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Curso Preparatório de Conhecimentos Pedagógicos

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TEORIAS COGNITIVAS
AS CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET, VYGOTSKY E
WALLON PARA A PSICOLOGIA E PEDAGOGIA

TEORIA DE PIAGET
Piaget concebe a criança como um ser ativo, atento e a formação do pensamento depende da coordenação
que constantemente cria hipóteses sobre o seu ambiente. dos esquemas sensório-motores (inteligência prática) e
Assim, acredita que, de acordo com o estágio de de- não da linguagem; a linguagem só ocorre depois que a
senvolvimento em que a mesma se encontra, elabora os criança já alcançou um determinado nível de habilida-
conhecimentos de forma espontânea. A criança tem uma des mentais.
visão particular sobre o mundo e, na medida que se de-
Para Piaget, o desenvolvimento é um processo sucessivo
senvolve em sua interação com o adulto, aproxima-se de
de equilibrações. Embora essas equilibrações ocorram
suas concepções tornando-se socializada. No entanto,
nas diversas etapas do desenvolvimento, certas estrutu-
o papel da interação, nesta teoria, fica minimizado em
ras vão definir um momento deste desenvolvimento.
virtude de que, para Piaget, a aprendizagem subordina
se ao desenvolvimento. Esta teoria tem como eixos as O alicerce da teoria piagetiana é a noção de equilíbrio.
seguintes ideias com relação ao processo de desenvolvi- Para Piaget, todo organismo vivo procura manter um
mento da criança: estado de equilíbrio ou de adaptação ao seu meio. O
processo dinâmico e constante do organismo buscar um
• privilegia a maturação biológica (modelo biológico de
novo e superior estado de equilíbrio é denominado pro-
adaptação do organismo ao meio);
cesso de equilibração majorante.
• fatores internos preponderam sobre os externos: é pelo
Assim, para a teoria Interacionista de Piaget, a passa-
interior do organismo que ocorre a articulação entre
gem de uma etapa mental de desenvolvimento para ou-
as estruturas do sujeito e as da realidade externa;
tra perpassa-se por meio de quatro fatores essenciais:
• desenvolvimento tem uma sequência fixa e univer- sal (...) a maturidade do sistema nervoso; a interação social;
de estágios: sensório motor (de 0 a 2 anos); pré-ope- a experiência fisica com os objetos e, principalmente a
ratório (de 2 a 7 anos); operatório concreto (de 7 a equilibração, ou seja, a necessidade que a estrutura cog-
12/13 anos) e operatório formal a partir dos 13 anos; nitiva tem de se desenvolver para enfrentar as demandas
ambientais – o de menor peso é a interação social.
• subordina o social ao desenvolvimento individual: o
papel do ambiente social é secundarizado;
Desta maneira, a educação – em especial a
• conhecimento é elaborado espontaneamente pela
aprendizagem – tem, no entender de Piaget, um
criança, conforme o estágio em que ela se encontra;
impacto reduzido sobre o desenvolvimento inte-
• a construção do conhecimento procede do individual lectual. [...] A aprendizagem é encarada como
para o social; um processo mais restrito, causado por situações
específicas (como a frequência à escola) e subor-
O pensamento aparece antes da linguagem: a lin-
dinado tanto à equilibração quanto à maturação.
guagem subordina-se aos processos de pensamento;
essa premissa ao uso dos ambientes computacionais.
Segundo Piaget, o desenvolvimento cognitivo Embora alguns fracassos possam tornar-se desafios e
pressupõe quatro fatores e suas interações: ativar o interesse e empenho do aluno, todos nós iremos
manter o interesse pelas atividades que obtiver êxito.
• Maturação.
Outro elemento que irá exercer influência sobre a afetivi-
• Experiência Ativa. dade, a interatividade e a aprendizagem é o intercâmbio
social. No momento em que os alunos adquirem afeto e
• Interação Social.
consideração por seus pares (colegas e professores), as
• Equilibração. relações interpessoais começam a se formar. Com suas
capacidades cognitivas expandidas, as relações uns com
os outros tendem a tornar-se mais estruturadas e mais
Maturação Biológica e Equilibração são consideradas
estáveis por que não mais colaborativas
fatores internos que influenciam no desenvolvimento
cognitivo e podem trazer consequências ao processo de Para Piaget, o conhecimento é construído por meio da
aprendizagem do aluno. A Equilibração é o processo de interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas
passagem do desequilíbrio ao equilíbrio. Segundo Pia- existentes. Assim sendo, a aquisição de conhecimentos
get, “todo ser vivo procura o equilíbrio que permite a depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como
adaptação através de processos de autorregulação”. O de sua relação com o objeto.
desequilíbrio é, na verdade, perturbações que resultam
Estágios de Desenvolvimento Para Piaget, o desenvolvi-
de conflitos momentâneos, os quais, uma vez ultrapas-
mento humano obedece a certos estágios hierárquicos,
sados ou superados, conduzem a novas construções. No
que decorrem do nascimento até se consolidarem por
contexto da aprendizagem, buscar “desequilibrar” os su-
volta dos 16 anos. A ordem desses estágios seria invari-
jeitos podem, segundo a abordagem construtivista, fazer
ável e inevitável a todos os indivíduos.
com que o aluno reflita sobre sua ação, seus erros, para,
a partir desta reflexão, construir seu conhecimento. Já a • Estágio sensório-motor (do nascimento aos dois anos):
experiência ativa, em que os alunos realizam sobre os a criança desenvolve um conjunto de “esquemas de
objetos, e a interação social correspondem aos fatores ação” sobre o objeto, que lhe permitem construir um co-
externos ao desenvolvimento. É sobre estes aspectos ex- nhecimento fisico da realidade. Nesta etapa, desenvolve
ternos que a informática pode contribuir para uma maior o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas
afetividade, interatividade e aprendizagem. sensório-motores e é capaz de fazer imitações, construin-
do representações mentais cada vez mais complexas.
Para Piaget, a afetividade exerce profunda influência no
desenvolvimento intelectual. É o que motiva à atividade • Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos): a
intelectual. É a mola propulsora das ações, um cataliza- criança inicia a construção da relação causa e efeito,
dor de interesses. Nesse aspecto, o interesse está estrei- bem como das simbolizações. É a chamada idade dos
tamente relacionado ao aspecto afetivo. É por meio do porquês e do faz-de-conta.
interesse que selecionamos nossas atividades.
• Estágio operatório-concreto (dos sete aos onze anos):
É preciso considerar duas questões que irão exercer forte a criança começa a construir conceitos, por meio de
influência no desenvolvimento da afetividade do aluno: o estruturas lógicas, consolida a conservação de quanti-
“sucesso” e o “fracasso”. Segundo Piaget, os sentimentos dade e constrói o conceito de número. Seu pensamen-
associados às ações ou atividades são sempre preserva- to, apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos
dos (lembrados). Todas as crianças são atraídas pelas concretos, não fazendo ainda abstrações.
atividades que foram bem sucedidas. Podemos associar
• Estágio operatório-formal (dos onze aos dezesseis
TEORIA DE VYGOTSKY
anos): fase em que o adolescente constrói o pensa-
mento abstrato, conceitual, conseguindo ter em conta
Os estudos de Lev Semyonovich Vygotsky (1896-1934)
as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista e
postulam uma dialética das interações com o outro e com
sendo capaz de pensar cientificamente.
o meio, como desencadeador do desenvolvimento socio-
cognitivo. Para Vygotsky e seus colaboradores, o desen-
volvimento é impulsionado pela linguagem. Eles acredi-
ANOTAÇÕES tam que a estrutura dos estágios descrita por Piaget seja
correta, porém, diferem na concepção de sua dinâmica
evolutiva. Enquanto Piaget defende que a estruturação do
organismo precede o desenvolvimento, para Vygotsky é
o próprio processo de aprender que gera e promove o
desenvolvimento das estruturas mentais superiores.

ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL


Um ponto central da teoria vygotskyana é o con-
ceito de ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal),
que afirma que a aprendizagem acontece no in-
tervalo entre o conhecimento real e o conheci-
mento potencial. Em outras palavras, a ZDP é a
distância existente entre o que o sujeito já sabe e
aquilo que ele tem potencialidade de aprender.
Seria, neste campo, que a educação atuaria es-
timulando a aquisição do potencial, partindo do
conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim
intervir. O conhecimento potencial, ao ser alcan-
çado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP
redefinida a partir do que seria o novo potencial.

INTERACIONISMO E DESENVOLVIMENTO
Nessa concepção, as interações têm um papel crucial e
determinante. Para definir o conhecimento real, Vygotsky
sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer so-
zinho, e o potencial aquilo que ele consegue fazer com
ajuda de outro sujeito. Assim, determina-se a ZDP e o
nível de riqueza e a diversidade das interações determi-
nará o potencial atingido. Quanto mais ricas as intera-
ções, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento.
No campo da educação, a interação, que é um dos con-
ceitos fundamentais da teoria de Vygotsky, encaixa-se
perfeitamente na concepção de escola que se pretende de problemas que estão fora do seu alcance, desen-
efetivar no sistema brasileiro de ensino. Neste caso, o volvendo estratégias para que pouco a pouco, possa
professor e o aluno passam a ter um papel essencial no resolvê-las de modo independente.
processo de ensino e aprendizagem. Des- sa forma, é
possível desenvolver tanto os conceitos de ZDP quanto a
relação existente entre pensamento, linguagem e inter-
venção no âmbito da escola, possibilitando, assim, um
ANOTAÇÕES
maior nível de aprendizagem.

Vygotsky, assim como Piaget, defende a ideia de que a


criança não é a miniatura de um adulto e sua mente
funciona de forma bastante diferente. Esta compreensão
tem grandes implicações para os professores, pois os
obrigam a compreender o aluno como ele é.

Tanto Piaget como Vygotsky pensam que o desenvol-


vimento do indivíduo implica não somente em mu-
danças quantitativas, mas, sim, em transformações
qualitativas do pensamento. Ambos reconhecem o
papel da relação entre o indivíduo e a sociedade e,
em Vygotsky, é esta relação que determina o desen-
volvimento do indivíduo.

Vygotsky tem uma visão socioconstrutivista do


desenvolvimento, com ênfase no papel do am-
biente social no desenvolvimento e na aprendi-
zagem; a aprendizagem se dá em colaboração
entre as crianças e entre elas e os adultos. Já,
Piaget, coloca que a aprendizagem se produz
pela interação do indivíduo com os objetos da
realidade, em que a ação direta é a que gera o
desenvolvimento dos esquemas mentais.

Resumindo: Vygotsky fornece uma pista sobre o pa-


pel da ação docente: o professor é o mediador da
aprendizagem do aluno, facilitando-lhe o domínio e
a apropriação dos diferentes instrumentos culturais.
Mas, a ação docente somente terá sentido se for re-
alizada no plano da Zona de Desenvolvimento Pro-
ximal. Isto é, o professor constitui-se na pessoa mais
competente que precisa ajudar o aluno na resolução

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