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Definindo Termos

O conceito de deficiência que cada um de nós tem é formado por vários aspectos: nossa
história de vida, nosso contato pessoal e profissional com pessoas com deficiência física e
nossos conhecimentos sobre o tema. Certamente, eles influenciam a visão que temos dos
estudantes que estão conosco na viagem da aprendizagem e do conhecimento.

Historicamente, a relação da humanidade com as questões que envolvem a deficiência é


delicada. O eugenismo e as ideias de purificação e aperfeiçoamento da espécie humana
encontram defensores desde a Grécia antiga, passando pelo nazismo, até alguns redutos da
atual ciência genética.

A noção de deficiência é complexa e está associada às ideias de imperfeição, fraqueza,


carência e perda de qualidade e quantidade. De acordo com a ONU:

“pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas." (Brasil, 2009).

A pessoa com deficiência é um cidadão com os mesmos direitos de autodeterminação e


usufruto das oportunidades disponíveis na sociedade.

A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que é o modelo


atualmente usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para saúde e incapacidade,
aborda a funcionalidade e a incapacidade de acordo com as condições de saúde. Ela indica o
que um indivíduo pode ou não pode fazer no cotidiano, de acordo com as funções dos órgãos
ou sistemas e as estruturas do corpo. Ela constitui a base conceitual para definição, medição e
desenvolvimento de políticas nesta área.

A CIF traz alterações significativas no olhar sobre a pessoa com deficiência, para além do olhar
predominantemente médico, propondo uma visão mais humanizada e holística e
reconhecendo os aspectos multidimensionais que engendram a subjetividade da pessoa com
deficiência; uma visão que mede o estado funcional dos indivíduos, além de permitir a
avaliação das suas condições de vida e fornecer subsídios para a formulação de políticas
públicas de inclusão social (HASHIZUME, 2020).

Desde 2007, a CIF foi adotada pela legislação brasileira para a implementação do Benefício de
Prestação Continuada (BPC), um benefício assistencial de transferência de renda às pessoas
com deficiência e idosos pobres, (DINIZ, BARBOSA, SANTOS, 2009) e vem ajudando na
avaliação e no diagnóstico, especialmente das pessoas com deficiência física.

Existem vários filmes comerciais que podem ilustrar a deficiência física. Entre eles, sugerimos:

1. Intocáveis (Direção: Oliver Nakache; Eric Toledano. Produção: Nicolas Duval-Adassovsk,


Laurent Zeitoun, Yann Zenou. França: Califórnia Filmes, 2012. [Filme-Vídeo].);
2. Meu pé esquerdo (Direção: Jim Sheridan. Produção: Raidio Teilifis Eireann (RTE).
Inglaterra/Irlanda: Fox Filmes, 1989. [Filme-Vídeo].);

3. O escafandro e a borboleta (Direção: Julian Schnabel. Produção: Kathlenn Kennedy e Jon


Kilik. França/EUA: Pathé Renn Productions, 2007. [Filme-Vídeo].)

4. Também sugerimos o curta premiado Cordas, que mostra a relação de um menino


cadeirante com sua colega Alice. (CORDAS. Direção: Pedro Solís García. Produção: La Fiesta.
Youtube. Data de publicação: 23 mar. 2021. Duração: 10m.53s. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=4INwx_tmTKw&t=20s. Acesso em: 5 abr. 2022.)

Causas e Manifestações da Deficiência Física

A pessoa com deficiência física possui limitação ou incapacidade para o desempenho de


determinadas atividades. A deficiência física tem diferentes causas e pode ser congênita ou
adquirida ao longo da vida por acidentes, doenças ou envelhecimento.

Quais as causas das deficiências físicas?

Transtornos congênitos e perinatais;

Doenças transmissíveis: rubéola, toxoplasmose, sífilis, HIV, hepatite, meningite etc.;

Desnutrição e demais condições ambientais;

Falta de atendimento à gestante;

Violência: traumas e armas.

A deficiência física tem diferentes formas de se manifestar: pode ser temporária, permanente,
progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua; e pode produzir, direta ou
indiretamente, graus de limitação variados, incluindo distúrbios da fala, da linguagem e do
comportamento e transtornos orgânicos.

O O Decreto nº 5.296/2004, no capítulo IX (BRASIL, 2004), refere-se à deficiência física como


alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física. Também estabelece as formas como ela se manifesta, que
podem ser paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral e membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.

As deficiências físicas podem afetar de um até quatro membros de uma pessoa. Por isso, é
necessário que o docente saiba a condição do estudante e quais as limitações e possibilidades
que ele tem para que possa acolhê-lo.

Por exemplo, quando um estudante não pode movimentar as pernas, as atividades que
envolverem a utilização delas ficarão comprometidas, mas é possível que ele não tenha
nenhum problema para escrever.
Outro exemplo muito comum é o das pessoas com paralisia cerebral (PC), uma condição
gerada por falta de oxigenação cerebral, variando de leve a grave. De acordo com a condição,
aparecem sinais musculares, como fraqueza, hipotonia, espasticidade e rigidez. Também é
possível que algumas não consigam falar ou andar. Ainda, pode haver deficiência intelectual
ou epilepsia associadas.

Independentemente do grau e do tipo de limitação que apresentam, as pessoas com PC


devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar.

Principalmente, devem ser incluídas na vida social, e a escola é o espaço que, por excelência,
desenvolve o convívio e a vida em comunidade.

Vocês podem estar se perguntando: "Por que eu preciso saber disso?"

Pensar nas manifestações da deficiência física e na forma como elas afetam o indivíduo e suas
relações sociais é importante para entendermos o que deve ser feito na escola e quais
caminhos devemos percorrer para que ações e até mesmo termos excludentes deixem de
fazer parte do cotidiano. Para tanto, podemos nos instrumentalizar assistindo a filmes,
participando de discussões que nos ajudem a refletir sobre a condição da deficiência e nos
abrindo para o diálogo e a compreensão das diferenças. Assim, seremos mais capazes de
brigar por políticas públicas mais eficientes e por condições de acessibilidade nos diversos
espaços e equipamentos de educação, trabalho e lazer, para além do espaço escolar.

É necessário entender que pessoas com deficiência física sofrem, ao longo da vida, condições
ou barreiras que podem gerar um constante processo de luto, que é revivido a cada nova
etapa não conquistada ou conquistada de forma inadequada. A partir do momento da notícia,
passando pela negação, raiva, barganha, lamentação e chegando à aceitação, é um processo
longo.

Embora seja uma experiência muito particular e definida de várias formas, esse processo exige
que reconheçamos internamente a importância da criação de condições para que pessoas com
deficiência física se desenvolvam da melhor forma possível e de dar espaço para serem quem
são, com suas fragilidades e potencialidades.

Barreiras para a Inclusão das Pessoas com Deficiência Física

Vamos refletir sobre a falta de acessibilidade, que tanto compromete a inclusão e a


participação de pessoas com deficiência física na escola e na sociedade. Para discutir esse
tema, é importante relembrar a que estamos nos referindo quando falamos de acessibilidade.

Segundo o dicionário, “acessibilidade é a qualidade do que é acessível, ou seja, é aquilo que é


atingível, que tem acesso fácil” e “é um substantivo feminino que está relacionado àquilo que
tem facilidade de aproximação, no trato e na aquisição.

Fonte: SIGNIFICADOS. Acessibilidade. Disponível em:


https://www.significados.com.br/acessibilidade/. Acesso em: 5 abr. 2022.

Na Legislação Brasileira, a acessibilidade é descrita, no artigo 3º da Lei 13.146/2015 (BRASIL,


2015), como condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços urbanos, mobiliários, equipamentos, edificações, transportes, dispositivos, sistemas e
meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

A acessibilidade diz respeito a todas as áreas da vida diária da pessoa, quer seja na sua
definição, quer seja na legislação.

O direito à acessibilidade é uma das formas de possibilitar que a pessoa com deficiência física
consiga se locomover com segurança, autonomia e independência no local em que vive. No
entanto, obstáculos físicos nas cidades, por exemplo, podem forçar esses indivíduos a
permanecerem isolados em suas residências, o que os impede de usufruir do direito à cidade,
dos espaços públicos e privados e da convivência com outras pessoas, diminuindo sua
participação social como cidadão e suas oportunidades de aprendizagem.

Sabe quando a gente pega uma estrada e algumas coisas acontecem e nos deixam exaustos,
praticamente nos tirando o prazer da viagem? Pode ser o trânsito ruim, um acidente, a falta de
parada para ir ao banheiro, o pneu que fura... Essas situações que dificultam a nossa chegada e
desmotivam nossa viagem são barreiras.

As barreiras, que impedem as pessoas com deficiência de viverem experiências ou as


comprometem, se relacionam à falta de acessibilidade, e podem ser definidas em seis
dimensões:

Arquitetônicas - Aquelas que dificultam a mobilidade e a locomoção das pessoas impedindo


que usufruam dos espaços físicos de cultura, convivência ou encontros sociais.

Urbanísticas - Quando as cidades não têm rampas ou outras formas de preparo das ruas e vias
para receber todos os tipos de pessoa.

Transportes - Quando não há, nas diversas formas de transporte, meios para receber e
acomodar pessoas com deficiência.

Comunicacionais ou de informação - São aquelas que não permitem a comunicação


interpessoal, por exemplo, quando alguém não sabe Libras; a comunicação escrita, quando a
pessoa não sabe braille; e a comunicação digital, quando não há meios de a pessoa com
deficiência navegar em sites, por exemplo, por falta de texto alternativo.

Tecnológicas - Quando o uso das tecnologias não é acessível impedindo o uso por uma pessoa
com deficiência.

Atitudinais

Por fim, destacam-se aquelas que revelam a falta de empatia, preconceitos e estigmas nas
respostas às barreiras arquitetônicas ou comunicacionais.

Para refletir

João é um menino de 13 anos que frequenta a Escola Estadual Aninha em sua cidade natal e
está no 3º ano do Ensino Fundamental Anos Finais. Ele nasceu com apgar 4 e depois 2. O
diagnóstico dele foi Paralisia Cerebral. Ele apresenta dificuldades na aprendizagem e nos
relacionamentos familiares e com os amigos.

A família é grande, cinco filhos, em condição de vulnerabilidade e, principalmente, com


condição de instrução muito baixa. Entretanto, os pais e os irmãos são muito amorosos com
João, brincam, dão risada, entendem o que ele expressa e ao observá-lo são muito felizes.

O problema é que a avó materna acusa o genro o tempo inteiro pela dificuldade do menino
dizendo: “Pedro, na minha família não tem ninguém assim, deve ser da sua”. Ele tem uma
pessoa que o ajuda na aula, mas que entende que somente deve fazer os cuidados básicos de
alimentar e higienizar. Quando a professora pediu uma ajuda, ela falou: “A professora é você,
e não eu. Além do que, nem sei isso que você está ensinando”. O menino não pode sair da sala
de aula porque as escadas são difíceis de serem subidas e precisa o tempo todo de ajuda de
diversos funcionários.

Quais barreiras aparecem nessa situação?

Capacitismo

As questões que envolvem as pessoas com deficiência, muitas vezes, vêm diferenciadas pelos
sentimentos daqueles que se relacionam com elas, e não de fato baseadas em seus direitos
fundamentais...

A imagem é uma ilustração do tipo charge sobre capacitismo. Há quatro professores


observando um aluno. Da direita para a esquerda, temos mulher branca, cabelo marrom, liso,
comprido, com franja, veste blusa de manga comprida amarela, calça azul e sapato azul, com
um balão de diálogo com a palavra “Incrível!’. Ao seu lado, há homem negro, com cabelo,
barba e bigode pretos, usa óculos preto, camisa rosa, blusa de manga comprida cinza sobre a
camisa, calça azul e sapato branco, com um balão de diálogo com o termo “Parece milagre”.
Do outro lado da cena, há uma mulher negra, de cabelos claros, encaracolados, na altura do
ombro, veste camiseta azul-claro, casaco verde, calça preta e sapato azul, com um balão de
pensamento “Tadinha, achei que não fosse conseguir fazer sozinha.” Ao seu lado, um homem
negro, careca, com barba e bigode marrom, veste blusa de manga comprida azul, calça rosa,
sapato azul, com balão de diálogo com a expressão “Tão inteligente, nem parece que é
deficiente”. No meio deles há uma menina branca, de cabelos pretos, encaracolados, curtos,
veste camiseta branca, calça cinza e tem deficiência física (ausência parcial dos braços e das
pernas). Ela está em cadeira de rodas, com lápis na boca, escrevendo em uma folha na carteira
escolar com suporte de leitura, com um balão de pensamento “Gostaria de fazer as coisas
como os outros alunos, sem que chamasse tanta atenção”. O ambiente é uma sala de aula com
luminária pendente, lousa e janela ao fundo, parede cinza e piso amarelo.

Capacitismo é:

• uma barreira atitudinal e refere-se a todas as formas de discriminação, estigmas e


estereótipos em relação a pessoas com deficiência, como o equívoco de considerá-las/os
super-heroínas/heróis, exemplos de superação ou, na outra ponta, coitadinhas/os, dignas/os
de pena, vítimas da “triste condição” de ser uma pessoa com deficiência (numero-196-
2Conselho Regional de Psicologia);

• um neologismo usado para denominar a “prática materializada através de atitudes


preconceituosas que hierarquizam sujeitos em função da adequação de seus corpos a um ideal
de beleza e capacidade funcional”.

Trata-se de uma demanda urgente que visibilize tal opressão contra as pessoas com
deficiência. Por consequência, deve-se dar maior visibilidade social e política a este grupo. Para
desconstruir as fronteiras entre deficientes e não deficientes, “é necessário explorar os
meandros da corponormatividade de nossa estrutura social ao dar nome a um tipo de
discriminação que se materializa na forma de mecanismos de interdição e de controle
biopolítico de corpos com base na premissa da (in)capacidade” (MELLO, 2016, p. 5).

Muitas vezes, o capacitismo está presente em situações sutis e subliminares, acionado pela
repetição de um senso comum que imediatamente liga a imagem da pessoa com deficiência a
alguma das variações dos estigmas construídos socialmente, aos quais se está habituado e, por
isso, tendem a não serem percebidos e questionados. Porém, quando o capacitismo é óbvio e
visível, ele declara uma outra coisa: ele mostra o quanto esse preconceito ainda é naturalizado
como se fosse aceitável ou inevitável.

A recorrência dessas experiências é frequente, em variados graus, na vida de diferentes


pessoas com deficiência. A questão se centra em pensar como lidamos com esse assunto e o
que isso revela sobre a sociedade em que vivemos (VENDRAMIN, 2019).

A seguir, listamos algumas expressões muito utilizadas culturalmente. Queremos propor que
você reflita sobre seu significado/sentido.
1. “Dar uma de João sem braço”.

2. “Dar uma mancada”.

3. “Nossa! E eu que não tenho nenhuma deficiência, fico aqui reclamando da vida!”

4. “Mesmo sem os dois braços, ela nada melhor do que eu. É um exemplo de superação."

5. “Que coitadinho! Ele tem deficiência.”

6. “Ah! Eu fingi demência”.

A aprendizagem pode se tornar mais eficiente se tivermos uma meta a longo prazo. Quando
trabalhamos com um estudante em sala de aula, estamos trabalhando com um futuro
trabalhador. Pensar a pessoa com deficiência dessa forma pode ajudar você, docente, a
compreender um pouco mais a sua responsabilidade com estudantes com deficiência.

• JESUS, Kátia L de Camargo. Inclusão laboral da pessoa com deficiência física. INSS – Gerência
Executiva de Osasco, SP. Disponível em:
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/INCLUS%C3%83O%20LABORAL%20DA%20PESSOA%20CO
M%20DEFICI%C3%8ANCIA%20F%C3%8DSICA.pdf. Acesso em: 6 abr. 2022.

• SASSAKI, Romeu K. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Universidade Federal


de Goiás, [s/d]. Disponível em:
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/211/o/TERMINOLOGIA_SOBRE_DEFICIENCIA_NA_ERA_
DA.pdf?1473203540. Acesso em: 6 abr. 2022.

• MENA, Luiz Fernando Belmonte. Inclusões e inclusões: a inclusão simbólica. Psicologia:


Ciência e Profissão, nº 20 (1), Mar/2000. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pcp/a/xnwV6HKHcppYDZwq4YNzfMN/?lang=pt. Acesso em: 6 abr.
2022.

• Mara Gabrilli. Convivendo com as Diferenças - Deficientes Físicos - TV Câmara. Disponível


em: https://www.youtube.com/watch?v=k80gx0QLPbw. Acesso em: 6 abr. 2022.

Deficiência Física na escola: vamos falar sobre?

A educação inclusiva de crianças e jovens e as cotas para pessoas com deficiência física em
empresas como medida para auxiliar na empregabilidade são exemplos de iniciativas que
contribuem para a inserção social e a melhoria da qualidade de vida.

Outro exemplo são os trabalhos desenvolvidos nas instituições de reabilitação, onde os


frequentadores têm a oportunidade de conviver com pessoas de fora de sua rede familiar e
que têm características físicas e experiências semelhantes. As novas experiências sociais que
esses lugares propiciam podem auxiliar

no desenvolvimento da autonomia e aprimorar as habilidades sociais e afetivas, melhorando,


assim, a autoimagem, a autoestima, o senso de valor próprio e a qualidade de vida.
O espaço escolar, como espaço de múltiplas experiências sociais, deve passar por modificações
para receber todos os estudantes e atendê-los em suas especificidades.

Isso quer dizer que é necessário remover as barreiras que os impedem de aprender. (GALERY
et al, 2017)

As unidades escolares devem oferecer educação para qualquer estudante, com e sem
deficiência. E conseguir oferecer a todos iguais oportunidades de aprendizagem exige reflexão
sobre formas de conduzir as aulas e de se relacionar com as turmas.

É pertinente haver uma discussão que envolva toda a comunidade escolar e a


responsabilização de todos pelo sucesso dos processos e práticas inclusivos, e não apenas os
docentes. Para Ferrari e Sekkel (2007),

é fundamental, para uma proposta educacional voltada para a inclusão, que o professor possa
contar com a participação de colegas e outros profissionais para repensar a estratégia de aula
e rever o plano de ensino.

Assim como cada pessoa com deficiência é única, cada sala de aula deverá ser preparada para
incluir aquele(a) estudante com deficiência, o que exige também que se pense sobre os(as)
colegas de classe das pessoas com deficiência.

As relações estabelecidas entre o estudante com deficiência e seus colegas figuram entre os
componentes mais importantes para a manutenção e a inclusão

satisfatória da pessoa com deficiência na instituição de ensino. Essa importância pode ser
observada desde os primeiros anos da vida escolar, em que, conforme Siems-Marcondes
(2018),

podemos verificar que a aceitação e consequente assistência, vindas de colegas sem


deficiência, constituem as condições materiais e interpessoais mínimas para a permanência e
avanço escolar de estudantes com deficiência.

O docente, muitas vezes, é levado a tratar o estudante com deficiência de forma


individualizada, porém a educação é uma questão eminentemente grupal. E, a pior situação
de aprendizagem para uma pessoa com deficiência é ter de ficar sozinha e aprender isolada de
seu grupo.

Segundo Masini e Bazon (2005), essas relações são relatadas por estudantes com deficiência
como fonte de muito valor ou de muito sofrimento, a depender da interação estabelecida. Nas
respostas de seu estudo, as autoras constataram que a maioria dos estudantes com deficiência
preza por um bom contato entre os pares, fato que os insere socialmente no ambiente
acadêmico. Destacam-se atividades de lazer, como ir a lanchonetes, festas e demais locais de
entretenimento. Quando isolados desse

lazer, os estudantes exprimem um grande sentimento de exclusão e solidão. Outro tópico


importante refere-se à ajuda oferecida pelos colegas de turma. Quando oferecida, é capaz de
proporcionar uma significativa inclusão nas atividades e demandas acadêmicas, sendo o
estudante com deficiência enormemente prejudicado quando esse auxílio não está disponível.
Outro fator de exclusão é a ignorância por parte de colegas com relação à deficiência e a
consequente lida inadequada com as pessoas com deficiência, por vezes resultando em
discriminação.

Segundo a psicologia sócio histórica, baseada em Vigotski, o ser humano é essencialmente


social e é na relação com o outro que se constitui como sujeito.

Se considerarmos os processos de ensino e aprendizagem, o desenvolvimento cognitivo dos


sujeitos que convivem numa sala de aula depende tanto do conteúdo a ser apropriado quanto
das relações que se estabelecem ao longo do processo. Assim, destacamos a estratégia que
julgamos importante em sala de aula: as interações entre os sujeitos que nela convivem para
criar um ambiente dialógico.

A partir disso, ter uma pessoa com deficiência em sala de aula muda as condições de
aprendizagem de todos os envolvidos. Afinal, tornar o conhecimento acessível implica uma
mudança na forma como este vem sendo tradicionalmente apresentado nas salas de aula.
Estas mudanças serão positivas uma vez que se passar a levar em conta as necessidades e
limitações individuais dos estudantes.

Como promover as interações e a aprendizagem

Pela diversidade de sujeitos que frequentam a escola e a sala de aula e pela prática tradicional
de sala de aula ser baseada na fala do professor, é de se esperar que essa interação não seja
um processo inicialmente espontâneo e que nem toda interação seja, necessariamente,
produtiva (QUADROS, 2009).

Perguntar ao estudante de que forma ele vem desenvolvendo a aprendizagem e conversar


com ele sobre como ele avalia a influência da sua condição sobre a aprendizagem são atitudes
importantes na medida em que permitem maior aproximação e a criação de laços de
confiança. Além disso, estimular a reflexão, ao mesmo tempo em que fornece informações
importantes para o professor, fortalece a autonomia do estudante.
Dinâmicas com todos da sala que inspirem a reflexão sobre a condição do(a) estudante com
deficiência física são recomendáveis. Peça autorização para ele ou ela para conversar com a
classe sobre a deficiência.

De modo geral, principalmente entre as crianças, há curiosidade sobre as deficiências, e falar


sobre elas contribui para que todos se sintam mais seguros.

O docente pode oferecer rodas de conversa sobre questões que envolvem a deficiência e a
diversidade em diferentes contextos.

Da mesma forma, pergunte ao estudante como ele necessita que o espaço físico seja
organizado e acomode a disposição das cadeiras para reduzir distrações e garantir o acesso
físico. Se o estudante usar cadeira de rodas ou muleta, pode precisar se sentar nas primeiras
carteiras.

Estruturar atividades para criar oportunidades de interação social, como experiências


compartilhadas e usar grupos de aprendizagem cooperativa, promove abertura para
habilidades de fazer amigos e de compartilhamento, assim como habilidades de comunicação
social. O estudante com deficiência física pode estar isolado em relação aos outros colegas, e
isso não é bom para a sua aprendizagem.

RECOMENDAMOS, ALÉM DESSAS ESTRATÉGIAS, AS SEGUINTES:

Agora, seguem algumas orientações sobre como os docentes devem se posicionar diante de
alguns comportamentos e situações de estudantes com deficiência física na escola. Anote aí:

Tome nota

Pergunte sempre ao estudante como você deve agir. Ele saberá como orientar você. Caso
sejam crianças pequenas, sem repertório verbal, consulte a família ou os responsáveis. Se você
presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência física, ofereça-se imediatamente para
auxiliá-la. Nunca aja sem antes perguntar a ela como prefere ser ajudada e, se ela recusar, não
tome como ofensa.

Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa que as usa. Se achar que ela está
em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve proceder. As pessoas
têm suas técnicas individuais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa
inadequada de ajuda pode até atrapalhar.

Outras vezes, o auxílio é essencial.

Não se acanhe em usar termos como “andar” e “correr”. As pessoas com deficiência física
empregam naturalmente essas mesmas palavras.

Ao conversar com uma pessoa em cadeira de rodas, sente-se para que vocês fiquem com os
olhos no mesmo nível e ela não precise ficar olhando para cima.
A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) faz parte do espaço corporal da pessoa,
é quase uma extensão do seu corpo. Apoiar-se nela é tão desagradável como fazê-lo numa
cadeira comum onde uma pessoa está sentada.

Se parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa
também possa participar da conversa.

Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não
bater naqueles que caminham à frente.

Aprender é um processo que já começou em casa, e precisamos lembrar que muitas famílias
têm suas dificuldades emocionais para lidar com a deficiência física de seus filhos e pouco
investem na aprendizagem. O filme Shade: entre bruxas e heróis, de Rasko Miljkovic, ilustra
bem essa situação. (SHADE: entre bruxas e heróis. Direção: Rasko Miljkovic. Produção: Marko
Jocic. Sérvia/Macedônia: Cineart Filmes, 2019. [Filme-Vídeo].)

Tecnologias Assistivas

Um último ponto importante é a tecnologia assistiva definida por recursos e serviços para as
pessoas com deficiência e que possibilitam a elas autonomia,

independência, qualidade de vida e inclusão social. Dentro da escola, as tecnologias assistivas


são fundamentais, visto que ajudam a transpor barreiras e, assim, garantir igualdade de
direitos e equidade de oportunidades para as pessoas com deficiência.

Algumas tecnologias assistivas podem ser objetos não eletrônicos, como os seguradores de
lápis ou de colher, os engrossadores de lápis e as pranchas de comunicação; indicados por
profissionais da saúde, como órteses e próteses e adequação postural; muletas e cadeiras de
rodas. Outras, podem ser objetos um pouco mais sofisticados, como relógios digitais, celulares
e computadores com programas específicos; mouses e teclados adaptados; equipamentos de
controle remoto; e até mesmo veículos.

Adaptações importantes para o contexto escolar são aquelas que favorecem a postura, a
mobilidade e a comunicação. Cada estudante com deficiência física tem suas próprias
condições de mobilidade, e a adaptação que a tecnologia pode prover precisa ser
personalizada. Os recursos vão dos mais simples – por exemplo, bengalas – até os mais
complexos, como materiais de aula digitais e sistemas de computação.

• Exemplos de tecnologia assistiva na educação e como usar nas escolas. Educador do futuro ,
11 set. 2020. Disponível em: https://educadordofuturo.com.br/educacao/exemplos-
tecnologia-assistiva-educacao/. Acesso em: 6 abr. 2022.
• Tecnologias assistivas . Escola Digital: Professor. Paraná Inteligência Artificial (PIÁ). Disponível
em: https://professor.escoladigital.pr.gov.br/tecnologias_assistivas. Acesso em: 6 abr. 2022.

E quando temos um estudante que não se comunica de forma oral ou escrita?

A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) destina-se àqueles que não se comunicam de


forma oral ou escrita ou não têm essas habilidades, em função de outras deficiências. Por
exemplo, um estudante com dificuldade motora no aparelho fonológico que impede a
articulação ou pronúncia correta das palavras pode se beneficiar de recursos como cartões de
comunicação e prancha de comunicação com letras e imagens.

Esses materiais podem ser comprados ou desenvolvidos de forma individual para cada
estudante.

A sala de recursos e o estudante com deficiência física

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio da Resolução 68 de 12 de


dezembro de 2017 (SÃO PAULO, 2017), dispõe sobre o atendimento educacional aos
estudantes elegíveis dos serviços da Educação Especial na rede estadual de ensino e engloba
questões fundamentais como:

• o direito do estudante à educação de qualidade, igualitária, inclusiva e centrada no respeito


à diversidade humana;

• a necessidade de se garantir atendimento educacional especializado/inclusivo que,


respeitando as características individuais dos estudantes elegíveis dos serviços da Educação
Especial, garanta o pleno desenvolvimento do educando.

A legislação regulamenta a oferta de educação especial no estado de São Paulo, com destaque
para as normas constitucionais, as diretrizes e bases da educação nacional (LDB), as da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) e as do CEE, órgão próprio do sistema estadual de ensino.

No artigo 1º da Resolução, um dos tópicos abordados é a sala de recursos, definida como:

"sala multifuncional para a realização de atividades

referentes ao atendimento educacional especializado em turmas distintas compostas por


alunos de acordo com suas necessidades." (SÃO PAULO, 2017)

Há, ainda, a Educação Especial Exclusiva:

“processo de ensino-aprendizagem que ocorre em substituição ao ensino regular sempre que


esgotados todos os recursos da escola necessários para a transposição das barreiras à inclusão
do estudante público-alvo da educação especial no ensino comum.” (SÃO PAULO, 2017)
A Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) é um ambiente constituído de equipamentos,
mobiliários, materiais pedagógicos, didáticos e acessibilidade. Ela foi uma solução apresentada
pelo governo federal, a partir do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade,
promovido pela Secretaria de Educação.

Especial do Ministério da Educação. O Governo do Estado de São Paulo, por meio do Programa
de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, instituído pelo MEC/SEESP por meio da
Portaria Ministerial nº 13/2007 (BRASIL, 2007), integra o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE), destinando apoio técnico e financeiro aos sistemas de ensino para garantir o
acesso ao ensino regular e a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Como já vimos, os estudantes que têm direito à sala de recursos são os que possuem
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e/ou altas habilidades e superdotação. É
destinada às redes municipais e estaduais de educação.

O uso desse espaço tem como principais objetivos:

• identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade com foco na


eliminação das barreiras no processo do ensino e da aprendizagem;

• assegurar a transversalidade da ação de educação especial no ensino regular; promover


ensino complementar ou suplementar ao ensino regular;

• promover condições que assegurem a continuidade dos estudos em todos os níveis de


ensino e ofertar atendimento educacional especializado - AEE.

De acordo com o artigo 14º da Resolução 68 (SÃO PAULO, 2017), as ações de caráter
pedagógico complementar, quando desenvolvidas em Sala de Recursos, são realizadas de
acordo com a seguinte conformidade:

1. com turmas formadas por até sete estudantes da própria unidade escolar ou de escolas
diversas da rede estadual de ensino;

2. em atendimento individualizado ou em grupo de estudantes com, no mínimo, duas e, no


máximo, três aulas diárias, na conformidade das necessidades indicadas pela avaliação
pedagógica, desde que ministradas no contra turno ao da frequência do estudante em
classes/aulas do ensino regular, não podendo ultrapassar oito aulas semanais.

Quando o atendimento ocorrer na modalidade itinerante, as ações de caráter pedagógico


complementar ou suplementar ocorrerão na seguinte conformidade:

1. com turmas formadas por até três estudantes da própria unidade escolar;

2. em atendimento individualizado ou em grupo de estudantes com, no mínimo, duas e, no


máximo, três aulas diárias, de acordo com as necessidades indicadas pela avaliação
pedagógica, desde que ministradas no contra turno ao da frequência do estudante em
classes/aulas do ensino regular, não podendo ultrapassar seis aulas semanais.
Os docentes que trabalham na sala de recursos atendem os estudantes sempre no contra
turno, para que estes não sejam impedidos de aprenderem no ensino regular.

De acordo com o Artigo 17 da Resolução (São Paulo, 2017), compete ao docente especializado:

I – participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;

II – realizar a avaliação pedagógica inicial dos estudantes público-alvo da Educação Especial,


dimensionando a natureza e o tipo de atendimento indicado,

além do tempo necessário à sua viabilização;

III – orientar e acompanhar a aprendizagem dos estudantes das classes/aulas regulares;

IV – elaborar relatório descritivo da avaliação pedagógica;

V – elaborar e desenvolver o Plano de Atendimento Individualizado dos alunos público-alvo da


Educação Especial, em parceria com suas famílias e demais docentes;

VI– participar dos Conselhos de Classe/Ciclo/Ano/Série/Termo e das Aulas de Trabalho


Pedagógico Coletivo (ATPC);

VII – oferecer apoio técnico-pedagógico ao docente da classe do ensino regular, indicando os


recursos pedagógicos e de acessibilidade, bem como estratégias metodológicas;

VIII – manter atualizados os registros de todos os atendimentos efetuados, conforme


instruções estabelecidas para cada área destinada ao público-alvo da Educação Especial;

IX – orientar os pais ou responsáveis pelos estudantes, bem como a comunidade, quanto aos
procedimentos educacionais e encaminhamentos sociais, culturais, laborais e de saúde;

X – participar das demais atividades pedagógicas programadas pela escola;

XI – orientar funcionários, alunos e docentes da escola para a promoção da cultura


educacional inclusiva.

Vimos como a legislação nos fornece os pontos importantes para garantir a nossa atuação,
mas o docente precisa ter posturas e ações que vão ajudá-lo a se introduzir nas salas de
recursos.

A seguir, trazemos algumas dicas que podem ajudar o docente.

DICAS IMPORTANTES PARA O USO DA SALA DE RECURSOS

Por fim, é importante entender que a sala de recursos deve ser conduzida por profissionais
capacitados e que foram treinados especificamente para trabalhar
com os estudantes com deficiência. Por isso, os docentes devem compreender que seu
trabalho não é adaptar o currículo aos estudantes da sala de recursos,

e sim criar a oportunidade do desenvolvimento de habilidades para que eles mesmos atinjam
o currículo como os demais.

A sala de recursos é capaz de conduzir a um melhor desenvolvimento de ensino e


aprendizagem aos estudantes e ajudar a fortalecer a inclusão, uma vez que proporciona aos
estudantes uma melhor adaptação dentro da sala de aula do ensino regular.

Um exemplo de prática inclusiva seriam atividades como a elaboração de textos; a construção


de mapas do Brasil diferenciando as diversas regiões; a realização de pesquisas em livros,
revistas, jornais em sites da internet; a confecção de cartazes sobre as características de cada
região; e a leitura interpretativa de textos literários e poesias, entre outras.

Um estudante com deficiência física, assim como os(as) demais colegas, poderá opinar sobre
as atividades que acha mais interessantes, e o docente, por sua vez, vai analisar se essa a
atividade é adequada para alcançar os objetivos para a aprendizagem desse e dos outros
estudantes, mas sem considerar se a atividade é a mais fácil para esse estudante, nem indicar
uma atividade diferente daquelas propostas para os estudantes sem deficiências.

É preciso acolher os estudantes com deficiência física e olhar para cada um deles em busca de
apreender as suas percepções, limitações e potencialidades.

Com certeza, seremos educadores melhores ao olharmos para esses estudantes e valorizarmos
o espaço e a importância que temos na vida deles.

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