o rendimento acadêmicos dos demais alunos.

Agora, aluno(a), vamos enfatizar em nossos estudos o ambiente escolar, pontuando algumas alterações a serem feitas nos prédios
escolares, salas de aula e recursos didáticos. Para isso, apresentaremos, a seguir, as sugestões preconizadas por Bueno (2010):

Prédios escolares:

• Rampas de acesso.

• Corredor largo que permite a passagem da cadeira de rodas.

• Cantos arredondados.

• Corrimões próximos a bebedouros.

• Corrimões próximos aos assentos dos banheiros.

Salas de aula:

• Mesa e cadeira adaptadas.

• Tapetes antiderrapantes nas áreas escorregadias.

• Assentos giratórios nas carteiras para facilitar o movimento de levantar e de sentar.

Recursos didáticos:
• Suportes para livros, mantendo-os em posição diagonal na carteira, facilitando a leitura para o aluno que possui limitações em
seus movimentos de cabeça e tronco.

• Forrar a carteira com papel, prendendo-o com fita adesiva, facilitando a escrita da criança que tem dificuldades de
coordenação motora.

• Inserir canaletas de madeira ou de PVC em volta da carteira para evitar que o lápis ou outro material que esteja sobre a mesa
caiam no chão.

Além das adequações já apresentadas (prédios escolares, sala de aula e didático), são necessárias, ainda, Adequações de Recursos
Educacionais, pois lembre-se, caro(a) aluno(a), o professor deverá estar atento ao processo de ensino e aprendizagem, para
identificar as necessidades peculiares do aluno com deficiência física. Por exemplo, as crianças com lesões cerebrais, às vezes,
apresentam dificuldades nas funções perceptuais, tais como discriminar cor, forma, número, tamanho, natureza e semelhança de
objetos. Neste caso, devemos acrescentar objetivos educacionais para esse aluno, com o correspondente conteúdo de estimulação
psicomotora.

Crianças que apresentam dificuldades de apreensão de conceitos podem ser auxiliadas nesse processo, para isso, torna-se
essencial que o professor planeje o ensino, organizando objetos em categorias, enfatizando os aspectos e/ou itens relevantes em
um contexto, privilegiando experiências concretas antes de proceder ao estágio abstrato do trato dos símbolos numéricos.

Silva (2010, p. 161-163) sintetiza algumas estratégias gerais sobre as práticas pedagógicas inclusivas, quais sejam:

• Fazer uso de estratégias diversificadas que favorece o ajuste de tal forma que o conteúdo seja transmitido aos diferentes
estilos de aprendizagem apresentados pelos alunos.

• Oferecer aos alunos a oportunidade de tomar decisões sobre o planejamento do trabalho.

• Explorar a utilização de diversos materiais durante a realização das atividades propostas.


• Organizar a rotina da classe considerando a metodologia, atividade e apoio que determinados alunos podem necessitar.

• Criar um ambiente de respeito.

• Elaborar formas de avaliação adaptadas às necessidades e particularidades de cada aluno.

Lembre-se, o aluno precisa entender que os conteúdos e as interlocuções tratadas no ambiente escolar irão contribuir de forma
significativa para o enriquecimento de sua experiência de vida, por isso, é fundamental estimular a iniciativa e a capacidade de
liderança do aluno, além de estimular a experiência da vida na comunidade.

Portanto, sendo mediador dos processos de interlocução entre os saberes que forma se constituindo socialmente, o professor
possibilitará à criança com necessidades educacionais especiais o desenvolvimento e/ou aprimoramento da coordenação física e
demais habilidades manipulativas, estabilizadoras e locomotoras à medida que a aprendizagem acadêmica do aluno progrida.

Caro(a) aluno(a), como temos visto ao longo do texto, as relações com o processo de ensino-aprendizagem da criança com
deficiência física que apresenta necessidades educacionais especiais devem romper com a linearidade do fazer puramente técnico,
mecanizado. Aqui, o princípio da racionalidade, do tempo de resposta, deve ser substituído pela experiência, pelas relações sociais,
que essas sim asseguraram um aprendizado significativo para a criança.

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ATIVIDADES
1. Em nossos estudos, vimos algumas leis, decretos e diretrizes sobre a educação especial. Ressaltamos aqui a seguinte afirmação:
“Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação”. Este excerto se refere a qual texto legal:

a) Declaração de Salamanca (1994).

b) Lei 7.353, de 1989.

c) A Convenção de Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001.

d) Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/96).

e) Nenhuma das afirmativas está correta.

2. As relações estabelecidas entre o processo de aprendizagem e o desenvolvimento global da criança extrapolam os aspectos
centrados nas especificidades metodológicas de ação. Nesse contexto, leia as afirmativas e assinale a correta.

a) Para que o trabalho pedagógico seja significativo em relação aos alunos com deficiência física, é fundamental que o professor
siga rigorosamente os manuais de educação, pois estes oferecem todas as respostas para os desafios enfrentados no cotidiano
escolar.

b) Para realizar as atividades centradas no atendimento educacional especializado, o professor deve ter conhecimentos gerais
para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Isso tanto na formação inicial como na continuada.

c) A prática pedagógica no que se refere aos alunos com deficiência física deve ser norteada pelos padrões de normalidade
estabelecidos. Estes padrões por si só fornecem os subsídios necessários para que o professor promova o desenvolvimento
integral do aluno.

d) O trato com a diversidade no ambiente escolar deve ignorar o diálogo, pois o professor, no atendimento educacional
especializado, é o centro do processo. Ao aluno com deficiência física cabe receber as informações de forma tradicional.

e) Nenhuma das assertivas está correta.


3. A inclusão do aluno com deficiência física no ambiente escolar exige uma série de mudanças que, de acordo com Bueno (2010),
envolvem o prédio escolar, a sala de aula e recursos didáticos. No que tange às alterações necessárias, marque V para as
afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

Em relação aos recursos didáticos, pouco precisa ser alterado, apenas


( ) a alteração de metodologia é suficiente para que o aluno
com deficiência física tenha sucesso no processo de aprendizagem.

( )Corrimões próximos a bebedouros e aos assentos dos banheiros, corredor largo que permite a passagem da cadeira de rodas,
cantos arredondados e rampas de acesso são exemplos de mudanças no prédio escolar.

( )As mudanças físicas nas salas de aula envolvem mesa e cadeira adaptadas, tapetes antiderrapantes, avaliação diferenciada e
atividades diversificadas.

Forrar a carteira com papel, prendendo-o com fita adesiva, facilitando


( ) a escrita da criança que tem dificuldades de coordenação
motora é um exemplo de mudança na estrutura física do prédio escolar.

A sequência correta é:

a) V, V, V, F.

b) V, V, F, F.

c) F, V, F, F.

d) F, F, F, V.

e) V, F, V, F.

Resolução das atividades

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), o diálogo que travamos nesta etapa de nossos estudos apresenta-se a partir da intenção de refletirmos acerca
das políticas aplicadas às pessoas com deficiência física, para o trato desses que apresentam as necessidades educacionais
especiais.

Entender o processo legal da inclusão da pessoa com deficiência significa garantir, minimamente, que suas condições de educação
básica sejam asseguradas. Vale ressaltar que, quando o professor conhece a legislação, ele consegue auxiliar no processo de
acessibilidade, requisitar os materiais e demais recursos que sejam imprescindíveis para o desenvolvimento das ações
desenvolvidas no ambiente escolar.

Como vimos, as leis estão postas, mas a garantia da efetivação do processo de inclusão depende, sobremaneira, da interlocução do
professor em sala de aula em promover atividades que levem a umas práxis educativas que seja significativa para as crianças com
deficiência, mas que permitam a todas as demais crianças aprenderem a aprender por meio da diversidade e da diferença, por meio
do respeito aos limites e potencialidades de cada pessoa.

Afinal, as atividades escolares podem produzir, em nossos alunos, vivências e experiências que sejam significativas, tanto àqueles
que têm deficiência quanto aos que não têm deficiência, uma vez que o respeito à diversidade, às diferenças, é um processo
fundamental para a formação do sujeito. Por isso, enfatizamos que as alterações no campo da inclusão escolar perpassa pela
mudança de perspectiva educacional, uma vez que não se trata apenas de garantir o acesso do aluno com deficiência no ambiente
escolar, mas assegurar sua permanência de tal modo que consiga desenvolver sua autonomia e independência e que sejam
estabelecidas a interação entre todos que fazem parte da comunidade escolar.

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Material Complementar

Leitura
Nome do livro: Deficiência motora: intervenções no ambiente escolar

Autor: Jocian Machado Bueno

Editora: Ibpex

Sinopse e sta obra apresenta uma interessante discussão sobre o


:

atendimento educacional para as pessoas com deficiência motora (física),


enfatizando o estudo acerca da relação entre desenvolvimento e
movimento, bem como uma reflexão sobre os tipos de deficiência e, por
conseguinte, as intervenções e ações educativas necessárias para
desenvolver com os alunos com deficiência física. Lembre-se de que as
estratégias e intervenções devem objetivar o estímulo das capacidades
de cada um, aprimorando-as de tal modo que contribuam com o processo
de aprendizagem e, por conseguinte, no desenvolvimento integral do
aluno.

Filme
Título: Cordas!

Ano: 2014

Sinopse: o filme conta a história de uma menina que vive num orfanato, e
que criou uma ligação muito especial com um novo colega de classe que
sofre de paralisia cerebral. Trata-se de uma obra que fala de valores e
sonhos, cativando o espectador desde o primeiro ao último minuto.

Comentário: caro(a) aluno(a), assistir a esse filme ajudará você a entender


como as pequenas ações na sala de aula são essenciais para que você
possa entender como uma ação pode ser significativa para o
desenvolvimento da criança com e sem deficiência. É um filme que retrata
basicamente as questões das relações humanas, de solidariedade e
respeito ao outro. Entendendo que é um filme que traz a influência da
inclusão tanto para a pessoa com a deficiência como sem deficiência. O
filme é um bom retrato de como podemos mudar uma realidade.

Na Web
O artigo que apresentamos como sugestão de leitura discute as políticas
nacionais de educação inclusiva, considerando as cinco regiões
brasileiras.

Acesse

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REFERÊNCIAS
Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília, DF, 1996.

Ministério da Educação. Brasília, DF, 2006.

BUENO, Jocian Machado. Deficiência motora: intervenções no ambiente escolar. Curitiba: Ibpex, 2010.

EDLER,C. R. Temas em Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998.

MANTOAN. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

PIRES, José. A questão ética frente às diferenças: uma perspectiva da pessoa como valor. In: MARTINS et al. Inclusão:
compartilhando saberes. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011

SILVA, Aline Maria da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2010.

REFERÊNCIAS ON-LINE

BARRETTA, E. M.; CANAN, S. R. Políticas Públicas de educação inclusiva: avanços e recuos a partir dos documentos legais. IX
Anped Sul – Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012. Disponível em:
< http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Estado_e_Politica_ Educacional/Trabalho/01_07_47_173-6553-1-
PB.pdf >. Acesso em: 21 fev. 2017.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao- compilado.htm >. Acesso em: 18fev. 2017.

Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Diário Oficial da União. Poder Legislativo, Brasília, DF, 3 dez. 2004. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/ decreto/D5296.htm >. Acesso em: 17 fev. 2017.

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), almejamos, nesse momento de nosso estudo, esclarecer quem são os alunos com necessidades de atendimento
educacional especializado e algumas estratégias importantes no processo de inclusão. De acordo com as orientações do Ministério
da Educação, devem ser atendidos alunos que apresentam deficiência, como a deficiência física, mental, sensorial (visual e pessoas
com surdez parcial e total); alunos com transtornos gerais de desenvolvimento e com altas habilidades, também podem ser
atendidos por esse serviço.

Lembre-se que o atendimento educacional especializado é organizado para suprir as necessidades de acesso ao conhecimento e à
participação dos alunos com deficiência e dos demais que são público-alvo da Educação Especial, nas escolas comuns, pois
constitui uma oferta obrigatória dos sistemas de ensino, embora participar do atendimento educacional especializado seja uma
decisão do aluno e/ou de seus pais/responsáveis (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2006).

De acordo com a Constituição de 1988, que registrou o direito público subjetivo à educação de todos os brasileiros, inclusive as
pessoas com deficiência, estes preferencialmente junto à rede regular de ensino, a questão das políticas públicas a eles destinadas
se tornou mais presente em diferentes espaços da legislação educacional da União, Estados e Municípios.

As constituições estaduais e as leis orgânicas municipais reproduziram ou ampliaram as referências à educação especial. A Lei
7.853, que dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, reafirmou a obrigatoriedade da oferta da educação especial em
estabelecimentos públicos de ensino.

Para tanto, de acordo com Miranda et al (2003), ao iniciarmos o trabalho com o deficiente físico, temos que seguir alguns
.

princípios gerais de conduta frente à criança ou adolescente com deficiência, são eles:

• Crie vínculos, conheça e levante a possibilidade da existência de um problema do desenvolvimento que necessita de maiores
investigações, busque realizar um trabalho multidisciplinar.

• Busque conhecer o diagnóstico, as potencialidades e as limitações de cada criança, evitando que ocorram maiores atrasos e
sequelas.

• Verifique a aceitação da família, como a criança é tratada no ambiente familiar, descubra se a criança é superprotegida ou se a
família oferece possibilidade de autonomia à criança.
• Não crie expectativas para resultados imediatos, lembre-se que o tempo de assimilação e acomodação de cada pessoa é
diferente, portanto, não faça profecias, entenda que o processo de aprendizagem e aquisição do conhecimento difere-se de
pessoa a pessoa.

• Encaminhe sempre seu aluno com deficiência física para o apoio a outros profissionais, como o fisioterapeuta, o fonoaudiólogo,
psicopedagogo e demais envolvidos.

• Lembre-se que a assistência emocional é extremamente importante no enfrentamento inicial da deficiência e em várias outras
fases do desenvolvimento da criança e do adolescente.

• As pessoas com deficiência têm uma sensibilidade especial na compreensão do meio e dos que os rodeiam, sendo capazes de
perceber o interesse ou não do profissional, mesmo nos casos mais graves.

• A orientação para tratamento deve ser dada, primeiramente, ao aluno com deficiência física, dentro do entendimento e
linguagem que lhe é acessível, e depois aos responsáveis, ressaltando a importância das atividades escolares desenvolvidas, para
que ocorra de forma significativa a adesão e continuidade do acompanhamento.

Caro(a) aluno(a), conhecer somente os aspectos da funcionalidade e limitações da deficiência não irão garantir um trabalho
inclusivo com a criança que apresenta a deficiência física, é preciso que haja uma aceitação por parte da família, um apoio
psicológico e emocional para a criança e para a família da criança com a deficiência física.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho

Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha

Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli

Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia

Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo

Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo

Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey

Projeto Gráfico Thayla Guimarães

Design Educacional Giovana Vieira Cardoso

Design Gráfico Ellen Jeane da Silva


C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação . a Distância; SOUZA, Vânia de Fátima Matias de; BRITO,
Fernanda Regina Cinque.

Atendimento Educacional Especializado para pessoas com Deficiência Física. Vânia de Fátima Matias de Souza; Fernanda Regina
Cinque de Brito.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

26 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Especial. 2. Deficiência Física. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 371 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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EDUCAÇÃO
INCLUSIVA:
ORIENTAÇÕES
Professor(a) :

Dra. Vânia de Fátima Matias de Souza

Me. Fernanda Regina Cinque de Brito

Objetivos de aprendizagem
• Entender acerca da construção do conhecimento a partir da perspectiva Histórico-Cultural.

• Apresentar a temática sobre o brincar como possibilidade de atuação.

• Discutir o processo avaliativo no ambiente escolar relacionado ao desempenho das crianças com deficiências e/ou com
necessidades educacionais especiais.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:

• Possibilidades de trato pedagógico: alunos com deficiência física

• O brincar como possibilidade pedagógica

• Repensando a questão da avaliação escolar

Introdução
Caro(a) aluno(a), estamos navegando, neste momento, em uma interlocução estabelecida para além do trato exclusivo para com as
pessoas com necessidades educacionais especiais, com foco especial na deficiência física. Apresentaremos as contribuições de
Vygotski para entender acerca do processo de construção do conhecimento humano, fator este essencial para discutirmos,
posteriormente, a respeito da importância da escola e do professor na formação do sujeito, destacando o papel do professor
enquanto mediador no processo de aprendizagem.

A partir dessa compreensão, discutiremos sobre a inclusão da pessoa com deficiência física e, por fim, o tema - avaliação - tem sido
muito explorado no campo da educação escolar nas últimas décadas, em especial, ao tratarmos da questão do processo avaliativo
direcionado a alunos com ou sem deficiências. Algumas constatações sobre a realidade educacional da qual fazemos parte, por
vezes, possibilitam a percepção de indicadores de baixa qualidade de ensino. O que nos leva a refletir que ainda há muito que se
discutir acerca dos formatos utilizados para avaliar os processos de ensino e de aprendizagem.

Podemos observar que temos, ainda, a constatação de inúmeros estudiosos da área que afirmam que avaliar não pode se restringir
aos limites das relações pedagógicas e, tampouco, àquelas que ocorrem apenas no âmbito da sala de aula. Há, também, por outro
lado, todo um conjunto de produções direcionado à demonstração dos mecanismos de manutenção das estruturas de poder e de
contradições entre os modelos considerados mais eficientes para garantir a aprendizagem dos alunos e os procedimentos
avaliativos que exercem predomínio nas escolas.

Nesse sentido, a avaliação educacional pode ser tanto direcionada aos saberes individuais enquanto processo individual de
avanços e potencialidades sociais quanto ser exclusivamente uma avaliação da aprendizagem ou do desempenho. Convido você a
iniciar as reflexões sobre os conteúdos a seguir.

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POSSIBILIDADES DE TRATO
PEDAGÓGICO: ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA
Caro(a) aluno(a), já refletimos sobre inúmeras possibilidades de permitir a inclusão no ambiente escolar de forma significativa ao
aluno com deficiência física, mas ainda entendemos que as questões metodológicas não se esgotam. Por essa razão, chamamos
para o diálogo o pensamento de Vygotski, para discutir acerca do processo de construção do conhecimento humano, pois se
considera que sua teoria contribui de forma significativa ao enfatizar a importância da escola, do professor e da intervenção
pedagógica na formação do sujeito, ou seja, ao destacar o papel do professor enquanto mediador entre o sujeito e a construção do
seu conhecimento.

Vigotsky recebeu influência do Materialismo Histórico que considera o homem como ser histórico, ou seja, a partir da relação com
a natureza, o homem transforma a natureza e se transforma. Tendo em vista este referencial teórico, Vigotsky formulou a teoria
Histórico-Cultural com o objetivo de estudar os processos do desenvolvimento humano não de forma quantitativa, apenas
considerando o aparato biológico.

[...] teoria histórico-cultural não é uma metodologia nova ou um conjunto de técnicas para auxiliar a
a
prática pedagógica, mas é, fundamentalmente, uma forma de entender o homem naquilo que ele é e naquilo
que ele pode vir a ser. Trata-se, em essência, da elaboração das questões psicológicas sobre o que se
desenvolve no homem e como se desenvolve, a partir da explicitação e da defesa de uma certa concepção de
mundo e de homem: ambos essencialmente históricos (ASBAHR; NASCIMENTO, 2013, p. 419).

Conforme a teoria proposta por Vigotsky, o indivíduo, ao nascer, está inserido em um contexto social, sendo a família o primeiro
núcleo de socialização que influencia a relação que a criança estabelece com o meio. Portanto, a aprendizagem inicia, a partir do
nascimento da criança, e a constituição individual e as aquisições da cultura do meio ocorrem por meio da apropriação, ou seja, por
meio da relação com o outro, a criança se apropria dos conhecimentos.
Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história
prévia. Por exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola, mas, muito antes, elas tiveram
alguma experiência com quantidades, elas tiveram que lidar com operações de divisão, adição, subtração e
determinação de tamanho.

Fonte: adaptado de Vygotski (1991).

Nesse sentido, apropriar-se da cultura, do mundo dos objetos e de relações humanas extrapola o aprendizado de novos hábitos ou
informações do meio ambiente, mas considera a reflexão de um tipo específico ou particular de aprendizagem (ASBAHR;
NASCIMENTO, 2013). Assim, a escola tem papel fundamental. Como espaço social, permite ao sujeito o contato com diferentes
vivências, favorecendo e ampliando o seu repertório cultural. Dessa forma, a permanência do aluno com deficiência física na rede
regular de ensino é uma proposta que beneficia a todos, haja vista diferentes experiências de convívio social, cultural, dentre
outros que os sujeitos inseridos neste contexto poderão adquirir.

O papel do professor também é imprescindível neste processo, uma vez que deve assumir o papel de mediador, ou seja, o
professor, que é alguém mais experiente, deve fazer a mediação entre o aluno e o conhecimento, propiciando a aprendizagem e o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores (raciocínio, memória, linguagem etc.).

Caro(a) aluno(a), neste momento, vale ressaltar um conceito fundamental na teoria de Vigotsky, qual seja: Zona de
Desenvolvimento proximal. O que significa? A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o que a criança consegue
realizar sozinha (zona de desenvolvimento real) e aquilo que consegue fazer com ajuda de alguém mais experiente (zona de
desenvolvimento potencial). Portanto, a zona de desenvolvimento proximal é o espaço de mediação do professor, é nela que o
professor deve atuar. Assim, “aquilo que é a zona de desenvolvimento proximal hoje, será nível de desenvolvimento real amanhã,
ou seja, aquilo que a criança pode fazer com assistência hoje, será capaz de fazer sozinha amanhã” (VYGOTSKY, 1991, p. 60).

Quando pensamos no trabalho com a criança com deficiência física no contexto escolar, é preciso considerar o que a criança já
sabe, suas potencialidades, capacidades e não suas limitações. A partir disso, o professor deverá atuar de tal forma que contribua
no processo de aprendizagem do aluno. “Vygotsky focalizou o desenvolvimento da criança com deficiências, destacando-lhes os
aspectos qualitativamente diversos, não apenas de suas diferenças orgânicas, mas principalmente de suas relações sociais”
(FIGUEIRA, 2013, p. 41). Portanto, aluno(a), é preciso compreender como os alunos com deficiência física interagem com o meio
em que estão inseridos, como enfrentam a exclusão social que ainda persiste em nossos dias e, assim, pensar em possibilidades
que, de fato, contribuam no desenvolvimento integral do sujeito.
O BRINCAR COMO POSSIBILIDADE
PEDAGÓGICA

O brincar é uma atividade universal, faz parte da vida de cada um. Você, ao pensar em sua infância, certamente lembrará de alguma
brincadeira ou jogo. E hoje? Será que as atividades lúdicas fazem parte dos contextos familiar e escolar? Este questionamento se
faz necessário haja vista a importância do brincar para o desenvolvimento da criança, uma vez que por meio do brincar é possível
desenvolver diferentes aspectos, quais sejam: sociais, físicos, emocionais e cognitivos.

Quando pensamos na criança com deficiência física não é diferente, pois o brincar deve fazer parte de suas vivências e
experiências, proporcionando momentos de alegria, diversão e aprendizado como qualquer outra criança.

Será que no atendimento especializado à criança com deficiência física, o brincar deva ser enfatizado no
trabalho pedagógico?

Fonte: elaborado pelas autoras.

Caro(a) aluno(a), lembre-se que quando estamos nos referindo à criança que apresenta necessidades educacionais especializadas,
e que apresenta deficiência física, torna-se de extrema relevância que nossas atividades sejam iniciadas a partir das relações com a
prática cotidiana. Assim, em nossos estudos, consideramos a importância do brincar, pois faz parte do universo infantil,
independentemente da deficiência. Precisamos enfatizar que as atividades não necessitam, obrigatoriamente, apresentarem um
alto grau de complexidade.

O jogo para a criança, aqui, deve apresentar a mesma estrutura que as demais, ou seja, ela também necessita que sejam
trabalhadas regras, mas que estejam de acordo com seus limites e potencialidades, pois, quando trabalhada com estratégias que a
tratem de acordo com suas potencialidades e não apenas as suas dificuldades, é possível percebermos que a criança acaba criando
condições de superar as próprias limitações, pois é possibilitado à criança criar e recriar o exercício que aprendeu, expandindo sua
capacidade.

As atividades lúdicas sempre existiram e foram vistas em diferentes momentos históricos. A utilização do
jogo já era valorizada como importante ferramenta para auxiliar o processo de aprender da criança. Veja
que Platão (347 a.c.), dezenas de séculos atrás, já preconizava que os primeiros anos da criança deveriam
ser ocupados com jogos educativos, sendo que ele mesmo ensinava matemática às crianças em forma de
jogo.

Fonte: adaptado de Marinho (2012).


O professor deve conhecer o lugar do jogo no processo de aprendizagem da criança para que ele seja utilizado de forma a
promover o desenvolvimento dela. Assim, conhecer as etapas de desenvolvimento infantil contribui para que o educador tenha
condições de escolher as brincadeiras e os jogos adequados à faixa etária. E o aluno com deficiência física? O que fazer quando, em
virtude de uma debilidade motora, impedir sua participação ou interação na atividade lúdica? Este questionamento se faz
necessário à medida que compartilhamos a ideia de que o professor deve tomar essas situações como oportunidades para
promover a resolução de problemas, levando todos os alunos a participarem e encontrarem uma possibilidade para que todos
possam participar da brincadeira ou jogo.

Você sabe a diferença entre brinquedo, brincadeira e jogo? A brincadeira está relacionada, de forma geral, à
ação de brincar, ao comportamento espontâneo decorrente de uma atividade não estruturada. O jogo, por
sua vez, é entendido como uma brincadeira que envolve regras. E o brinquedo é utilizado com o objetivo de
designar o sentido de objeto de brincar.

Fonte: adaptado de Friedmann (1996).

Outro pesquisador que podemos chamar para o nosso diálogo é Vygotski (1991), o brincar é definido pela situação imaginária
criada pela criança e que tende a suprir necessidades que mudam conforme a idade. Com o crescimento surgem novas
necessidades que poderão ser satisfeitas por meio da capacidade imaginária da criança. Outro detalhe é que Vygotski entende a
brincadeira como uma atividade movida pela imaginação, atividade consciente, que se desenvolve conforme seu crescimento. Isto
significa que as crianças muito pequenas ainda não possuem tal capacidade. Vygotski dá importância à ação e ao significado no
brincar. Segundo ele, uma criança com menos de três anos não consegue envolver-se em uma situação imaginária, pois é só
brincando que ela pode começar a compreender o objeto não da forma que ele é, mas como gostaria que fosse. É na brincadeira
que o objeto perde sua característica real e passa a ter o significado que lhe dão.
Caro(a) aluno(a), trouxemos, aqui, algumas contribuições que não servem como “manuais ou receitas” prontas para
estabelecermos uma conduta pronta para as aulas, mas as nossas discussões foram pensadas para que você pudesse pensar
estratégias e interlocuções de ações que levem a criança ao desenvolvimento de suas potencialidades.

REPENSANDO A QUESTÃO DA
AVALIAÇÃO ESCOLAR
Com a discussão sobre a democratização da educação escolar, sobretudo, a partir da década de 90, verificamos um maior debate a
respeito da qualidade da educação ofertada aos alunos com necessidades educacionais especiais, exigindo, por conseguinte,
repensar metodologias, estratégias e avaliação. Lima (2010, p. 52) enfatiza que “em relação aos docentes, surgiram exigências de
maior interação com os alunos para conhecê-los, desenvolvendo atividades que fossem significativas para os discentes,
envolvendo-os nas demonstrações e nas explicações”. Ao aplicar uma metodologia diferenciada, o professor deve ter clareza de
que a avaliação também deve ser diferenciada quando falamos do aluno com alguma deficiência. Caro(a) aluno(a), neste momento,
iremos adentrar na discussão acerca da avaliação.

A maior polêmica que se cria, hoje, em relação a uma perspectiva inovadora da avaliação, diz respeito à
questão da melhoria da qualidade de ensino [...]. Muitos fatores dificultam a superação da prática
tradicional, já tão criticada, mas, dentre muitos, desponta sobremaneira a crença dos professores de todos
os graus de ensino na manutenção da ação avaliativa classificatória como garantia de um ensino de
qualidade, que resguarde um saber competente dos alunos.

Veja aluno(a), apesar de discussões na atualidade no que tange ao processo de avaliação, ainda há a resistência de professores em
superar o modelo meramente classificatório. No entanto, a avaliação deve nortear todo o processo de ensino e não apenas uma
parte do processo de aprendizagem, sendo que deve permitir ao professor a reflexão da sua prática, rever o planejamento e
estabelecer novas intervenções que superem o modelo meramente classificatório. Nesse entendimento “a avaliação é também um
instrumento de aperfeiçoamento e de depuração do ensino e quando a tornamos mais adequada e eficiente, diminuiremos
substancialmente o número de alunos excluídos das escolas”(MANTOAN, 2003, p. 39).

Isso significa que a avaliação é um instrumento tanto do professor quanto do aluno, ou seja, a avaliação deve levar o professor a
rever sua ação pedagógica, conteúdos, conceitos etc.; e em relação ao aluno, a avaliação deve ser contínua, o que implica em
considerar todo o processo de aprendizagem e não apenas a aferição de valores mediante uma prova avaliativa.

O Referencial sobre a Avaliação da aprendizagem de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (2007, p. 30) corrobora com
a ideia proposta por Mantoan (2003), ou seja, o respectivo documento pontua:

Por avaliação da aprendizagem compreende-se a verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo


aluno, pois ao mesmo tempo em que fornece subsídios ao trabalho docente, possibilita a tomada de decisão
e a melhoria da qualidade de ensino, bem como expressa informações sobre as ações em desenvolvimento e
a necessidade de regulações constantes.

Além disso, é mister ressaltar que a avaliação não tem o intuito de punição, haja vista que o professor deve ter uma postura ética
frente ao processo de aprendizagem. Essas informações nos levam a pensar acerca de nossas atitudes perante o trato com a
criança com necessidades educacionais especiais. Isto porque, conforme temos discutido, não são as informações conceituais que
promoverão uma mudança significativa no processo de aprendizagem desses alunos. É preciso refletir acerca dos procedimentos
metodológico das práxis pedagógicas, mas é preciso também refletir e considerar o processo de avaliação.

O que eu, enquanto professor, considero importante a ser avaliado no processo de aprendizagem dos
alunos com necessidades educacionais especiais com deficiência física?

O que será considerado: os avanços dos alunos enquanto fatores atitudinais, ou seja, quando vão
constituindo repertório comportamental, ou será verificado somente os fatores conceituais da
aprendizagem de determinados conteúdos?

Fonte: as autoras.

Lembre-se, quando a avaliação não é utilizada para promover a aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais
nas classes regulares de ensino, pode provocar a exclusão. Nesse sentido, a adequação da avaliação é imprescindível no processo
de inclusão escolar. No caso do aluno com deficiência física “é preciso que sejam utilizadas as mesmas referências empregadas na
sala de aula. Nesse caso, o que será adaptado é a maneira do aluno demonstrar o seu conhecimento” (BUENO, 2010, p. 123).

Nesse contexto, não podemos mais pensar em uma avaliação que tem o objetivo apenas de medir o que o aluno sabe ou não sabe.
Na perspectiva inclusiva, Mantoan (2003, p. 39) apregoa:

Suprimir o caráter classificatório de notas e de provas e substituí-lo por uma visão diagnóstica da avaliação
escolar é indispensável quando se ensina a turma toda. Para ser coerente com essa novidade, o professor
priorizará a avaliação do desenvolvimento das competências dos alunos diante de situações-problema em
detrimento da memorização de informações e da reprodução de conhecimentos sem compreensão, cujo
objetivo é apenas tirar boas notas e ser promovido. O tempo de construção de uma competência varia de
aluno para aluno e sua evolução é percebida por meio da mobilização e da aplicação do que o aluno
aprendeu ou já sabia para chegar às soluções pretendidas.

É imprescindível que o professor desenvolva o hábito de registrar, por meio de diários ou relatórios, as descobertas dos alunos:
suas hipóteses, seus interesses, suas dificuldades, suas dúvidas, como se relacionam com os objetos de conhecimento, ou seja,
estamos falando aqui de uma avaliação de ordem qualitativa do sujeito. Esse tipo de avaliação formativa, que acompanha por meio
de registros os avanços da criança, permite que tenhamos um grande avanço no trabalho e nas intervenções docentes, isto porque
essas anotações permitirão uma práxis pedagógica centrada nos saberes e conhecimentos obtidos pelos alunos ao longo dos
encontros, e não de um momento específico. As anotações permitirão a composição de documentos com grande quantidade de
informações importantes para a avaliação da aprendizagem em processo, para o planejamento e intervenção sistemática e
eficiente, com vistas ao atendimento às necessidades individuais dos alunos e ao aperfeiçoamento do ensino para todos.

Bueno (2010, p. 124) complementa que “[...] o processo avaliativo deve ser diário, isto é, após o término de cada dia, somado ao
bimestral ou semestral, com relatos descritivos individuais de cada criança e de esta frente ao grupo”.

Essa prática não é tão simples, pois necessita de tempo. No entanto, essa prática do registro fornece ao professor visibilidade do
processo ensino-aprendizagem, transformando-se em um instrumento de avaliação processual e servirá como suporte para as
discussões e readequações necessárias às práticas pedagógicas, permitindo que o trabalho com o atendimento ao aluno com
necessidades educacionais especializado seja centrado especificamente nas necessidades individuais da criança. É preciso
entendermos que as tomadas de decisão sobre como proceder para acompanhar o processo de escolarização e avaliar os alunos
com necessidades educacionais especiais em atendimento, inseridos em uma turma regular de ensino, em geral, tornam-se mais
eficientes quando se considera a avaliação como um todo, como um processo que engloba todas as potencialidades do aluno e
considera não apenas o rendimento escolar, mas todos os fatores que envolvem a educação do aluno. Enfim, é preciso repensar o
modelo de avaliação que está posto no contexto educacional.
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ATIVIDADES
1. Discutimos, nesta unidade, sobre a construção do conhecimento humano a partir da perspectiva teórica de Vygotski (Histórico-
Cultural). Em relação a esta teoria, é correto afirmar:

a) Para Vygotsky, a criança aprende a partir de sua maturação biológica. Isso significa afirmar que primeiro a criança se
desenvolve em períodos sucessivos para depois aprender.

b) Conforme a teoria Histórico-Cultural, a família é considerada a primeira referência do sujeito no meio ao qual está inserido. E a
escola, como outro espaço social em que está inserido, proporciona o contato com experiências variadas, o que irá enriquecer e
ampliar o repertório cultural do sujeito.

c) Para Vygotski, o indivíduo, obrigatoriamente, irá passar por diferentes fases: sensório-motora; pré-operacional e formal.

d) A aprendizagem ocorre somente quando o aluno está apto a aprender. Nesse sentido, o papel do professor enquanto mediador
é o de aguardar o momento adequado, ou seja, o momento em que a criança está pronta, “madura” para aprender.

e) Nenhuma das assertivas está correta.

2. O educador deve conhecer o lugar das atividades lúdicas e sua importância no processo de aprendizagem, objetivando o
desenvolvimento global da criança. No que se refere ao lúdico para a criança com deficiência física, é correto inferir:

I As atividades lúdicas, seja brincadeiras ou jogos, devem permitir


- à criança com deficiência física experiências diversificadas,
pois por meio da brincadeira é possível trabalhar regras, respeito etc.

II Para a criança com deficiência física, o jogo deve ter a mesma estrutura, pois assim como as demais, também necessita que
-

sejam trabalhadas, por exemplo, regras. O cuidado que o professor deve ter é em relação às possibilidades e limites de cada
criança.

III O jogo, assim como as demais brincadeiras, não devem ser trabalhados com as crianças com deficiência física,
- já que suas
limitações motoras não permitem sua participação em tais atividades.

IV - O professor deve entender que o brincar é uma possibilidade rica para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem,
independentemente de a criança ter ou não uma deficiência física.

a) Estão corretas apenas I e II.

b) Estão corretas apenas II e III.


c) Estão corretas apenas I, II e IV.

d) Estão corretas apenas II, III e IV.

e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. Vimos, nesta unidade, a importância de se discutir a respeito da avaliação escolar, inclusive quando pensamos a respeito dos
alunos com deficiência. Nesse sentido, avalie as afirmações, marque V para as verdadeiras e F para as falsas.

A avaliação deve acontecer ao final de cada bimestre mediante


( ) à aplicação de prova e após a classificação do aluno em bom, ruim
ou ótimo.

A avaliação deve fazer parte do compromisso do professor com uma educação de qualidade para todos. Nesse sentido,
( ) é preciso
repensar práticas avaliativas retrógradas.

( )A avaliação em relação ao aluno com deficiência física não deve ser aplicada; este por conta de sua deficiência, não deve passar
pelas avaliações durante o ano letivo, pois sua incapacidade garante este direito.

( )A avaliação dos alunos com deficiência física deve se constituir em um processo que envolve todas as potencialidades do aluno e
não apenas o rendimento escolar.

A sequência correta é:

a) V, V, V, V.

b) F, V, F, V.

c) F, V, F, F.

d) F, F, V, V.

e) V, V, V, F.

Resolução das atividades

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RESUMO
Caro(a) aluno(a), trouxemos para o debate os contextos que questionam as ações docentes no processo de inclusão. Rompemos
com alguns pensamentos pragmáticos no que diz respeito aos preconceitos estabelecidos culturalmente acerca das
potencialidades e dificuldades dos homens perante o trato com a diferença em relação ao outro.

As discussões destacaram o fato de que acreditamos para pensarmos em termos uma melhoria na qualidade do ensino regular ou
no ensino da educação especial, é preciso, antes de mais nada, entendermos que a inclusão da pessoa com deficiência, da
diversidade no ensino regular, deve ser resultado de um processo natural, ou seja, com significado tanto aos alunos com e sem
deficiência quanto aos professores e demais envolvidos com a comunidade escolar.

Dedicamos nossas reflexões ao fato de que é preciso pensar no processo avaliativo escolar, suas ações e função no processo de
aprendizagem. Buscamos ressaltar para o fator da necessidade do desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, maneiras
essas que, por vezes, vão sendo adequadas à heterogeneidade dos alunos com e sem deficiências, sendo compatíveis com os
pressupostos de uma educação de qualidade.

Para tanto, aluno(a), apresentamos algumas considerações importantes sobre as contribuições do teórico Vygotski para auxiliar na
compreensão do desenvolvimento humano e, por conseguinte, na relação que deve ser estabelecida entre professor e aluno. O
professor deve assumir uma postura de mediador e promover a interação entre todos os alunos, independentemente da
deficiência, pois o processo de aprendizagem não ocorre a partir dos condicionantes puramente biológicos, mas na interação com
o outro e com o meio no qual o sujeito está inserido.

Espero que você tenha conseguido refletir acerca da tomada de decisão e atitudes coesas para com a criança em situação escolar,
pois, como dissemos em vários momentos: as leis legalizam a inclusão, mas somente os professores, por meio de uma atuação
crítica e reflexiva, possibilita às pessoas com deficiência sua legitimidade enquanto cidadão, participante em todos os contextos
sociais.

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Material Complementar

Leitura
Nome do livro: Tenho um irmão diferente: vamos conversar sobre isso?

Autor: Marilena Ardore, Mina Regen e Vera Maria Bohner Hoffmann

Editora: Paulinas

Sinopse a obra, além de trazer depoimentos, trata de temas como


:

sexualidade, trabalho e patologias, do nascimento à velhice. Segundo a


autora Marilena, os irmãos ganham um papel muito importante nesse
processo. Ela explica que, desde pequeno, o irmão dito “normal” vai ser
um modelo para o deficiente. A criança amadurece mais rapidamente do
que as outras, pois mesmo que ela seja mais nova, vai ‘passar na frente’ do
mais velho e ensiná-lo. É uma leitura que apresenta uma riqueza de
detalhes e serve como indicação para ser trabalhado em sala de aula com
crianças e adolescentes.

Filme
Título: A Força de um Campeão

Ano: 1983

Sinopse: a luta e força de vontade de um rapaz de 18 anos contra o câncer


que o obriga a amputar a perna. Com o objetivo de conseguir doações
para instituições que trabalham com cancerosos, ele resolve atravessar
todo o Canadá com apenas uma perna.
Comentário: caro(a) aluno(a), esse filme traz uma importante mensagem
acerca de como o deficiente sofre preconceito e precisa constantemente
lutar para provar à sociedade o que pode conseguir realizar. É um filme
que emociona por mostrar como a persistência pode provocar mudanças
na forma de pensar e agir das pessoas em relação ao deficiente. Assista, é
uma excelente recomendação.

Na Web
Lev Semenovich Vygotski nasceu em 1896, em Orsha, uma pequena
cidade da antiga União Soviética, e morreu em 1934, vítima de
tuberculose, com apenas 37 anos. Sua obra foi produzida na União
Soviética, no período pós-revolucionário até a década de 30 do século
passado.

Acesse

Na Web
O vídeo sugerido a seguir se constitui em uma palestra sobre o brincar na
diferença: um olhar para as crianças com deficiência. Muito interessante,
pois permite a reflexão sobre como o professor deve trabalhar com esta
temática.

Acesse

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REFERÊNCIAS
BETTELHEIM, B. Uma Vida para seu Filho. Rio de Janeiro, Campus. 1988.

BUENO, Jocian Machado. Deficiência motora: intervenções no ambiente escolar. Curitiba: Ibpex, 2010.

FIGUEIRA, Emílio. O que é educação inclusiva. São Paulo: Brasiliense, 2013.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender - O resgate do jogo infantil. São paulo: Moderna, 1996.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. 33 ed. Porto Alegre:
Mediação, 2014.

LIMA, Priscila Augusta. Educação inclusiva: indagações e ações nas áreas da educação e da saúde. São Paulo: Avercamp, 2010.

MANTOAN. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

MARINHO, Hermínia Regina Bugeste et al. Pedagogia do movimento: universo lúdico e psico- motricidade. Curitiba: InterSaberes,
2012.

MEIRA, M. E. M. A teoria de Vigotski: conceitos e implicações para a Educação. Disponível em:

VYGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

REFERÊNCIAS ON-LINE

Carolina R. Schirmer Nádia Browning Rita de Cássia Reckziegel Bersch Rosângela Machado. Atendimento Educacional
especializado. SEESP / SEED / MEC Brasília/DF. Editora Cromos: Curitiba/ PR, 2007. Disponível em:
< http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>. Acesso em: 27 abr 2017 .

< http://www.compartilhandosaberes.com.br/wp-content/uploads/2015/06/A-teoria-de-Vigot-ski.pdf >. Acessado em: 27 abr


2017.

Referencial sobre avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais / Secretaria Municipal de
Educação – São Paulo SME / DOT, 2007. Disponível em: < http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Files/8899.pdf >.
:

Acesso em: 20 fev. 2017.

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APROFUNDANDO
Caro(a) aluno(a), em nossos estudos, apresentamos a você a proposta de trabalho por meio do jogo; mas será que as atividades
lúdicas (jogos, brincadeiras livres e dirigidas) devem fazer parte apenas da Educação Infantil? E em relação à criança com
deficiência física? Como inseri-las?

Estes questionamentos têm o objetivo de instigar você, aluno(a), a pensar sobre o brincar como uma possibilidade de atuação,
independentemente das dificuldades motoras de uma criança, ou seja, nosso olhar, enquanto educadores, deve estar para além da
deficiência. Nossa ênfase é a pessoa, é a criança e não a deficiência.

Por isso, convido você a continuar a leitura deste tópico e perceber, a partir de um relato, como é possível este trabalho. Vamos
apresentar uma situação que aconteceu em minha aula. Neste semestre, tivemos um aluno que usa cadeira de rodas frequentando
as aulas de Educação Física, o que gerou certa inquietude.

Passado o primeiro momento, aproximei-me e logo me surpreendi. Ao seu lado estava um grupo de alunos rindo e conversando
normalmente. Afinal, o que havia de anormal? Ah, meus olhos viam apenas a cadeira de rodas. E os alunos, o que lhes chamavam
tanto a atenção? Por que riam tanto? Bem, os alunos conversavam normalmente com Gabriel, o aluno em cadeira de rodas.
Descobri seu nome logo que me aproximei do grupo, pois ele fazia parte do grupo, interagia normalmente.

Então, resolvi me apresentar e perguntar o que estava acontecendo. Para minha surpresa, os alunos estavam ali reunidos porque
Gabriel estava ensinando as regras de um novo jogo que havia aprendido pela internet: o Badminton, um jogo ou esporte praticado
usando uma raquete e uma peteca. Os alunos estavam todos interessados.

Perguntei, então, como seria possível Gabriel participar desse jogo? Ele agiu com naturalidade a minha pergunta e logo se dispôs a
me explicar que sua deficiência física fora causada por um acidente de trânsito e que, antes, sempre fora um aluno que participava
de todas as modalidades esportivas na escola. Após o acidente, a família o instigou a continuar sua prática, continuou pela natação
e logo chegou às quadras. Descobriu o Voleibol sentado, o Handebol e o Basquetebol de cadeiras de rodas. Sua família o apoiava e
lhe dava autonomia para poder realizar novas experiências e vivências no campo esportivo.

Fiquei surpresa com tamanha desenvoltura de Gabriel, sua capacidade de expressar-se. Afinal, eu estava preocupada com o que
ele poderia fazer e descobri que ele estava me ensinando. Ensinando a conhecer sobre a deficiência, potencialidades e limitações.

Naquele momento, entendi que deveria perguntar ao Gabriel e aos demais alunos como seria o jogo que estavam analisando. A
turma se organizou em duplas e Gabriel participou da aula executando todas as ações, evidente que com os devidos ajustes para
que pudesse ter as mesmas condições de jogo que seu adversário. A turma, em nenhum momento, se opôs às mudanças, ao
contrário, foi solícita ao colaborar com a proposta.

Ao final do jogo, reunimo-nos novamente e, ao discutirmos as regras do novo jogo, percebi que, em nenhum momento, Gabriel era
mencionado como sendo o “cadeirante” ou o “deficiente”, ele era, simplesmente, “GABRIEL” o aluno da turma.

Saí da aula com a nítida certeza de que, muitas vezes, somos resistentes ao novo por desconhecimento, e que ouvir e permitir ao
outro dialogar pode ser um importante passo para conhecer suas potencialidades. É importante que todo professor saiba que o
novo não deve nos assustar, ao contrário, deve ser nosso impulso para conhecer, explorar e experimentar. Afinal, a sala de aula é
isso: diversidade.

PARABÉNS!

Você aprofundou ainda mais seus estudos!

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EDITORIAL

DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho

Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha

Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli

Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia

Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo

Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo

Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey

Projeto Gráfico Thayla Guimarães

Design Educacional Giovana Vieira Cardoso

Design Gráfico Ellen Jeane da Silva


C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SOUZA, Vânia de Fátima Matias de; BRITO,
Fernanda Regina Cinque.

Atendimento Educacional Especializado para pessoas com Deficiência Física. Vânia de Fátima Matias de Souza; Fernanda Regina
Cinque de Brito.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.

27 p.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Especial. 2. Deficiência Física. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 371 CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Diretoria de Design Educacional

Equipe Produção de Materiais

Fotos Shutterstock
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NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360

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