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A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE

TRABALHO

JARDEL DO NASCIMENTO SOUSA¹

RESUMO

Este artigo busca refletir sobre a inclusão social e educacional de pessoas com
deficiência. Abordando a problemática da inclusão frente à reformulação das políticas
públicas que já existem, a fim de ampliar o seu alcance, a inserção do mercado de
trabalho, assim como as principais leis e instituições que regem a garantia dos direitos
de uma formação acadêmica e profissional inclusiva. Permitindo tanto esclarecer
conceitos relacionados à Educação Inclusiva e seus processos. Hoje, buscam-se espaços
organizados a partir dos movimentos governamentais e aliados a sociedade civil para a
inclusão, assumindo a importância de atender as exigências de uma sociedade em
processo de renovação, uma sociedade mais humanizada. A pesquisa realizada é de
cunho bibliográfico e descritivo.

Palavras-chave: Pessoas com deficiência; Inclusão; Educação; Mercado de trabalho;

ABSTRACT

This article seeks to reflect on the social and educational inclusion of people with
disabilities. Addressing the issue of inclusion in the face of the reformulation of public
policies that already exist, in order to expand their reach, the insertion of the labor
market, as well as the main laws and institutions that govern the guarantee of the rights
of inclusive academic and professional training . Allowing both to clarify concepts
related to Inclusive Education and its processes. Today, organized spaces are sought
from government movements and allies with civil society for inclusion, assuming the
importance of meeting the demands of a society in the process of renewal, a more
humanized society. The research carried out is bibliographical and descriptive.

Keywords: People with disabilities; Inclusion; Education; Job market;


1. INTRODUÇÃO

A pessoa com deficiência deve encontrar na sociedade, o caminho propício para


o seu desenvolvimento através de sua educação e qualificação para o trabalho. Inserido
no processo, a sociedade se adapta às suas especificidades. Assim a inclusão social pode
contribuir com a construção de um novo tipo de sociedade. No Brasil, dentro do nosso
cotidiano convivemos pouco com pessoas com deficiência, a consequência é que
sabemos pouco sobre este grupo social. Assim eles se tornam ‘invisíveis’ na sociedade.
A crença em sua incapacidade, aliada a ignorância sobre os direitos e respeito as
diversidades humanas, são as raízes das atitudes discriminatórias, tanto nas escolas
como no mercado de trabalho.
Historicamente, se tornou necessária a definição legal de discriminação como
qualquer exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência, origem
nacional ou étnica, que tenha o propósito ou efeito de anular ou prejudicar o
reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos, além de
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social. E é sobre tais
princípios que faremos uma reflexão sobre a condição das pessoas com deficiência.

Escolhemos esse tema por enxergamos as enormes dificuldades e preconceitos


sofridos pelas pessoas com deficiência, tanto no sistema de ensino como numa futura
colocação no mercado de trabalho. E como é necessária a reformulação das atuais
políticas públicas voltadas para esse grupo, que continuam sendo tudo menos inclusivas
e por acreditar que nas potencialidades que podem ser desenvolvidas a partir da
melhoria na sua formação acadêmica e profissional, melhorando sua qualidade vida, e
consequentemente a efetivação da sua inclusão educacional e social.

Sendo assim, este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica, descritiva e


qualitativa. O objetivo desse trabalho é expor uma breve reflexão sobre as dificuldades
de inserção das pessoas com deficiência na vida social e no mercado de trabalho,
tentando entender como se dá o processo de luta e de conquistas além das mudanças que
envolve suas vidas.

2. Pessoas com deficiência: definições e contextos


Na antiguidade os povos antigos exterminavam pessoas com deficiência,
alguns dos “defeituosos” do grupo eram atirados de penhasco, enterrados vivos, vistos
por muitos povos como um impedimento a sobrevivência do grupo e eram assim
abandonados. No que se refere à religião eram considerados como um castigo divino.
Mas havia povos como os Hindus que os consideravam encarnações de suas divindades
e eram tratados como seres dotados de habilidades superiores. Já os Atenienses e a
Roma imperial protegiam os deficientes e doentes, numa espécie de previdência social.
O Renascimento trouxe consigo uma postura profissional e integrativa com as
pessoas com deficiência; na Idade Moderna tiveram a intenção de proporcionar meios
de trabalho e de locomoção. Com a segunda Guerra Mundial veio pensamento de
segregação em detrimento a uma raça superior. Com fim da guerra surgiu à necessidade
de se dá mais atenção.
Segundo Carneiro (1998) para se entender melhor o termo é necessário traçar
um paralelo entre os conceitos de deficiência, incapacidade e desvantagem. A
deficiência se define como a perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica,
fisiológica, temporário ou permanente. Já a incapacidade se refere à restrição para
desempenhar uma atividade considerada normal devido a qualquer deficiência, ela é a
objetivação e reflete nos comportamentos essenciais á vida diária. A desvantagem é um
prejuízo ao indivíduo, resultante de uma deficiência ou incapacidade, que impede ou
limita a pessoa em desempenhar papeis de acordo com a idade, gênero, relações sócias e
culturais. Ele representa a socialização, as perspectivas de realização pessoal
relacionadas às dificuldades nas capacidades de sobrevivência. Mas é importante
ressaltar que o problema não está na pessoa que tem alguma deficiência, mas na
sociedade por não construir meios de acessibilidade para essas pessoas.
Segundo Carneiro (1998, p.41), as deficiências classificam-se em:

● Pessoas com deficiência auditiva, visual (sensorial), mental, física, múltipla;


● Pessoas com condutas típicas (comportamentos típicos de síndromes e quadros
psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos com repercussão sobre o
desenvolvimento e comprometimento no relacionamento social);
● Crianças de Alto Risco (aqueles que têm o desenvolvimento fragilizado em
decorrência de fatores como: gestação inadequada, alimentação imprópria,
nascimento prematuro, etc.);
● Pessoas com altas habilidades (também chamados de superdotados, são aquelas
crianças que exibem elevada potencialidade em aspectos como: capacidade
intelectual geral; acadêmica específica; capacidade criativa e produtiva; alto
desempenho em liderança; elevada capacidade psicomotora; talento especial
para artes).

Já Stephens & Hétu (1999) apontam aspectos que poderiam esclarecer o


conceito de deficiência, que seria subdividido em simples e complexo (sem e com a
influência de fatores cognitivos). O conceito de incapacidade poderia ser avaliado por
meio das respostas diretas do próprio indivíduo sobre suas dificuldades. O conceito de
desvantagem seria definido por seis dimensões: orientação, independência física,
mobilidade, ocupação, integração social e autossuficiência econômica.
A incapacidade pode ser classificada em seis apreciações por Amiralian (2000,
p.99):

(A) Doença, distúrbio ou dano;


(B) Perda ou anormalidade de função psicológica, fisiológica ou anatômica devido a
(A);
(C) Restrição ou falta de habilidade na atividade devido a (A) ou (B);
(D) Desvantagem que limitaria ou impediria o desempenho de papéis sociais devido à
(B) ou (C);
(E) Desvantagem que limitaria ou impediria o desempenho de papéis sociais devido à
(F);
(F) Estrutura social, atitudes e meios, relacionados a (A).

Concluíram, com uma proposta de ampliação do conceito de desvantagem


relacionada à perda da qualidade de vida, que há aumento do estresse e da ansiedade,
redução da satisfação e da qualidade da interação social e autoimagem negativa
(AMIRALIAN, 2000, p. 99).

2.1. Deficiência e a legislação

Segundo a Constituição Federal, no Título III, DO DIREITO À EDUCAÇÃO E


DO DEVER DE EDUCAR, no art. 4º inciso III (1998, p.41), educandos com
deficiência são aqueles que possuem necessidades incomuns e, portanto, diferentes dos
outros alunos no que diz respeito às aprendizagens curriculares compatíveis com suas
idades. Em razão desta particularidade, estes alunos precisam de recursos pedagógicos e
metodológicos próprios.
A Convenção dos Direitos da Criança (CDC), publicada pela União das Nações
Unidas (ONU), em 1989, impulsionou o compromisso social com as crianças na década
de 90. Entre os 54 artigos da CDC, destacaremos o conteúdo dos artigos 2, 3, 6, 12 e 23
que fornecem elementos legais para a elaboração de estratégias de inclusão, incluindo as
crianças com deficiência, garantindo o acesso, sucesso e permanência delas na escola.
Segundo a CDC (1989, p. 16) vejamos então o que estão descritos neles:

● Art. 2 - Os estados assegurarão a toda criança sob sua jurisdição os


direitos previstos nesta convenção sem discriminação de qualquer tipo
baseadas na condição, nas atividades, opiniões ou crenças, de seus pais,
representantes legais ou familiares;
● Art. 23 - Os estados reconhecem que toda criança com deficiências
físicas ou mentais deverá desfrutar de uma vida plena e decente; reconhecem o
direito da criança deficiente de receber cuidados especiais; estimularão e
assegurarão a prestação de assistência adequada ao estado da criança, que será
gratuita e visará assegurar à criança deficiente o acesso à educação, à
capacitação, aos serviços de saúde, aos serviços de reabilitação, à preparação
para emprego e às oportunidades de lazer de forma que ela atinja uma completa
integração social. Os estados promoverão ainda o intercâmbio e a divulgação
de informações a respeito de métodos e técnicas de tratamento, educação e
reabilitação para que se possa aprimorar os conhecimentos nestas áreas;

Em 2008 a ONU, organizou a Convenção dos Direitos da Pessoa com


Deficiência, para os portadores de diversas deficiências isso foi uma enorme conquista,
mas há quem questione a sua necessidade, pois a CDC deveria ser suficiente, pois
engloba todos os grupos sociais. De qualquer maneira A CDPD é de fundamental
importância quando se refere a assegurar os direitos, disporemos abaixo os princípios da
Convenção:
● Respeito pela dignidade inerente e autonomia individual incluindo a liberdade
para fazer as próprias escolhas e independência das pessoas;
● Não discriminação;
● Participação total e efetiva e inclusão na sociedade;
● Respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiências como parte da
diversidade humana e da humanidade;
● Igualdade de oportunidades;
● Acessibilidade;
● Igualdade entre mulheres e homens;
● Respeito pelas capacidades em desenvolvimento das crianças com deficiência e
respeito do direito das crianças com deficiência de preservar suas identidades;

A Lei 9394/96 mais conhecida com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Brasileira trata em seus Artigos 3˚ e 58, de forma bem especifica os direitos dos alunos
com deficiência. Determina-se ao Estado o dever de disponibilizar escolas regulares e
estabelecer serviços e recursos a fim de garantir a qualidade na escolarização, além se
complementar ser um dever da escola, responder a sessas necessidades das desde
educação infantil.
A lei de acessibilidade de 2000 veio para atender uma questão histórica aos
movimentos sociais defensores dos direitos do PNEEs como o acesso facilitado a
prédios, vias públicas e qualquer equipamento urbano comum a toda sociedade, assim
como os sistemas de transporte, informação e comunicação, serviços de suade, Bancos,
escolas, mercado de trabalho e etc. Representando um passo crucial para a inclusão.
Esse avanço na legislação, não representa afirmativamente a realidade atual. Não um
esclarecimento em relação à grande quantidade de Leis e até o próprio PNEEs não
sabem todas, por isso muitos, ainda permanecem marginalizados, avessos aos direitos
fundamentais que lhes são garantidos pela Constituição.

3. A educação inclusiva no Brasil

A exclusão acontece quase sempre nas camadas mais desfavorecidas da


sociedade, e a educação acaba sendo um espaço onde se tem vários modos de exclusão.
Segundo Ferreira (1993, p.25), “no Brasil, a entrada da psicologia no ambiente escolar
acompanhou, também, as exigências do modelo econômico e do processo de ampliação
da escola pública”. Houve neste sentido uma maior preocupação sobre a preparação
para o mercado de trabalho e a necessidade de um tratamento escolar mais
especializado. Esse modelo escolar nas classes mais populares e para as pessoas com
deficiência, quanto à imobilidade da instituição de ensino, tem tido dificuldades de se
adaptar a essas múltiplas deficiências e suas particularidades.
Existiram muitas organizações pioneiras em promover a inclusão no Brasil.
Abaixo destacamos algumas:

● Em 1854 fundou-se o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, atual Instituto


Benjamin Constant (IBC), prestava atendimento educacional especializado à
cegos da pré escola ao 2º grau, preparando-os para o mercado de trabalho;
● Em 1857 nasceu o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), é o
centro de referência nacional na educação e formação de profissionais da
deficiência auditiva, que até agora existe, no Rio de Janeiro/RJ;
● Em 1954 fundou-se a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), é
uma das mais especializadas Instituições de atendimento a pessoas com
deficiência do Nosso País até hoje;
● Em 1972 foi criado o Centro Nacional de Educação Especial - CENESP. Esse
Centro, hoje, é a Secretaria de Educação Especial – SEESP;

Dentro desse movimento histórico, vale ressaltar a grande importância que a


APAE tem, iniciaram seus trabalhos com apenas 20 alunos, com o objetivo de promover
de forma efetiva a inserção dos seus alunos na sociedade, contando com profissionais
especializados, nesse século já são 1800 centros de atendimento, com mais de 160 mil
pessoas sendo atendidas.

4. Inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho

O Decreto nº. 3.298/99 define os princípios da não discriminação e da igualdade


de oportunidades a todos e se concretiza através dos conceitos de inclusão social. Para
Omote (1999) isso se caracteriza como:
a construção de uma sociedade inclusiva implica em uma nova
visão de mundo e de homem, um novo paradigma capaz de
valorizar e respeitar efetivamente a diversidade, de tal maneira
que quaisquer pessoas com as mais variadas diferenças, em
relação à média da população ou a padrões de normalidade
estabelecidos por outros critérios, em termos das condições
anátomo-fisiológicas, psicossociais, socioeconômicas e etnico-
culturais, encontrem oportunidade de uma vida digna e a mais
plena possível, dentro das fronteiras impostas pela realidade da
limitação eventualmente determinada por tais condições a elas
inerentes. (OMOTE, 1999, p. 9)

Essas ações promovem diretamente o potencial das pessoas com deficiência


frente ao mercado de trabalho, ou seja, a capacitação profissional gera oportunidades de
inclusão profissional. Esse movimento é conhecido com reabilitação profissional, neste
sentido Tanaka & Manzini (2005), destaca que:

Entretanto, em se tratando de reabilitação profissional de


indivíduos com deficiência no Brasil, ainda se presencia atitudes
de reserva e preconceito devido à baixa escolaridade e à
desqualificação profissional destes indivíduos. Com base na
literatura sobre o assunto, o que se percebe é que “além de
fatores individuais, econômicos e sociais, um outro aspecto que
dificultaria a inserção da pessoa com deficiência no trabalho é a
falha no processo de formação e qualificação profissional”
(TANAKA & MANZINI, 2005, p. 275).

É relevante destacar que a obrigatoriedade legal passou a ser vista também


como um exercício de responsabilidade social praticado pelas empresas, pois muitas se
voltam para ter uma imagem politicamente correta, atraído assim mais simpatia do
público alvo. As Organizações Empresariais brasileiras têm, no mínimo, quatro razões
para desenvolver planos concernentes ao contrato de profissionais com deficiência:

1) Razão de ordem legal - baseada em um sistema de cotas estabelecido no Art.


36 do Decreto 3.298/99;

2) Razão de ordem funcional - em que nada ou quase nada deverá ser mudado
nas políticas internas da empresa, ou seja, a empresa pode ou não se adaptar
fisicamente as necessidades de locomoção do profissional;
3) Razão relacionada à responsabilidade social - diz respeito à valorização pelo
mercado das empresas que tem a preocupação com o bem-estar da sociedade,
em colocar em prática, estratégias de promoção sociais “politicamente
corretas”;
4) Razão de ordem emocional - trata-se do que se convencionou chamar de
‘efeito colateral’, que tem origem na atitude das empresas que já contrataram
profissionais com deficiência; ou ainda, de pessoas que têm em seu quadro de
amizades profissionais com deficiência.

Algumas empresas tem se reestruturado a fim de atender as necessidades dos


funcionários com deficiência e integrá-los aos demais funcionários. Algumas investem
em cursos na capacitação para a qualificação dos indivíduos com deficiência e
posteriormente contratam os que mais se destacam.

No que se refere aos concursos o decreto 9.508 de 2018 assegura para pessoas
com deficiência a reserva de certo percentual de cargos e vagas ofertadas em concurso
público. No mesmo decreto se afirma:

Art. 1º Fica assegurado à pessoa com deficiência o direito de se inscrever, no âmbito da


administração pública federal direta e indireta e em igualdade de oportunidade com os
demais candidatos, nas seguintes seleções:

§ 1º Ficam reservadas às pessoas com deficiência, no mínimo, cinco por cento das vagas
oferecidas para o provimento de cargos efetivos e para a contratação por tempo
determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, no
âmbito da administração pública federal direta e indireta.

Art. 4º Fica assegurada a adequação de critérios para a realização e a avaliação das


provas de que trata o inciso III do art. 3º à deficiência do candidato a ser efetivada por
meio do acesso as tecnologias assistivas e a adaptações razoáveis, observado o disposto
no Anexo.

Para que a inclusão de pessoas com deficiência aconteça no mercado de


trabalho é necessário que os estabelecimentos públicos e privados reconheçam seu
papel, provendo chances para estes conquistem seu espaço no mercado, pois assim
podem contribuir com o progresso social. Mas para acontecer esta qualificação
necessita-se fazer uma ação de revisão no exercício da educação profissional destas
pessoas especiais. A capacitação deve acontecer desde inicio dentro das escolas e deva
haver mais incentivo e investimento para que eles possam se qualificar por completo.
Conforme está sendo enfocada no Manual de Direitos Humanos e Cidadania, art. VI da
Declaração dos Direitos Humanos: “Todo homem tem direito de ser, em todos os
lugares, reconhecido como pessoa humana perante a lei”. E no art. VII deste mesmo
capítulo lê-se: “Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a
igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação” (1997 p.72-73).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos com essa pesquisa que a luta pelo respeito à diversidade humana
se faz absolutamente necessária, principalmente no que se refere à questão da inclusão
social e educacional de pessoas com deficiência. A igualdade das oportunidades só pode
ser concreta se tivermos a todos sem distinção se existir políticas públicas que garantam
uma educação de qualidade e capacitação específica para estimula-los no mercado de
trabalho consciente.
Esse processo de inclusão está longe de ter respostas imediatas, o que existe
são perspectivas e desafios que ainda impedem a implementação de qualquer ação de
melhoramento nessa área. Destacamos um conceito importante de que o trabalho é um
mecanismo de inserção social, um elemento de sobrevivência e de realização
psicológica para todo ser humano. E isso se amplia quando as pessoas com deficiência
são valorizadas no ambiente de trabalho e estimuladas a se capacitar mais e mais.
Para que as pessoas com deficiência possam se capacitar no mercado de
trabalho de forma efetiva é necessário desenvolver um sistema de educação libertador e
humanizado, sob a perspectiva da diversidade, sepultando imediatamente o sistema
educacional atual que marginaliza, exclui e desqualifica determinados grupos. Deve-se
renunciar o método da segregação social tão enraizado no cerne da sociedade. Garantida
a escola e mercado inclusivo para todos.
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